Segue-se aqui o Rito utilizado para a abertura das Atalaias (ou Torres) do Sistema Enochiano. Este Rito abre as Portas que encontram entre o mundo físico e o Reino Espiritual; através das quais todos os Deuses, Anjos e Espíritos podem ser
chamados. Estas são as portas da Santa Jerusalém Celestial que descreveu São João em sua Revelação.
É um ritual que pode ser usado com múltiplas finalidades, e pode ser usado em especial nos trabalhos mágicos mais complicados, que exigem maior concentração.
O Templo é preparado como no Grau de Neófito. Deve ser usado um incenso muito espesso, e de forma abundante. O melhor é o de Rosas – ou qualquer outro que seja o suficiente estável e harmonioso.
Abertura: Permanecer de pé no Noroeste. Voltar-se para o Leste e anunciar:
“Afaste-se o profano”! Ou em Enochiano: “NIISO, NIISO, BABALON”.
Ou em Egípcio: “UAI, UAI, FET”.
Depois, pegando a Espada, fazer os Rituais Menores de Banimento do Pentagrama e do Hexagrama, fechando com os Sinais LVX.
Ir ao Sul do Altar com o Bastão de Fogo na Mão, permanecer um instante de pé diante da Tabela de Fogo, segurar o bastão adiante e acima da cabeça, e mover-se lentamente pelo perímetro do templo, vibrando:
“E quando, depois que todos os fantasmas tenham se desvanecido, vejas esse fogo santo e sem forma, esse fogo que cintila e relampeia pelas ocultas profundidades do universo, ouvi tu a voz do Fogo”.
Ao chegar ao Sul, balançar por 03 (três) vezes o bastão diante da Tabela do Fogo.
Traçar um círculo fechado. Nele, traçar o Pentagrama do Espírito Ativo.
Fazer os sinais de LVX. Em seguida, fazer o Pentagrama de Invocação do Fogo.
“OIP TEAA PEDOCE. Nos Nomes e letras do Grande Quadrado do Sul, eu os invoco, Ó Anjos da Atalaia do Sul”.
Novamente saudar a Tabela. Deixar o Bastão sobre o altar.
Ir a Oeste do Altar, pegar a Copa, aspergir Água diante da Tabela da Água e, novamente, circunvolucionar lentamente o perímetro do Templo, dizendo:
“Assim, pois, em primeiro lugar, o sacerdote que governa as obras do Fogo deve aspergir com a Água Lustral do forte e ressonante Mar”.
Retornando ao Oeste, aspergir novamente com água, diante da Tabela da Água.
Traçar um círculo fechado. Nele, traçar o Pentagrama Passivo de Invocação do Espírito.
Fazer os sinais LVX. Em seguida, fazer o Pentagrama de Invocação da Água.
“EMPEH ARSEL GAIOL. Nos Nomes e letras do Grande Quadrado do Oeste,eu os invoco, Ó Anjos da Atalaia do Oeste”!
Novamente saudar a Tabelada Água. Deixar a Copa sobre o altar. Ir a Leste do Altar, pegar o Punhal, agitar por 03 (três) vezes diante da Tabela do Ar, e, novamente, circunvolucionar lentamente o perímetro do Templo, dizendo:
“Um Fogo tal existe estendendo-se por entre os vendavais do Ar. Ou como um Fogo sem forma do qual provém a imagem de uma voz. Ou como uma Luz fulgurante, abundante, girando, espiralando-se, chamando alto”.
Retornando ao Leste, agitar por 03 (três) vezes o Punhal diante da Tabela do Ar.
Traçar um círculo fechado. Nele, traçar o Pentagrama Ativo de Invocação do Espírito. Fazer os sinais LVX. Em seguida, fazer o Pentagrama de Invocação do Ar.
“ORO IBAH AOZPI. Nos Nomes e letras do Grande Quadrado do Leste, eu os invoco, Ó Anjos da Atalaia do Leste”!
Deixar o Punhal sobre o Altar. Caminhar para o Norte.
