30 de abril de 2013

A CRIATURA X



O CORPO CAUSAL
Comentamos sobre a mudança da Mônada deixando o reino Animal e transmutando-se para a individualidade. Todavia, informamos que a respectiva análise continuaria nesta, pois naquele espaço precisávamos comentar algumas citações bibliográficas com o fim de mostrar que o processo de transmutação do reino Animal à individualidade, transcorre cercado de refinados cuidados. Feito isso, podemos voltar aos nossos comentários.

Na figura abaixo vemos a representação simbólica do Corpo Causal que se situa, e é habitante, do plano Mental Superior.


Relembrando daquele transformismo, vimos que no transcurso do acontecimento desenvolve-se um vórtice centrado no aspecto ATIVIDADE, situado, este também, no plano Mental Superior. (ver texto X).

Esse vórtice vai agregando em si as substâncias daquele plano para, daí, consolidar o corpo Causal. E é fundamental a formação desse corpo, pois só a partir de sua existência que se torna possível existir o indivíduo.

Antes de sua formação a Mônada vive anonimamente agrupada com outras nos reinos inferiores da natureza. A partir desse transformismo, tornando-se uma individualidade, e cada Mônada deixa o anonimato. Torna-se um Ser responsável.

Para descrever o acontecimento, além das citações do texto anterior, acompanharemos o eminente pesquisador teosófico, Arthur E. Powell, em textos de sua autoria, contidos no livro O Corpo Causal e o Ego, página 66, editado pela Editora Pensamento.

Ele principia dizendo que "(...) o processo de individualização não deve ser concebido como mera fabricação de uma forma ou receptáculo, (...) O fenômeno real é mais parecido com a construção do sistema solar a partir da nebulosa.“

Powell diz que o fenômeno de fixação da individualidade inicia-se a partir de um movimento de substâncias, movimento esse, como vimos, provido pelo fluxo monádico descendente, que, entretanto, tem a aparência da evolução formativa de um sistema solar. Para nos apoiarmos numa imagem do que ele nos conta, basta rever os textos II e III, e visualizar o feito.

Na continuação da descrição Powell informa que surge, primeiro, uma ligeira névoa que vai se adensando. Por enquanto ainda sem forma. Depois de algum tempo há o início do delineamento de forma. Pelo que ele descreve imagina-se que nesse delineamento de forma há muita luminosidade, pois conta que é parecido com a formação de um sistema planetário.

Powell segue sua descrição dizendo que é nessa modalidade que se torna possível ao espírito investir-se de sua individualidade. Apesar de ser muito subjetiva a narrativa de Powell, contudo dá uma ideia dessa formação. Imagino que seria dizer que, de um algo imponderável para com os planos de manifestação, desde Átma até o Físico, a partir daquela formação vorticosa o imponderável se torna ponderável. Torna-se manifestado, não mais como um ente coletivizado numa espécie, mas individualizado. Isto é, um ente à parte de toda a demais criação. Embora desta não separada, é bom que se frize. É o início do psiquismo.

Mas esclarece que nesse início ainda não é um ente completo. Aliás, na Natureza Universal, todos os surgimentos são incompletos. Aparecem, de alguma forma, e com o decorrer dos evos, vão se transformando em coisas maiores e mais complexas. E ao que parece, essa evolução para a complexidade e para o aperfeiçoamento, é infinita. Tanto para os seres quanto para tudo o mais que existe manifestado.

Ao lerem a descrição de Powell diretamente em seu livro acima indicado, naturalmente que, como eu também, gostariam que ela fosse mais detalhada.

Por exemplo, como se fôssemos descrever a formação fetal de um corpo humano. Porém, convenhamos, qual o escritor capaz de, na linguagem da Terra, descrever, compreensivelmente, os mistérios do Céu ?

Por essa natural dificuldade sempre esbarraremos com narrativas subjetivas. E não é para menos, pois tudo isso só conseguimos assimilar no âmago de nossa alma. As palavras, estas... quase nada dizem.

Todavia, numa tentativa de interpretar a descrição feita por Powell, confeccionamos a figura a seguir.


Singela e muito imperfeita na forma, contudo a fizemos para dar uma ideia. Nela vemos as forças vorticosas em movimento centrípeto, conforme assim fala Powell se referindo à nebulosa da constituição planetária. Forças que puxam para o centro.

Essas forças, girando, consolidam um núcleo que, posteriormente, outras substâncias a ele se agregarão.

De início é apenas movimento (Etapa 1 da figura). O movimento prossegue crescente, (etapas 2 e 3), e depois de um tempo que não sabemos precisar, ligeira névoa (etapa 4) centrada começa a se formar. São as substâncias se acumulando ao núcleo, imantando-se num campo magnético de forma ovoide.

Esse núcleo, à proporção que mais substâncias a ele se juntam, vai crescendo, (etapas 5, 6 e 7), até que, finalmente, esteja definido o veículo a ser usado pela Mônada no plano Mental Superior (etapa 8), o corpo Causal. E não só isso, definiu-se, também, a condição para que aquela Mônada, daqui por diante, transite livre e individualmente por todos os evos da evolução.

Um outro gigante pensador também visualizou a imponência desse fenômeno, e tentou descrevê-lo. Foi Pietro Ubaldi, e a narrativa está no seu livro A Grande Síntese. (Páginas 50, 70, 98 e 192, l0ª Edição, 1976, Livraria Allan Kardec Editora).

Contudo, apesar de inspiradíssimo, também esbarrou com a insuficiência da linguagem para claramente expressar o que relatava. Além disso, comparando-se os textos teosóficos com os de Ubaldi constata-se que este confundiu a formação do corpo Causal com o que supunha ser o "nascimento" da centelha monádica, ou o Espírito. Aquele fenômeno inerente ao 2º Logos.

Porém, considerando-se isoladamente a fase evolutiva Humana, separando-a da fase Super-Humana como se esta não existisse, - vide figura 15A - não resta dúvida de que o corpo Causal pode ser comparado a uma espécie de espírito menor.

Espírito menor para administrar a fase evolutiva Humana, razão porque ele vem de ser o implantador e fixador da individualidade, até então não existente. Daí, compreende-se, então, o modo de descrição de Pietro Ubaldi sobre o fenômeno.
Mas sigamos com nosso comentário.

Doravante a Mônada aperfeiçoando cada vez mais seu corpo Causal estará capacitada a descer às formas materiais que antecedem as formas humanas do planeta. Isto é, corpo Mental e Astral.
Como indivíduo que agora o é, e postada no limiar das raças humanas, inicia, embora ainda sob tutela, a viver os processos experimentais do livre-arbítrio e da responsabilidade, os quais desconhecia por completo.

A fase agora é a inaugural da razão, do pensamento contínuo, e esse transcurso do reino Animal até o reino Hominal não acontece no plano da Terra física, mas sim nos planos espirituais adjacentes. A esse reino que intermedia o reino Animal e o Hominal, poderemos chamá-lo de reino Elemental.

Nele coexistem as Mônadas envergando variadíssimos tipos de corpos que, gradualmente, a cada etapa, vai se aproximando da aparência humana. Tais são os Elementais, espíritos que de futuro se tornarão os espíritos encarnados em corpos humanos na Terra. É o nosso ontem mais recente, nessa história de vida. Vê-los-emos no próximo texto.

(Texto: Luiz Antonio Brasil)

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