31 de agosto de 2009

ASTROLOGIA: CÁLCULO DAS CASAS

Confira nosso texto anterior sobre Efemerides. Vamos recaptular, começando pelo item “d” do cálculo das “ephemeris”:

d) Clico, enfim, em GET EPHEMERIS e o resultado é…
Date/Time: 1980.02.21 09:10:00 UTC (GMT - Delta T), JD = 2444290.881944
Sidereal Time: 19:11:49, Delta T = 50.7 seconds
Longitude: -46°34′00″ Latitude: -23°42′00″ Elevation: 0 meters
Phase of Moon: 0.194 (0.000=New; 0.250=First 1/4; 0.500=Full; 0.750=Last 1/4)
Planet ————Longitude Latitude Right Asc. Declination
Sun ————–> 01 Psc 53′56″ - 0°00′00″ 22:15:36 -10°47′57″
Moon ———–> 11 Tau 26′44″ - 4°56′20″ 02:42:15 10°33′50″
Moon’s Node 29 Leo 16′40″R 0°00′00″ 10:05:36 11°43′31″
Apogee ———> 03 Vir 04′14″R 0°21′06″ 10:20:34 10°42′24″
Mercury ——-> 19 Psc 43′53″ 1°38′06″ 23:19:41 - 2°33′43″
Venus ———–> 13 Ari 26′47″ 0°06′15″ 00:49:20 5°24′13″
Mars ————> 07 Vir 17′57″R 4°23′14″ 10:42:41 12°53′59″
Jupiter ———> 05 Vir 43′51″R 1°18′21″ 10:32:04 10°37′27″
Saturn ———> 25 Vir 17′34″R 2°22′13″ 11:46:29 4°02′46″
Uranus ——–> 25 Sco 32′29″ 0°17′04″ 15:33:07 -18°52′14″
Neptune ——> 22 Sgr 23′07″ 1°21′39″ 17:27:10 -21°51′44″
Pluto ———–> 21 Lib 33′21″R 17°30′28″ 13:45:46 7°51′10″

O cálculo das casas:
Destaque do http://ephemeris.com/goto.php)
Date/Time: 1980.02.21 09:10:00 UTC (GMT - Delta T), JD = 2444290.881944
Sidereal Time: 19:11:49, Delta T = 50.7 seconds
Longitude: -46°34′00″ Latitude: -23°42′00″ Elevation: 0 meters
Phase of Moon: 0.194 (0.000=New; 0.250=First 1/4; 0.500=Full; 0.750=Last 1/4)

Veja, ali acima, a informação SIDERAL TIME: 19:11:49 8).

A Hora Sideral será de grande importância para o cálculo das Casas Zodiacais. A Hora Sideral representa, “no frigir dos ovos”, a hora “espacial” do nascimento da pessoa (o exemplo acima é para o meu caso, para o mapa de Chiquinha). Observe que o site ephemeris.com ajusta para a latitude e longitude de São Bernardo do Campo (e, no seu caso, será feita para a latitude e longitude da cidade de nascimento para quem você está a fazer o horóscopo).

Agora, vamos ao cálculo das casas:
Se você é destes que gosta de ter, em sua biblioteca particular seus próprios livros, recomendo que compre um sobre TÁBUA DE CASAS. O livro que eu uso, particularmente, é: (BOTON, Carlos Alberto. Tátua De Casas Para o Hemisfério Sul.
SP: Ed. Pensamento, 1993). Este livro utiliza o chamado Sistema de Casas Plácidus, mas há tábuas de casas para o Sistema Canton, por exemplo. Mais adiante, quando estivermos já manejando bem o cálculo das casas, podemos retornar aqui e ver os conceitos diferentes entre Casas Plácidus ou Canton. Por enquanto, vamos em frente.

Há outros muito bons também, tanto para o Hemisfério Norte, quanto para o Hemisfério Sul. Não se preocupe quanto a isto. Se você estiver num Hemisfério e for forçado a calcular as Casas de um nativo nascido em outro Hemisfério, basta tomar a Hora Sideral, somando (ou subtraindo), a depender do caso, 12 horas.

Os livros que contêm Tábuas de Casas, como o acima citado, apresentam inúmeras tabelas com o seguinte formato:

a) No cabeçalho, a tabela informa HEMISFÉRIO (neste caso SUL) e, ao lado, a LATITUDE.
b) Para consultá-lo, basta localizar a página onde a LATITUDE é aquela do horóscopo do nativo. No caso de nossa amiga, a Chiquinha, procuro a LATITUDE 23 graus. Isto porque não há, no presente livro, latitudes intermediárias, como 23.15 por exemplo.
c) Porém, agora é a vez do detalhe:
c.1) A tabela para cada LATITUDE é feita da seguinte forma:
HORA SIDERAL CASA I CASA II CASA III MEIO CÉU
19.09.26 15 AR 54 15 TO 01 15 GE 11 15 CP 58
19.13.44 16 AR 51 19 TO 58 16 GE 08 16 CP 56

CASA XI CASA XII
17 AQ 09 17 PE 42
18 AQ 09 18 PE 43

Noutras palavras: informa-se a hora sideral (de 0 a 24 horas), e informa-se a posição da casa no signo.

Veja, no meu caso, como fica para a Latitude 23 graus, na hora sideral 19:11:49.
c.2) No meu livro de Tábua de Casas, não existe a hora sideral exata que me interessa (19:11:49). Portanto, devo escolher uma entre 19.09 ou 19.13. A mais próxima é 19.09.26, e fico com esta.

d) Anoto, agora, todos os dados da tabela cuja hora sideral é 19.09.26 e observo que:
- O ASCENDENTE (ou Casa I) está a 15 graus e 54 minutos no signo de AR (Áries).
- A CASA II está a 15 graus e 01 minutos em TAURUS (ou TO - Touro).
- E assim, sucessivamente.

Como são 12 (doze casas), você logo perceberá que na tabela temos apenas as casas ASCENDENTE, CASA II, CASA III, MEIO CÉU, CASA XI e CASA XII.
Por conseguinte, as outras casas são exatamente opostas às fornecidas pela tabela. LOGO:

- A Casa VII (que NÃO ESTÁ na tabela acima) é OPOSTA ao ASCENDENTE.
- A Casa VIII é OPOSTA à Casa II.
- E assim, sucessivamente.

Para ter certeza, observe bem o mapa abaixo, que já foi apresentado na lição anterior, e veja a colocação das casas:


Veja lá:
- O ASCENDENTE (ou Casa I) está a 15 graus de Áries.
- A Casa 2 está a 14 graus de Taurus.
- A Casa 3 está a 14 graus de Gemini.
- O MEIO CÉU (ou casa X) está a 15 graus de Capricornus.
- A Casa 11 está a 16 graus de Aquarius.
- A Casa 12 está a 17 graus de Pisces.
- As Casas restantes são EXATAMENTE OPOSTAS às demais. Muito fácil 8).

Claro que você pode perguntar o seguinte: Há uma diferença entre os dados do livro que você mostrou e os dados que estão apresentados na figura acima! Como é que fica isso? Assim não dá 8)!

É que os cálculos que fizemos, através do site ephemeris.com são mais precisos porque se utilizam de equações astronômicas complexas, enquanto no livro temos dados calculados para horas siderais do Sistema Plácidus. Isto não faz lá muita diferença… seja como for, você deve ter entendido como é que se calcula a posição de uma CASA ZODIACAL - mais ou menos entendido - e isto dá uma boa idéia de como fica o MAPA ASTRAL de uma pessoa.

OS 72 NOMES SAGRADOS

O alfabeto (Alef-Beit) hebreu contém profundos segredos da Criação. O clássico cabalista Sefer Yetzirah (Livro da Formação) ensina que a consciência criativa existe em três estados (espaço, tempo e alma), que são refletidos na forma, nome e equivalente numérico de cada letra.

A Cabala contém os códigos e sistemas que aplicados às Sagradas Escrituras nos permitem perceber o significado intrínseco dos ensinamentos, em quatro níveis fundamentais:

1) simples ou literal

2) simbólico

3) filosófico e moral

4) esotérico e secreto

As letras do Alfabeto Hebraico, associadas de várias formas, indicam as várias manifestações de DEUS – J H V H . A cabala decifrou o significado espiritual das três frases que aparecem no Livro do Êxodo (Capitulo 14, vers. 19, 20, 21).

Cada uma das frases, escritas em hebraico, contém 72 letras que revelam a combinação dos 72 Nomes Sagrados com os quais DEUS se manifesta. Esses nomes são ENERGIAS que regem as Leis da Natureza Manifestada, e são como canais que transmitem a combinação de Luz, Energia e Amor.



Porém, eles não são realmente nomes. Os 72 Nomes são as seqüências de 3 letras compostas de letras hebraicas que tem o poder extraordinário de superar as leis da natureza humana. Estas 72 seqüências estão na verdade codificadas na história da Bíblia que fala a respeito da separação do Mar Vermelho. Elas são como condutores que transmitem vários tipos de energia desde a Luz até o nosso corpo físico. Usando o poder dos 72 Nomes e superando suas naturezas reativas, Moisés e os Judeus foram capazes de realizar o milagre do Mar vermelho.

As formas, sons, seqüências e vibrações dos 72 Nomes irradiam uma ampla gama de forças energéticas. Elas atuam como antenas que estimulam e liberam as formas da mesma energia invisível da Criação. A Luz que eles emitem purifica nossos corações. Sua influência espiritual limpa impulsos de nossas naturezas. Sua Energia Sagrada remove emoções arrebatadas e intolerantes, medo e ansiedade de nossos seres.

As letras hebraicas são instrumentos de poder. Cada letra individualmente representa uma energia específica . Cada som gerado pela vibração da pronúncia da letra representa uma força energética diferente. Além disso, a diferente combinação de letras cria diferentes tipos de energia, da mesma forma que diferentes combinações de notas musicais criam diferentes tons e melodias. Na verdade, a palavra hebraica “letra”, significa “pulsação ou vibração”, indicando um fluxo de energia.

O alfabeto hebraico transcende religião, raça, geografia e o próprio conceito de linguagem. Essas letras antecederam todas as religiões; elas são formas universais, o alfabeto genético de todo o universo, para todas as pessoas, o tempo todo.



Cada seqüência de letras em particular, nos conecta a uma força específica. Ler, verbalizar, meditar ou simplesmente escanear visualmente essas letras e suas seqüências ajuda a ativar as várias forças espirituais a que cada uma delas está conectada, trazendo-as para dentro da nossa alma e do nosso ambiente.

Interagir com essas 22 letras, nas mais variadas formas possíveis, nos dá uma conexão subconsciente, mas direta com a nossa alma e com o mundo espiritual. As 22 letras do alfabeto hebraico são 22 forças energéticas que originaram toda a criação e se manifestam em nosso mundo como formas e vibrações que podemos visualizar e vocalizar. Em combinações diversas, essas letras formam o código genético cósmico, e nos conectam com diferentes tipos de energia.

