Antes de entrarmos na análise desse reino, façamos uma recapitulação para fixar com clareza a trajetória até aqui feita.
Para isso elaboramos a figura a seguir.
Sua descrição, nos pontos indicados pelas letras, é a seguinte:
" A - O despontar da centelha de vida, no plano Monádico, como já vimos. É a Mônada, ou a semente divina.
" B - A descida ao reino de matéria mais densa, o reino Mineral no plano Físico.
" C - Regresso ao plano Astral. Ali, durante muitas eras, fortalece o protótipo de seu corpo Astral. Instrumento da sensação, que lhe permitirá retornar ao plano Físico para habitar o reino Vegetal.
" D - Vestindo-se dos elementos do reino vegetal, no plano Físico.
" E - Após incontáveis idas e vindas entre os planos Físico e Astral, retorna em definitivo àquela estância. Com o protótipo do corpo Astral mais consolidado e detentor de arquivos contendo amostras das sensações, volta ao plano Físico, desta feita para utilizar-se de corpos móveis. O reino Animal.
" F - Reino Animal, agora na vestimenta de organismos mais complexos.
" G - Como acontecera no período do reino Vegetal, também experimenta muitas viagens de ida e volta, Astral/Físico, assomando em cada uma delas raças diferentes desse reino. Cumprindo satisfatoriamente essa peregrinação, chega-lhe o grande momento. A centelha inicial é agora um grande sol e já se sente despertar num plano mais sublime, o plano Mental Superior. É a individualidade.
" H - No mental Superior, agregando matéria daquele nível, forma a massa do que será, em longínquo futuro o seu bem elaborado corpo Causal. Por enquanto, neste início, é apenas um como esfumaçado ovoide.
" I - Desce ao Mental Inferior e dá a partida para a formação de seu corpo Mental. Este que lhe será a usina dos fluxos que lhe permitirão, no futuro, possuir o grande recurso do pensamento contínuo.
" J - Segue ao Astral e elabora a consistência da forma de seu corpo Astral, dando ao protótipo o princípio da forma humana. Igualmente ao que acontece ao corpo Mental, nesta fase o corpo Astral se conserva com pouca definição.
(Mais uma vez achamos conveniente repetir a advertência de que o uso das palavras "desce, sobe, segue a tal plano, etc", é apenas forma de expressão. A Mônada, em si, não se ausenta do plano Monádico. Seu raio de vida, como vimos nas apostilas 10 e 11, é que se prolonga, perpassando por todos os demais planos e nestes animando corpos de manifestação.)
Por enquanto a descrição da viagem interrompe-se aqui. Na estação onde nosso comboio de pesquisa estacionou há muito para se ver e falar, antes de implementar a continuação da marcha.
Nesse estágio, como dissemos linhas atrás, nossa Mônada ingressa no reino Elemental. Nos meios que pesquisam a evolução do SER, principalmente nas escolas das ciências do Oculto, há muita discussão em torno desse pouso, chamado reino Elemental. Uma facção de estudiosos adota que do reino Animal a Mônada salta ao reino do Homem. Outra facção interpõe entre o reino Animal e o reino do Homem o estágio vivenciado no reino Elemental.
Nossa opinião está formada sobre as pesquisas dessa última facção. Por várias razões. A primeira delas baseamos no argumento, por todos aceito, de que não há privilégios na criação. Todos são iguais perante o Criador e, igualmente, com direitos e deveres, transitam pela estrada da vida. Segundo, assim, os Elementais, fato corrente e aceito, estão dentro da mesma linha evolutiva de todos os seres. Se os colocarmos fora dessa linha, como querem alguns estudiosos, a primeira circunstância admitida acima perde sua validade, e o equilibro da igualdade cósmica de direitos vai por água abaixo. E terceiro, por informações colhidas junto a inúmeros orientadores espirituais, confirmam eles a existência dos Elementais e de pertencerem estes à linha direta de evolução a que todos os SERES estão inseridos. Aliás, única linha evolutiva existente. (Rever questão 540 de O Livro dos Espíritos).
Para tornar mais sólida nossa justificativa vejamos desses mestres algumas informações.
André Luiz, espírito, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, em seu livro Evolução em Dois Mundos, página 35, editado pela Federação Espírita Brasileira, informa que existem elos desconhecidos na evolução, e que ela, a evolução, ou o transformismo, o vir-a-ser, não se processa só no plano Físico.
E isso é bastante coerente com a lógica, pois se o Ser, em essência, provém do que chamamos de planos espirituais, é mais do que natural que igualmente naquelas estâncias a evolução continue. Isto é, nos períodos em que não está na Terra física, prossegue o processo transformativo sediando-se nos planos do Espírito.
