13 de maio de 2014

AS DUAS VERTENTES IX



Terceira Raça Humana Terrestre

A terceira raça humana recebeu o nome de Lemuriana. Este nome deriva dos continentes que ela habitou. Originariamente, continente de Mu. Geograficamente, situava-se em meio ao hoje oceano Pacífico, ocupando, também, outras partes no de agora oceano Atlântico.

Novamente, advertimos que na era da terceira raça os continentes ainda não tinham a disposição geográfica que nos é familiar. Repetidos cataclismos, desde aquela remota era, vieram remodelando a crosta planetária até aos anos nove mil antes de Cristo (9.000 a.C.), redundando na feição das terras emersas que conhecemos.

Todas as raças, sub-raças e ramos que precederam o que somos hoje, é significativo conhecê-las para que, também, possamos nos conhecer. Mormente aqui no ocidente, em que a tônica dos ensinamentos científicos, religiosos e filosóficos se estribam no livro de Gênesis, com pequenas variações, onde se ensina que o aparecimento da VIDA – uso esse termo porque ele abarca tudo o que vemos, tocamos, usamos e nele existimos – se resolveu em minguados sete dias, quando a realidade foi, e é, muito outra.

O termo raça lemuriana, a bem da verdade, engloba três segmentos raciais principais além, claro, de suas sete sub-raças. 

Devemos destacar que esta terceira raça foi a primeira em que o ser humano se manifestou com fisicalidade – corpos físicos – como somos nós. Não, naturalmente, na morfologia, isto é, com a mesma aparência que possuímos. Todavia, seus corpos tinham a mesma composição de, cabeça, tronco e membros .

Também, como os hiperbóreos, dos quais herdaram muito da conformação corporal, eram gigantescos. Estatura de, mais ou menos, seis metros no primeiro segmento da raça.


Os seres deste primeiro segmento tinham a pele na coloração negra acobreada. Portanto, a raça negra, tão desconsiderada na sociedade, foi, pode-se dizer, a primeira raça humana da Terra, em termos de fisicalidade corporal.

Por esse período estava-se entre 80/90 milhões de anos antes de nossa era.

Os seres deste segmento da raça lemuriana eram hermafroditas, e a reprodução se dava por meio de um ovo – parece estranho pensar nisso – mas nem tanto assim é, como veremos mais à frente. Todos os seres geravam ovos que depois de incubados se abriam em novos seres.

Por esses tempos eles ainda possuíam expressiva identidade divina. Isto é, tinham perfeita interação com os Seres Elevados que comandavam o planeta. Não pesava sobre eles o domínio do corpo, ou a valorização do corpo, em detrimento do espírito, como se dá conosco. A interação Seres Elevados, homem, natureza, era fato comum. Com o passar dos muitos milhares de anos, veio o segundo segmento da raça, bastante transformada em relação ao primeiro segmento. Estatura menor, corpo físico não tanto abrutalhado quanto o anterior. Essa transformação trouxe, também, a separação dos sexos, marco de grande significação do gênero humano, porque o processo de reprodução da espécie passou a exigir o intercurso entre dois seres de gêneros opostos: o macho e a fêmea, mas ainda eram ovíparos. 

Ao mesmo tempo que se formou a separação dos sexos iniciou-se, também, o que se possa chamar de descontrolada atração entre os opostos. Esse comportamento causou a redução da identidade divina. Os corpos passaram a ter predominância, e a equilibrada interação entre Seres Elevados, homem, natureza foi sendo substituída só pelas sensações homem/mulher. Era corriqueira, ainda, a prática de relações sexuais com animais, que, em consequência, gerava seres com deformações monstruosas.

E foi nesse cenário que se iniciou o terceiro segmento da raça cujo marco maior foi a transformação do corpo da mulher. Este, antes, gerava o ovo e o depositava em local externo a si apropriado para o nascimento do novo ser.

A transformação que se seguiu modificou o organismo feminino de tal forma que o ovo não mais era expelido, mas conservado em suas entranhas até o nascimento do novo ser. Este processamento orgânico culminou com a formação do então ovo uterino, como até hoje é mantido. A mulher passou a gerar o novo ser tendo-o guarnecido em si até que este atingisse o tempo de formação quando viria o processo de parto.

Nessa forma de procriação passou-se a gerar corpos mais “formosos”, pois os anteriores possuíam muito mais de animalidade do que de humano. Contudo, a palavra formosos não se aplica bem ao que eram.

A estatura corporal veio se reduzindo bastante. Agora estavam entre 3 a 4 metros. O relacionamento social também já tinha o que se possa chamar de humanidade.

Mas é nessa era da raça lemuriana que, segundo os escritos antigos, bem como de historiadores modernos, iniciam-se as transmigrações de seres de outros orbes, exilando-os aqui na Terra.

O ambiente terrestre era inteiramente inóspito para um viver nos moldes de conforto e sociabilidade organizada. Entretanto era disso que os exilados precisavam como método corretivo para exaurirem seus carmas produzidos com os desregramentos sociais que viviam em seus orbes de origem.

Os orbes de onde vieram haviam alcançado sublimação espiritual que, possivelmente, nossa humanidade só alcançará quando da quinta Ronda.

Dentre todos os habitantes dos citados orbes, expressivo contingente permanecia insensível à um viver mais espiritualizado. O predomínio que cultuavam era a o da forma, o corpo, a atração entre opostos, a degeneração.

Para não contaminarem o ambiente de onde provieram, de lá foram transferidos para a Terra em seus primórdios. Iam encarnar em corpos grosseiros, grotescos, sem o mínimo de sociabilidade no ambiente. Era a lei do mais forte.

A par de estarem depurando seus carmas, sem o saberem, colaboravam com a socialização dos nativos, pois em suas consciências traziam a indelével saudade do “paraíso perdido” e as experiências lá vividas.

Eram, pelo menos intelectualmente, mais evoluídos que os nativos. Se, naquele tempo, não se expressavam melhor é porque os corpos ainda não estavam dotados de mais completo sistema cerebral. Porém, é indiscutível que ajudaram no desenvolvimento da linguagem e confecção de ferramentas que melhoraram as condições de habitabilidade.

Conjecturamos, porém, que a ocorrência dos desregramentos sexuais na raça lemuriana se deu pela influente presença desses exilados. E quando os desregramentos sociais atingiram o grau do insuportável desencadearam-se os cataclismos. A raça teria de ser depurada.

Grande parte dos continentes ocupados submergiram. Encontram-se nas profundezas oceânicas, principalmente no vazio do Pacífico entre a Ásia e a costa oeste das Américas. O cinturão de ilhas que é composto pela Polinésia, Hawai, Salomão, Páscoa, etc, são os remanescentes picos das altas montanhas do desaparecido continente lemuriano.



Mas antes disso, parte da sétima sub-raça lemuriana já havia atingido notável desenvolvimento e se espalhara por outras terras, praticamente, cobrindo grande parte das outras terras emersas.Essa disseminação de parte da sétima sub-raça, bem antes dos eventos cataclísmicos, deu início à Raça Seguinte, a Quarta Raça. Essas terras onde se situavam os derradeiros lemurianos não foram atingidas pela destruição.

Uma destas informações diz que tão logo as primeiras sub-raças da raça lemuriana apresentaram corpos com características bem definidas de fisicalidade, iniciaram-se as transmigrações, em caráter de exílio, de indivíduos de outros orbes planetários que já se encontravam em avançado estágio evolutivo, comparando-se com os nativos da Terra. Essa informação não é bem aceita por parcela de estudantes da Teosofia, até porque toda a literatura proposta por parte dessa instituição, desde a de base, preparada e escrita por Helena Petrovna Blavatsky, seguindo-se todas as demais, chegando às de nossos dias, nenhuma delas faz alusão ao que fizemos constar. Todavia, a nosso ver, isso não faz diferença quanto à validade de nossa informação, pelas seguintes notações:

1 – As subdivisões cósmicas – universos, galáxias, sistemas estelares, etc – como o próprio, existem em razão de uma só expressão Mental;

2 – A expressão Mental do Criador Incriado;

3 – Subentende-se disso que uma só razão fez originar o Cosmo;

4 – Subentende-se, também, que um só propósito dinamiza o Cosmo;

5 – E, subentende-se, ainda, que todo o Cosmo – todo seu conteúdo – a redundância é proposital – se entrelaça na consecução dessa única dinâmica existencial;

6 – Simplificando: tudo o que está gerado, principalmente os indivíduos, são UM. Isto é, ajustam-se como rodas de engrenagens onde os dentes se tocam e uns movimentam os outros, e estes, em recíproca, movimentam aqueles;

7 – Desta forma, nada mais plausível que entendamos a ocorrência de transferências de indivíduos de um orbe a outro, pois, tais providências só podem visar a primaz objetividade da existência do próprio Cosmo, que é evolução;

8 – E repisando o adágio de que “como é em cima, também é em baixo”, veja na movimentação das pessoas em nossa sociedade, que se transferem de nações, ou de cidades, e até mesmo nos casos de exílio forçado, tudo isso visando o interesse do progresso social no planeta, também a movimentação – transmigrações – que ocorrem entre orbes – e, por que não ? -- também entre galáxias, entre Universos.

