Sendo Ele o agente aglutinador por excelência, e Suas criaturas originadas de Sua pura energia, estas não poderiam viver indefinidamente dispersas, separadas e insensíveis, umas em relação às outras. A vontade suprema, embora no todo ainda seja incompreensível para nós, promove a aproximação entre os Seres.
Essa força de aproximação atua através de dois sentimentos: o desapego e o perdão que, em resumo, dão a fraternidade. Será nesta modalidade de convivência social que viverá a humanidade da era pós-moderna.
A figura demonstra esse novo tipo de personalidade humana e a sua contra-parte que se situa nos planos adjacentes.
Igual às vezes anteriores, o representamos em três etapas:
1 - Ativo na vida Física, cercado de afazeres que o aproximam dos semelhantes;
2 - Corpo Físico morto;
3 - Ascendendo ao plano Mental, por justo merecimento. Esse indivíduo não será apenas intelectualmente desenvolvido, mas também, socialmente fraterno.
Esse avanço de conhecimento e os paradigmas de respeito social, alargarão a visão individual de todos os seres, fazendo-os compreender que seus semelhantes são, realmente, seus semelhantes. Em tudo iguais uns aos outros, compreendendo que entre eles não existe a suposta separatividade.
Cada um é uma parcela daquele Todo. Podem se sentir como aquelas gotículas do suco de laranja como exemplificamos, individualizadas, todavia, saberão compreender que em essência todos são exatamente iguais.
Em razão disso, e como ficou comentado na apostila 18, a humanidade caminha em bloco.
Isto é, todos os indivíduos à ela pertencentes transferem-se, simultaneamente, a estágios mais elevados ao final de cada ciclo evolutivo. Do bloco a ser transferido excluem-se, apenas, os indivíduos recalcitrantes que não pautaram seus esforços numa tal direção.
Dado a isso, ao homem dessa era avançada regerá pacificamente o conceito de que todos têm o mesmo direito à vida. Tudo tendendo, portanto, à humanização.
Cabe, aqui, uma explicação. Embora estejamos falando numa coletividade futura deve-se ter em conta que, individualmente, a qualquer momento, ou a qualquer era, também se pode atingir esse estado de consciência. Basta o esforço próprio da pessoa.
Entretanto, será, como dissemos quando historiamos que "Essas promoções ao reino evolutivo sequente ao que se encontra, não se dão a todo instante, atendendo um elemento ou outro que se destaque dos demais, como a informação acima possa fazer supor. Não, ela se dá em ciclos certos de mutações, e quando chegam suas épocas, a promoção, ou transferência, atinge não um elemento, mas um lote de elementos daquela espécie em questão."
Todavia, como também dissemos, "Se, por ventura, um elemento atingir o máximo evolutivo antes de se completar o ciclo evolutivo da espécie, permanecerá, este, em atividades junto à sua coletividade.
" Isso é visto em determinadas pessoas da humanidade atual que demonstram total desapego aos bens próprios e se dedicam de corpo e alma à solidariedade para com o próximo. Falaremos disso, mais a frente.
A tal indivíduo, uma vez completado seu tempo de vida Física, e entregando seu corpo humano à terra, conforme vemos na figura, poderá, esse bem aventurado, demandar planos mais elevados. Não mais será retido no plano Astral, mas, posto que pela lisura de seus pensamentos e pelas boas qualidades de uso que deles fez, conseguiu também dar forma consistente ao corpo Mental. Assim sendo, usufruirá das vivências no plano Mental, mais venturoso que os dois inferiores.
Mas voltemos à continuidade da exposição que fazíamos quando dissemos que em face dessa elevação social tudo, numa nova era, estará tendendo à humanização.
Outra característica que contribuirá para isso é que os intervalos entre encarnações serão bem mais prolongados. O motivo é simples. Intelectualmente bem desenvolvidos e muito espiritualizados, descobrirão naqueles planos importantes objetivos a serem alcançados.