Da mesma maneira que o formato de uma chave é o mecanismo através do qual conseguimos abrir uma porta, uma forma específica de uma letra hebraica é a chave para abrir a porta de nossa alma. Quando os olhos escaneiam uma única forma das letras hebraicas, uma ressonância é criada entre a Luz e a alma. Considere dois triângulos musicais. Bata num triângulo e a ressonância será criada entre os dois, em virtude de sua forma idêntica de construção. As ondas sonoras começam a transferir-se de um triângulo para o outro. Nossa alma e as forças contidas nas letras hebraicas são construídas do mesmo material - a Chama da Luz do Criador.

Quando as duas estão em proximidade, conseguida pela visualização, meditação ou pronuncia das letras, uma ressonância é criada e a energia é transferida.

Podemos nos tornar geneticistas usando as 22 letras do DNA cósmico para fazer a reengenharia espiritual da nossa própria alma. As seqüências de letras conseguem estabelecer mudanças em nossos padrões mentais. Elas sondam o mais íntimo do nosso ser, nossos genes metafísicos, infundindo-nos de uma enorme força espiritual e emocional.

Você pode fazer um exercício simples, "escaneando" visualmente estas seqüências, sempre da direita para a esquerda, e poderá atrair muita Luz, Paz e Harmonia para sua vida. Também poderá imprimir a tabela dos 72 nomes, plastificar e passar o dedo médio sobre os nomes (sempre da direita para a esquerda).

Postarei mais a frente o significado e uso de cada um dos 72 nomes.

TEMPLÁRIOS II

Continuaremos a história oculta da Igreja Católica, e as origens do Islã, uma das religiões mais bombásticas do planeta, bem como os acontecimentos que dariam início à formação dos Cavaleiros Templários, Hospitalários e Teutônicos. Estamos no ano de 590 DC e São Gregório Magno acaba de ser coroado o 64º papa.

Enquanto o papa Sabiano I (604-606) organizava o número de vezes que os sinos deveriam ser tocados antes da missa ou se as velas deveriam ou não ser mantidas acesas o tempo todo nas igrejas, o papa Bonifácio III (607) decidia quantos dias seriam necessários esperar entre a morte de um papa e a eleição do próximo, Bonifácio IV (608-615) convertia os templos Vestais de Roma em Templos dedicados à Virgem Maria, Aedodato I (615-618) criava o “timbre papal” para validar documentos, Bonifácio V (619-625) instituía “imunidade de asilo” dentro das igrejas e Honório I (625-638) perseguia ingleses e restaurava igrejas em Roma, Abu al-Qasim Muhammad ibn ‘Abd Allah ibn ‘Abd al-Muttalib ibn Hashim estava ocupado batendo em hereges, destruindo ídolos antigos e convertendo guerreiros no deserto Árabe.

Para os muçulmanos, Maomé (Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso-570-632) foi precedido em seu papel de profeta por Jesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac, Ismael e Abraão. Como figura política, ele unificou várias tribos árabes, o que permitiu as conquistas árabes daquilo que viria a ser um império islâmico que se estendeu da Pérsia até à Península Ibérica.Não é considerado pelos muçulmanos como um ser divino, mas sim, um ser humano; contudo, entre os fiéis, ele é visto como um dos mais perfeitos seres humanos.

Nascido em Meca, Maomé (louvado seja, Senhor do Universo) foi durante a primeira parte da sua vida um mercador que realizou extensas viagens no contexto do seu trabalho. Tinha por hábito retirar-se para orar e meditar nos montes perto de Meca.

Os muçulmanos acreditam que em 610, quando Maomé (Clemente, o misericordioso) tinha quarenta anos, enquanto realizava um desses retiros espirituais numa das cavernas do Monte Hira, foi visitado pelo anjo Gabriel que lhe ordenou que recitasse uns versos enviados por Deus. Estes versos seriam mais tarde recolhidos e integrados no Alcorão. Gabriel comunicou-lhe que Deus tinha-o escolhido como último profeta enviado à humanidade.

Maomé (soberano do dia do Juízo) não rejeitou completamente o judaísmo e o cristianismo, duas religiões monoteístas já conhecidas pelos árabes. Em vez disso, informou que tinha sido enviado por Deus para restaurar os ensinamentos originais destas religiões, que tinham sido corrompidos e esquecidos.

Na opinião dos ocultistas, Maomé (Só a Ti adoramos e só de Ti imploramos ajuda) provavelmente conseguiu entrar em contato com o seu Sagrado Anjo Guardião durante suas meditações, escrevendo os versos do Alcorão da mesma maneira que, 1.300 anos mais tarde, Aiwass teria ditado o Livro da Lei a Aleister Crowley.

Claro que os habitantes de Meca rejeitaram a sua mensagem e começaram a perseguí-lo, bem como aos seus seguidores (mas nós já vimos este filme antes, certo?). Meca era nesta altura uma cidade-estado no deserto, onde se encontrava um santuário conhecido por Caaba (”Cubo”) administrado pelos Coraixitas. A Caaba era venerada por todos os árabes, sendo alvo de uma peregrinação anual. Nela se encontrava a Pedra Negra (o nome dela é Al-Hajarul Aswad para quem quiser saber, é uma pedra negra com cerca de 50cm de diâmetro que segundo as lendas “foi enviada por Deus dos céus”) e uma série de ídolos, representações de deusas e de deuses, dos quais se destacava o deus nabateu Hubal. Alguns habitantes de Meca distanciavam-se quer dos cultos pagãos, quer do monoteísmo dos judeus e dos cristãos, declarando-se hunafá, isto é, crentes no Deus único de Abraão, que acreditavam ter sido o fundador da Caaba.

Apesar de a cidade não possuir recursos naturais, ela funcionava como um centro comercial e religioso, visitado por muitos comerciantes e peregrinos.
Em 622 Maomé (Guia-nos à senda reta) foi obrigado a abandonar Meca, numa migração conhecida como a Hégira (Hijra), tendo se mudado para Yathrib (atual Medina).

Nesta cidade, Maomé (À senda dos que agraciaste, não à dos abominados, nem à dos extraviados) tornou-se o chefe da primeira comunidade muçulmana. O seu tio Zubair fundou a ordem de cavalaria conhecida como a Hilf al-fudul, que assistia os oprimidos, habitantes locais e visitantes estrangeiros. O profeta foi um membro entusiasta; ajudou na resolução de disputas, e tornou-se conhecido como Al-Ameen (”o confiável”) devido à sua reputação sem mácula nestas intermediações.

Seguiram-se uns anos de batalhas entre os habitantes de Meca e Medina, que terminaram com a vitória do profeta e seus seguidores. A organização militar criada durante estas batalhas foi usada para derrotar as tribos da Arábia e estabelecer uma unidade cultural.

Após a Hégira, o profeta começou a estabelecer alianças com tribos nômades. À medida que a sua força e influência cresceram, insistiu que as tribos potencialmente aliadas se tornassem muçulmanas. Casou suas filhas com líderes de outras tribos e ele mesmo casou-se com filhas de líderes influentes.

Alguns viram agora Maomé como o homem mais poderoso da Arábia e a maioria das tribos enviou delegações para Medina, em busca de uma aliança. Antes da sua morte, rebeliões ocorreram em uma ou duas partes da Arábia, mas o estado islâmico tinha força suficiente para lidar com elas.

Um ano antes da sua morte, o profeta dirigiu-se pela última vez aos seus seguidores naquilo que ficou conhecido como o sermão final. A sua morte em Junho de 632 em Medina, com a idade de 63 anos, deu origem a uma grande crise entre os seus seguidores. Na verdade, esta disputa acabaria por originar a divisão do islão nos ramos dos sunitas e xiitas. Os xiitas acreditam que o profeta designou Ali ibn Abu Talib como seu sucessor, num sermão público na sua última Hajj, num lugar chamado Ghadir Khom, enquanto que os sunitas discordam.

Trinta anos após a morte do profeta, a comunidade islâmica mergulhou numa guerra civil que deu origem a três grupos. Uma causa próxima desta guerra civil foi que os muçulmanos do Iraque e do Egito estavam irritafos com os desmandos de poder do terceiro califa e dos seus governadores; outra causa foi a de rivalidades comerciais entre facções da aristocracia mercantil. Após o assassinato do califa, a guerra eclodiu entre grupos diferentes, todos eles lutando pelo poder. A disputa sangrenta só foi terminar com a instauração de uma nova dinastia de califas que governavam desde Damasco (e esta dinastia vai continuar até as cruzadas).

Um dos grupos que surgiram desta disputa foi o dos sunitas. Eles tomam-se como os seguidores da sunna (”práctica”) do profeta tal como relatada pelos seus companheiros (a sahaba). Os Sunitas também acreditam que a comunidade islâmica (ummah) se manterá unida. Eles desejavam reconhecer a autoridade dos califas, que mantinham o governo pela lei e persuasão. Os sunitas tornaram-se o maior grupo do Islã (cerca de 84% do total).

Dois outros grupos menores surgiram também deste cisma: Os xiitas e os kharijitas, também conhecidos por “dissidentes”. Os xiitas acreditavam que a única liderança legítima era a que vinha da linhagem do primo e genro do profeta, Ali. Os xiitas acreditavam que o resto da comunidade cometera um erro grave ao eleger Abu Bakr e seus dois sucessores como líderes. Já os kharijitas inicialmente apoiaram a posição dos xiitas de que Ali era o único sucessor legítimo do profeta, e ficaram decepcionados quando Ali não declarou a guerra no momento em que Abu Bakr tomou a posição de califa, crendo que isto era uma traição ao seu legado por Deus. Ali foi mais tarde assassinado pelos kharijitas com uma espada envenenada.

Os Kharijitas consideravam que qualquer homem, até mesmo um escravo, poderia ser eleito califa, desde que reunisse um elevado carácter moral e religioso, e que era legítimo contestar um poder considerado injusto. Como os critérios de “justo” ou “injusto” são um tanto quanto subjetivos, podemos perceber uma certa tendência para a carnificina aparecendo nesta facção. Tanto foi que em menos de 30 anos os Kharijitas se dividiram em quatro facções: os Azraquitas, os najadat, os sufris e os ibaditas. A facção mais radical de todas eram os Azraquitas: consideravam como pecadores todos os outros grupos de muçulmanos e advogavam a luta contra o poder instituído, praticando atos de verdadeiro terrorismo político.

Distinguiam-se por duas práticas peculiares: a primeira era uma prova de sinceridade do recém-convertido ao movimento na qual se exigia que este decapitasse um prisioneiro adversário (imtihân) e a segunda constituía o assassinato religioso, que autorizava matar homens, mulheres e crianças fora do grupo (isti’râd). Entendiam que o território no qual viviam os outros muçulmanos era um território de infiéis (dar kufr), onde era permitido pilhar e matar.