9 – Todavia, sem querer polemizar, a literatura teosófica, e os ramos que dela seguiram, respeitabilíssima, por sinal, e que por ela conservamos o mais profundo agradecimento, pois foi nutritiva fonte que nos dessedentou, limita-se, ao que pudemos entender, somente aos transcursos de nosso Sistema Planetário;

10 – Assim, portanto, é digno de nota que muitas coisas foram acrescentadas neste rincão de nosso planeta concernente ao conhecimento de metafísica, quando, então, por outras vias, também respeitabilíssimas, novas informações ampliaram as fronteiras anteriores;

11 – Isso nos leva à repisada tese de que: sendo infindável a trajetória da evolução, que vai se fazendo por partes sequenciais, assim, também, é a tomada do conhecimento ao qual os indivíduos se assomam, por partes e sequencialmente.

Assim posto, queremos dizer que para nós, isso que chamamos de evolução de uma específica humanidade, acontece entremeando-se: pelas ações e providências de seus Diretores Maiores e de todo o séquito de seus auxiliares diretos, mas também com a enxertia de indivíduos de outras humanidades. Estes, não tão só do mesmo sistema planetário. Também, não tão só de indivíduos iluminados e voluntários. Mas, incluindo-se também, indivíduos em exílio forçado, por razões corretivas, já que “suas folhas corridas, policiais” não são nada invejáveis.

Entretanto, “Na Natureza nada se perde...”


Quarta Raça Humana Terrestre
Esta quarta raça recebeu o nome de Raça Atlante. Este nome não tem correlação com suas derivações, tais como Atlântica, Atlântida, ou que destas tenha vindo.


A figura ilustra, obviamente de modo não tão correto, os continentes que foram habitados pelos atlantes. É comum na literatura popular falar dos atlantes habitando numa só ilha no meio do oceano Atlântico. Nada mais incorreto. Tanto os lemurianos quanto os atlantes espalharam-se por todas as terras, continentes, de suas épocas. 

Isso não tem nada de extraordinário porque, também recentemente, europeus invadiram a Ásia, a África, as Américas e Oceania, para onde levaram suas culturas e miscigenando as raças.

Portanto, nada mais lógico que lemurianos e atlantes também tenham exercido expansionismos e miscigenado raças. Logo, cobriram toda a Terra. E tiveram tempo para isso porque, falando só dos atlantes, os ensinamentos das mais antigas escrituras indicam que ao tempo da finalização da Lemúria e o estabelecimento das raças Atlantes, recua-se por alguns milhões de anos desta nossa era.

Nossa mente não consegue conceber o que seja um intervalo de tempo contado em milhões de anos. Mas, revisando só a história do Brasil, para termos de comparação, vejam quanta transformação em apenas 500 (quinhentos !!!) anos.

Multipliquem isso por 2.000 (dois mil) para atingir um milhão, e imaginem, se possível for, o que, e o quanto, de transformações não cabem neste espaço de tempo.

Logo, saindo do ovo da matriz, deixem que a mente se alargue não se admirando, ceticamente, da possibilidade real de que lemurianos e atlantes, não só existiram como, também, habitaram todos os continentes de suas épocas.

E o mais incrível – assustador ? – nós, somos eles nos dias de hoje !, em grande parte. Estivemos naqueles cenários – lembrem-se as Mônadas são imperecíveis – por isso os difíceis e até inexplicáveis casos de psicopatia que vemos nos nossos contemporâneos. Reminiscência dos catastróficos eventos que se transcorreram então.

E aos empedernidos céticos fazemos uma pergunta: “- Como se formou o petróleo, que se extrai das entranhas do planeta ?” Esse chamado ouro negro, tão cobiçado e instigador das guerras, já que os homens, em suas ânsias de domínio, não respeitam a vida de seus semelhantes.

Por mais incrível que seja, a resposta é uma só: o “precioso ouro negro” é a transformação átomo/molecular das exuberantess florestas das extintas Lemúria e Atlântida, dos corpos dos monstruosos animais dos respectivos continentes e dos seres humanos das respectivas raças.

Nossas máquinas estão queimando moléculas que fizeram parte da constituição dos corpos, minerais, vegetais, animais e dos homens, daquelas raças.


Olhem os mapas e observem onde, hoje, se encontram as maiores jazidas de extração de petróleo. Até nosso querido Brasil está fazendo extração em alto mar, o chamado processo do pre-sal, a sete mil metros de profundidade oceânica. Olhem o mapa. Estamos usando hidrocarboneto de origem molecular atlante !


“Na Natureza nada se perde...”

E ainda têm, governos e ciência, o desplante de continuar dizendo que os continentes lemuriano e atlante não existiram.

Hummm !, se assim for, então o Deus das religiões ocidentais é muito pequenininho, porque só conseguiu criar este mundinho que os bíblicos dão como único.

Voltando aos atlantes... E´ interessante destacar que até por esta época ainda não existia a raça de pele clara, a chamada raça branca. Tivemos as raças lemurianas que se iniciaram com a coloração negra cobreada. Estas, no decorrer sequencial de suas sub-raças foram se transformando e originando seres com peles amareladas e outros de pele avermelhada. Assim se compôs, e compunham, as raças até bem próximo da finalização da raça atlante. Os atlantes figuram como humanos de pele avermelhada de onde derivaram, após as catástrofes que os exterminaram, os indígenas norte americanos, os astecas, toltecas, maias, etc. A civilização atlante é conhecida como a da idade do ouro. Não no sentido do valor comercial que se dá, hoje, a este metal, mas, metaforicamente, dizendo que foi possuidora de uma civilização brilhante e valorosa. Este brilhantismo se fundamentava no conceito de que a Divindade habitava entre os Homens. Ou seja, ensinavam e praticavam este conceito de que o Animador do corpo físico é um Ente Divino. De que o ser físico é possuidor de parcela Divina, e que esta é a que o anima.

Que se é espírito vivendo em corpo físico, razão da importância maior de se ser espiritualizado. Que o próximo é – identicamente – semelhante a si.

Este conhecimento, e prática, fez construir uma sociedade, exemplarmente, humanitária, solidária, onde tudo era para todos.
Essa sociedade tinha tudo para ir dando certo, num equilíbrio social que poderia ter chegado até nossos momentos existenciais, porém, coexistimos num universo dual, onde os opostos se encontram e precisam, por si mesmos, construir a harmonia, porque não dizer, a Unidade. Sendo assim, para desenvolver a efetiva força de vontade, todos foram dotados de livre arbítrio, de inteligência e possuidores do grande dom, a Individualidade.

Portanto, todos agem por conta do que idealizam e dos riscos resultantes dos atos.

A tudo isso juntaram-se as operações transmigratórias de indivíduos de outros orbes, que, como dito, nem todos eram exemplos a se copiar, dando-se início às subdivisões da raça atlante, os ramos. Com toda essa mistura o conceito do Divino/Humano do Humano/Divino foi sendo, gradualmente abandonado.

A primeira sub-raça atlante é conhecida como o povo Ramoahal. Desenvolveu-se pela miscigenação com lemurianos. Os originários haviam deixado as costas orientais da Atlântida e se misturado a remanescentes lemurianos de pele negra cobreada resultando nos negros autênticos. Habitavam, principalmente, a região africana compreendida, hoje, como Gana. Tinham a estatura média de três metros.

É importante, porém, que informemos sobre um dado significativo. Todas as raças e sub-raças, de todos os tempos e dimensões, têm uma missão cósmica – evolutiva – a cumprir. A missão dos Ramoahal foi a de desenvolver o quarto princípio humano, que é a Mente Concreta.


A Mônada em sua dimensão peculiar, ou o plano Monádico, permanece íntegra, ou seja, ela É. Corresponde dizer ao EU SOU dos mantras das doutrinas esotéricas. Digamos que, para os mundos manifestados, indicados na figura pelos algarismos 1 ao 6, em sua dimensão monádica ela se encontra como o feto no útero materno. Ou, acolhida num meio harmônico e protetor.