Pegar o Pantáculo ou o Prato com o Pão e o Sal. Sacudir o Pantáculo por 03 (três) vezes diante da Tabela da Terra, e, novamente, circunvolucionar lentamente o perímetro do Templo, dizendo:
“Não te inclines para descender ao esplêndido mundo tenebroso de contínua profundidade sem fé e nele que o Hades se envolva em sombras, deleitando-se com imagens ininteligíveis, escarpado, retorcido; um negro abismo rodando para sempre esposando um corpo, obscuro, sem forma e vazio”.
Ao retornar ao Norte, agitar por 03 (três) vezes o Pantáculo diante da Tabela da Terra.
Traçar um círculo fechado. Nele, traçar o Pentagrama Passivo de Invocação do Espírito.
Fazer os sinais LVX. Em seguida, fazer o Pentagrama de Invocação da Terra.
“EMOR DIAL HECTEGA. Nos Nomes e letras do Grande Quadrado do Norte, eu os invoco, Ó Anjos da Atalaia do Norte!”
Voltar e deixar o Pantáculo sobre o Altar. Circundar o Altar até chegar a Oeste, voltar-se para o Leste dizendo:
“EXARP. BITOM. NANTA. HCOMA.
Nos nomes e letras da Tabela Mística da União, eu os invoco, Ó Forças Divinas do Espírito de Vida”!
Fazer o Sinal do Portal da Abertura do Véu sobre o Altar. Junte as mãos diante de si, e então as separe como se abrisse um véu ou uma cortina. Nesse momento, vibrar uma curta Invocação de Enochiano para o Ritual do Portal, dizendo:
“Eu os invoco, Ó Anjos das esferas celestiais cuja morada está no invisível. Vós que sois os guardiões desta esfera mística. Mantendes bem longe o mal e o desequilíbrio. Fortalecendo-me e inspirando-me para que possa preservar sem mácula este recinto dos mistérios dos Deuses Eternos. Que minha esfera seja pura e santa para que possa entrar dentro e fazer-me partícipe dos segredos da Luz Divina”.
Ir a Noroeste, e anunciar:
“O Sol Visível é o doador da Luz para esta Terra. Deixe-me então formar um vórtice neste Templo para que o Sol do Espírito possa brilhar nele e acima dele”.
Circunvolucionar 03 (três) vezes com o Sol, a partir do Leste.
Fazer o Sinal do Grau, cada vez que passar pelo Leste. Voltar ao Altar, olhar para o Leste em adoração.
Pronunciar a Adoração:
“Homenagem a ti, que viestes como Kheper-Rá, sendo o criador dos deuses. Quando te levantas, brilhas, alumias tua mãe, Nuit, sendo coroado rei dos deuses.
Tua mãe rende-te homenagens com ambas as mãos. A terra te recebe com satisfação, e a deusa Maat te abraça pela manhã e pela tarde.
Possas tu dar glória, poder, triunfo, e saída como alma viva para teu filho que te saúda”.
Trabalhos: Nesse ponto, explique com suas próprias palavras o propósito da Cerimônia.
Sentar-se voltado para o Leste em silêncio, não passivamente, apenas silente.
Ficar atento para perceber a presença do Espírito sobre você, ao seu redor e em seu interior.
Quando se sentir pronto, faça as atividades que se propôs e que foram declaradas anteriormente.
Encerramento:
Fazer três circunvoluções inversas.
Fazer o Ritual Maior de Banimento do Pentagrama, e o Ritual Menor de Banimento do Hexagrama.
Depois, ir a Leste do Altar, voltar-se para o Oeste, dizendo:
“Em nome de Kheper-Rá, deixo agora livre a qualquer espírito que possa ter sido aprisionado por esta cerimônia”.
Deixar o Templo.
(Até aqui vimos o texto do Livro A Heptarquia Mística, de Frater Goya. Seguiremos com novos textos, onde serão expostos outros autores.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por sua atenção!
Paz Profunda!