Entre 650 e 656, durante o califado de Otman, o Alcorão (livro cujo nome significa “a recitação”) se estruturou de uma forma mais oficial. Otman nomeou uma comissão para decidir o que deveria ser incluído ou excluído do texto final do Alcorão. Foi então constituído um “livro-referência” a partir do qual se criaram cópias que foram enviadas para Meca, Iémen, Bahrein, Bassora e Kufra.

Somente mil anos mais tarde, em 1694, uma versão completa do Alcorão seria publicada no Ocidente, na cidade de Hamburgo, por Abraham Hinckelmann, um estudioso rosacruz , não-muçulmano.

De 632 a 661, os muçulmanos dominaram toda a península Árabe, a Pérsia (chegando até Damasco) e partes do Egito (chegando até Trípoli). Por volta de 732, ou seja, um século após a morte de Maomé, os muçulmanos expandiram seus domínios até a Espanha.
(Continua)

A Natureza Humana do Elemento Terra


Facilita a nossa compreensão a respeito do elemento terra saber que tudo o que diz respeito a este elemento tem forma, tamanho e peso. Isto se reflete na personalidade da pessoa de forma evidente. Assim é que a pessoa predominantemente terra é pesada, lenta, um tanto avesso às mudanças. Assim é que demonstram propensão por profissões que exigem pouca mobilidade, poucas mudanças. Como expressão de arte, preferem a esculturas e confecção de artesanatos. Grande tendência a se tornar colecionador, museólogos, arquitetos.

Não gosta de mudar, vive "presa" a um local por isso é uma daquelas pessoas que gosta de passar as férias todos os anos num mesmo lugar. Não gosta muito de mudar e por isso muitas vezes vive a vida inteira numa mesma cidade, muitas vezes preferindo ficar sempre numa mesma cidade apegada aos bens materiais, à uma casa, objetos antigo, e coisas assim.

Qualquer situação nova lhe causa ansiedade ou mesmo irritação. Tendência a manifestar ansiedade de antecipação diante de qualquer evento. Se vão vai viajar não consegue dormir na noite anterior e em muitas situações pode isto chegar a causar algum distúrbio físico ( vômitos, diarréia ). O lado da fixidez faz com que ela tema as mudanças tornando-se uma pessoa econômica, exatamente o inverso da pessoa fogo e da pessoa ar que muitas vezes gastam até o que não tem.

A pessoa terra é lenta, adora os vegetais, e como profissão prefere a agricultura e outras ligadas ao próprio elemento ar. Tem grande amor as arvores. É bem afeita ao trabalho pesado, responsável, e dotada de sentimentos com fortes raízes. Sente-se bem com o contato com a terra por isso sente necessidade de, pelo menos, numa parte, do dia ficar descalça.

Quando uma pessoa necessita recompor energia, como já falamos, ela pode captá-la na natureza, especialmente no que diz respeito à energia sutil. Assim sendo visando restaurar ou ampliar o índice pessoal de energia sutil mais facilmente pode-se fazer isso bem mais facilmente a partir do elemento ao qual está mais ligado.

Assim sendo uma pessoa fogo, por exemplo, se recompõe mais facilmente sua energia mantendo-se ao lado de uma fogueira, pela exposição ao sol e especialmente deixando que os raios solares penetrem em sua boca e se projetem sobre o véu palatino. Se a segunda predominância for ar é um bom momento para praticar algum tipo especial de respiração, até mesmo o respirar lenta e profundamente lhe beneficia de forma marcante. A pessoa ar recompõe a energia caminhando ao ar livre, expondo-se à uma brisa suave, e assim sente-se refeita das energias perdidas.

Prefere os medicamentos vegetais, alimentos vegetais, por isso tem tendência ao vegetarianismo. As pessoas do elemento terra geralmente são comilonas e quando nelas o segundo elemento é o fogo está sujeito a serem pessoas insaciáveis. Prefere alimentos pesados e têm tendência a engordar. O processo de assimilação é lento mas mais lento ainda é o de desassimilação por isto é que tendem a engordar. Sente-se bem à sombra de uma árvore ou mesmo se por em contato com uma árvore, admira os penhascos, as montanhas; gostam de alpinismo pois especialmente quando tem forte influência do elemento ar.

Sexualmente forte, mas não dada a aventuras amorosas, nisto difere muito da grande necessidade sexual de fogo e da voluptuosidade erótica de ar. Uma pessoa terra facilmente recarrega-se de energia sutil quando se recosta à uma pedra, a um rochedo, ou mesmo à uma árvore, assim como o contato com o sol recarrega a pessoa ar e o contato com a água a pessoa água. Terra não exige muito liberdade na sua maneira de viver e adaptam-se bem aos regulamentos. É naturalmente uma pessoa ponderada e que não explode fácil, resiste muito às transformações sociais, morais e religiosas. O fixo é o seu forte. Prefere os esportes como atirar dardos, levantar peso e coisas assim. São as pessoas que correspondem ao denominado BIÓTIPO PULMONAR = Tai Yin
(Os japoneses denominam de "Tipo Vaca").

São pessoas com corpo gelado, friorentas, pescoço bem desenvolvido, pernas curtas, muito transpirantes. Tratam-se de pessoas persistentes e teimosas, que mesmo sabendo que estão erradas não mudam.

O indivíduo "terra" sempre está em contato com os sentidos físicos e com o aqui e agora do mundo material, por isto raramente é preciso dizer a eles de que modo devem-se adaptar ao mundo para ganhar a vida, como suprir as necessidades básicas, ou como devem persistir até que um objetivo seja alcançado. Estão sempre sintonizados com o mundo das formas que os sentidos e uma mente prática, encara como real.

Têm compreensão inata a respeito de como o mundo material funciona, e isto lhes dá mais paciência e autodisciplina do que têm os outros elementos. Tentem a confiar mais nos sentidos e no próprio raciocínio do que nas inspirações, nas considerações teóricas, ou na intuição.

São pessoas interesseiras e com facilidade de relacionamento. O elemento terra tem muita objetividade nas cosias, têm os "pés no chão", que acreditam mais nos sentidos, nas razões praticas das coisas; mais ligadas aos elementos da subsistência, do suprir necessidades básicas. São receptivas como a terra, mas de decisão forte e grande força de vontade. Têm muita persistência, eficiência e que falam e agem de forma objetiva e cautelosa. Como se ligam nas coisas materiais elas podem facilmente apegarem-se à rotina e à ordem. Geralmente não gostam do lado abstrato das coisas, da filosofia e da metafísica.

Geralmente escolhe atividades e trabalhos diretamente ligados à terra como agricultura, criação de animais. Na trabalhos sedentários em gabinetes fechados, escritórios, vida sedentária por excelência. Não gosta de caminhar pois é ou sente-se pesada. Quando está em desequilíbrio tem tendência para doenças dos ossos e dos músculos. Gostam muito de sais minerais e vitaminas. Prefere tratamentos à base de massagens, pressão local, cataplasma, ungüentos e coisas assim. É mais de fazer do que de mandar, o inverso de fogo e de ar. Fogo manda mas administra e se faz presente incentivando e resolvendo situações, enquanto ar manda mas não estimula, por assim dizer, ar manda e sai de perto. Isto é o que se pode ver observando o próprio elemento. O fogo embora apresente-se em chamas irrequietas, um tanto livres mesmo assim sempre está ancorada em alguma outra coisa, especialmente no elemento terra ( mineral, vegetal, etc.).

O comportamento sexual de terra embora não seja muito intensamente praticado ele o manifesta de forma um tanto brutal. Gosta de muitos filhos, de prole numerosa e a mulher terra geralmente é uma dona de casa eficiente por ser bem apegada ao lar e aos filhos, por ser caseira e firme nos propósitos. A pessoa terra não tende a ter temperamento colérico, explosivo, mas, por outro lado, está sujeita a ser rancorosa o que não acontece com o ar e o fogo que são explosivos mas não rancorosos.

Dificilmente se envolve com os outros, Medem e pesam todas as conseqüências, são comedidos. Gostam de colecionar pedras, fósseis, adoram pedras preciosas, por isso mesmo quando não as possuem gostam de trabalhar em oficinas, de jóias, ou serem avaliadores de jóias. Tendência a mestres a artesão, gostam de construir coisas, escultores, joalheiros /são ótimos ferreiros e metalúrgicos.

Uma pessoa do elemento terra gosta muito de contos, estórias e lendas. Tem propósito firme e não desiste facilmente, muito obstinada, pouco impetuosa, não intempestiva. Tendência a engenharia, as construções de edifícios, estradas, barragens. Engenharia civil é o seu estudo predileto.

Vemos que todas as coisas se interdependem, que de alguma forma estão unidas em algum nível, que as coisas embora não estejam unidas em totalidade mesmo assim estão interrelacionadas como decorrência de elos comuns que existem em um nível diferente. Seja em que nível for coisa alguma está isolada, pois que há sempre algum tipo de vinculo entre elas. Até mesmo na personalidade aquele vínculo se faz presente. Vemos isso nitidamente quando comparamos a personalidade de uma pessoa com as características dos elementos da natureza. Assim é que na personalidade de uma pessoa há o reflexo dos elementos da natureza, em maior ou menor grau de conformidade com a maior ou menor relação com os elementos.
(José Laercio do Egito)

Arcano 3 - Imperatriz - Daleth

Uma mulher coroada, sentada num trono, mantém contra si, com sua mão direita, um escudo ornado com uma águia amarela, enquanto que com a esquerda sustenta um cetro que termina por um globo encimado pela cruz.
Está representada de frente, com os joelhos separados e com os pés ocultos nas dobras da túnica. A cintura da Imperatriz está marcada por um cinto, que se une a uma gola dourada. A coroa leva florões amarelos e permite que os cabelos da figura se derramem sobre os ombros.
O trono está bem visível e seu espaldar sobressai à altura da cabeça da Imperatriz. No ângulo inferior esquerdo da estampa cresce uma planta. A águia desenhada no escudo olha para a direita.
Significados simbólicos
O verbo, o ternário, a plenitude, a natureza, a fecundidade, a geração nos três mundos. Sabedoria. Discernimento. Idealismo. Influência solar intelectual. É o arcano da Magia Sagrada, instrumento do poder divino.

Interpretações usuais na cartomancia
Gravidez, criatividade, sucesso. Compreensão, inteligência, instrução, encanto, amabilidade. Elegância, distinção, cortesia. Domínio do espírito, abundância, riqueza.
Mental: Penetração na matéria por meio do conhecimento das coisas práticas. Os problemas vêem à tona e podem ser reconhecidos.

Emocional: Capacidade para penetrar na alma dos seres. Pensamento fecundo e criador.
Físico: Esperança, equilíbrio. Soluciona os problemas. Renova e melhora as situações. Poder continuo e irresistível nas ações.