Todavia, assim como ao feto está destinado deixar o aconchego materno e transladar-se a outro ambiente e, por si, conduzir-se neste mundo exterior, também à Mônada cumpre participar dos mundos, ou dimensões, manifestadas. Equivale dizer, ter contato com as dimensões – mundos – indicados pelos algarismos 1 ao 6.

Entretanto, ela não “desce”, ou sai, de seu plano peculiar para efetuar os contatos com as outras dimensões. Dela parte um fluxo de vida – usaremos o termo cordão energético – que vai perpassando as várias dimensões até atingir a mais densa, que é a Física.

Na dimensão Física iniciam-se os esforço por, propriamente, construir a Vida nos mundos manifestados, é quando, por auxílios dévicos conjugados com auxílios de seres em corpos físicos, vão se desenvolvendo o que chamamos de Os Princípios Humanos.

Esses desenvolvimentos compreendem:
No Físico – a noção de ação construtiva na matéria mais densa; No Astral – a percepção, a sensação de que algo se transmite de um indivíduo a outro, portanto, o aprender sobre os relacionamentos; No Mental Inferior – o raciocínio, a mente concreta, atributo para lidar, construtivamente, com os mundos manifestados; No Mental Superior – a mente abstrata, as deduções quanto ao ainda não perceptível no mundo em que se encontra, criatividade; No Buddhi – saber associar todos os princípios que abaixo deste desenvolveu, tornando-se um potencial criador;

Na dimensão Física iniciam-se os esforço por, propriamente, construir a Vida nos mundos manifestados, é quando, por auxílios dévicos conjugados com auxílios de seres em corpos físicos, vão se desenvolvendo o que chamamos de Os Princípios Humanos.

Esses desenvolvimentos compreendem:
No Físico – a noção de ação construtiva na matéria mais densa; No Astral – a percepção, a sensação de que algo se transmite de um indivíduo a outro, portanto, o aprender sobre os relacionamentos; No Mental Inferior – o raciocínio, a mente concreta, atributo para lidar, construtivamente, com os mundos manifestados; No Mental Superior – a mente abstrata, as deduções quanto ao ainda não perceptível no mundo em que se encontra, criatividade; No Buddhi – saber associar todos os princípios que abaixo deste desenvolveu, tornando-se um potencial criador; No Atma – ser este criador, ou, co-criador associado às Mentes Maiores. Portanto o princípio da vontade.

Portanto a missão dos Ramoahal foi a de desenvolver, e fixar, este atributo que faz o Ser humano ser diferente dos animais. O atributo do pensar direcionado a certa objetividade ou planejamento, embora insípido naqueles tempos.

Antes de prosseguir com a descrição das demais sub-raças Atlante cabe reforçar um esclarecimento. A Atlântida não era uma ilha, ou um continentezinho. Como mostrado na figura, sua civilização abarcou quase todas as extensões das terras emersas. Para tanto estava subdividida em raças e nações. Por exemplo, para o europeu, os canadenses, os yankes, os mexicanos... ... venezuelanos, colombianos, peruanos... ... brasileiros, argentinos, etc, todos são americanos, pois são habitantes das Américas. Analogamente, dizer atlantes significa englobar várias nações sob um mesmo referencial racial.

(Texto: Luiz Antonio Brasil - CONTINUA)

29 de abril de 2014

AS DUAS VERTENTES VIII




A figura abaixo mostra o quadro sinótico dos ciclos evolutivos do Ser humano no período compreendido da quarta (4ª) Ronda da CadeiA figura abaixo mostra o quadro sinótico dos ciclos evolutivos do Ser humano no período compreendido da quarta (4ª) Ronda da Cadeia Planetária da Terra.

Sete ciclos que indicam sete Raças. Todavia, cabe esclarecer que cada Raça, por sua vez, se subdivide em sete sub-raças.

Mas não para por aí a subdivisão das categorias dos aglomerados humanos nas diversas eras pelas quais ocorrem os povoamentos. Cada sub-raça também se subdivide por sete outros padrões que se denominam Ramos.

De início todo esse escalonamento pode parecer muito complexo de ser compreendido, entretanto, há que se ter em conta que os desdobramentos raciais na multifária capacidade evolutiva dos Seres assim o exige.

Afinal, o que se denomina Homem, na mais completa acepção da palavra, é o Ente derivado do Incognoscível. Do mesmo e único Incognoscível do qual derivou tudo o que vemos, tocamos, percebemos e que se espalha neste “portifólio” de proporções inimagináveis.

E se assim O somos, como de fato O somos, também no que se refira às modalidades de manifestação encarnatória da Mônada, em seu processo evolucionário, as possibilidades de fazê-las, de criá-las, de moldá-las ou de amalgamá-las, pode-se dizer que são infinitas.

Assim posto, podemos passar aos comentários sobre as Raças da quarta (4ª) Ronda.

Dissemos que tecer comentários sobre as Raças das 1ª, 2ª e 3ª Rondas estava além de nossas possibilidades, devido a abstração dos ensinamentos, bem como à distância, no tempo, que separa a 4ª Ronda daquelas, de igual forma também nos encontramos impossibilitados a respeito das 1ª e 2ª Raças desta 4ª Ronda, todavia alguns apontamentos poderão ser aduzidos.

À primeira raça humana convencionou-se chama-la de Bórea. Geograficamente, situava-se no extremo norte do Planeta.

No mapa indicamos a região onde habitavam os seres da Raça Bórea. Entretanto, tenham em conta que a distribuição dos continentes, naquela era, não é a demonstrada no mapa. O planeta Terra passou por vários cataclismos que, a cada um, ia remodelando as disposições continentais. O mapa acima só nos serve como referência ao posicionamento do quadrante Norte.

Também é preciso informar que naqueles tempos iniciais da própria formação do planeta, a constituição átomo/molecular em nada se comparava com o que hoje nos serve de habitação.

O que se possa chamar de crosta planetária, era um cadinho onde os elementos se mesclavam nas intensidades ígneas que os preparavam para a formação das estruturas químicas, cristalinas, que se mostrariam nos períodos das Raças seguintes.

E quanto aos corpos dos habitantes bóreos, estes estavam mais para a constituição etérea. Eram formas enormes, filamentosas e sem sexo, que, como não poderia deixar de ser, apropriados ao ambiente que se formava. Não havia a fisicalidade que nos é comum.

Seus surgimentos, ou aparecimentos no planeta, se davam por exudação dos corpos etéreos de seus progenitores. Podiam movimentar-se à vontade, inclusive voar. Entretanto, sem exagero, pode-se compará-los a uma sombra. Eram dotados só de um olho e, em termos de consciência, nela predominava o elemento fogo.

O processo reprodutivo se dava da seguinte maneira: o indivíduo crescia em estatura e, num dado momento, dividia-se em duas metades iguais. Com o passar das eras, porém, essa divisão se dava em partes desiguais, o que resultava em seres de estatura menor. Não obstante, continuavam se reproduzindo por divisão corporal.

Procurem compreender duas coisas:

1 – A era que estamos analisando distancia-se milhões e milhões de anos de nós. Foi o período inicial de formação do globo terrestre. Portanto, geológica e geograficamente, toda a conformação diferia, completamente, do que é o planeta hoje. Nem é correto falar em geologia porque os elementos ainda estavam ígneos, flamejantes. Logo, calota polar no polo norte... nem pensar.

2 – Mantenham em mente as informações referentes aos processos de reprodução dos seres para que possam enxergar as razões das incompreendidas desarmonias sexuais nos dias atuais, de que falaremos à frente.

À esta segunda Raça convencionou-se chama-la de Hiperbórea. Geograficamente, cobria grande parte do extremo norte da Ásia e Europa.

Comparando-se com o período da primeira raça a crosta planetária mostrava-se semi-sólida. Os elementos minerais iam se sucedendo por ação do vulcanismo. Concomitantemente, as Mônadas a encarnar agora tinham corpos menos voláteis, porém ainda monstruosos. Enormes. Eram algo semi etéreos, ainda filamentosos e brilhantes.

Não se possui descrição exata correspondente, mas segundo as descrições, poderiam, se hoje fosse, serem confundidos com vegetais ou animais.

Os hiperbóreos já desenvolviam o sentido do tato, e isso correspondia ao início do que chamamos consciência. Isto é, os sentidos do corpo enviam sinais, via sistema nervoso, ao cérebro e este ao centro consciencial.

O processo de reprodução, de início continuava na forma da subdivisão em duas partes – cissiparidade. Mas foi se transformando e passou a apresentar certa exsudação – difícil de descrevê-la – que dava origem a outros seres. Em razão disso passaram a ser conhecidos como andróginos. Potencialidade associada com os princípios masculino e feminino como hoje assim conhecemos.