Entretanto os planos do Espírito não estão ao alcance dos instrumentos de pesquisa dos laboratórios terrestres, daí, a não aceitação da continuidade evolutiva fora da Terra. Em resumo, o que não é visto não é aceito.
Entretanto, quanta coisa os instrumentos não viam e, uma vez aperfeiçoados, passaram a ver, constatando, portanto, que existiam mesmo não sendo vistos. O melhor caminho para a pesquisa é a não negação a priori.
Assim, apesar de não serem visíveis aos olhos humanos, esses elos da evolução existem e, para nós reencarnacionistas, isso é pacificamente aceito e compreendido.
As regiões nas quais se situam os "elos desconhecidos da evolução" são aquelas situadas nos planos Astral e Mental.
Nelas estagiam as Mônadas, através de seus rudimentares corpos, adestrando-se nos conceitos novos de vida que a experiência lhes vai enriquecendo. Também aperfeiçoam sua "protoforma humana", como denominou André Luiz ao corpo Astral.
Vale a pena destacar um pequeno trecho de André Luiz, pois ele dá uma nota curiosa a respeito do que estamos chamando de Elementais. Ele cita que aqueles seres, ainda em consciência fragmentaria, nos planos espirituais prosseguem "elaborando o seu veículo sutil, então classificado como protoforma humana". (Grifo nosso)
Em contestação daqueles que não admitem estarem os elementais inseridos na mesma rota evolutiva de todos os seres podemos perguntar:
Quem estaria assim se preparando ? Alguma Mônada ainda situada no reino Animal ? Isso nos parece pouco provável. Cremos que são as Mônadas estagiando no reino Elemental.
Baseamos essa nossa opinião em outro trecho do mesmo André Luiz, agora situado no livro Libertação, página 60, psicografado por Francisco Cândido Xavier, e editado pela Federação Espírita Brasileira:
"(...) Milhares de criaturas utilizadas nos serviços mais rudes da natureza, movimentam-se nestes sítios em posição infraterrestre (...)“
Em nossa opinião o trecho acima significa: incontável número de criaturas ainda situadas na condição de inferioridade ao homem, todavia superior ao animal - como pode ser visto em suas palavras seguintes às anteriores - são as ativadoras dos processos que se desenvolvem pela Natureza em geral.
Bem explicitado, André Luiz conta que tais seres são os candidatos natos à condição humana, naquele momento situando-se, porém, entre os níveis de psiquismo (podemos chamar assim ?) do macacóide e o silvícola.
Aí está ! Se os Elementais não estivessem numa linha de direta sucessão por que se candidatariam à condição humana ?
Mas algum leitor teimoso poderá ainda dizer: "Sim, mas os cães, ainda no reino animal, também são candidatos à mesma humanidade." É verdade, e não contestamos, todavia, André Luiz complementa contra-argumentando que tais criaturas se situam "entre o macacóide e o silvícolas".
Essa afirmação para nós tem o seguinte significado:
" Macacóide quer dizer reino Animal, os chamados primatas; " Silvícolas pertence ao reino Humano.
Como citadas criaturas se situam, segundo André Luiz, entre o reino Animal e o reino Humano, só nos sobrou uma única posição a que eles possam ocupar, e esta é o reino Elemental. Isto é, já deixaram de ser animais, mas os que lá se encontram ainda não encarnaram, uma só vez, como humanos.
Outro destaque nas notas de André Luiz é que, ao se referir ao nível mental daquelas criaturas, ele está a indicar o estado psíquico delas, e não a possibilidade de vê-las fisicamente no planeta.
Quanto a isso, e lá do livro Evolução em Dois Mundos, autoria de mesmo André Luiz, também pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, editado pela Federação Espírita Brasileira, o autor conta que esses seres simpatizam-se tanto com os encarnados quanto com os desencarnados. Servindo, principalmente, aos desencarnados que, alguns, deles se aproveitam malevolamente.
Desse trecho tiramos que por obedecerem cegamente aos espíritos significa que habitam o plano extrafísico. Além disso, sendo simples se deixam atrair pelas influências mentais das pessoas da Terra, quanto pelos espíritos do espaço.
Vencidos por essa atração, não distinguem o bom do mau, servindo com a mesma disposição a um e a outro.
Isso é de relevante significado para os médiuns, pois na vivência de seus intercâmbios espirituais estarão, inevitavelmente, em contato com esses seres. Daí, dada a simplicidade deles, forçosamente sobre os tais exercerão algum tipo de influência. Que esta seja sempre educativa.
No próximo texto daremos seguimento às informações referentes ao estágio evolutivo Elemental.
(CONTINUA - Texto: Luiz Antonio Brasil)
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