Sentido negativo: Desavenças, discussões em todos os planos. As coisas se embaralham e ficam confusas. Atraso na realização de um acontecimento que, no entanto, ocorrerá.
Afetação, pose, coqueteria. Vaidade, presunção, desdém. Futilidade, luxo, prodigalidade. Deixa-se levar pelas adulações, falta de refinamento, modos de novo-rico.

História e iconografia: A Imperatriz, adornada dos símbolos atribuídos à feminilidade triunfante, pode ser relacionada a um repertório interminável: a Madona cristã, a esposa do rei ou mãe do herói; a deusa primordial de todos os ritos matriarcais, as quatro damas do baralho.

Sobre a figura da Imperatriz parece ser mais importante considerar a sua localização no Tarô (como a terceira da série) e à sua relação com outras figuras do que o seu simbolismo individual, já que o caráter difuso da carta torna sua amplitude inesgotável. Assim, será interessante recapitular tudo que foi escrito sobre o simbolismo do três e a ordem do ternário, bem como às variadas significações atribuídas às damas dos Arcanos Menores.

Na versão de Wirth, a Imperatriz aparece aureolada por doze estrelas, das quais somente nove são visíveis: é evidente o duplo sentido alegórico desta representação, que se refere simultaneamente aos signos do Zodíaco e ao período da gestação. Como o 9 é também representação da inteligência, no momento da sua maturidade, é possível associar os atributos centrais do Arcano III: feminilidade-experiência-sabedoria.

Relacionada em todas as cosmogonias ao simbolismo lunar e à face oculta do conhecimento (Sacerdotisa), a mulher admite também um período solar (Imperatriz), do qual há correspondências nas organizações culturais mais remotas da humanidade.

Do ponto de vista matriarcal, a Imperatriz não é ainda a Eva protagonista do pecado e da queda, mas a que aparece em certas tradições talmúdicas: a fundadora, que reencontra Adão depois de trezentos anos de separação; a que aniquila Lilit – a rival estéril e luxuriosa – para organizar junto ao primeiro pai a família dos homens.

Alguns comentaristas do Islã vêem nesta Eva triunfante do adultério a representação da passagem das sociedades anárquicas ao princípio de ordem dos tempos históricos. Seu túmulo mítico se localiza em Djeda ou Djidda, às margens do mar Vermelho e próximo da montanha sagrada de Arafat, onde o teria ocorrido seu reencontro com Adão, para formar o casal primordial.

A Imperatriz, finalmente, é símbolo da palavra e representa o envoltório material do corpo, seus órgãos e suas funções. Ouspensky a imagina repousando sobre um trono de luz, bela e fecunda, em meio à interminável primavera.
(Por Constantino K. Riemma)

A ALQUIMIA IV

Os sete metais:

Na natureza, a terra contém "sementes" que dão origem aos metais por um processo de evolução e aperfeiçoamento. Todos os metais, com o tempo, transformar-se-ão em ouro que contém o equilíbrio perfeito dos quatro elementos.

Na alquimia não existe matéria morta e todas as substâncias, animal, vegetal ou mineral, são dotadas de vida e movimento, ou seja, possuem suas energias características.

Ouro - representado pelo Sol.

Prata - representado pela Lua.

Mercúrio - representado pelo planeta Mercúrio.

Estanho - representado por Júpter.

Chumbo - representado por Saturno, por ser considerado pesado e lento.

Cobre - representado por Vênus, maleabilidade, sossego, beleza e prazer.

Ferro - representado por Marte.

A unidade da matéria e do universo:

DEFINIÇÕES NA ALQUIMIA

O dualismo sexual: A energia original é criada pela junção dos princípios masculino e feminino (sol e lua). Muitos alquimistas constituem casais na busca da Grande Obra, porém para que ocorra uma perfeita união alquímica este casal, ou seja, estas duas metades devem ser complementares formando um único ser (como a figura alquímica do andrógino). Contudo é muito difícil encontrar um par que produza uma união tão perfeita.

O Cosmo: O cosmo é visto como um ser vivo sendo que seus constituintes tem espírito e propósito definido. As estrelas exalam um campo de energia que pode ser sentido e utilizado pelo homem e assim obter as transformações.

A vida: Existe uma crença na alquimia da criação artificial de um ser humano, o homúnculo ou Golem, porém estes relatos de alguns alquimistas célebres poderia referir-se de forma figurada ao processo de fabricação da pedra filosofal, onde o homúnculo representaria a matéria prima para a fabricação da pedra ou então uma fase da iniciação em que o homem ressurge após a morte do outro já degradado.

Na concepção alquímica tudo o que existe é vivo, até mesmo os minerais. Os metais vivem, crescem, reproduzem-se e evoluem. Portanto qualquer metáfora sobre seres vivos podem estar referindo-se também ao reino mineral. A natureza e todos os seus constituintes devem ser respeitados para que a harmonia perfeita possa ser mantida.

Esta consciência opõe-se claramente a forma de encarar a natureza até hoje, em que esta deve ser explorada o máximo possível e ainda consideram isto a evolução da humanidade. Reaprender a ver, sentir e ouvir a natureza, significa incorporar-se a ela, para relembrar o remoto passado quando fazíamos parte dela integralmente.

O amor: Todo o conhecimento alquímico está alicerçado no amor e por isso inacessível aos processos científicos atuais. A união pelo amor está sempre presente em qualquer obra alquímica representando uma energia que une dois princípios ou dois materiais, tornado-os um só. De forma figurada é descrita como o casamento do Sol e da Lua, do enxofre e do mercúrio, do Rei e da Rainha, do Céu e da Terra ou do irmão e da irmã, por terem vindo da mesma raiz ou mesma substância.

Astrologia: Na alquimia a astrologia exerce um papel fundamental desde a escolha do momento certo para o início da obra, da colheita dos materiais utilizados, até o momento mais propício para o alquimista trabalhar.

A prática alquímica, de maneira extremamente resumida, consiste em pegar a prima materia (matéria-prima primordial) eliminar as suas impurezas (morte e renascimento), separar seus componentes (mercúrio e enxofre) e reuni-los novamente (por intermédio do sal) fixando os elementos voláteis, formando assim a pedra filosofal. Seria como "libertar o espírito por meio da matéria e a própria matéria por meio do espírito", ou ainda, fazer do fixo, volátil e do volátil,o fixo, onde não se pode fazer cada etapa independentemente.

O alquimista é uma peça fundamental nos experimentos e não somente um simples observador. O experimento e o experimentador constituem uma única coisa na alquimia.

Este ponto de vista do experimentador como participante está agora sendo retomado pela física quântica, alterando o termo observador para participante. Portanto, mesmo tendo o conhecimento prático do processo, se tiver perdido a pureza do espírito, a Grande Obra não poderá ser concluída.

Vários alquimistas relatam doze processos, em três etapas ou três obras, para a realização da Grande Obra que, contudo, não correspondem literalmente aos nomes conhecidos. São eles: Calcinação - constitui a purificação do primeiro material pelo fogo, sem contudo diminuir seu teor de água. Solução ou dissolução - a parte sólida é dissolvida na água, porém é relatado que esta água não molha a mão.A água pode ser o próprio mercúrio. Esta é uma "dissolução filosófica" em que o solvente mata os metais, portanto esta fase é um símbolo da morte para os três reinos.

Separação - o mercúrio é separado do enxofre. Fornecendo um calor externo adequado, o mercúrio que contém o enxofre interno coagula a si mesmo graças a um artificio que constitui um segredo, o secretum secretorum, que é uma marca divisória entre a alquimia e a química. Este artifício consiste, metaforicamente, em capturar um raio de sol, condensá-lo, aprisioná-lo em um frasco hermeticamente fechado e alimentá-lo com o fogo. A terra fica em baixo enquanto o espírito sobe.

Esta etapa completa a primeira obra e quando concluída corretamente pode se ver a formação de uma estrela dentro do frasco. Conjunção - o mercúrio e o enxofre são novamente unidos. Toda a operação deve ser realizada no mesmo recipiente, sendo que nesta fase o frasco é hermeticamente fechado.

Putrefação - o calor mata os corpos e a putrefação ocorre. Aparece uma coloração escura, enegrecida. Congelamento - nesta fase aparece uma coloração esbranquiçada, um calor brando é quem promove esta mudança. Cibação - à matéria seca deve ser adicionado os componentes necessários para alimentá-la.

Sublimação - fase em que o corpo torna-se espiritual e o espírito corporal, ou seja, volatilizar o fixo e fixar o volátil, sendo que um processo depende do outro e não é possível fixar um sem volatilizar o outro. Para esta fase é relatado uma duração de quarenta dias. Porém, todo esse processo que se encerra com a sublimação teve início na conjunção e constitui a segunda obra.

Fermentação - adiciona-se ouro para tornar o já existente mais ativo.

Exaltação - processo semelhante a sublimação, seria uma ressublimação. Multiplicação - uma quantidade maior de energia é acrescida nesta etapa, porém não é necessariamente a matéria que aumenta. Projeção - teste final da pedra em seus usos normais, como a transmutação. O agente da dissolução é convertido em paciente que sofre a operação na fase da coagulação. Por isso a operação é comparada a brincadeira de criança de "pular carniça" em que ora um pula o outro e ora é pulado.

21 de agosto de 2009

ORIGEM DO DIABO II

Os chifres sempre foram representações da luz, da sabedoria e do conhecimento entre os povos antigos.

Portanto, como podemos perceber, desde tempos imemoráveis os chifres foram considerados símbolos de realeza, divindade, fartura, e não símbolos do mal como muitos associaram e ainda associam. O chifre sempre simbolizou a força de um animal, ou o poder de uma pessoa ou nação.

Podemos dizer, então, que o Deus, a Grande Mãe e o Deus Cornífero representam juntos as forças vitais do Universo Cornífero. É o mais alto símbolo de realeza, prosperidade, divindade, luz sabedoria e fartura. É o poder que fertiliza todas as coisas existentes na Terra.

Já as patas de bode sempre representaram o contato com a terra, a virilidade, a prosperidade e a fertilidade, próprias de quem trabalha no campo e não tem medo de galgar as montanhas do espírito em direção ao seu topo.

Vimos que o deus Pan representa a Árvore da vida, a liberdade do ser humano de desfrutar a natureza em paz e harmonia, de manter o contato com a divindade e a liberdade de pensamento. pan representa o sexo como fonte de prazer para o homem e a mulher, bem como uma maneira de se chegar ao estado divino sem a necessidade de “pedágios”.

E por esta razão, foi tão necessário para o catolicismo transformá-lo no “adversário” e, através de séculos de terror e mentiras que ela mesma criava (e cria até hoje) para seus fiéis, estamos hoje com uma imagem totalmente deturpada da natureza e de seus deuses antigos.