Um dos fatores principais ocorridos durante a evolução da raça hiperbórea foi o desenvolvimento do que se tornaria, na raça seguinte, a composição do corpo Vital humano.

O corpo vital, para os que não o estudaram, é a estrutura ramificada de nada menos que 724.000 nadis – canalículos – podem ser entendidos como se fossem as artérias por onde movimenta-se o sangue. Nestes canalículos circulam as energias que vitalizam o corpo humano. E´ neles que são feitos os trabalhos terapêuticos de acupuntura, dos quais os mais conhecidos são: Ida, Pingala e Sushuma.

Bem ao final dessa era, o ambiente planetário já se cobria de vegetação. Naturalmente, espécies gigantescas, como também assim eram os habitantes humanos.

Os milhões de anos foram se somando, e tudo se encaminhava – corpos humanos e ambiente planetário – para o início do ciclo da terceira Raça.

Veremos isso no próximo texto.

(Texto: Luiz Antonio Brasil - CONTINUA)

8 de abril de 2014

AS DUAS VERTENTES VII



Com a figura abaixo, encerramos o texto anterior. Todavia, com o fito de melhor esclarecer, teceremos outros comentários.

Foi mencionado que os globos de uma Cadeia Planetária perpassam por sete (7) etapas nominadas por Rondas. Sucessivas, uma após a outra. Portanto, somam-se sete (7) globos. Na figura estão numerados de 1 a 7.

Na parte superior da figura vê-se, na forma de círculo radiante, o que se chama Onda de Vida Logoica. Exatamente Aquele que dá vida ao todo da Cadeia Planetária, como ficou visto no texto anterior, e assim permanece durante toda a existência da respectiva Cadeia.

O primeiro globo – número 1 – enquadra-se no que se possa chamar de derivação do primeiro globo da Cadeia Planetária que precedeu a atual. No caso da Terra, o primeiro globo derivou do primeiro globo da Cadeia Lunar.

Para facilitar o entendimento de toda essa abstração dos ensinamentos esotéricos acrescentamos a figura 09A onde se representa o escalonamento das derivações dos globos.

Como informado nas apostilas precedentes, a criação de um sistema planetário está na condição dos planejamentos efetuados por seus regentes, os Logos. Portanto, todo o sistema encontra-se sob a direção e cuidados dessas Inteligências Superiores.

Significa dizer, explicitando ainda mais, que todos os orbes, ou globos, estão sob uma só, e mesma, direção.

Desta forma, como as Cadeias Planetárias são criadas na sequência sucessiva – a primeira, depois a segunda, após esta a terceira, etc – há a ocorrência do que chamaremos de “sobra” da Cadeia atual que será aproveitada na Cadeia seguinte.

Esta “sobra” – nada em termos depreciativos – se compõe tanto de moléculas atômicas minerais e das Mônadas que, naquele Globo, não atingiu o grau evolutivo necessário para serem transferidas a instâncias mais elevadas. Sendo assim, a transferência se efetua para continuarem a evolução em novo berço, ou globo de outra Cadeia em formação.

“Na Natureza nada se perde...”

Nesse escalonamento formativo das Cadeias Planetárias, como está representado na figura acima, as “sobras” do globo 1 da Cadeia Lunar foram transferidas para a formação do globo 1 da Cadeia Terrestre. Este é o significado da seta na cor azul.

As eras remontam eras – milhões de milhões de anos terrestres – e ao globo 1 da Cadeia Lunar, após neste ter-se ocorrido os eventos das sete (7) Rondas, e nestas a sucessividade das sete (7) Raças, é a vez do globo 2, da mesma Cadeia, entrar em cena.

Outro ciclo se repete: transcurso das atividades inerentes ao globo 2, da Cadeia Lunar, e, findando sua etapa, outras “sobras” virão de ser aproveitadas ao globo 2 da Cadeia Terrestre. Seta na cor beje.

E de globo em globo, de etapa em etapa, ou de Ronda em Ronda, chegamos com nossa descrição ao globo 4 da Cadeia Lunar, correspondente este ao globo 4 da Cadeia Terrestre.

Exatamente, o globo terrestre que ocupamos hoje. Isso tem expressiva importância para a humanidade, atual da Terra.

Imaginem o seguinte: Uma pessoa doadora de sangue. Digamos que ela é generosa e prodigiosa nesse seu ato filantropo. Excepcionalmente, doa um litro de sangue todos os dias... – Puxa, que exagero, dirão alguns leitores – Mas a intenção é esta mesma. A intenção é demonstrar que ao final de uma semana essa prodigiosa doadora terá murchado, esvaziada em sua reserva sanguínea, e... morrido.

Morreu... mas todo seu potencial atômico molecular, pela filtragem feita na sepultura, será reaproveitado em outras formas de vida como, por exemplo, a vegetal e, subsequentemente, na animal que se alimentará desses vegetais. E nossa prodigiosa doadora estará, assim, fazendo suas últimas doações em nosso globo. E podemos confirmar:

“Na Natureza nada se perde...”

Pois é, exatamente, isso o que acontece com a Lua, em sua relação de doação para com a Terra. A Lua, como é sabido, está murchando. Mostra-se, aos telescópios, e aos visitantes – visitantes ? – cadavérica, ressequida, cambaleante. Mas pela análise de seus restos, bem como pelas informações dos conhecimentos ocultos, ela já foi uma exuberante donzela bamboleando à frente de seu amado, o Sol.

Todavia, nosso Universo dual, tem seus “castigos” inerentes ao tempo, e estes, inexoravelmente, seus demolidores efeitos entrópicos, tal como acontece conosco, em nosso corpo físico que, com o passar da idade, vai desfigurando-se daquilo que apresentou na mocidade. Vem a decrepitude seguida da morte. E deixamos o cenário físico.

Portanto, a Terra está “repleta” da Lua. De seus elementos átomo/moleculares bem como de Mônadas que percorreram suas Rondas e Raças.

As Mônadas lunares que vieram para o nascente globo da Terra trouxeram o acervo de suas experiências lá vivenciadas, enriquecendo, assim, o vivenciar inicial das Mônadas aqui criadas.

Iniciava-se o ciclo da Cadeia Planetária Terrestre, bem ali no comecinho da primeira (1ª) Ronda e de sua primeira (1ª) Raça.

Tecer comentários que abordem as humanidades, Raças, das 1ª, 2ª e 3ª Rondas está muito além de nossas possibilidades, tamanha é a abstração dos ensinamentos que nos foram possíveis conseguir. A par dessa dificuldade está a terminologia com que descrevem os eventos, toda ela em palavras do sânscrito, e tendo de mistura algumas palavras intraduzíveis aos idiomas ocidentais.

Todavia, para uma síntese daquelas três primeiras Rondas da Cadeia Terrestre, no que se refira às “encarnações” monádicas temos a seguinte compilação:

“Claro é que tais “homens” não se pareciam com os homens de hoje, nem quanto à forma nem quanto à natureza. Por que, então, chama-los “homens” ? – perguntar-se-á. Porque não existe outro termo em nenhuma das línguas ocidentais que possa dar uma ideia aproximada do que se tem em mira. A palavra “homens” indica, pelo menos, que estes seres eram “Manus”, entidades pensantes, ainda que muito diferentes em forma e em inteligência dos homens atuais. Na realidade eram, no que respeita à espiritualidade e à inteligência, mais “deuses” do que “homem”.” (H.P.Blavatsky – A Doutrina Secreta, volume 1, página 217) (Grifo do original).

Nesse apontamento acima temos um dado importante: “no que respeita à espiritualidade e à inteligência, mais “deuses” do que “homem.” – o Que isso quer dizer ? Significa que naqueles primórdios distantes de nossos dias as matérias globulares – se é que possamos chamar de matéria – estavam mais para campos de energia e, ou, para campos de plasma.

Correspondentemente, então, estavam os corpos que as Mônadas “encarnavam”. Melhor dizendo, que as Mônadas energizavam ou plasmavam. Isto é, não tinham a conformação, cabeça, tronco e membros, como os corpos de agora. Eram leves, talvez, sem outro termo de comparação a usar, eram campos esvoaçantes.

Sem os entraves de campos energéticos densos como acontece conosco, neste corpo e neste globo planetário formado por estruturas químicas de maciças densidades, eles, os “homens” daqueles primórdios, ou, as Mônadas experienciais daqueles primórdios, estavam mais “soltas”.

Isso propiciava viver toda a potencialidade de si, de suas essências divinas, de que todas as Mônadas, de todos os tempos, invariavelmente, são constituídas. Por isso o uso do termo, ““mais “deuses””. O divino estava à “flor da pele”.