Situação exatamente oposta à do homem primitivo que nos intervalos entre encarnações mal deixava o ambiente físico, para logo a este retornar, visto que seus interesses o fixavam à face da Terra.
Como, também, circunstância diferente à do homem da chamada era moderna, que já vimos, quanto à duração do intervalo de permanência no plano Astral, entre uma encarnação e outra.
Nesta nova característica de vivência seu tempo de permanência ali será bem mais dilatado, pois seus olhos verificarão que inúmeras atividades o ocuparão naquelas estâncias e, de boa mente, à elas se entregará. Uma compreensão totalmente objetiva. Sabe que participando das atividades próprias daquele plano estará, também, trabalhando por espiritualizar mais ainda o futuro da Terra física que um dia voltará a recebê-lo.
É fácil entender porque os indivíduos residentes naquelas paragens amoldam suas atividades intentando o distante futuro da Terra física. O motivo é o seguinte:
Quanto mais elevado, espiritualmente, for o plano de existência, mais ao "futuro" vive aquela humanidade.
Expliquemos: A Eternidade é, como não poderia deixar de ser, um ETERNO PRESENTE. Nela, tudo é um AGORA. Não existe o ontem e nem o amanhã. Lembramos, ainda, que a Eternidade é a essência primordial da qual todas as substâncias provieram.
Uma vez que, gradativamente, a essência vá se coagulando e se tornando matéria mais adensada, começa, então a se formar também a relatividade do tempo.
Densidades diferentes criam tempos diferentes. Essa relatividade é proporcional ao grau de adensamento da matéria de que é composto o plano.
Assim, no plano físico da Terra, temos o tempo relativo mais lento de todo o conjunto que forma os planos existenciais deste planeta, porque aqui também temos a matéria mais densa.
Por decorrência, o tempo relativo no plano Astral é mais ligeiro, se comparado com o nosso, porém mais vagaroso que o do plano Mental. E sucessivamente, a cada plano ascendente, o tempo relativo se aligeira, até atingir o estágio do Eterno Presente, onde tudo é Agora.
Desta forma pode-se compreender que um Ser vivente no plano Mental da Terra, vive, "agora", neste exato momento, o tempo de um determinado futuro da Terra física.
Em outras palavras isso quer dizer: lá, agora, já se tomam providências que só se materializarão na Terra física daqui a alguns séculos.
Sabemos que tudo isso é intrigante e fascinante, e que nos leva à seguinte conclusão: Realmente muita atividade se desenvolve no plano Mental, pois que aquele presente representa o futuro dos planos Astral e Físico. Diante de tanto a se fazer, é natural que o tempo de permanência ali em muito se dilatará para aqueles que já tiverem a ventura de pisar naquele solo.
A observação sobre o tempo, referida acima, parece extravagante e estapafúrdia ? Pois não é. Além das informações correspondentes que nos chegam ditadas a médiuns de fidedigna capacidade, tais como Francisco Cândido Xavier, João Nunes Maia, etc, pelos espíritos André Luiz e Miramez, respectivamente, também o ramo mais avançado da ciência, a pesquisa quântica, aponta para a mesma comprovação.
No interessante livro dos pesquisadores Bob Toben e Fred Alan Wolf, por título Espaço-Tempo e Além, publicado no Brasil pela Editora Cultrix, à página 41 encontramos a seguinte nota:
"Num campo gravitacional muito intenso relativamente àquele onde o observador está situado, o tempo passa mais devagar e as dimensões contraem-se do ponto de vista do observador." (Grifo do original).
Os autores estão dizendo exatamente o que dissemos linhas atrás. Vejamos isso numa figura.
No quadro superior da figura vemos dois campos gravitacionais. "A" e "B", ambos com a mesma gravidade.
Vemos que a marcação do tempo é igual para os dois, em data e hora.
No quadro inferior apresentamos, também, dois campos gravitacionais. "A" e "C". "A" com gravidade intensa, e "C" com gravidade fraca relativa ao campo "A".