Para estudar a história das religiões, devemos mergulhar o mais fundo que pudermos e depois analisar cada passo historicamente, assim conhecemos direito a origem de cada coisa e entendemos como elas foram manipuladas pela Igreja.

Começaremos com a Índia:
Na tradição hindu, Shiva é o destruidor (ao lado de Brahma, o criador e Vishnu, o mantenedor). Na verdade Shiva destrói para construir algo novo, assim, prefiro chamá-lo de “renovador” ou “transformador”. Suas primeiras representações surgiram no neolítico (4.000 a.C.) na forma de Pashupati, o Senhor dos Animais. Assim como Kali, Shiva é o destruidor do Ego, dos defeitos e das podridões que precisam ser limpas em nossas almas para que possamos nos desenvolver.

O tridente mais antigo que se tem registo é o Trishula, a arma principal de Shiva, retratado aproximadamente 6.000 anos atrás. É com essa arma que ele destrói a ignorância nos seres humanos. Suas três pontas representam as três qualidades da matéria: tamas (a inércia), rajas (o movimento) e sattva (o equilíbrio). Eles também representam os três Nadis (Ida, Pingala e Sushumna) que correm ao lado da coluna e que são muito importantes no processo de circular a energia através dos chakras e pela Kundalini.

Portanto, para os Indianos e durante mais de 4.500 anos, o tridente foi o símbolo de sabedoria; uma arma sagrada que todos nós devemos sempre lembrar de carregar conosco.

Uma das armas mágicas mais simples e eficazes que um magista pode carregar consigo são os chamados “mudras”. Mudras são posições de mãos aliadas a respirações, que ajudam a direcionar e canalizar a energia dentro de nós e ao nosso redor para determinadas ações, através de eletromagnetismo.

O chamado “Mudra de Trishula” é formado unindo nossos polegares aos dedos mínimos e deixando os outros três dedos levemente afastados, na forma de um tridente. A posição de “Trishula” é a 28. As outras eu não vou falar o nome nem dizer para que servem (pelo menos não agora).

Você pode fazer suas meditações com as mãos nesta posição sempre que quiser destruir algum sentimento ruim que esteja dentro de você.

Mahakal é um deus que se originou dos cultos a Shiva e ficou famoso em toda a Indonésia. Ele é considerado o senhor da Morte e da Ressurreição, aquele que destrói toda a ignorância e todos os defeitos para que as pessoas possam renascer e desenvolver suas qualidades. Ele também carregava um tridente em uma de suas mãos e uma serpente na outra. A serpente, como já vimos em matérias anteriores, é o símbolo da Kundalini e do despertar de nossa consciência cósmica.

Ou seja, antes de começarmos a querer despertar nossa consciência cósmica e nossos poderes de X-men, temos primeiro de destruir nossos defeitos cardinais. Onde já ouvimos algo semelhante? Isso mesmo! Yeshua disse em uma de suas parábolas:
“Não se põe vinho velho em odres novos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho, e os odres se perdem. Mas põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam” (MT 9,17).

E o que este ensinamento quer dizer? Que a Morte é necessária. Devemos SACRIFICAR nossos defeitos e nossos pensamentos malignos, mesmo que eles tenham acabado de nascer, no ALTAR de nossos pensamentos, para que, somente limpos de nosso ego e de nossos defeitos, possamos desenvolver a Serpente/dragão (Kundalini, a consciência cósmica) que existe dentro de nós.

Epa! Sacrificar? Nascidos? Altar? Dragão? Tridentes? Hummmm! Podemos ver que muitas das coisas que foram distorcidas pela Igreja Católica a respeito de outras religiões começam a fazer sentido.

Dos três deuses principais da mitologia grega (Zeus, Poseidon e Hades), Poseidon era o senhor dos grandes mares. A ele cabiam os domínios de todos os mares e, consequentemente, de todo o entorno nas quais o mundo estava contido (simbolicamente, os grandes mares do Abismo envolvem as sete esferas inferiores dentro da Árvore da Vida). Poseidon, portanto, representava o senhor dos limites, aquele que domina as águas do abismo, com um poder que originalmente era até superior ao de seu irmão Zeus.

Simbolicamente, enquanto Zeus possuía o Raio como arma principal (novamente uma referência à Kabbalah e à Árvore da Vida e uma das mais importantes de todas), Poseidon era o detentor do Tridente, a chave para a libertação da Roda de Sansara. A arma mais importante de todas, pois era através dela que o ser humano consegue dominar os quatro elementos e se tornar senhor do seu Destino.

Como símbolo, o tridente era usado por todas as pessoas como símbolo de proteção. Talvez apenas ficasse no mesmo plano de popularidade que o Falo de Pan/Fauno ou do Pentagrama de Vênus/Astarte/Afrodite (desnecessário dizer o que aconteceu com esses outros símbolos, certo?).

E assim permaneceu, como um dos símbolos mais poderosos e importantes da antiguidade, até a chegada de Constantino, o deturpador, e da criação da Igreja Católica Apostólica Romana, quando o tridente passou a fazer parte do arsenal de badulaques para assustar os fiéis.

OS ORÁCULOS

Há mais de 40.000 anos as tribos mais antigas conseguiam entrar em contato com o Mundo Astral de diversas maneiras. Seus sacerdotes comunicavam-se com os espíritos dos antepassados em busca de conselhos e indicações enquanto dormiam ou durante rituais envolvendo ervas capazes de alterar o estado de consciência dos participantes no ritual.

Os xamãs também eram capazes de entrar em contato com o Reino Espiritual através de oráculos e rituais de conjuração de seres que eles chamam de Elementais.

Nas religiões Aborígenes (Austrália) e Tribais (Africanas), os nativos possuem o mesmo nome para designar o “Reino dos Sonhos” e o “Reino dos Mortos”. Nestas religiões, os deuses e os espíritos iluminados conseguem se comunicar com os sacerdotes através da mediunidade deles (fazendo conexões entre seu corpo astral e os chakras dos médiuns, os espíritos conseguem agir através do corpo de um médium). Além dos espíritos, outras entidades astrais (chamadas de Devas pelos hindus, Orixás pelos africanos e Elementais pelos celtas) também são capazes de incorporar um médium capaz de recebê-los.

Entre os gregos, as sacerdotisas de Hecate também eram conhecidas pelo nome de Ptionísia ou Oráculo (mais uma conexão com o filme Matrix) e conseguiam estabelecer um contato entre os vivos e os mortos para obter conselhos e previsões.

Da Grécia, os oráculos chegavam até praticamente todos os pontos do mundo conhecido. Rituais de magia que lidavam com o astral são descritos em diversos poemas e praticados por comandantes, soldados e sacerdotes iniciados.
Situado na Grécia, no que foi a antiga cidade chamada Delfos (que hoje já não existe), o Oráculo de Delfos era dedicado principalmente a Apolo e centrado num grande templo, ao qual vinham os antigos gregos para colocar questões aos deuses.

Delfos era um complexo de construções num terreno sagrado para os antigos gregos, onde se realizavam os Jogos Píticos e havia um templo consagrado ao deus Apolo, originalmente consagrado à Pítia. Neste templo, as sacerdotisas de Apolo (Pitonisa) faziam profecias em transes. As respostas e profecias ali obtidas eram consideradas verdades absolutas.

Dos romanos e dos celtas, este conhecimento também chegou até a Europa, onde utilizavam deste contato para conversar com os antepassados, conjurar elementais e adquirir conhecimento e iluminação. As belíssimas obras de arte deixadas por todos estes povos são um retrato claro da interação entre vivos e mortos, espíritos e sonhadores, deuses e mortais.

Os nórdicos possuíam lendas a respeito das Valkírias, dos Einherjar, das runas e de toda a estrutura de contato entre os vivos e os mortos. Suas lendas refletem um profundo conhecimento dos iniciados a respeito da Árvore da Vida.

O próprio Jesus Cristo (Yeshua) é retratado em diversos Apócrifos como tendo “escrito nas areias” antes de responder aos questionamentos de alguns homens que o procuravam. Como Essênio, é muito claro que ele era também um Mestre de Geomancia, que basicamente consiste em se riscar traços na areia em um estado alterado de consciência e depois decodificar a mensagem recebida.
A Geomancia tradicional funciona com base na estrutura simbólica da Árvore de Jacob, ou seja, utiliza-se quatro níveis que através da meditação, resultam em símbolos que podem ser codificados como “zeros” ou “uns”. A partir destas combinações temos desde (1-1-1-1 – Via) até (2-2-2-2 – Populus), cada um associado aos sete planetas tradicionais (mercúrio, vênus, marte, júpiter, saturno, lua e sol) e o dragão (cauda e cabeça) que representa a própria escada de Jacob. Cada planeta aparece em seu aspecto solar (yang) ou lunar (yin), totalizando 16 combinações possíveis.Como a seqüência divinatória completa envolve também os quatro mundos (espiritual, emocional, mental e físico), temos um total de 16 x 4 = 64 combinações (curiosamente e “coincidentemente” o mesmo resultado dos trigramas do I-ching…). Mesma coisa, nomes diferentes.

De acordo com a visão judaica, o Urim e Tumim remonta ao Sumo Sacerdote de Israel. A placa peitoral que utilizava era dobrada ao meio, formando um bolso onde ficava um pergaminho contendo o nome de Deus. Este nome fazia com que certas letras gravadas sobre as pedras preciosas acendessem de acordo com as questões perguntadas. Aquele que desejava uma resposta (apenas questões de relevância dentro da comunidade israelita poderiam ser perguntadas) ia ao sumo sacerdote . Este se virava para a arca da aliança, e o inquiridor de pé atrás do Sumo-Sacerdote fazia a pergunta em voz baixa. O sumo sacerdote, olhando para as letras que se acendiam, era inspirado para decifrar a resposta de Deus. Estes utensílios foram utilizados até a destruição do Primeiro Templo, quando pararam de funcionar.

Geralmente os cristãos creem que Urim e Tumim fossem duas pedras colocadas no peitoral do Sumo Sacerdote de Israel, contendo em uma face resposta positiva e em outro resposta negativa. Fazendo-se a pergunta, jogavam-se as pedras, e de acordo com os lados que caíssem era confirmado uma resposta negativa, positiva ou sem resultados. Alguns personagens bíblicos e, posteriormente, diversos rabinos, utilizavam-se de duas pedras, uma branca e uma negra, que ficavam em um saco especialmente preparado, para fazer as vezes de oráculo. Podemos encontrar diversas referências bíblicas a respeito deste antigo método oracular (Exodo 28:30, Levítico 8:8, Números 27:21, Deuteronômio 33:8, Samuel 28:6, Esdras 2:63 e Neemias 7:65).