Conosco dá-se o contrário. Nosso divino está soterrado sob os escombros dos equivocados comportamentos sociais vividos nas encarnações pelas quais já passamos, e que nesta os vemos sendo repetidos descontroladamente. A tarefa de remoção desses escombros tem sido árdua, penosa, ao custo de muitas vidas sobre este mesmo solo. Então, somos mais “homens” do que “deuses”. Nosso lado Divino acha-se bruxuleante. Pouco temos usufruído, beneficamente, de sermos Seres dotados de faculdade mental. Pouco temos feito valer a Divindade Criativa que cada um traz em si.

Tendo, de forma sucinta, percorrido as 1ª, 2ª e 3ª Rondas da Cadeia Planetária Terrestre, passaremos à 4ª Ronda.

Esta, muito de perto nos interessa porque é, exatamente, nela que se situaram as humanidades – Raças – que precederam a nossa. As 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Raças desta quarta (4ª) Ronda.

A humanidade atual pertence à 5ª Raça.

Mas isso veremos no próximo texto.

(Texto: Luiz Antonio Brasil - CONTINUA)












2 de abril de 2014

Chakras e Kundalini - A Melhor Explicação (Completo)

AS DUAS VERTENTES VI




Que longa viagem, esta, desde que a iniciamos – como Mônadas – na Cadeia Planetária de Saturno – ou será que mais longa, ainda, ela é ?

Se nossa capacidade retroativa e cognitiva nos permitisse, mentalmente, reviver tão longo percurso perceberíamos que na contagem do tempo, via relógio terrestre, as cifras em unidades de bilhões seriam insuficientes. Possivelmente, teríamos dezenas, ou até centenas, de bilhões de aniversários a comemorar.

Todavia, como este indescritível transcorrer se encontra “esquecido” atrás da cortina das sucessividades das encarnações, temos a impressão de que tudo começou só há alguns anos passados, uns poucos, como teima a teologia cristã em dizer que se passaram só seis mil anos.

A ciência não. Estas, como geologia, antropologia e arqueologia, já admitem uma cronologia de 50 a 300 mil anos para a existência da vida humana na Terra. Conquanto seja uma contagem mais elástica que a da teologia cristã, ainda fica muito a dever ao que se possa chamar de Tempo existencial do humano cenário terrestre.

E é sobre este Tempo existencial do cenário humano terrestre que estaremos abordando a partir desta apostila, mantendo a linha de aproveitamento e interpretação dos textos de Helena Petrovna Blavatsky, e de outros pesquisadores que ela mesma referenciou em suas obras Isis sem Véu e A Doutrina Secreta, ou que a sucederam na condução dos mesmos estudos: Annie Besant, Charles W. Leadbeater, Arthur Powell, etc.

Mas mantendo aquela ressalva já mencionada anteriormente de que o fazemos movidos, talvez, por irresistível audácia, mais do que, reconhecemos, por verdadeira capacidade; mais pelo desejo próprio de CONHECER sobre a VIDA, do que permanecer no obscurantismo teológico cristão; mais por SENTIR que o Cosmo, além de A Grande Morada, é a inegável COERÊNCIA, que os homens teimam em subestimar.

Terra ! Apareceu, mesmo, prontinha, como a sabemos hoje ? Estará, mesmo, prontinha ? Ou, como se transcorre com a gestação de um ser humano, envolto no ovo uterino de sua mãe, que aos poucos vai se formando pela agregação das moléculas minerais que o fluxo sanguíneo materno carreia, e se acoplam ao “molde”, pelo magnetismo de seu corpo Astral – o preexistente ao corpo físico – o orquestrador daquele desenvolvimento ?!

Nossa opção é de que o orbe Terrestre também passou por uma gestação no ovo uterino que chamamos Sistema Solar, e sua moldagem, em sucessivas etapas, transcorreu por força, e vontade, do magnetismo de Seres cuja elevação capacitiva está fora do nosso alcance em compreende-los no todo. Os planejadores e os executores, como ficaram vistos anteriormente.

E por que essa dedução ?
Simplesmente, porque:
1 – Não existe o acaso;
2 – Assim como é em cima, também é em baixo;
3 – O microcosmo copia o macrocosmo.

Axiomas que não são mera retórica, mas irreparáveis marcos na A Grande Morada.

E aconteceu, e aqui estamos neste gigantismo existencial, que, apesar das dificuldades por entende-lo no todo, nos é dado, porém, conhecer, na linguagem do esoterismo, a embrionagem de nossas origens e o percurso cíclico e espiralado que até aqui já percorremos.

Como, ainda, por similaridade com as outras Cadeias Planetárias, visualizar o que nos falta percorrer neste mesmo cenário.

A figura faz a representação de onde se encontra a humanidade atual da Terra. Situa-se na quinta (5ª) Raça da quarta (4ª) Roda. Portanto, desde sua gestação no cenário da Cadeia Planetária Terrestre, já percorreu todas as sete (7) raças das primeira, segunda e terceira Rondas, e também a primeira, a segunda, a terceira, a quarta e metade da quinta raça da quarta (4ª) Ronda.

E o que nos falta percorrer neste mesmo cenário até que, lá pelos evos do amanhã, milhões dos milhões de anos, possamos cruzar esta fronteira e transitar pela próxima Cadeia Planetária, a de Vênus.

Ufa !, que caminho longo já percorrido e, tomemos fôlego porque não terminamos. Até nos parece um paradoxo, pois dele não nos lembramos conscientemente. Apenas temos um vislumbre na forma das quase indecifráveis saudades que sentimos quando voltamos nossos olhos ao firmamento. Ou quando uma voz silenciosa, em nosso interior, nos diz: “- Ainda não é o definitivo.”

Puxa !, quanta inquietação nos provoca essa “voz”. Silenciosa em si, mas gritante nos efeitos que desperta. Desperta a vontade de sermos o que já somos – outro paradoxo – tão só as centelhas divinas. E as saudades nos vêm porque não nos sentimos pelo tato, ou pelos olhos, únicas condições de percepção objetiva que o corpo físico reconhece como válidas.

Todavia, se as percepções sensórias físicas são, assim, tão limitadoras, não quer dizer que estejamos impedidos de, por outras modalidades, nos “tatear” e “enxergar”. Basta que façamos como o faz a “voz interior silenciosa”. Basta que nos silenciemos para com o mundo exterior, e o fazendo só por alguns minutos ao dia, que nossos “tato e visão” subjetivos se aguçarão trazendo-nos a confirmação de que o outro lado – outras dimensões – existe.

Mas, conheçamos nosso percurso na Cadeia Planetária Terrestre. O ser humano vivente na Terra hoje é muitíssimo diferente daquilo – daquilo – que se possa chamar de ser vivente naqueles albores do globo iniciante, naquele primórdio da primeira Ronda.

Usamos a palavra “daquilo” como designação para o ser vivente porque não há termo de comparação entre o Homem dos primórdios com o que atualmente somos. Todavia não o fizemos de forma depreciativa.

Afinal compreendemos, respeitosamente, que tudo no Cosmo possui grandiosidade, esteja em que estágio estiver, ou em que forma se mostrar. Assim, pois, situemo-nos na primeira (1ª) Ronda. O globo era pura energia, não na sutileza que esta palavra possa significar, mas na consistência concomitante aos seres que nele tinham o viver. Um parêntese: As palavras são paupérrimas para objetivar uma descrição “palpável e visual” aos sentidos do humano de agora.

Cabe, porém, descrever a similitude entre os globos e o espírito encarnado na Terra. Até mesmo uma rememoração, porque já expusemos através de pps anterior, que repetimos aqui com a designação de figura acima.

Essa similitude significa dizer que, da mesma forma que nós – espíritos encarnados – somos constituídos, também, por outros corpos – tudo isso foi visto na série A Criatura – também assim são os globos planetários, os sistemas planetários, os sistemas galácticos e os Universos.

Não há, somente, uma dimensão. Estas, são várias. As que mais próximas de nós estão se contam por sete (7). Sete dimensões.

Como a Criação se dá do sutil ao denso, e deste retorna ao sutil, é válido saber que tendo o ser encarnado sua origem na sutilidade monádica, vindo na sequência evolutiva, densificando os corpos e destes em trabalho contínuo a sutiliza-los, também os globos se originam na mesma sutilidade dessa pureza energética, densificam-se com o passar das eras, e destas voltam a sutilizar-se.