Vemos que o tempo em "A" marca 4 horas do dia 06-09-2005, enquanto que em "C" temos a data de 06-09-3005.
Esclarecimentos:
1 - Os tempos indicados na figura são hipotéticos. Apenas para facilitar a visualização;
2 - Também se referem a campos gravitacionais que tenham a mesma relação de espaço, como por exemplo, o plano Físico da Terra e o plano Astral, também aqui da Terra. Neste caso, o campo menos intenso vive um tempo "futuro" se comparado ao campo mais intenso.
Outra informação interessante que os autores citam é que um observador postado num plano menos denso, digamos o campo "C" de nossa figura, verá que as dimensões do plano mais denso, "A", que esteja à sua frente, estarão, por sua vez, contraídas, em relação ás dimensões de seu plano material.
Einstein, o formulador da teoria da Relatividade, alterou os rumos de muitas teorias então vigentes, e abriu caminho para tantas outras descobertas, isso em 1905.
Ele equacionou essa questão da relatividade do tempo, que aqui estamos tratando para entendermos o que vivemos no plano Físico da Terra e o que se vive no plano Mental, deste mesmo planeta.
A revista VEJA, em sua edição 1.915, de 2005, trouxe reportagem sobre o trabalho de Einstein. Referentemente à questão, a revista dá um substancial exemplo. Por título A GRAVIDADE ALTERA O ESPAÇO E O TEMPO, vem a explicação dessa parte da teoria.
A explicação diz o seguinte: "O espaço e o tempo são como uma toalha de mesa esticada. Um corpo colocado sobre essa toalha cria uma vala, [um afundamento] que é a deformação do espaço-tempo. (...) Quanto mais perto se está do centro da deformação, mas lentamente o tempo passa.“
E conclui: "Isso explica por que um relógio atômico na superfície da Terra anda mais devagar do que outro colocado num satélite em órbita.“
Como vemos, a ciência confirma que a gravidade é que determina o andamento do tempo. Por isso, acreditamos que as citações acima esclarecem o que estamos comentando. Também, todas elas, estão absolutamente de acordo com as informações dadas via mediúnica.
Estas informam que os planos mais espiritualizados, e portanto, menos densos, e os seres neles viventes, são mais expandidos que os seus semelhantes situados em posições inferiores. Por isso, os espíritos inferiorizados, apesar de estarem no plano Astral, não conseguem se afastar da superfície da Terra física. Seus perispíritos, muito pesados, são atraídos para cá.
Voltemos ao livro Espaço-Tempo e Além para mais uma informação valiosa ao nosso estudo. Os pesquisadores já nomeados acima, falam da harmonia geral para o cosmo, como comentamos, nos referindo à fraternidade. Eles dizem, à página 107: "O CAMINHO DA NOVA ERA - Compreenda as ações arquetípicas. Pense num evento que esteja em harmonia com as ações/natureza arquetípicas. Novos caminhos de mínima ação podem desenvolver-se e construir-se guiando sua percepção para aquela harmonia. E o pensamento torna-se experiência.“
Pois bem, lembram-se do que comentamos sobre os Arquétipos? Se nossas mentes não estiverem tão poluídas pelo meio social em que vivemos, poderemos sentir as influências arquetípicas e, por elas, descobrir o caminho da nova era.
Isso tudo demonstra a diferenciação entre os que habitam a face física da Terra e aqueles que habitam a face do plano Mental desta mesma Terra. Aqui a lentidão e poucos sentidos perceptivos. Lá a ligeireza e maiores atributos de percepção.
É dentro das características acima comentadas que vivem os habitantes do plano Mental e os dos planos mais acima.
Harmoniosamente pensando com os Arquétipos, pois é a partir destes que todos os rumos renovadores são tomados. Quanto mais "alto" se sobe, espiritualmente, mais "próximo" se fica dos originadores da criação. A partir daí o "pensamento se torna uma realização", uma concretização.
Como vêm, não só os espíritos falam dessa grandiosidade ocupacional no espaço, mas também as ciências vão chegando às mesmas definições. E já não era sem tempo.
