30 de setembro de 2009
A VERDADE SOBRE O ANO NOVO
O estudo da Mecânica Celeste, como se sabe, abrange a parte da astronomia que se ocupa da observação e determinação do movimento dos astros. E foi o físico e matemático inglês Isaac Newton [1642 - 1727] que, ao enunciar a lei da gravitação universal, contribuiu para se ampliar o interesse pelo estudo dos fenômenos do céu.
O nosso planeta, ou a Nave Terra, além da rotação, isto é, girar em torno de si mesmo, gira em torno da estrela Sol descrevendo uma eclíptica, ou órbita, que se conhece pelo nome de translação. O primeiro movimento determina o tempo e o ritmo dos dias, e o segundo, a ocorrência, entre muitas outras configurações, dos anos, equinócios e solstícios.
As lendas e tradições dos povos do chamado período helenístico [influência da cultura grega], estão muito associadas à atividade humana, especialmente a agrícola.
Procurando manter-se sempre em harmonia com as leis da Natureza e do Cosmos, nossos antepassados, frente a tais fenômenos, celebravam festas e ritos apropriados à ocasião e adotaram ao norte do equador o equinócio da primavera como data para o início do Ano Novo Solar.
Aliás, a constelação de Áries, primeira do Zodíaco e facilmente localizável no céu, já era conhecida pelos babilônios. Cerca de 2.500 anos a.C., diante da freqüência de tais fenômenos, eles fixaram o início do ano, justamente, nessa época.
O calendário romano, antes da reforma determinada por Júlio César [101 - 44 a.C], tinha início no mês de março. Este calendário, ou Juliano, em data bem posterior [1582] foi revisto e atualizado pelo gregoriano, que é usado até hoje em quase todos os países do mundo.
No entanto, um grande número de sociedades esotéricas, entre elas incluindo-se a Fraternitas Rosicruciana Antiqua, fundada por Huiracocha, mantêm a multimilenar tradição de comemorar o Ano Novo no mês de março, ocasião em que tomam deliberações para o período seguinte, elegem e consagram novos dirigentes que, em singular cerimônia, assumem o compromisso de manter os elevados ideais da Ordem, bem como o de servir altruisticamente à humanidade.
Na primavera, o movimento aparente do Sol é indicado como um novo nascimento. Nesse período parece que a vida se renova na Terra, pois recebe novas e mais poderosas energias transmitidas pelos raios solares e os benefícios adicionais gerados pela posição harmônica dos planetas que compõem o sistema heliocêntrico.
“Ostara”, entre os antigos povos escandinavos, era a deusa da primavera. Considerada como símbolo da ressurreição de toda a Natureza, era ardorosamente cultuada no início da estação das flores. Em homenagem à deusa, adotaram o costume de promover a troca de ovos coloridos, chamados de “ovos de Ostara”, como emblema de renovação da vida. Essa pratica, mais tarde, foi adotada nas comemorações da Páscoa cristã, com o mesmo significado.
O cristianismo, ao celebrar a Páscoa dias após o equinócio da primavera, tem por objetivo a identificação do ressurgimento do vigor da Natureza com a Ressurreição de Jesus, o Salvador, enquanto a comunidade judaica, nessa mesma época, comemora a festa da colheita da cevada e a festa da liberdade, em memória da redenção dos escravos israelitas do jugo egípcio.
Para os hebreus, o regozijo do equinócio, ou da Páscoa, tem um nítido significado de memorial, pois deve marcar o início de uma nova era, ou o tempo da libertação, com o inicio de uma nova vida, conforme relato no segundo Livro do Antigo Testamento [Êxodo 12:1-14].
Da mesma forma que esses fatos históricos, ainda hoje celebrados de modo alvissareiro, e por certo muito significativos para o mundo ocidental, as ordens esotéricas, especialmente a Maçonaria e a Rosacruz, em consonância com os mitos e lendas religiosas, cultuam a morte e a ressurreição dos Heróis Solares e festejam, solenemente, a chegada do Equinócio Vernal em data mais ou menos coincidente com a simbólica morte de Cristo, o Sol Invictus.
Os episódios lembrados durante o transcurso do Ano Novo Rosacruz, ao serem examinados sob o ponto de vista do equilíbrio e da harmonia cósmica, da união consciente do homem com a natureza, deverão contribuir para que o Adepto possa, convicto dos postulados do Código de Vida que abraçou, meditar e compreender, com extrema alegria, que a saúde física do corpo, sempre revitalizada, é de fundamental importância para a transmutação de idéias velhas em novos e mais proveitosos conceitos sobre o significado de sua vida.
(Dionísio Reis-FRC)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por sua atenção!
Paz Profunda!