A este globo inicial a ciência oculta dá o nome de globo arquetípico. É o primeiro globo de uma Cadeia Planetária sobre o qual se constroem os modelos das formas que serão elaboradas durante a Ronda. (Annie Besant – livro A Sabedoria Antiga)

(Texto: Luiz Antonio Brasil - CONTINUA)

29 de março de 2014

SIMBOLOGIA

A cosmogonia é uma ciência cultivada por todos os povos arcaicos e tradicionais e se refere ao conhecimento do homem (pequeno cosmos) e do universo (homem grande). Repete-se de modo unânime e de maneira perene ao longo do tempo (história) e do espaço (geografia), descrevendo uma única realidade, a do cosmos. Esta realidade, por outro lado, é a mesma que nós, os contemporâneos, vivemos e habitamos, pois é essencialmente imutável apesar das mutantes formas em que pode ser expressa ou apreendida, já que se mantém perenemente viva.

O modo normal pelo qual essa Cosmogonia, Universal e Perene se expressa é o símbolo, ou um conjunto de símbolos em ação, constituindo códigos e estruturas que se conjugam permanentemente entre si, manifestando e veiculando a realidade, ou seja, toda a possibilidade do discurso universal, que se faz audível e compreensível por seu intermédio.

O símbolo é, portanto, a tradução inteligível de uma realidade cosmogônica e, ao mesmo tempo, essa realidade em si, ao nível em que ela se expressa.

Para o caso da cosmogonia nos interessam particularmente os símbolos numéricos e geométricos, que, como se sabe, mantém uma perfeita correspondência entre si. Constituem módulos paradigmáticos, presentes em todas as culturas, já que formam a estrutura de qualquer construção, neste caso, da Construção Universal... É importante ressaltar que aquilo que a simbólica manifesta dentro de si, no mais profundo de sua intimidade, não é senão a totalidade do cosmos, atual e constante. Ela própria, a Cosmogonia Perene e Universal – e não só a ciência que trata dela – que é válida para todo tempo e lugar na dimensão do humano, não é nada mais que um símbolo de algo muito mais amplo que a transcende, já que pode ser concebida e explicada como uma modalidade arquetípica do Ser Universal.

Pode-se pensar, equivocadamente, que as estruturas simbólicas são meras convenções utilizadas para descrever a realidade. Isso só seria válido na medida em que se aplicasse igualmente a qualquer manifestação, que é sempre uma determinação, uma fixação, começando pela linguagem, pelo verbo. Porém, é óbvio que não há maneira de apreender a realidade senão é por meio do símbolo (linguístico, numérico, geométrico, etc.) e dos códigos que este forma.

O símbolo não é arbitrário, e reflete autenticamente o que expressa, requisito sem o qual seria impossível qualquer relação ou comunicação. Deve-se ter em mente que, por tomar uma forma, constitui uma estrutura na torrente do não-enunciado, na vida larval e caótica do vir a ser. Os antigos conheciam sobejamente esta verdade, e daí o valor criativo que atribuíam à palavra. Ou seja: o sujeito participa de qualquer fato objetivo e portanto o gera; a história de seus ciclos também testemunha esta inter-relação constante.

No entanto, a irrealidade do mundo – e do homem – só pode ser observada porque existe, e deve ser, nesse caso, sujeito e objeto de alguma revelação. Os símbolos, como os conceitos ou os seres, são imprescindíveis no plano do Universo, e alguns códigos como o aritmético ou o geométrico, entre outros, não são convenções casuais, mas expressam realidades arquetípicas e formam a base de qualquer estrutura, não só no "exterior" mas também no "interior". A ponto que de se poder dizer que estas imagens constituem categorias próprias do pensamento, e fazem do homem um autêntico intermediário entre o conhecido e o desconhecido, ou seja: o maior dos símbolos, capaz de unificar por sua mediação a multidão do disperso.

Talvez a Roda seja o mais universal dentre os símbolos de todos os povos. Isso se deve, por um lado, ao fato de que este símbolo aparece unanimemente, direta ou indiretamente, em todas as tradições, e parece ser consubstancial ao homem.

Por outro lado, a própria universalidade dos significados da roda, e sua conexão direta ou indireta com os demais símbolos sagrados, em especial, números e figuras geométricas, fazem dela uma espécie de modelo simbólico, uma imagem do cosmos. Pois a roda no plano é um círculo, e a circularidade é uma manifestação espontânea de todo o cosmos; portanto essa energia há de provir de um ponto central que a irradia, tal qual o caso de uma roda, símbolo do movimento e também da imobilidade, que pode girar e reiterar seus ciclos, possibilitando a marcha graças a um eixo imóvel. No plano isso se representa como um centro do qual a circunferência extrai sua forma (com cordel ou compasso, é imprescindível ter um ponto fixo para traçar a circunferência) por irradiação, tal qual a energia potencial do eixo se transmite ao aro por mediação dos raios das rodas, análogos ao raio da circunferência. Qualquer pessoa que traça uma circunferência sabe que esta depende do ponto central e não ao contrário.

Entre o ponto central e a circunferência se configura o círculo; o valor aritmético associado ao primeiro é a unidade, que é uma representação natural do ponto geométrico, e à segunda o nove, que é o número do ciclo por ser o da circularidade, como mais adiante veremos. A soma de ambos nos dá a dezena (1 + 9 = 10) que é modelo numérico da tetraktys pitagórica, o qual pode ser relacionado com qualquer outra aritmosofia, já que os números – e as figuras geométricas – são módulos harmônicos arquetípicos, válidos em todo o manifestado e, portanto, para qualquer tempo e lugar dentro deste ciclo humano.

Assim, pois, não devemos estranhar que neste trabalho sejam tratados em conjunto os símbolos da roda e do círculo, o da espiral e o da esfera, pois esta, por exemplo, não é senão o círculo na tridimensionalidade. Igualmente, que se mencionem símbolos estreitamente associados ao da roda como o da cruz, o quadrado, e outros, assim como que se recorra às distintas tradições onde se encontra testemunhado.

Não obstante, este símbolo está presente em nossa própria Tradição e se acha ao nosso alcance trabalhar com ele. No própria dia-a-dia podemos observá-lo constantemente; de fato é evidente na própria vida, pois como observamos, as coisas se produzem com um movimento circular e portanto são cíclicas, o que é um pensamento emitido por todas as doutrinas metafísicas.

A figura esquemática da roda no plano foi associada ao sol por numerosos povos e de fato ainda hoje é o símbolo astrológico desse astro; em alquimia representa o ouro, seu equivalente terrestre. Daí a associar o percurso do sol com um carro dourado, ou de fogo, é só um passo. De fato seu alcance é significativamente mais amplo e se corresponde com a ideia arquetípica de Centro: aquilo que é capaz de gerar uma ordem na massa amorfa do caos; o ponto imóvel imprescindível a toda criação, o motor graças ao qual o devir tem um sentido.

Este ponto central da Roda do Mundo se comunica com a periferia, como já se disse, através de raios, que são portanto intermediários entre ambos; e enquanto a roda gira sobre si mesma simbolizando o movimento e o tempo, o eixo permanece fixo expressando a imobilidade e o eterno.

O círculo e a esfera foram tomados por numerosos povos e distintos autores antigos como figuras perfeitas e expressões da  totalidade.  A roda em particular está associada aos ciclos que repete uma e outra vez e, portanto, ao relativo, ao passageiro, ao contingente, porém sobretudo à recorrência, à reiteração. Como se poderá observar, e assim o continuaremos vendo, este símbolo se presta a inumeráveis transposições ao plano metafísico, ontológico e cósmico e é objeto de conhecimento e especulação.

O que é um ponto central ao círculo, é o eixo com relação à esfera, motivo pelo qual centro e eixo se correspondem exatamente, sendo o primeiro um símbolo plano e o outro símbolo tridimensional do mesmo conceito.

Se o ponto é virtual, não manifestado e geometricamente não existe, a periferia da roda será visível e representará, na ordem cósmica, a manifestação universal e, no mundo do homem, qualquer expressão, razão pela qual também se pode equiparar o ponto e o círculo, a potência e o ato, e por conseguinte, a contemplação e a ação.

A primeira divisão a que pode dar lugar o símbolo da roda é a bipartição da figura que a representa em duas metades análogas e exatas. Estas representam os dois movimentos, de ascensão e descenso, que realiza a roda no percurso de um ciclo, seja o do sol no ano, ou o do dia, ou o da lua em um mês, ou o da vida de um ser humano; o de princípio e fim com o qual está assinada qualquer criação.

Princípio e fim têm uma origem e um destino comum, o que dá lugar, além disso, às ideias de reincidência ou repetição, crenças e conceitos de todos os povos arcaicos e tradicionais que viveram sempre um tempo cíclico e não linear e indefinido, tal como o nós concebemos atualmente.