É para essa grandiosidade que caminha o homem da era pós-moderna. Expande-se, e mais do que isso, aproxima-se de seus Mestres. Daqui para frente, candidata-se ao próximo ciclo evolutivo, cujo resultado maior é adentrar na era da Angelitude.
Antes de prosseguirmos com os comentários, re-analisando o período de sua trajetória humana neste planeta, apreciação que não podemos dispensar, pois que ela nos dará a visão global dessa transmutação, apresentaremos a figura a seguir na qual veremos toda a viagem evolutiva empreendida por essa aventureira. A consciência de cada um.
Olhar essa figura é como olhar uma coletânea de fotografias próprias. Daquelas que existem em todas as famílias quando os pais, entusiásticos, vão colecionando as fotos dos filhos à medida em que eles crescem.
Na figura está todo o passado da criatura vivente na Terra. Olhando-o, e reflexionando em suas experiências, podemos muito bem imaginar quão venturoso será o futuro.
Já evoluiu-se tanto. E nessa expansão constante, as dimensões universais que hoje ainda parecem intransponíveis, se tornarão vielas que a criatura cruzará num piscar de olhos.
Mas não serão as dimensões a encolher, e sim o indivíduo a crescer. Daí, os passos, miudinhos de início, se agigantarão.
Com os pés sobre um planeta dará as mãos a outro seu igual postado em outra esfera. O universo ficaria pequeno. É por isso que ele também expande, já diz a ciência, por que senão, como iria comportar tantos e tantos gigantes.
Só mais uma informação: Em 1979 tivemos a felicidade de conhecer o livro A Grande Síntese, obra inspirativa canalizada por Pietro Ubaldi. Estudá-lo foi a porta que se nos abriu, descortinando o ilimitado horizonte da metafísica. O primeiro degrau. Foi a partir dele que, também por inspiração, demos início ao estudo que ora se faz, bem como a idealização desta figura. Vamos a ela.
Ponto "A" na figura, foi o momento da partida, o despontar da centelha de vida;
ponto "B", chegada e vivenciamento no reino mineral da Terra;
ponto "C", regresso ao plano Astral onde fortalece o protótipo de seu corpo Astral;
ponto "D", retorna à Terra física, agora ao reino Vegetal;
ponto "E", tendo passado por toda a escala de espécies vegetais, retorna ao plano Astral, consolidando ainda mais o protótipo do corpo Astral. Agora contendo amostra das sensações;
ponto "F", outra vez volta à Terra física para, no reino Animal e passando por todas as espécies, dirigir organismos mais complexos;
ponto "G", o grande momento, quando, despertando no plano Mental Superior, atinge a condição de Individualidade;
ponto "H", naquele plano dá início à formação do que será o seu corpo Causal, condição para dar seguimento à extensa viagem;
ponto "I", desce ao Mental Inferior dando partida à formação do corpo Mental;
ponto "J", segue ao Astral ativando ainda mais o protótipo do corpo Astral, dando ao mesmo o princípio da forma humana;
ponto "K", retorna ao Mental Superior e consolida ainda mais o corpo Causal com vistas ao novo tipo de jornada a ser empreendida;
ponto "L", segue ao Mental Inferior e ativa um pouco mais o corpo Mental, pois agora suas ações estão sendo feitas no reino Elemental;
ponto "M", por reflexo das providências acima, também o corpo Astral mais se anima;
ponto "N", vencendo o tempo no reino Elemental retorna ao plano Mental para novos preparativos e dinamizações do corpo Mental;
ponto "O", assim constituído, o corpo Astral também já possui em definitivo as características humanas o que permitirá o passo seguinte;
ponto "P", inicia a fase humana e nesta, durante longérrimos milênios, fortificará os corpos Mental e Astral:
ponto "Q", encerra a fase humana recolhe-se ao plano Mental. Agora passa a outro grande momento de sua vida. Com o corpo Mental bem definido e desenvolvido, não necessitará mais dos retornos à vida física. O ciclo agora estará entre o plano Mental e o Astral;
ponto "R", descerá apenas até ao plano Astral, e deste, vencendo a necessidade de permanências nos planos da fase Evolutiva Humana, alçará voos maiores, "subindo" aos planos da fase Evolutiva Super-Humana, que na figura representamos com a seta se dirigindo à origem "A". A grande viagem está recapitulada.
