Pensem num ser capaz de mudar as “realidades” a seu bel-prazer. Para ele não existe impossibilidades, não existe dor, sofrimento, coisa alguma a não ser aquilo que ele queira. Nessa condição ele pode ser considerado um verdadeiro Creador, o próprio Deus.
“E vós sois Deus” – disse Jesus.
Um degrau acima da libertação final situa-se a libertação suprema que significa o retorno até o nível Divino.
Tudo quanto existe passível de ser detectado são meras criações mentais, isso é o que está explícito no Primeiro Principio Hermético.
Deus existe como Consciência e se manifesta como Mente. O Mundo Imanente pode ser considerado como uma criação daquilo que usam chamar de Mente Cósmica.
Nos temas precedentes tentamos mostrar como o ser pode se libertar dessa condição limitante e voltar à natureza de Ser. Se o universo é uma creação mental, então qualquer coisa, ou componentes dele, pode ser “criado” e vivenciado.
Em texto anterior usamos uma metáfora para facilitar o entendimento sobre a natureza holográfica do mundo, consistindo de uma sala de cinema. Nela aquilo que está sendo projetado não é a realidade, mas a pessoa só se dá conta disso porque registros de memória são evocados. Sem memória a pessoa não tem como saber se uma cena é uma realidade ou uma ilusão.
Para afirmar ser uma ilusão é preciso que ela evoque conhecimentos, que são lembranças – memória – para poder avaliar a realidade das cenas. Sem memória a pessoa nem sequer saberia que existem ilusões, pois em tal condição tudo o que ela percebe não tem como saber se tratar de uma ilusão. Diante de uma percepção a única coisa que permite a pessoa saber se tratar de uma ilusão ou realidade é a analise mental daquilo que é observado. Sem memória não há referencial para se avaliar a natureza da realidade de algo.
A pessoa que tem conhecimento das implicações do Primeiro Princípio sabe que a realidade é algo que pode ser gerado. O mundo é aquilo que se percebe e se entende, por isso, mudando o foco de percepção a realidade muda também. Quando o ser entende isso ele está a um passo de poder gerar sua própria realidade, qualquer que seja ela, bastando ter suficiente capacidade de concentração mental e especialmente de energia. Por exemplo, diante de uma situação desprazerosa pode simplesmente desligar aquele mundo, aquela cena, e sintonizar outra que lhe seja prazerosa. Desativar o projetor daquela cena e ativar o de outra. Para isso é bastante que ele tenha suficiente domínio da arte de concentração mental, de visualização e especialmente disponha de um elevado gradiente de energia.
O “volume” de energia requerido para a efetivação de acentuada mudança de realidade é muito grande. Mudar apenas algumas características de um determinado mundo é exeqüível a muitas pessoas, mas mudar a totalidade dele é algo que requer um limiar energético inconcebivelmente elevado, e incomparavelmente maior é preciso para anular e libertar o ser da condição de imanência. Isso é a meta final e suprema de todo ser, é à volta à condição de Ser.
Mesmo que ainda não seja capaz de mudar um mundo em totalidade, ainda assim uma pessoa pode afastar de si tudo aquilo que por algum motivo não lhe convier. Quando esse limiar é atingido então se trata de um ser liberto, liberto porque nada mais o pode atingir, não pode mais ser vítima de qualquer ilusão ou vicissitude.
A pessoa comum é atingida porque não sabe, e nem pode ainda, fugir de uma vicissitude, ele vive preso por grilhões, vezes tremendamente poderosos, mas muitas outras por elos simples, que o prende inexoravelmente por não saber como eliminá-lo por falta de conhecimento – cientificação –, ou de energia.
A possibilidade absoluta de mudar realidades só é dada ao Ser, o ser, contudo, pode fazer mudanças o suficiente para se posicionar fora de qualquer problema, ele não sofre, está liberto de reencarnações, pode vivenciar somente condições prazerosas.
Na linguagem das religiões pode-se dizer que em tal nível o ser “vive no céu”, embora ainda não haja atingido a União definitiva, ou seja, sua condição de Deus. Pode transformar as condições infernais em celestiais. Por isso se diz que a libertação é um estado celestial e viver no mundo imanente é um estado infernal.
Não é fácil a pessoa acreditar no que afirmamos, mas a essa conclusão que se chega se examinando o Unismo; não tem outra forma. Se tudo é Um então o caminho é um só. No Unismo não cabe a existência de seres além do Ser único.
Acima do nível dos seres libertos resta o Absoluto – Inefável – o Nada, o repouso eterno, um nível sem espaço, sem tempo, sem divisibilidade, sem movimento, sem qualquer possibilidade de percepção. É um nível em que não há dependência alguma, nem mesmo de qualquer lei, desde que as leis são criadas por ele. Trata-e da libertação suprema, daquilo que chamam de volta à unicidade.
Para um Ser liberto não existe limite, qualquer limite é ditado pelo seu querer, isso acontece em decorrência dele poder mudar qualquer realidade que se lhe apresente. O ser liberto pode mudar todas as possibilidades, e se hipoteticamente ele mudar tudo quanto há então para ele não existe o mundo imanente, pois esse pode ser transformado. Ao nível da Unicidade não existe descontinuidades, tudo é homogêneo.
O Poder de criar as próprias realidades depende do poder pessoal, ou seja, da energia que o ser seja capaz de mobilizar, portanto temos que admitir que a energia seja a única fonte de salvação, de libertação. Como no mundo imanente tudo se manifesta em polaridades, então podemos dizer que a recíproca é verdadeira, a energia também é a fonte de todo o mal.
(José L.Egito-FRC)
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