Qualquer ponto da periferia – os que são de número indefinido e podem simbolizar, cada um, a vida de um homem na imensidão do criado – é um reflexo do centro e se encontra conectado a ele pelo raio, porém enquanto que no aro todo é sucessivo, do ponto de vista central as coisas são simultâneas.

Esta figura também pode ser adaptada obviamente aos conceitos de interior e exterior, de luz e reflexo, e também de realidade e ilusão, posto que a permanência do ponto não se altera diante das formas mutantes e sempre perecíveis do transcorrer periférico.

Nos diz René Guénon que: "O centro é, antes de tudo, a origem, o ponto de partida de todas as coisas; é o ponto principal, sem forma nem dimensões, portanto indivisível, e, por conseguinte, a única imagem que se pode dar à Unidade primordial. Dele, por irradiação, são produzidas todas as coisas, assim como a Unidade produz todos os números, sem que por isso sua essência fique modificada ou afetada de qualquer maneira".

Todos os pontos da circunferência estão a igual distância do centro, lhe são equidistantes, motivo pelo qual as inumeráveis energias do cosmos se neutralizam em seu seio.

Geometricamente é o eixo vertical que atravessa distintos planos circulares horizontais, que ele mesmo gera, os que giram como rodas ao seu redor formando a cadeia de mundos, os diferentes estados de um Ser Universal.

A energia da irradiação chegada a seus próprios limites retorna a sua fonte por mediação do mesmo raio que as conecta, para ser reabsorvida no Princípio, que novamente volta a emaná-la para a periferia, constituindo esta inter-relação, ad extra e ad intra, uma espécie de respiração universal selada pelas leis cósmicas da dialética. Por isso é que o Centro, ou o Eixo, é a Origem e o Princípio, e irradiando tudo d'Ele, a Ele tudo retorna.

O centro é pois uma região mítica, uma ideia arquetípica que, não obstante, se manifesta em determinados pontos da circunferência que, desta maneira, passam a ser centros para o sistema que eles geram, sempre e quando sejam autênticos reflexos do ponto original ou, o que é o mesmo, que esse Centro fosse uma teofania, ou uma hierofania, um lugar, pessoa ou objeto que expressasse a unidade de um modo particular, e que igualmente a irradiasse.

Nesse caso os distintos centros ou pontos significativos na periferia seriam focos "cosmizados" que estariam estabelecendo contato com o ponto médio, rompendo assim com o movimento homogêneo e reiterativo da Roda. Por este caminho o sábio perfeito, segundo o taoismo, poderia acessar o "ponto central da Roda", em comunhão com o princípio, em absoluto repouso, imitando "sua ação não atuante".

Nota: O alquimista, matemático e cabalista John Dee, astrólogo da rainha Isabel I da Inglaterra, cujos instrumentos mágicos (espelho, pantáculos, bola de cristal) se conservam expostos no Museu Britânico, escreve no Teorema II de seu Mônada Hieroglífica:

"É pois pela virtude do ponto e da mônada que as coisas começaram a ser desde o princípio. E todas as que são afetadas na periferia, por grandes que elas sejam, não podem, de nenhuma maneira, existir sem a ajuda do ponto central"

(Texto: Federico Gonzalez - Continua)

24 de março de 2014

LIVRO MÁGICO DO ANTIGO EGITO V


CAPÍTULO II
OS PODERES DO MÁGICO

O mágico de Lucsor e os filhos dele não ficaram de modo algum surpreendidos com os velhos textos que eu referira. Encontravam esses textos o eco de uma prática secular, transmitida de geração em geração. Quem poderia duvidar dos imensos poderes de um mágico, baseados nas suas capacidades de conhecimento? O seu único verdadeiro temor, neste mundo e no outro, é o de ser privado das suas capacidades mágicas em consequência de intervenção de alguma potência maléfica. Mas ele dispõe de uma fórmula especial para afastar esse perigo:

”Não permitir que o poder mágico de um homem lhe seja retirado no reino subterrâneo”. Adquirida esta certeza, é preciso combater o mal que tenta sempre atingir os seres em estado de menor resistência.

O mágico, referindo combates levados a cabo no mundo divino, afasta as influências nocivas, tal como o deus Ré se salvou a si mesmo do temível crocodilo Sobek, como Hórus se salvou a si próprio do lúbrico Bebon.

Combater o mal exige técnicas elaboradas. O mágico extrai a força perniciosa do corpo do indivíduo atingido e transfere-a para outro lugar: por exemplo, para um animal. Ora aparece sob a forma masculina, ora sob a forma feminina. Por isso o mágico desconfia especialmente dos espectros e das almas errantes, multiformes, que é difícil descobrir. Assim, ameaça destruir os túmulos de onde elas vêm, para as privar da sua ”base” terrestre, ou ameaça suprimir-lhes as oferendas, para as fazer morrer de fome.

É fácil compreender que o renome dos mágicos do Egito se tenha difundido com tanto brilho em todo o Mundo Antigo.

Segundo os autores gregos e latinos, eles sabiam curar os doentes, utilizar os simples, predizer o futuro e até fazer chover. Os verdadeiros poderes mágicos foram, infelizmente, reduzidos a operações simplistas, como o fato de dar a uma mulher uma cabeleira esplendorosa que nunca ficará branca, ou lançar sobre um inimigo um sortilégio para que fique careca.

O Papiro de Leiden expõe assim uma série de práticas espetaculares: praticar a adivinhação, afastar os maus espíritos, fabricar unguentos, favorecer os sonhos, fazer uma mulher ficar apaixonada, matar os inimigos, utilizar uma fórmula para repelir o medo que domina um homem de noite ou de dia. Tudo isso repousa em bases tradicionais, pouco a pouco esquecidas.Para se dar à adivinhação, utiliza-se um vaso cheio de água.

Identificado com Hórus, o Antigo, grande deus cósmico, o mágico interroga os deuses por intermédio de um ”médium” jovem que tem em si a verdade. O mágico ordena-lhe que abra os olhos, para que veja a Luz. É necessário, a todo o custo, afastar do ”médium” as trevas, de modo a que o seu espírito penetre no mundo dos deuses e encontre a resposta para a pergunta que foi formulada. O vaso é um excelente suporte para comunicar com o céu e o mundo intermediário.

O mágico é capaz de se adormecer a si mesmo, criando um sono hipnótico ao colocar-se diante de uma luz ou contemplando a Lua, ou ainda recitando sete vezes uma fórmula mágica.

Entre as técnicas mágicas oficiais, o oráculo teve um grande sucesso no Egito do Império Novo e na Época Baixa. O mágico de Estado coloca questões a uma estátua divina da qual espera uma resposta, por vezes concretizada por um gesto, quando a efígie sagrada inclina a cabeça para dizer ”sim” ou ”não”.

Os clientes ”particulares” consultam as divindades em pequenos oratórios, quer oralmente quer por escrito, acerca dos assuntos quotidianos que preocupam a humanidade: a promoção social, o futuro, os bens materiais, o amor.

Nunca será de mais sublinhar que qualquer aquisição de poder mágico
repousa no processo de identificação abundantemente ilustrado nos textos egípcios. O mágico ”torna-se” nas forças que criam o mundo: por exemplo, a Abundância personificada. Não para seu benefício pessoal, mas sim para que um paciente beneficie dos efeitos benéficos da sua arte.

Nos templos, a magia está onipresente. Pela prática dos rituais, pelo próprio significado da arquitetura e da escultura, mas também em consequência de uma realidade surpreendente: as imagens gravadas nas paredes são animadas, vivas.

Adquirem vida quando são pronunciadas as palavras rituais. No momento da cerimônia matinal, a mais importante do dia, a imagem do faraó ”desce” - ao mesmo tempo e em todos os templos do Egito - das paredes onde está e encarna no corpo do sacerdote encarregado de agir em seu lugar.

Segundo uma esteia da época de Ramsés IV, os próprios templos são
protegidos magicamente por amuletos e fórmulas de modo a que seja expulso todo o mal do seu corpo. ”Corpo” é a palavra justa, uma vez que cada santuário é considerado um ser vivo.

O que se encontra nos templos (esteias, baixos-relevos, mobiliário, etc.), assim como nos túmulos, deve ser preservado magicamente. Quem ousasse levantar a mão sobre esses objetos ou sobre os decretos administrativos registrados nas paredes dos monumentos, pereceria sob o gládio de Amon ou o fogo de Sekhemet, a deusa leoa.

As cidades, tal como os templos, gozavam de uma proteção mágica. O caso da aglomeração tebana é característico. Tebas, Ermant, Medamud, Tod, eram os quatro santuários do deus Montu.

