13 de setembro de 2009
A Cruz e os Mistérios do Número 4
Sabemos que as quatro polaridades que se apresentam nas manifestações da natureza unem-se num ponto, chegam ao UM e a seguir ao ZERO que é o próprio infinito. Na realidade falamos muito na volta ao UM, mas isto significa que é à volta à origem dentro da Creação e não ao nível do NADA.
A primeira manifestação na creação é UM, portanto é a PRIMEIRA LUZ. O UM é o manifesto, mas não conscientizável, portanto já existe como creação. Por outro lado, a origem primeva de tudo é simbolizada pelo ZERO que tudo contém, mas coisa alguma em manifestação, portanto não está sujeito nem sequer ao tempo.
Pela figura podemos ver que do 4 chega-se ao UM e que do UM pode-se ascender ou descer para o infinito.
Pela fig. 2 podemos ver que a cruz é uma representação plana da pirâmide e de 4 faces e que esta é uma projeção espacial dos dois bipolos que constituem o quatro.
Podemos sentir que se elevando o ponto de interseção a partir do plano forma-se uma pirâmide de 4 faces e que nessa ascensão as quatro faces tendem ao infinito, por isto é que a cruz é considerada como um símbolo de ascensão.
É pela ascensão da Cruz que se chega ao ponto; pela cruz se sai do material e chega-se ao imaterial, do concreto chega-se ao abstrato; do mundo inferior chega-se ao superior, do plano das formas chega-se aos planos do sem forma; do domínio da força inferior chega-se ao dominium da Força Superior. Assim, desde que se entenda e aplique-se o mistério do quatro, simbolizado pela cruz o espírito liberta-se do mundo da creação e chega ao UM e pode daí chegar ao Nada (Nirvana).
O quatro é um número aberto porque pode levar ao UM, mas também está sujeito a descer deste para os planos inferiores assim como ascender para o infinito, conforme se pode ver pela Fig. 1 acima.
Na realidade a cruz pode ter sentido duplo; por ela pode haver tanto o afastamento quanto a aproximação do que é positivo, tanto simboliza o afastamento quanto a aproximação com o UM. Isto está simbolicamente bem representado pela crucificação.
Jesus, a Força Superior desceu do UM e se manifestou na natureza como o quatro, representando a cruz. Na cruz voltou a ascender para o UM. Duas vias podem ocorrer a partir da cruz. Após a crucificação Jesus - diz o Credo Católico - Jesus desceu ao inferno no terceiro dia. Numa outra fase Ele subiu ao Céu... O próprio cristianismo exotérico não entende mais isso, apenas associa a cruz à Salvação pelo martírio de Cristo, mas na realidade o sentido é bem mais alto.
Pela cruz o ser tanto está sujeito a se afastar quanto a se aproximar de sua ORIGEM.
Os Celtas e Druidas tiveram grande conhecimento sobre o número quatro tanto é assim que na Cruz Céltica muito dos mistérios deste número estão representados.
Vêem-se muitos símbolos na cruz céltica; claramente dois bipolos representando os quadro elementos básicos da natureza: FOGO/ AR e o outro ÁGUA/ TERRA. Também uma cruz em cujo centro há um ponto simbolizando o UM, ponto onde os elementos do bipolo se unem. É o ponto do retorno onde até mesmo os opostos se reencontram e tudo se torna.
Não é somente na cruz celta, que representa esses conhecimentos, na realidade no mundo atual a cruz mostra dois bipolos entrecruzados simbolizando a manifestação da natureza no mundo e a ascensão. O cristianismo perdeu o conhecimento sobre o significado místico da cruz, relacionando-a apenas ao sofrimento de Cristo à crucificação, mas na realidade existe pelo menos mais um, esse que exporemos nesta palestra: A ascensão pelo quatro.
A cruz representa a extensão, o desenvolvimento no sentido de manifestação na natureza, assim como a redução do múltiplo à unidade. Representa o dominium do UM sobre o múltiplo.
Uma cruz simples representa a redução à unidade, campo de manifestação exterior que, partindo de um ponto central expande-se nas quatro direções.
Agora queremos fazer uma revelação bem significativa. A cruz pode levar ao absoluto, mas jamais ser o próprio Absoluto: Jamais o transcendente em sua totalidade pode ser reduzido à unidade. Apenas em parte ELE pode se manifestar como unidade.
O Um está dento da creação, é aquela etapa indetectável, mas presente, em suma o um é a primeira fase do Mundo de Maya. O Um é Kether na árvore da vida. Por outro lado o Zero não existe como manifestação, não pertence ao Mundo de Maya. Se assim não fosse todo o NADA poderia se tornar manifesto, se tornar o UM cuja conseqüência seria ELE deixar de existir como Infinito. Neste caso tudo passaria a ter somente uma polaridade, a da creação. A creação passaria a ser absoluta e única, mas um "absoluto" que haveria tido começo, e como sabemos, algo que tem começo não pode ser infinito, pois o eterno - Infinito - não pode ter princípio algum.
Por mais que se crie a partir do NADA este continua existindo com a mesma amplitude, em tudo igual ao antes. Por mais que seja creado a partir do Infinito este não diminui em coisa alguma, em fração alguma, pois se assim não fosse o infinito tornar-se-ia carente, após a criação faltar-lhe-ia algo e conseqüentemente ele deixaria de ser infinito.
Vemos assim que embora tudo haja surgido a partir do PODER SUPERIOR na realidade ELE não diminuiu, tal como após a unificação não aumentará.
JAMAIS SE PODE REDUZIR O TRANSCENDENTE EM SUA TOTALIDADE À UNIDADE.
A creação a partir Dele é algo que a mente relativa não pode compreender, mas de uma certa forma se pode ter ao menos um vislumbre de entendimento, desde que se aceite que TUDO É MENTE. A MENTE é o que é, um aspecto da própria Consciência e NADA mais.
O aparente paradoxo mencionado só existiria se o universo tivesse existência real, mas sendo ele Maya, uma espécie de ilusão, apenas um "pensamento" da MENTE CÓSMICA, então TUDO É NADA E NADA É TUDO.
(José L.do Egito-FRC)
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