Uma vez que através da figura pudemos recapitular a trajetória da consciência nesse largo espaço de tempo que tem passado neste planeta, sigamos agora à análise conceitual de cada uma das fases percorridas como personalidade humana.
Apesar de ter sido feito comentários dessa fase, torna-se, porém, necessário repassar um pouco mais demoradamente aqueles períodos para se compreender com total clareza porque a consciência vem de habitar, via veículos de manifestação, ambientes como o deste planeta.
Começamos lembrando, como se comentou, que a Mônada tem uma duplicidade de vida. Uma no plano Monádico, do qual não se ausenta nunca, e ali gozando da total integridade de seus poderes, e a outra, alternativamente em algum plano inferior aquele, onde, temporariamente, se manifesta através de um corpo apropriado.
Outro ponto a ficar bem claro é o da necessidade dela "descer" a esses planos de manifestação, como condição insubstituível para evoluir. Portanto, dois pontos que não devem ser esquecidos para se compreender as razões dessa viagem.
O histórico é o seguinte: O plano geral da obra da criação, na parte direcionada à evolução da criatura, ao que nos é dado saber, diz que as centelhas de consciência, em suas condições primárias, início de despertamento, recebem agregados de partículas de matéria em seus raios de vida.
Essa junção resulta no que podemos chamar de agregado dual, ou seja, formado por duas partes distinta; o espírito e a matéria.
Nesse início tudo é muito simples e de pequena expressão volumétrica.
Porém, na medida que se transforma evoluindo, a consciência, ao invés de permanecer "perdida" no meio de muitas, e animando só uma partícula, passa a ter um corpo inteiro só para si.
Com outras palavras isso significa o seguinte: no começo de suas experiências na Terra, no reino Mineral, a consciência é agregada a uma única partícula de rocha, por exemplo. Não precisa mais do que isso porque todo o transcurso daquela fase é feito sob inteiro controle de um Deva Grupal. A Alma Grupal.
Transpondo esse reino e passando aos outros, vai se especializando no comando de não mais uma única partícula, aquela que ela animava, mas de várias ao mesmo tempo. Isto é, já é capaz de tomar conta de um pequeno grupo de consciências, inferiores à ela, e que estão animando cada partícula do conjunto geral do qual ela também faz parte.
Todavia, ainda sob a tutela de um Anjo Grupal. Até que num belo dia, e toda história tem seu belo dia, nossa amiguinha toma sob seu exclusivo cuidado a direção de um corpo inteiro.
Como se vê, já é alguma coisa mais importante. Mas, raciocinemos, o que é um corpo ? Não é o aglomerado de muitas partículas que chamamos moléculas ? E essas partículas são alguma coisa amorfa, sem vida ? Não ! Cada partícula, por mais ínfima que seja, e não importa a que reino pertença, tem em si uma conscienciazinha ali trabalhando.
Pietro Ubaldi, em A Grande Síntese, à página 95, editado pela Livraria Allan Kardec Editora, cita que "Cada individualidade resulta composta de individualidades menores (...)".
André Luiz, espírito, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, em seu livro Missionários da Luz, página 223, editado pela Federação Espírita brasileira, conta que "O homem do futuro compreenderá que as suas células não representam apenas segmentos de carne, mas companheiras de evolução, (...)".
Annie Besant, em seu livro Um Estudo sobre a Consciência, página 119, editado pela Editora Pensamento, assim relata: "Cada célula no corpo é composta de miríades de diminutas vidas, cada uma delas com a sua consciência germinal.“
Retornando a Pietro Ubaldi no seu monumental A Grande Síntese, agora à página 243, acrescenta que "Cada célula tem, para isso, a sua pequena consciência, que preside ao seu recâmbio em todos os tecidos, em todos os órgãos."