O de Medamud continha quatro estátuas, lar mágico para o conjunto da região. Um texto explica que ”Amon-Ré, chefe dos deuses, está no meio do Olho direito, completo nos seus elementos (...) O que é Tebas, é Medamud: o Olho completo nos seus elementos pelo fato de que Sua Majestade, Amon- Ré, se encontra no número dos cinco deuses que fazem existir Tebas como um Olho direito completo. Os quatro Montu estão à sua guarda. Estão reunidos nesta cidade para repelir o inimigo de Tebas”.

Os Montu, divindades guerreiras, olhar aberto para o mundo, têm o encargo de proteger Tebas contra os seus inimigos visíveis e invisíveis. Com efeito, Tebas é considerada como o Olho saudável e completo, o udjat, usado frequentemente como ”amuleto”.

O plano dos templos tebanos, especialmente o de Medamud, encarna esse Olho cósmico, chave principal da simbólica egípcia. Não esqueçamos que o signo do Olho, em hieroglífica, significa ”fazer, criar”.

Também existe uma fórmula para a proteção da casa familiar e dos seus elementos, a janela, as fechaduras, o quarto, a cama... A cada um dos lugares da casa é afetada uma divindade protetora: um falcão fêmea, Ptah, chefe dos artesãos, ”aquele cujo nome se encontra escondido” e outros gênios. Assim, os inimigos não entrarão nem de noite nem de dia.

Vencer a morte O mágico é ”especialista”, tanto da vida como da morte. Quando a alma abandona o corpo, tudo se desune. Os elementos que constituem o ser, até aí associados pelo fenômeno ”vida”, deixam de coabitar.

A morte é portanto uma passagem muito perigosa, porque os diferentes
elementos correm o risco de se manterem dissociados do outro lado do espelho. Dá-se então a ”segunda morte”, a extinção definitiva do ser, possibilidade que implica necessariamente a ação mágica: preservar a coerência do ser durante a passagem deste mundo para o outro, fazê-lo reviver do outro lado na sua plenitude.

A mumificação é um ato mágico. Conservar as vísceras em vasos especiais,os vasos de vísceras, é um dos cuidados a ter. Cada vaso é colocado sob a proteção de uma divindade, um dos filhos de Hórus, em número de quatro:

Imseti, com cabeça de homem, protege o fígado;

Hapi, com cabeça de babuíno, os pulmões;

Duamutef, com cabeça de cão, o estômago;

Kebehsenuef, com cabeça de falcão, os intestinos.

Não são apenas os órgãos materiais que beneficiam dos favores divinos, mas também os princípios subtis que esses órgãos abrigam.

Segundo o esoterismo egípcio, o ser é composto por diversas ”qualidades”, sendo as mais conhecidas o akh (Khu), a irradiação, o ba, o poder de encarnação, e o ka, a potência vital. Existe também o beka, a capacidade mágica do indivíduo.

Cada elemento tem uma existência independente. A arte do mágico consiste em fazer com que todas passem pelas aberturas do céu, de modo que o ser completo possa ir e vir, dirigir-se para a Luz.

Segundo a expressão extraordinária dos ”Textos das Pirâmides”, o morto não partiu morto, mas sim vivo. Esta constatação aplica-se ao faraó e aos iniciados regenerados pelos ritos.

O objetivo da magia funerária é essa vida ressuscitada que necessita do funcionamento perfeito do coração consciência, dos órgãos vitais, a livre deslocação nos espaços celestes, o gozo das energias subtis contidas nos alimentos e nas bebidas servidos nos festins do Além.

Se o mágico deixasse de ser mestre na sua arte, isso seria uma catástrofe cósmica: o Sol não voltaria a levantar-se, o céu seria privado de deuses, a ordem do mundo seria subvertida, o culto deixaria de ser celebrado, todo o ritmo das coisas seria perturbado. Enquanto mestre da energia, o mágico permite às forças luminosas exprimirem-se em toda a sua plenitude. Um dos seus nomes mais frequentes é ”poderes de Heliópolis”, a cidade do Sol.

Essas forças engendram a prosperidade. Quando a energia se desequilibra, esses poderes deixam de se exprimir. As crianças deixam de nascer.

Notas: O akh, simbolizado por uma íbis, é o poder sobrenatural dos deuses e do rei. O ba é a faculdade móbil do ser, evocada por um pássaro de cabeça humana. Os baú (plural egípcio do termo) das cidades são o seu poder sobrenatural, o seu gênio próprio. O ka é a Força; o ka dos alimentos, por exemplo, é o seu aspecto energético. Potência sexual, o ka é a animação da matéria.

A preservação e a transmissão da vida são ações mágicas. Corpos aparentemente inertes são animados por elas. Uma estátua, por exemplo, parece ser apenas um objeto de pedra. Pelo rito da ”abertura da boca”, a estátua é tornada viva. Habita-a uma presença espiritual.

Nas mastabas, túmulos do Império Antigo, o serdab, pequena e exígua peça, contém uma estátua - viva - do morto. O ka do defunto está presente nessa estátua.

Beneficio da recitação das fórmulas, que lhe proporcionam a energia de que tem necessidade.

Os famosos ”modelos” colocados nos túmulos não são brinquedos mas sim objetos mágicos: por exemplo, as pequenas barcas de madeira com os seus remadores tornam-se, no Além, meios de transporte bem reais que permitem ao viajante vogar pelas águas eternas do Cosmos.

A vida é ameaçada por forças hostis, nomeadamente por almas escapadas dos túmulos, por erros mágicos ou insuficiências rituais. Erram, provocando graves perdas físicas ou psíquicas. Compete ao mágico neutralizar essas almas, uma vez que no interior da Casa de Vida ele apreende os segredos do invisível. A quem conhece a estatueta chamada ”Vida”, que é o coração desta instituição mágica, é dito:

”Estarás ao abrigo da morte súbita, estarás ao abrigo do fogo, estarás ao abrigo do céu, que não se desmoronará, e a terra não se afundará e Ré não fará cinzas com os deuses e deusas”.

Esta estatueta ”Vida” é mumificada, depois untada com unguentos e uma substância chamada ”pedra divina”, sendo por fim deitada num caixão. É consagrada antes de se lhe abrir a boca e de ser colocada numa pele de carneiro, uma ”pele de ressurreição”. A ”Vida”, assim protegida, é conservada num lugar da Casa de Vida onde é constantemente regenerada pelos ritos.

Simbolicamente, a Casa de Vida é um pátio arenoso cercado por um muro com quatro portas, em cujo interior se ergue uma tenda para abrigar um relicário que contém uma múmia de Osíris. Em torno existem várias construções: alojamentos, lojas, oficinas, onde se formam os especialistas que são chamados a preencher funções rituais.

Abertura da boca, abertura dos olhos: atos que transformam o cadáver em ser vivo. O mágico pratica a abertura da boca com uma enxó de ferro, faz uma fumigação colocando incenso sobre uma chama, purifica com a água da juventude”. É pedido a Ptah, pai dos deuses, que favoreça a abertura da boca e dos olhos tal como o fez para o deus Sokar, na oficina dos escultores de Mênfis chamada ”a moradia do Ouro”.

Uma das mais belas ilustrações desse rito encontra-se no túmulo de Tutankhamon, no qual o rei Ai, vestido com uma pele de pantera, abre a boca do jovem rei morto, representado em Osíris.

Ponto capital: o sarcófago não é um túmulo nem um lugar fechado. É considerado como um navio e como o ventre do céu. No Império Médio, pintam nas paredes exteriores portas falsas e dois olhos à altura dos do rosto da múmia. O espírito do ”morto” entra no sarcófago e sai.

Do mesmo modo, o túmulo é um lugar de passagem. A porta falsa, inicialmente colocada no meio do lado este da mastaba, estabelece a comunicação entre o Aqui e o Além. O espírito passa através da matéria.

O nome, chave do poder mágico O conhecimento do nome é o verdadeiro
conhecimento: pronunciar o nome é modelar uma imagem espiritual, revelar a essência de um ser. Ao nomear, cria-se. Conhecendo os verdadeiros nomes, escondidos para o profano, vive-se uma mestria.

O mais grave para um ser é ver o seu nome destruído. Por isso a magia toma todas as precauções para que o nome dure eternamente. Os elementos do nome, as letras que o compõem, são sons portadores de energia. Quando o mágico fala ritualmente, utiliza esses sons como uma matéria animada, age sobre o mundo exterior, modifica-o se tanto for necessário.

( Autor: CHRISTIAN JACQ - CONTINUA)