As pedras brancas e negras faziam também o papel dos traços na areia, e por sua praticidade, começaram a ser usadas também como um auxílio à Geomancia. Ao invés de riscar os traços na areia, o consulente pegava em um saco pedras brancas ou negras e fazia as combinações necessárias (de maneira semelhante às moedas do I-ching).

Com a associação das letras e números do alfabeto hebraico (também chamada Gematria), os Pitagóricos e alguns Oráculos utilizavam ossos esculpidos para representar estas letras (que por sua vez também representavam planetas, signos e elementos, e todas as gazilhões de informação que cada elemento desses simboliza).

Muita gente se pergunta qual seria o elo de ligação entre o Urim e Tumim, as Runas e o Tarot. A resposta, por mais prosaica que pode parecer, sempre remete aos inocentes e singelos jogos (e nunca vamos nos esquecer dos vícios dos Jogos de Azar… “seres humanos, profanando tudo o que encontram pela frente desde 4.000 AC”).

Dados como oráculos e utilizados como jogos de azar são registrados desde o Mahabharata até os Salmos (salmo 22:18, “repartem entre si minhas vestes, e sobre minha túnica lançam sortes”).

Para substituir as duas pedras de Urim e Tumim, eram arremessados dois dados, numerados de 1 a 6. O número de combinações possíveis é de 21 (1-1, 1-2, 1-3, 1-4, 1-5, 1-6, 2-2, 2-3, 2-4, 2-5, 2-6 e assim por diante) totaliza 21 (com algumas jogadas com maiores possibilidades do que outras, os chamados “duplos”, entre eles o famigerado “Snake eyes”, equivalente ao arcano do Diabo).

Os dominós nada mais são do que estas 21 jogadas de dados colocadas lado a lado. Posteriormente, alguns jogos de dominó passaram a contar também com uma das casas vazias, para simular o lançamento de apenas um dado, elevando o total de possibilidades para 28.Tudo o que restou desta transição nos baralhos modernos foi justamente as figuras da corte, que aparecem “divididas” ao meio, tal qual as peças de dominó.

Das 16 pedras originais, os celtas e os nórdicos desenvolveram a estrutura que ficou conhecida como “Elder Futhark”. As primeiras referências que temos do uso de runas datam de 150 DC. Composta de 24 letras, parcialmente adaptadas do alfabeto grego e do romano. Todo mundo pensa que runas eram exclusividades nórdicas, mas pouca gente sabe que existiam também jogos de runas baseadas no alfabeto Etrusco, composto de 20 símbolos.

As runas, chamadas não por acaso de “folhas de Yggdrasil”, foram os segredos passados para Odin durante os nove dias que ficou espetado pela própria lança na “Árvore dos Mundos” (nove dias, nove esferas descontando Malkuth…)

Cada uma das 24 runas representa um Caminho dentro da Árvore da Vida, mais duas runas que representam Yesod e Malkuth. Além disso, cada conjunto de runas possui sua própria mitologia envolvendo diversos deuses nórdicos.

Os celtas tinham sua própria versão das runas, que usavam também para confeccionar talismãs. O problema é que as runas celtas eram tradicionalmente esculpidas em galhos cortados de macieiras, o que fez com que pouquíssimos exemplares ficassem preservados nos museus. Os nórdicos entalhavam suas runas em pedras, o que fez com que exemplares intactos chegassem até os dias de hoje.

A Magia prática rúnica se assemelha muito à magia ritualística cabalista, sendo (na minha opinião) mais simples para um magista iniciante de trabalhar. Nas runas, cada uma das 24 pedras do Oráculo encerra uma lenda rica e profunda; desde a famosa “Ponte do arco Íris”, guardada por Heimdall, que representa o caminho de Tav na Árvore da Vida, até a própria estrutura da origem das runas, provenientes do sacrifício de Odin durante nove dias (nove esferas fora do mundo material na Kabbalah).

No Egito, especialmente Alexandria, estava o berço dos Illuminati e os maiores avanços esotéricos e científicos. Quando os Mamelucos tomaram o controle daquela região, eles tomaram muitos dos conhecimentos dos Sufis (os místicos islâmicos), especialmente seus conhecimentos de Astrologia e Oráculos (que já vinham sendo desenvolvidos desde o século XI, com al-Ghazali). Este conhecimento passou posteriormente para os Templários, Cátaros e Rosacruzes.

Da combinação da Gematria (as 22 letras e números do alfabeto hebraico) somados ao conceito dos 4 Mundos (que eram representados simbolicamente pelos 4 elementos) e as dez esferas, temos as primeiras impressões de um oráculo que era chamado de “Tarock Mamluk”. Os protótipos dos primeiros conjuntos de Tarot.
O primeiro registro a respeito de um deck de tarot consta de 1376, em Bern, na Suíça (justamente os católicos banindo qualquer tipo de “adivinhações” da cidade). Os decks mais antigos que se tem exemplares são os Visconti-Sforza (produzido por volta de 1450-1490 e já com os tradicionais 78 Arcanos, embora nenhum museu do mundo tenha mais do que trinta deles em sua coleção), da família de ocultistas italianos que foram patronos de ninguém menos que o Grão Mestre Leonardo daVinci (1452-1519); o tarot de Visconti de Modrone (produzido por volta de 1466) e o Brera-Brambilla, confeccionado por Francesco Sforza em 1463 (Francesco Sforza foi mencionado no “Príncipe”, de Maquiavel e serviu como modelo para uma das mais famosas estátuas do Leonardo DaVinci).

Ao contrário da crença popular, o “Tarot de Marselha” não faz parte da primeira leva de tarots que apareceram no ocidente nos séculos XIV e XV. Seu nome origina-se no capítulo XI do livro “O Tarot dos Boêmios” em 1889(imagem abaixo), escrito por ninguém menos que o dr. Gerard Encausse (Papus) e baseado nos tarots de Noblet (1650) e Dodal (1701). Uma das características principais deste tarot é conter a Papisa Joana no lugar da Sacerdotisa (Arcano 2).
E do século XVIII até o dia de hoje, milhões de tipos diferentes de tarot foram criados. Uns bons, a imensa maioria cópia ou plágio dos tradicionais e um monte de porcaria… mas isso é assunto para uma coluna só de tarot.

Texto: Marcelo Del Debbio

ARCANO 2 - Sacerdotisa - Gimmel


Uma mulher sentada, com um livro aberto sobre a saia e uma coroa tripla na cabeça.Olha para a esquerda e veste uma túnica vermelha sobre a qual se desdobra um manto azul (em algumas versões as cores são opostas). Duas partes da sua tiara estão ornadas de florões, mas a parte superior é uma simples abóbada. Um véu, que lhe cai sobre os ombros, cobre totalmente os seus cabelos; na mesma altura desse véu, por trás, aparece uma cortina cujos pontos de fixação não são visíveis. Tampouco se podem ver os pés da mulher, assim como a base do trono. Fato curioso, que é reencontrado somente no arcano XXI, é que a figura ultrapassa a margem superior do quadro: o extremo da tiara supera a linha negra, um pouco à direita do número II.

Significados simbólicos
A Sabedoria, a Gnose, a Casa de Deus e do homem, o santuário, a lei, a Cabala, a igreja oculta, a reflexão.
Fala também do binário, do princípio feminino, receptivo, materno.
Mistério. Intuição. Piedade. Paciência, influência saturnina passiva.

Interpretações usuais na cartomancia
Reserva, discrição, silêncio, meditação, fé, confiança atenta. Paciência, sentimento religioso, resignação. Favorável às coisas ocultas.
Mental: Grande riqueza de idéias. Responde a problemas concretos melhor do que a questões vagas.
Emocional: É amistosa, recebe bem. Mas não é afetuosa.
Físico: Situação garantida, poder sobre os acontecimentos, revelação de coisas ocultas, segurança de triunfo sobre o mal. Boa saúde, mas com um ritmo físico lento.
Sentido negativo: Dissimulação, hipocrisia, intenções secretas. Mesquinharia, inação, preguiça. beatice. Rancor, disposição hostil ou indiferença. Misticismo absorvente, fanático. Peso, passividade, carga. As intuições que traz invertem seu sentido e se tornam falsas. Atraso, lentidão nas realizações.

História e iconografia
A tradução exata do nome que o Tarô de Marselha dá a este arcano (La Papesse) é A Papisa. Outras versões, como A Sacerdotisa ou A Alta Sacerdotisa, vêm do nome que lhe é dado em inglês (The High Priestess).

A figura da Papisa faz alusão a um fato histórico, ou melhor, lendário, que ocupa um lugar notável na literatura da Idade Média: a pretensa existência de um Papa do sexo feminino. A tradição popular diz que uma mulher ocupou a cadeira de São Pedro durante alguns anos sob o nome de João VIII.

Várias versões aparecem, mas o mais antigo testemunho que chegou até nós é bastante posterior à data de seu suposto reinado.

De qualquer modo, para o estudo tradicional e iconográfico do Tarô, não importa estabelecer alguma fidelidade histórica. Embelezada com o correr do tempo, uma de suas versões combina admiravelmente com o simbolismo maternal que se atribui à estampa: segundo tal versão, a papisa teria ficado grávida de um dos seus familiares e, como não se recolheu à época do parto, o acontecimento teria se dado em plena rua, durante uma procissão entre a igreja de São Clemente e o palácio de Latrão.

Com a dramática descoberta do embuste, o enfurecido séquito papal teria assassinado Joana e seu filho. Antigas tradições romanas asseguram que, no lugar do homicídio, permaneceu durante séculos um túmulo ornado por seis letras P, que podiam ser lidas de três maneiras diferentes (jogando com a inicial comum a Papa, Pedro, pai e parto).
Ainda com relação a essa lenda, deve-se assinalar um fato notável: na célebre Bíblia ilustrada alemã do ano de 1533, a grande prostituta do Apocalipse está representada com uma tiara na cabeça, A tradição afirma que foi desenhada deste modo por desejo expresso e sugestão de Martinho Lutero.

Enquanto o Mágico não poderia permanecer em repouso (numa unidade andrógina onde tudo é impulso e estímulo), a Sacerdotisa é o próprio repouso: sentada, majestosa, receptiva, seu reino é binário, uma etapa na distinção da polaridade do universo. Se o binário equivale a conflito, no sentido de rompimento da unidade, de abandono do caos essencial onde não existem as magnitudes nem os nomes, é também a primeira etapa dolorosa e imprescindível das vias iniciáticas, o começo da busca da identidade.

A Sacerdotisa representa a submissão majestosa às exigências dessa iniciação, o equilíbrio que a repartição elementar de forcas produz no conflito.

O que o Arcano I era para a encarnação das energias espirituais o Arcano II o é quanto à aceitação dessa metamorfose: o reconhecimento prévio da luta entre os princípios branco-negro, dia-noite, Yang-Yin.

