10 de setembro de 2009

OS TEMPLÁRIOS V


Estêvão IX (939-942) entrou em conflito com os interesses de Alberico e terminou seus dias confinado no Palácio de Latrão, sendo substituído por um papa mais agradável aos interesses do rei, Marino II (942-946). Após este, Agapito II tentou por dez anos colocar ordem na promiscuidade que estava tomando conta dos palácios católicos. Também tentou, em vão, reestabelecer o celibato obrigatório e organizar a comunicação entre as igrejas.

Morreu em 955 e, quando as coisas pareciam que voltariam ao normal no Vaticano, Alberico II faz os cardeais colocarem Otaviano, seu filho de apenas 18 anos de idade, como sucessor de Agapito II… Otaviano (ou melhor, papa João XII), que ficou conhecido por violar virgens e viúvas e promover verdadeiras orgias no palácio papal, acabou assassinado pelo marido de uma de suas amantes em 964. Assim terminava a pornocracia em Roma.

O 132º papa, Leão VIII, teve problemas com o imperador Oto I, da Alemanha, que, sob ameaça de invadir Roma, o exilou e colocou papas fantoches no comando do bispado de Roma, que nada mais faziam do que obedecer às suas ordens. Neste período, seus domínios ficaram conhecidos como “Sacro Império Romano-Germânico”.

Tanto Leão VIII quanto Bento V, João XIII e Bento VI foram indicados por Oto I. Em 974, após a morte de Oto I, Bento VI, o papa escolhido pelo Imperador foi capturado e estrangulado na prisão em uma revolução anti-germânica e substituído por um bispo romano novamente, Bento VII.

Neste papado o celibato entre os clérigos é novamente reestabelecido, desta vez por conta da farra de compra e venda de títulos eclesiásticos, que resultavam em dioceses se tornando “propriedades” de famílias através da compra do cargo de sacerdote por filhos e netos. A partir de agora, todas as igrejas retornavam ao domínio de Roma, deixando os padres e bispos sem direito a repassar suas heranças para esposas ou filhos. Esta é a verdadeira razão pela qual a Igreja Católica exige o celibato dos seus membros eclesiásticos.

João XIV (983-984) foi indicado pelo Imperador Oto II e também foi assassinado por opositores. João XV, também indicado pelo imperador, ficou mais dez anos no papado, sendo substituído por Gregorio V (que foi assassinado) e posteriormente Silvestre II (999 a 1003), que foi um papa diferente: monge beneditino francês, passou muito tempo no sul da Espanha, onde teve muito contato com a cultura árabe. Antes de se tornar papa, foi um dos principais divulgadores dos numerais indo-arábicos na Europa. Foi o inventor do primeiro relógio mecânico.

Atendendo a um pedido do imperador Oto II, dirigiu por um breve período a abadia de São Columbano em Bobbio e depois voltou a Reims (983), onde, como atuou como conselheiro do arcebispo Adalberon, deteve o controle da política francesa, favorecendo a ascensão ao trono de Hugo Capeto (Capeto… guarde este nome e esta dinastia, ela vai explicar mais para a frente a origem do termo “capeta” como sinônimo do tinhoso).

Protegido pelo imperador Oto III, que, vinte anos antes, havia sido seu discípulo em Roma, levou-o consigo, como conselheiro, à Itália, onde fez com que fosse nomeado primeiramente arcebispo de Ravena (998), e depois, com a morte de Gregório V, favoreceu sua eleição ao papado (999).


Os ideais iluministas do papa francês e do imperador alemão, contudo, não eram compartilhados pela população romana; ambos foram expulsos da cidade em fevereiro de 1001. O papa pôde voltar a Roma alguns meses depois, mas, nos dois últimos anos de vida e de reinado, toda sua vontade reformadora desaparecera: suas últimas esperanças foram destruídas com a morte de Oto III (1002).

João XVII foi um “papa de transição (seu papado durou 4 meses). João XVIII ficou 5 anos e finalmente Sérgio IV dois anos. Mas nenhum deles foi assassinado: eram velhinhos quando assumiram o papado. Bento VII enfrentou novamente os muçulmanos no sul da Itália e, ao final do seu mandato (1024), começou a articular os príncipes europeus em um movimento para a expulsão dos muçulmanos do “santo sepulcro”. João XIX, irmão de Bento VII, deu continuidade a este movimento.

Quando João XIX faleceu em 1032, a aristocracia romana colocou no papado Bento IX, um rapaz de 20 anos cuja função era atender aos interesses da classe campestre de Roma, que não aceitava os outros candidatos mais velhos. Por não conhecer os protocolos do papado, sua vida era um escândalo para a Igreja.

Foi removido da cátedra e substituído por Silvestre III, mas em pouco tempo, os lordes de Roma o colocaram novamente como papa. Foi deposto uma segunda vez, em 1045, onde foi substituído por Gregório VI e posteriormente Clemente II, mas os lordes não desistem nunca, e Bento IX voltou a ser eleito papa em 1047. Pena que faleceu tão jovem, vítima de “intoxicação alimentar”… Foi substituído pelo papa Damaso II, cujo pontificado durou exatos 23 dias, vindo a falecer de “intoxicação alimentar” também.

O papa Leão IX também pegou um belo abacaxi para descascar… durante seu pontificado ocorre a Cisma do Oriente, que foi a divisão entre a Igreja Ortodoxa e a Igreja Romana. As relações entre as duas Igrejas nunca foi lá essas coisas, mas teve a gota d´água com uma discussão teológica sobre a natureza do Espírito Santo, em 1054, que terminou na excomunhão de todo mundo por todo mundo e a ruptura formal entre as Igrejas.

Tanto Bento IX quanto Damaso II, Leão IX, Vitor II, Nicolau II e Alexandre II lutaram contra uma das maiores pragas dentro da Igreja Católica: a simonia, ou comercialização das coisas sagradas. Os três papas tentaram, em vão, lutar contra a venda de indulgências, badulaques sagrados e relíquias (a coisa era tão absurda que existia até mesmo o “prepúcio sagrado”, que era exatamente isso que você está pensando… de Jesus!!! ). E antes de achar isso absurdo, saiba que o “prepúcio sagrado” ficou em exposição na catedral de Calcata até 1983 (século VINTE), quando foi roubado.

Gregório VII, sucessor de Alexandre II em 1073, foi um dos papas mais influentes da história. Em 1075, Gregório VII publica o Dictatus Papae, que são 27 axiomas onde expressa as suas ideias sobre o papel do Pontífice na sua relação com os poderes temporais, especialmente com os imperadores do Sacro Império. Estas ideias poderão resumir-se em três modestos pontos principais:

1 – O Papa é senhor absoluto da Igreja, estando acima dos fiéis, dos clérigos e dos bispos, e acima das Igrejas locais, regionais e nacionais, e acima do concílio;
2 – O Papa é senhor único e supremo do mundo, todos lhe devem submissão incluindo os príncipes, reis e imperadores.
3 – A Igreja romana não cometeu nunca erros.

No período de 1059 até 1087, as batalhas entre o chamado “Exército do Pontificado” contra os muçulmanos no norte da África foram se tornando cada vez piores e mais sangrentas. Finalmente, quando Vitor III falece em 1087 e o papa Urbano II assume o papado. No Concílio de Clermont-Ferrand (1095) Urbano II convocou os cristãos a uma guerra contra os “infiéis” muçulmanos, a fim de reconquistar Jerusalém. Iniciaram-se assim as cruzadas, expedições militares que partiam da Europa cristã a fim de combater os muçulmanos no Oriente.
Na próxima parte você, finalmente, começará a conhecer a história ... Até lá!

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