Manoel Philomeno de Miranda, espírito, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco, em seu livro Painéis da Obsessão, página 7, editado pela Livraria Espírita Alvorada Editora, assim se expressa quanto ao mesmo tema: "São bilhões de seres microscópicos, individualizados, trabalhando sob o comando da mente, (...)".
Os trechos acima, vindos de autores renomados e de autêntica credibilidade, explicitam sobre o lado oculto das partículas que compõem os corpos, revelando que cada uma delas, aos bilhões em cada corpo, é uma consciência em despertamento, comandadas por uma consciência maior, aquela que anima todo aquele corpo.
Assim sendo, a Mônada atingindo o portentoso nível da chamada condição humana de vida, toma o comando geral de um corpo só para si.
O que, dentro da visão metafísica, ela está assumindo o controle de incontáveis outras consciências em estado inicial de despertamento, que, por isso mesmo, estão primitivamente agregadas às partículas que formam aquele corpo que lhe serve.
É complicado compreender o que acima ficou comentado ? Nem tanto assim. Pode haver alguma dificuldade para a compreensão, entretanto, estamos falando apenas sobre o encadeamento que a vida, como um todo, impõe a todas as criaturas. A interdependência de uns pelos outros.
Os grandes são formados pelos pequenos, que, por sua vez, são amontoados dos pequenininhos, e os pequenininhos ........ e a escala segue cada vez menor. Até quanto, não sabemos. Mas é assim que nos ensinam os inspiradores de A Grande Síntese, à página 95, citada acima.
Nesse encadear de ações, a consciência não só progride, como também impulsiona, com sua influência, o progresso daquele enorme contingente microscópico que lhe estrutura o corpo que usa. Mesmo porque, em tempos idos, essa Mônada condutora de hoje, já foi uma conscienciazinha conduzida, igual às tantas que agora conduz. Isso tudo faz parte da Lei das Atrações, que determina que embora distintas, consciência e matéria, terão, todavia, que se aproximar. "São distintos, mas é necessário a união do espírito e da matéria para dar inteligência a esta." (Pergunta 25 de O Livro dos Espíritos).
Daí, portanto, se constitui a irresistível necessidade que a consciência "sente" de "descer" à matéria. Ou seja, sua evolução depende do sucesso que obtiver nas vivências em contato com a matéria.
Do domínio que sobre esta estabelecer, pois em si a matéria é composta de moléculas contendo miríades de consciência evoluindo por força da atração que a consciência evoluída exerce sobre elas.
Por isso, no início da viagem evolutiva precisam das Almas Grupais. Mais tarde, possuidoras dos recursos que a inteligência proporciona, já podem, por si mesmas, se autoconduzirem. Além disso, essa necessidade irrecusável de "descer" aos planos inferiores, é o irresistível fluxo de vida que a todos arrasta em direção ascensional.
Mas, e toda história também sempre tem um mas, aí começa a tragédia. Uma vez na matéria de nosso plano, e usando dos atributos de uma individualidade, quais sejam, inteligência e livre escolha, não apura de início sua vista. Isto é, o discernimento.
Com a "vista descuidadamente turva", não faz distinção entre o que é real do que é ilusório, deixando-se arrastar pelas aparências. Dá mais valor ao ilusório que ao realístico.
Em virtude desse desvirtuamento medidas corretivas são tomadas para reverter os rumos que seguiam numa direção perigosa. Tais medidas tomam os nomes de dor, enfermidade, infelicidade, desilusão.
São estes instrumentos de que se servem os Administradores Cósmicos para chamarem os discípulos de "volta à casa do Pai", o ponto "A" da figura anterior. Entretanto, esclareçamos:
estes instrumentos são de aplicação automática, feita pela própria consciência sobre si mesma. Não se tratam de aplicações penais, tipo tribunal, julgamento e sentença.