Alguns autores vêem na Sacerdotisa a representação de Isis, com todas as suas conotações noturnas e ocultas. Também a associam a Cassiopéia, a rainha negra da Etiópia e mãe da constelação Andrômeda, e a Belkis, a belíssima rainha de Sabá, para quem Salomão teria composto o Cântico dos Cânticos. Essa relação da Sacerdotisa com deusas e rainhas negras (ou escuras) não parece casual e acentua a contrapartida com a carta a seguir: o simbolismo branco, luminoso e diurno do Arcano III (A Imperatriz), com quem a Sacerdotisa forma a dupla oposta e complementar da feminilidade.

Este símbolo subterrâneo, que se refere ao aspecto esotérico da revelação, teria passado para o cristianismo sob a forma das virgens negras, cujo ritual se realiza com freqüência numa cripta ou num lugar inacessível.

Mãe, esposa celeste, senhora do saber esotérico, a Papisa ou Sacerdotisa ocupa na estrutura do Tarô o lugar da porta, da passagem entre o exterior e o interior, do ponto imóvel e comum entre a Casa e a rua.
Por Constantino K. Riemma

A Natureza Humana do Elemento Ar


Paracelso atribuiu um espirito da natureza, específica para cada um dos elementos. Esses espíritos ou algo equivalente são mencionados em todas as mitologias e simbolizam, o modo de atuação do elemento. Segundo Paracelso podemos trabalhar com essas forças.

Deu o nome sílfides aos elementais do ar e ensinou que eles podem ser controlados pela constância. É evidente que uma abordagem decisiva e constante da vida é algo que as pessoas de “ar ” devem cultivar. Para os de “ar ” é difícil assumir um compromisso com uma determinada resolução, mas esse é um passo importante na evolução deles.

A tradição sobre os quatro elementos estão presentes em todas as culturas. No Tibete, por exemplo, aquelas contrações chamadas de "estupas" são gigantescos símbolos da estrutura da criação. A base da estupa é um grande cubo representando a terra, e sobre o qual repousa uma esfera que representa a água.

No alto da esfera há uma estrutura semelhante à uma espiral simbolizando o elementos fogo. Bem no topo há uma meia-lua representando o ar e sobre a qual existe uma pequena esfera indicando o éter, para os tibetanos é a força primária da qual emanam todas as outras.

A estupa representa o alicerce básico da cosmologia tibetana, portanto, os elementos eram considerados como as energias fundamentais do Cosmos.

Na cultura da Índia vamos encontrar uma concepção bem parecida para os elementos, como podem-se ver nas escrituras sagradas da Índia ( Bhagavad Gita ).

As bases filosóficas da medicina indiana, a Medicina Ayuvédica, assim como a chinesa, a Acupuntura, também são baseadas nos conceitos dos elementos.

As pessoas do elemento Ar são líderes natos, preferem dar ordens a cumprí-las. Estão a frente do tempo, são decididas, curiosas, apreciam a lidar com pesquisas. Famosos cientistas são deste elemento.

O ar é livre praticamente só está preso à força de gravidade. Ele muda rapidamente e desloca-se para lugares diferentes em rápida sucessão. Assim é a pessoa deste elemento.

São pessoas que não guardam rancor e, por estarem além do seu tempo, estão sempre distraídos, aéreos.

Via de regra se encontra no filho muito das características temperamentais dos pais e mesmo de outros ancestrais que ainda estão vivos. Neste caso como explicar que o temperamento é algo inerente ao espírito e não à matéria? - Vejamos isto; por exemplo, na realidade a capacidade de irritabilidade de uma pessoa está implícita no corpo de forma passiva e que pode ou não ser ativada, em maior ou em menor grau, pelo espirito[1]. Se o espírito for calmo ele não ativa a agressividade inerente ao corpo que possui, tal como um o piano, embora contendo uma determinada nota esta não soa se não for percutida pelo pianista. Cabe ao pianista num teclado repleto de notas extrair uma música utilizando-se das notas adequadas e evitando as inadequadas. No piano há a "predisposição" para o inverso e o comando é dado pelo pianista que tem que superar, que evitar percutir notas inadequadas e percutir notas adequadas. O aprendizado do tocar consiste, pois, no saber usar ou não usar na execução aquilo que for preciso para que a apresentação seja perfeita.

Na relação corpo/espírito é exatamente assim também. No corpo está inerente aquilo que este tem de evitar ou de utilizar. Nisto é que reside uma das necessidades do espirito receber um corpo para se desenvolver.

Na realidade é a matéria quem traz as características da pessoa registradas, mas que correspondem exatamente àquelas que o espirito precisa aprender a corrigir, condições a serem superadas, vencidas. Se as características fossem inerentes somente ao espirito, para que então a matéria, para que encarnar se ele tinha em si as possibilidade de execução? O corpo é "preparado" com barreiras que devem ser vencidas, superadas pelo espírito, e nisto reside o principio da transformação no desenvolvimento.

Pelo que dissemos pode-se sentir não ser conflitivo quando é dito que as características pessoais resultam de alguns fatores de natureza genética como afirma a ciência oficial, e dos elementais da natureza como afirmam alguns sistemas místicos, mas que dificultam o entendimento quando as religiões e sistemas místicos concomitantemente também dizem que é o espirito e não a matéria quem responde pela maneira de ser, pelas características de uma pessoa. Afirmamos sim, a matéria é o instrumento e o espirito o musicista e que cada musicista recebe o instrumento mais adequado para o exercício de sua arte.
(Baseado em texto de José L.do Egito-FRC)

ASTROLOGIA: COMEÇANDO UM HORÓSCOPO


Chegou a hora de você começar a desenhar o horóscopo da Chiquinha, a nossa personagem para nosso horóscopo. Se você, todavia, resolveu fazer outro horóscopo (o seu, por exemplo), proceda como segue:

3.1 - Desenhe um Mapa Astral vazio, como este acima, que pode ser comprado em qualquer papelaria de bom nome.

3.2 – Aproveite e compre um “transferidor”, ou retire aquele que está perdido em algum canto de sua casa.

3.3 - Coloque o seu transferidor com a posição ZERO GRAU na linha divisória entre um signo e outro. Por exemplo, a posição ZERO GRAU em PISCES, no zodíaco acima, é aquela linha que divide PISCES de ARIES.

3.4 - Agora, desenhe os PLANETAS dentro dos signos, conforme a tabela que você obteve no site ephemeris.com. No meu exemplo, eu desenharei o SOL na posição 1 grau e 54 minutos DENTRO do signo de PISCES, isto é: desenharei o símbolo do SOL um pouco acima do último círculo. E assim, sucessivamente.

3.5 - Veja o resultado abaixo. Mas antes de se perguntar que símbolos são aqueles, no mapa acima, preocupe-se em localizar os planetas corretamente, conforme calculamos nos sites indicados.

Olhe ao lado do SOL, ao lado de Júpiter e no signo de Cancer. Ainda vamos aprender o que significa a CAUDA DO DRAGÃO, a RODA DA FORTUNA e BOCA DO DRAGÃO. Mas isto fica para depois.

O mapa acima, posicionando os planetas, foi feito com o software KEPLER, um programa muito bom para uso em Astrologia, que falaremos oportunamente. Mas se você puder comprar o KEPLER, não perca tempo, porque se trata de um software excelente. Por enquanto, procure tentar aprender como calcular a posição dos astros, saber como localizar no mapa.

Você ainda não aprendeu como posicionar os signos em relação as 12 CASAS, isto é, como é que se calcula o ASCENDENTE e as demais casas, mas isto fica para mais tarde, quando falarmos sobre casa zodiacal e como se posicionam no zodíaco. Por enquanto, faça novos cálculos e tente preparar um ou dois mapas de pessoas conhecidas.

Lembre-se: é obrigatório saber a HORA/MINUTO exata do nascimento e o LOCAL EXATO (isto é, a latitude e a longitude do nativo).

A ALQUIMIA E OS ELEMENTOS


O mundo é como um grande organismo (macrocosmo), enquanto que o homem é um pequeno mundo (microcosmo), esta é uma das interpretações da frase: "O que está em cima é como o que está em baixo". O próprio laboratório do alquimista é um microcosmo onde ele tenta reproduzir de maneira mais acelerada um processo semelhante ao da criação do mundo.

Toda matéria (por matéria fica entendido tudo que existe no universo, até mesmo a energia pode estar revestida pela matéria) é constituída de uma mesma unidade comum a todas as substâncias. A partir desta "semente" pode-se produzir infinitas combinações e infinitas substâncias. O símbolo alquímico do ouroboros, que é a figura de uma serpente mordendo a própria calda formando um círculo, representa estas constantes transformações em que nada desaparece nem é criado, tudo é transformado como o princípio da conservação de energia, ou primeira lei da termodinâmica, postulado muito tempo depois.

Portanto, esta unidade da matéria é única e a mesma para todas as coisas, podendo combinar-se produzindo uma variedade infinita de substâncias e energias. Matéria e energia provém de uma mesma entidade. Einstein unificou a interconversão entre matéria e energia, na equação E=m.c2 (E = energia liberada; m = matéria transformada e c = velocidade da luz).

Os alquimistas procuram reduzir a matéria à unidade comum, que não são os átomos, para assim poderem reestruturá-la, tornando possível a transmutação. Esta unidade da matéria constitui tudo que existe, desde os átomos que se combinam para formar as moléculas e estas irão formar outras substâncias mais complexas, os organismos até os planetas que formam os sistemas e galáxias. Portanto, todas as coisas possuem a mesma unidade fundamental, este é o postulado fundamental da alquimia "Omnia in unum" (Tudo em Um).

O caos primordial que deu origem ao universo é comparado no reino mineral à matéria-prima, que é uma massa em estado de desordem que dará origem à pedra filosofal.

Deus - o mundo celeste e o terreno:
Tudo o que existe material ou espiritual constitui uma única unidade. O divino é expresso como sendo "o círculo cujo centro está em toda parte e a circunferência em parte alguma". Portanto, todas as coisas surgiram do mesmo Criador, o mundo terreno é constituído pelos mesmos componentes que o mundo celeste.

Para os alquimistas, a partir das operações que se efetuavam com os quatro elementos conseguia-se destilar o quinto elemento, a Quinta-essência, ou seja, o objetivo da Obra, a Pedra Filosofal. Esta teria a propriedade de transmutar os metais comuns no metal nobre, o Ouro. Fazendo um paralelo com o trabalho de individuação de Jung podemos dizer que através do processo de desenvolvimento da personalidade, vamos refinando o uso de nossas funções psíquicas com o objetivo de atingir a integração com a totalidade, representada pelo Self, a nossa Pedra Filosofal, o Ouro interior.

Assim, há uma transformação do homem comum no Anthropos, o arquétipo do homem superior, que é o desenvolvimento máximo de nossas potencialidades, representando o homem centrado, completo e em conexão com o Todo.

Coagulatio-Terra-Sensação:
Aqui temos o elemento Terra, a função psíquica sensação e a operação alquímica Coagulatio.

