1 de outubro de 2009

MITO SOLAR, SOLSTÍCIOS E ERAS

O chamado Calendário Gregoriano (que contém os meses como os conhecemos) foi promulgado pelo papa Gregório XII em 1582, portanto, nem Jesus nem nenhum dos outros deuses nasceu dia 25 de Dezembro, porque o nome “Dezembro” simplesmente não existia!

O que existe nesta data (25/12) é o chamado Solstício de Inverno. É o ponto máximo do Inverno, onde a noite atinge sua máxima duração e a partir do qual os dias serão gradativamente mais longos, culminando com o Equinócio de Primavera, onde os dias e as noites terão a mesma duração e a partir do qual os dias serão mais longos que as noites. E o simbolismo para esta data (Chamada de Yule ou Noite das Lanternas ou Saturnália ou Solis Invictus) é o nascimento da “criança da luz”, do ventre da Deusa, que irá trazer a esperança.


Deuses ou heróis que nasceram no Solstício de Inverno (ou 25/12) incluem:
Hórus (filho de Osíris) nasceu da virgem Ísis-Meri, a estrela Sírius nasceu ao Leste para anunciar seu nascimento e ele foi acompanhado por 3 reis (a constelação de Órion). Aos 30, ele foi batizado por Anup e tinha 12 discípulos (cada um representa uma constelação);

Attis, da Frigia (1200 AC, deus da fertilidade com características semelhantes às de Adonis),
Krishna (900 AC), nascido da virgem Devaki, acompanhado da estrela do Leste,
Budha (Índia), filho da Virgem Maya,
Odin (ou Wodan, deus principal do Panteão Nórdico),
Critias (o tio de Platão), Zoroastro (fundador e primeiro sacerdote do Zoroastrismo),
Indra (o deus das tempestades que derrota o dragão Asura Vrita, que representava o Inverno),
Wittoba (uma das formas de Krishna),
Thammuz (Deus solar da Síria, que mais tarde se transformaria em um demônio com a “ajuda” da Igreja Católica),
Xamoltis (Deus solar venerado na Trácia),
Adad (Síria),
Deva Tat (uma das formas de Buda),
Alcides (herói de Thebas, conhecido pelos gregos como Hércules e os doze trabalhos do Hércules estão cada um deles relacionado diretamente com um signo do zodíaco (um dia eu falo sobre eles, mas só para dar um gostinho, o Leão da Nemédia está relacionado com o signo de Leão… ),
Cuchulainn (guerreiro celta, nascido na Irlanda e muito famoso nas lendas, nascido “na noite mais fria do inverno”),
Thor (filho de Odin, nascido na noite mais fria do Inverno),
Cadmus (herói da Grécia),
Quetzacoatl (Asteca),
Tien ou Tien-mu (deus da prosperidade na China),
Adonis (deus grego, filho da virgem Mirra),
Ixion (Roma),
Prometeu (Aquele que traz a luz, também das lendas gregas), entre outros.

A história de Sansão é outro aspecto do mito solar. Enquanto o cabelo de Sansão era grande e continuava crescendo, sua força aumentava; Sansão é o Sol, seus cabelos, os raios do Sol.

Desde o solstício de inverno, em dezembro, até o solstício de verão, em junho, os raios solares vão crescendo e ganhando em força cada dia. Isto atemoriza os “poderes das trevas”, os meses invernais, os filisteus, porque se esse Doador de Luz continua, o reino deles terminará. Então conspiram contra Sansão para descobrir em que consiste sua força, se asseguram da cooperação de Dalila, que é o signo de Virgo e quando Sansão, o Sol, passa através deste signo em setembro, diz-se que ele deitou sua cabeça no seio da mulher e a ela confiou seu segredo.

Dalila corta seus cabelos, quer dizer, nesta época os raios do Sol se debilitam. Então os filisteus, ou meses invernais, chegam para levar o debilitado gigante para sua prisão, os signos austrais, nos quais está o Sol no inverno. Tiram-lhe os olhos, ou seja, privam-no de sua luz, e por último, levam-no a seu templo, a fortaleza deles, no solstício de inverno. Lá submetem-no a indignidades, crendo terem vencido a luz completamente. Porém, com o restante de suas forças, o acorrentado gigante solar derruba o templo e, embora morra com o esforço despendido, se sobrepõe a seus inimigos, deixando assim lugar para o novo Sol que nascerá para salvar a humanidade do frio e da fome que se seguiriam se permanecesse sempre limitado pelos poderes das trevas, os filisteus, os meses invernais.