A figura que representamos abaixo demonstra o indivíduo caminhando por suas próprias pernas sempre na direção ascensional. Todavia, dado aos desviamentos, em certo momento do trajeto terá de defrontar-se com o portão do Carma e do Dever, em reencarnações sucessivas, e nestas acertar-se consigo mesmo.
Ao fundo da figura, simbolicamente, a fonte de irresistível atração, e, como vemos, não há nenhum outro caminho que permita atingi-la, a não ser passando pelo "pórtico" seletor.
Para o Cosmo, não importa o tempo que o indivíduo consumirá para percorrer esse trajeto, até porque, para o Cosmo, tudo é um eterno Presente. Ao indivíduo, sim, competirá decidir a velocidade de seus passos, que serão progressivamente mais rápidos na medida em que se sentir cansado das ilusões da matéria.
Uma ilusão que a própria ciência terrestre já começa a dar seus sinais de que, realmente, tudo o que tocamos e vemos é produto da incapacidade dos nossos sentidos de registrar o REAL acontecimento.
Exemplo seguindo a figura 24B: o que aos nossos sentidos se parece sólido é, na verdade, um aglomerado de átomos movimentando-se vertiginosamente. Nesse vertiginoso movimento ocupam espaços sucessivos, provocando a ilusão do sólido.
O exemplo continua: por sua vez o átomo não é uma esfera sólida. O vemos ampliado no segundo quadro da figura. Ele é composto por um núcleo e elétrons que giram em torno desse núcleo.
O núcleo também não é um sólido. Ampliado no terceiro quadro da figura, vemos que ele é composto por prótons e nêutrons. E assim, prossegue a escala de componentes cada vez tendendo ao infinitamente pequeno.
Tudo isso já é do conhecimento de qualquer adolescente cursando as noções de ciências básicas. Agora, quanto à ciência acadêmica, esta, também dá sua contribuição afirmando que o Universo que habitamos, na forma que o vemos e sentimos, é resultado da incapacidade dos nossos sentidos.
Daí o nome ilusão que, desde as mais antigas instruções metafísicas vindas das religiões orientais é chamada de Maya.
Quanto à citação da ciência acadêmica para essa questão, fazemos referência a Alain Aspect, francês, e David Bohm, inglês. O primeiro fez a constatação de que as partículas subatômicas, digamos o elétron, comunicam-se instantaneamente uma com outra, mesmo que estejam separadas por astronômicas distâncias. Diz Alain: "Mesmo que a distância que as separa seja de bilhões de quilômetros, de alguma maneira uma partícula sempre sabe o que a outra está fazendo.“
Em consequência da descoberta de Alain, David Bohm concluiu que, como já diziam as ciências do Oculto das religiões orientas, "o universo não é o sólido que pensávamos".
Não iremos detalhar, aqui, as temáticas de Alain Aspect e David Bohm. São complexas, como não poderiam deixar de ser, e foge ao propósito deste trabalho. Entretanto, a literatura mais atualizada das ciências quânticas traz todas essas informações. Aos que se interessarem...
Voltemos, então, à viagem de nossa Mônada, ingressada nesta, aparente, complexidade existencial. Contudo, a sequencia dessa descrição a faremos nos próximos textos, quando a encontraremos na condição de personalidade humana.
Veremos as forças que na primeira metade da fase do ciclo humano a prendem à matéria, e as outras que na segunda metade, desse mesmo ciclo, vai libertando-a do jugo da ilusão. Como diria Lao-Tsé: o jugo dos desejos humanos.
Nossa descrição abrangerá desde o raiar junto às civilizações primitivas, indo até ao ápice da compreensão da verdadeira função da vida na Terra:
Atingir a Unidade que, neste planeta toma as feições de fraternidade.
A grande recomendação messiânica de Jesus: "Amai-vos uns aos outros".
(Luiz Antonio Brasil - Continua)
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Paz Profunda!