A Coagulatio é o terreno da Ação, da Praxis, do concreto e objetivo. Coagular é concretizar, tornar matéria. Falamos aqui da estrutura firme e sólida que dá fundamento à personalidade, aquilo que possibilita a construção do ego. O ego saudável tem raízes firmes na sua vida instintiva, não nega suas necessidades básicas de fome, sexo, ação (agressividade adequada), tem uma conexão viva com seu desejo e busca sua realização efetiva no mundo.

A função sensação diz respeito ao mundo dos sentidos e à possibilidade de desfrutá-los (sensualidade): sentir todos os odores, cores, texturas, paladares e com isso aprofundar a vivência do mundo interno e externo. Isso quer dizer, estar na vida com os pés no chão, sem evitar a realidade com todas as suas alegrias e tristezas, aceitar o desafio de estar no mundo e agir em conseqüência.

A possibilidade de expressar a si mesmo através das ações concretas no mundo é muito importante para o desenvolvimento do ego. Esse aprendizado se dá também através da aceitação dos limites que toda concretização proporciona. Para transmutar e transcender a condição material transitória devemos primeiro conhecê-la e realizá-la completamente.

Assim, a Coagulatio se liga também ao princípio feminino, a Terra, que como útero acolhedor propicia a encarnação e concretização de nossas energias vitais e dos valores e ideais abstratos. A Sabedoria, a Verdade, a Justiça, o Belo, a Compaixão, etc., são arquétipos que precisam ser encarnados na nossa vida cotidiana.

É importante notar que cada elemento precisa do complemento e compensação dos outros elementos para se expressar adequadamente. Assim, se temos um excesso de coagulatio perdemos o equilíbrio e podemos ter um excesso de pragmatismo e concretude que torna a pessoa seca, árida, sem sonhos, sem imaginação ou ideais que corresponderiam à função oposta, a Sublimatio do elemento Ar. Ou ainda, podemos encontrar um excesso de sensualidade, onde a pessoa cede totalmente ao apelo instintivo tornando-se incapaz de dar um limite aos prazeres da gula, da bebida ou do sexo por exemplo.

Nesses casos a Terra perde suas qualidades de firmeza, base e apoio para o crescimento e fertilidade e se torna árida, monótona, seca ou pantanosa e estagnada.
O elemento Terra e a Coagulatio nos levam à reflexão sobre o que estamos concretizando nas nossas vidas e qual o peso das nossas atitudes. Qual a marca de nossa ação no mundo?

Solutio-Água-Sentimento:
Aqui o elemento é a Água, a função psíquica é o sentimento e a operação alquímica a Solutio. O sentimento é a função psíquica que determina a qualidade, o valor das coisas: se eu gosto ou não de algo ou alguém, se me aproximo ou me afasto, se me envolvo ou não. A terra precisa da água para ser amaciada, fertilizada e frutificar, ou seja, as ações devem levar em conta os sentimentos. Uma ação não deve ser apenas eficaz, mas deve possuir também uma qualidade ética que determina seu valor. Essa avaliação é feita pelo sentimento que propicia a qualidade afetiva das ações.

Assim, o princípio dominante aqui é Eros, aquele que promove o relacionamento, a união, a ligação afetiva que gera o novo. Algo ou alguém só passa a ter significado quando está conectado afetivamente. Quando Eros não está presente a vida é mecânica e vazia, pois só nos relacionamos verdadeiramente com aquilo que nos envolve através do sentimento.

A troca afetiva implica em entrega ao movimento do dar e receber. A pessoa com um ego imaturo é egocêntrica e só quer receber. Por outro lado, a pessoa que não sabe receber também não sabe dar, e o fluxo de Eros é interrompido. A água com seu movimento fluído contorna os obstáculos sem se deter perante eles. Sua persistência e sua maleabilidade são sua força. A Solutio nos fala da sabedoria da água que não luta contra as dificuldades, apenas acompanha o terreno e se adequa às circunstâncias.

O sentimento desenvolvido proporciona a dissolução das tensões através do afeto. Por exemplo, um gesto de carinho e compreensão é mais efetivo que mil palavras. Além disso, a percepção da qualidade da ação necessária, como ser firme ou suave, alegre ou séria, etc., é outra característica importante dessa função psíquica.
Como em todas as funções aqui também temos a possibilidade de desequilíbrio.

A pessoa com excesso de Solutio pode se afogar nos próprios sentimentos, tornando-se excessivamente sensível e impossível de se relacionar, mantendo as outras pessoas afastadas com seus “melindres”. Pode acontecer ainda um “afogamento no outro”, típico de relacionamentos simbióticos, onde a individualidade perde seus contornos que foram dissolvidos na fusão e inter-dependência. Em ambos os casos o sentimento perde sua função criativa e passa a atuar defensivamente, impedindo a relação afetiva ao invés de favorecê-la. Saber “ouvir o coração” e expressá-lo nas nossas vidas exige um trabalho de grande refinamento interior, de contato permanente com Eros, com as águas revitalizantes do sentimento.

Calcinatio-Fogo-Pensamento:
Aqui o elemento é o fogo cujas características básicas são: luz (pensamento) e calor (emoções). A Calcinatio é a operação alquímica que vai nos ensinar a lidar com esses dois aspectos.

O princípio regente é o Logos que determina a apreensão clara, lúcida e abrangente, que engloba o conhecimento racional mas também inclui a avaliação afetiva, sensorial e intuitiva. Logos é a expressão da inspiração que vem do Self, o “insight” esclarecedor. Não devemos confundir essa expressão de Logos com o pensamento caótico, desordenado, com os julgamentos superficiais, dúvidas e racionalizações que nos tomam constantemente.

Para que Logos e seu poder de iluminação ocorra como em Pentecostes, p. ex. , é preciso que o lado emocional do fogo seja trabalhado e depurado. É necessário uma desidentificação do chamado fogo das paixões. Quando as emoções estão equilibradas, conscientizadas, não somos possuídos por elas e seu calor se transforma em força vital. A pessoa se sente cheia de vida, alegre, entusiasmada, pronta a compartilhar e não a dominar. Para isso devemos suportar o calor da frustração dos desejos imaturos, dos impulsos egocêntricos, e nesse calor ir temperando nossa fibra, criando um caráter forte e apto a receber o fogo da inspiração divina.

Quando estamos em desequilíbrio com essa operação alquímica somos dominados pelo calor das paixões, nos tornamos inflamáveis, explosivos, incapazes de dar continente a nossa força vital, tornando-a dispersa e improdutiva. Ou então, nos identificamos com o aspecto mental, luminoso do fogo, e nos tornamos extremamente racionais, críticos, usando o pensamento como um raio que fulmina tudo à sua volta, perdendo a possibilidade do acesso à verdadeira reflexão que nos leva a Sabedoria.

Sublimatio-Ar-Intuição:
Aqui o elemento é o Ar, a função psíquica a Intuição e a operação alquímica a Sublimatio.

Na Sublimatio a matéria se volatiliza, a terra se transforma em ar, algo inferior se eleva, o corpo se torna espírito. Sublimatio vem do latim “sublimis” que quer dizer “elevado”. É um processo ascendente de transformação. A intuição é a função psíquica que lida com as ligações sutis e não palpáveis entre os eventos internos e externos. O princípio que rege essas ligações não é o da causalidade (Newton), mas sim o da sincronicidade (Einstein), o que permite vivências temporais e espaciais fora dos padrões usuais.

O Ar com seu movimento ascencional e a intuição com sua atuação sutil, nos leva ao simbolismo que evoca um outro mundo além da realidade concreta. Aqui abrem-se as portas do universo das idéias platônicas, dos grandes ideais, daquilo que é transcendente, o mundo dos grandes valores, dos sonhos e do sagrado. A compreensão mais abrangente da vida vem do distanciamento que obtemos ao nos elevarmos acima de nossos problemas, e com isso ganharmos perspectiva.

O desequilíbrio nessa operação aparece como um excesso de idealismo, uma fuga na fantasia, um medo de enfrentar as dificuldades da vida, de “encarnar”, como aqueles que sonham muito e não realizam nada. Ou então, a dificuldade se expressa como um moralismo rígido, devido ao afastamento do mundo terreno dos instintos. Nesse caso tudo que é ligado à matéria é visto como “errado” ou “pecaminoso” e só o mundo do espírito é considerado como positivo. Na verdade, essa é uma cisão comum na nossa civilização ocidental, a qual coloca corpo e mente ou matéria e espírito como opostos antagônicos. Os alquimistas ao trabalhar com a matéria já estavam tentando fazer a integração dessas polaridades. Este, aliás, é o assunto do próximo tópico.

Conjunctio:
Conjunctio quer dizer conjunção, união, ligação de dois elementos para a formação de um terceiro com propriedades distintas do par original. É a integração dos opostos, a dissolução dos conflitos, a harmonização das polaridades num casamento sagrado (hierosgamos) que gera a “Criança Divina”, o “Filho do Filósofo”, o “Filho do Rei” ou a “Pedra Filosofal”, ou seja, o objetivo final da Obra.

A divisão entre Terra e Ar, entre Fogo e Água desaparece pela elaboração e integração dos opostos e não pela força de vontade. Com isso, surge a vivência de totalidade que supera a unilateralidade. A Conjunctio não exclui os aspectos negativos, ao quais ao serem integrados produzem uma nova organização psíquica mais ampla, mais rica e diferenciada.

O conflito entre polaridades aparece, geralmente quando temos duas opções e não podemos decidir por nenhuma delas. P. ex., quando minha razão diz uma coisa e meu sentimento outra; ou quando meus desejos apontam uma direção e meus ideais outra.

Reprimir ou negar um dos pólos não resolve o impasse, o qual retornará sob outra forma. É preciso aguentar o “cozimento” dentro do conflito, passando por todas as operações alquímicas, até surgir um novo significado simbólico, que produzirá uma nova integração da personalidade. Isso não se realiza pela vontade do ego, mas sim pela atuação do Self através do ego. Desse modo há uma ampliação das potencialidades psíquicas, possibilitando a convivência com os paradoxos no mundo e em si mesmo.

Como diziam os alquimistas, esse é um trabalho de labor+oratório (laboratório), ou seja, uma somatória de trabalho (labor) mais fé na atuação de um princípio transcendente, que em linguagem psicológica chamamos Self, o arquétipo central que organiza o processo de individuação e que representa o centro e o todo da personalidade. Só assim podemos chegar à Pedra Filosofal que transforma tudo em Ouro, e que é desenvolver a capacidade de ver a Luz Dourada brilhar em tudo, desde as menores coisas do nosso cotidiano, até as mais altas experiências da alma humana.

Como disse Hermes Trimegisto em sua Tábua de Esmeralda:
“Tudo procede do Um e volta ao Um, pelo Um e para o Um”.