Recomendo também a leitura deste texto sobre solstícios e equinócios no site da Fraternidade Rosacruz (www.fraternidaderosacruz.org/).

No Solstício de Inverno, o sol se aproxima cada vez mais do Sul (no Hemisfério norte), ao mesmo tempo em que as noites se tornam mais longas e o clima se torna mais frio, simbolizados pela morte dos deuses solares e triunfo dos deuses dos Reinos Subterrâneos (em praticamente todas as mitologias). Em dezembro 22, 23 e 24, ele atinge o ponto mais ao sul, quando aparentemente “para” no céu, quase na linha do horizonte (nos países mais ao norte, este período é maior, mas note que, na lenda de Odin e as Runas, Odin se prega em Yggdrasil, a Árvore da Vida, ou seja, é crucificado, por nove dias antes de receber o conhecimento).

Neste dia, o sol permanece exatamente sob a ponta da constelação do Cruzeiro do Sul, para começar a “subir” novamente nos céus a partir de 25 de dezembro, anunciando que o Inverno estaria no fim.

Porém, esta a celebração é feita no Equinócio da Primavera (ou Eoster, ou Easter – Páscoa), que é quando o deus da luz derrota finalmente o deus das trevas (no Equinócio, o dia e a noite possuem a exata mesma duração e a partir do dia seguinte, os dias serão mais longos do que as noites).

No equinócio da primavera, quando o Sol “cruza o equador”, tem lugar a “crucificação”, porque então o Deus Solar começa a dar Sua vida, como alimento, a Seus adoradores, amadurecendo o trigo e a uva que se transformam no “pão e vinho”. Para tal é necessário que deixe o equador e siga Sua marcha ascendente no céu.

Similarmente a humanidade nada aproveitaria, em termos espirituais, se seus salvadores com ela permanecessem e, por conseguinte, se vão para os céus como “filhos (ou sóis) de justiça e retidão“, de lá alimentando os fiéis, assim como faz o Sol, com o homem, quando se eleva no céu.

A cada aproximadamente 2150 anos, durante o Equinócio da Primavera (Primeiro dia do Zodíaco e começo do signo de Áries), o sol vai nascer em uma constelação diferente do zodíaco. Isto é conhecido como a Precessão dos Equinócios, e tem a ver com a lenta oscilação que a Terra apresenta sobre seu eixo. Este período também é conhecido como as Precessões (chamadas assim porque as constelações parecem seguir ao contrário do normal) e o tempo que demora para perfazer um ciclo completo é de 25.765 anos. Cada 2150 é conhecido como “Era” ou “Eon”.

De 4300 AC a 2150 AC foi a chamada “Era de Touro”, de 2150 AC a 0 foi a chamada “Era de Áries” ou “carneiro”, de 0 AC até 2150 DC é a “Era de Peixes” e a partir de 2150 será a tão famosa “Era de Aquário”.

Na Bíblia, a passagem simbólica dos dez mandamentos (eu avisei que o Pentateuco é totalmente simbólico, não avisei?), quando Moisés desce com os mandamentos e avista o povo venerando o Bezerro de Ouro, Moisés simboliza a nova Era de Áries enquanto os “antigos deuses” da Era de Touro deveriam ser deixados para trás.

Durante a Grécia, deuses e monstros ligados com o Touro eram extremamente comuns, entre eles os bois de Poseidon, a lenda do Minotauro, os Trabalhos de Hércules a respeito dos Bois de Gedeão, as vacas e touros sagrados no Egito e assim por diante.
A próxima Era é a de Áries, que é representada pelo carneiro, mais notadamente pelo “Velo de Ouro” na história clássica “Jasão e o Velo de Ouro”… note a coincidência entre Bezerro de Ouro e Carneiro de Ouro nas duas lendas que marcam o final de cada uma das Eras.

Talvez este texto tenha parecido meio confuso, mas, são explicações que fazem a diferença para a compreensão de alguns assuntos.
(Marcelo Del Debbio)

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