11 de abril de 2013

A CRIATURA V


Nos textos anteriores vimos a descrição das moradas e dos respectivos administradores deste conjunto habitacional chamado Sistema Solar. Faltam-nos os moradores, que passaremos a descrever.

Recapitulando, lembramos que a Mônada se origina a partir do transformismo inicial efetuado pelo 1º Logos. Sobre esse surgimento paira a mais densa névoa. Tentar descrevê-lo para as condições humanas de interpretação é, simplesmente, impossível.


Alguns autores, como Pietro Ubaldi em seu livro A Grande Síntese, fizeram uma tentativa para elucidar tão transcendente acontecimento. Contudo, dada as dificuldades naturais causadas pela ausência de termos comparativos, as narrativas daqueles pensadores não oferecem a clareza que o raciocínio humano sempre deseja. Assim, conquanto consideremos louvável o esforço de cada um deles, não desceremos aos pormenores de seus textos, pois que, para analisá-los, nos alongaríamos demasiadamente, o que poderia tornar esse estudo pouco compreensível.

Para nós, humanos, até que o tempo, e a visão espiritual, nos permitam, o nascimento de uma Mônada continuará na lista das explicações impossíveis. Mesmo porque esse evento se dá num plano, ainda, inteiramente incompreensível à nossa razão e à nossa imaginação.

Assim estabelecido, com o seu nascimento temos o primeiro passo desse viandante cósmico chamado Espírito, que é transferido ao plano 2, ou Monádico, e entregue aos cuidados do 2º Logos.

Ali é seu berço de despertamento. Despertado, ou vivificado pelo 2º Logos, inicia sua interminável jornada. Allan Kardec, usando de uma expressão comum, disse que o Espírito é criado Simples e Ignorante. (O Livro dos Espíritos, questão 115 e 804).

Essa expressão pode ser traduzida como tendo sido criado simples e sem o Saber, mas destinado à mais avançada das potencialidades que nos é dado imaginar. É assim que o vemos na figura anterior.



Logo a seguir, porém, timidamente dá o primeiro passo. Acompanhem a figura acima.

Guiado pelos devas lança de si um raio de vida buscando contato com o primeiro plano a seguir ao que se encontra. Digamos, lança de si uma "sonda".

Para entendermos, essa sonda pode ser comparada a um dispositivo de controle remoto, através do qual faz seu acesso ao plano Atma.

Uma vez a "sonda" ali instalada, agrega-se à ela as substâncias pertencentes e que melhor caracterizam aquele plano. Esse agregado fundamenta na Mônada, via "sonda", o aspecto VONTADE. É o que na figura indicamos por 1ª Etapa.

Agora irá dar mais um passo.

Partindo da "sonda" que se encontra no plano Atma projeta o prolongamento do raio de vida que, como um tentáculo, alcança o plano Buddhi.

Igualmente ao acontecimento anterior, agrega em si, através da "sonda", as substâncias características daquela dimensão, passando a ter, em si, o aspecto SABEDORIA. Isso é visto na figura na coluna indicada por 2ª Etapa.

Continuando sua expansão de vida, e sempre sob os cuidados dos Devas, lança o terceiro raio, continuidade do segundo, atingindo com ele o plano Mental Superior.

Ali tendo sua "sonda", pelos mesmos processos ocorridos nos planos anteriores, fixa-lhe o aspecto ATIVIDADE.

Sendo esta a 3º Etapa indicada na figura.

As substâncias características, e respectivas de cada plano, uma vez incorporadas pela Mônada, se tornam elementos permanentes ao Espírito. Serão os determinantes para a formação de seus futuros veículos de manifestação, ou corpos que usará para se ver presente "fisicamente" em cada um daqueles planos correspondentes.

À "sonda" e às substâncias podemos compará-las à fita de gravação, seja de um cartucho K7 ou de vídeo.

A superfície dessas fitas é coberta por uma fina camada de partículas de óxido de ferro. Ao ser passada por um dispositivo eletrônico de gravação, seja de sons ou de imagem, ou dos dois, os impulsos elétricos que são disparados contra a fita provocam variadas intensidades de magnetismo.

Essa variação de magnetismo vai reposicionando as partículas de óxido de ferro de tal forma que essa mesma fita, ao ser passada por um dispositivo de leitura, reproduz o som ou a imagem, ou dos dois, que nela foi gravado.

Algo semelhante acontece à "sonda" projetada pela Mônada em relação ás substâncias características de cada plano. A "sonda" seria a fita, as substâncias seriam as partículas de óxido de ferro e os planos, em si, seriam os dispositivos eletrônicos de gravação.

Desta maneira "gravam-se" na Mônada os aspectos VONTADE, SABEDORIA e ATIVIDADE. Na figura seguinte representamos o resultado dessa expansão inicial da Mônada.


A Expansão inicial da Mônada resulta na formação da Estrutura Superior do Ser. Essa estruturação, que é a junção dos três aspectos, está representada na figura pela elipse, (oval). Também essa junção dos três aspectos, que sempre são acionados associativamente, dará a continuada impulsão de vida ao Espírito.

Em linguagem esotérica essa junção recebe o nome de Tríade Superior.

Ela, para nosso exclusivo entendimento, pode ser imaginada como, se fosse numa empresa, seria um departamento intermediário entre a sede de administração e o setor produtivo.

A sede administrativa é o EU, ou a Mônada, o departamento intermediário é a Tríade Superior, e o setor produtivo, que em nosso estudo será o complemento de toda a criatura, nós o estudaremos no proximo texto.

Apenas adiantando um pouco nossas informações, a Tríade Superior é a região do psiquismo humano situada na zona de Evolução Super Humana.

Apresentamos a figura abaixo, que ilustra as regiões de Evolução Super Humana e Evolução Humana.

A Evolução Humana ocorre neste período como este em que ainda nos encontramos, utilizando somente os corpos Físico, Astral e Mental.

Já a Evolução Super Humana se dá quando o indivíduo, superando a fase inicial do arco ascendente do fluxo irresistível de vida, compreendida pelos planos Físico, Astral e Mental Inferior, passa a percorrer os planos Mental Superior, Buddhico e Átmico.

Mas voltemos ao tema deste estudo. De tudo o que já ficou narrado, é interessante destacar que a partir da estruturação da Tríade Superior inicia-se o trabalho de vida da Mônada.

Além disso é preciso que fique entendido o seguinte: A Mônada tem sua morada permanentemente no plano Monádico. Ela não "desce" ao plano Atma, ou a qualquer outro plano. O que ela faz é projetar de si um raio para com ele, como se fosse uma "sonda", contatar o plano desejado.

Esse raio, em sua extremidade "inferior" incorpora, como já dissemos acima, as substâncias características do plano respectivo.
Esse aglomerado de substâncias, de cada plano, é o embasamento para a formação de um corpo que a Mônada utilizará para manifestar-se naquele mesmo plano. E o conjunto de aglomerados de substâncias é a Tríade Superior.

Há outro dado que também deve ficar entendido. A Mônada não "desce" a nenhum plano, mas permanece sempre no Monádico. Fazendo, porém, uso de seu raio de vida, e de um corpo, manifesta-se em outros planos, um por vez.

Dessa forma ela experiencia duas situações diferentes de vida a cada momento: Uma situação, em seu plano natural de existência, o plano Monádico; a outra situação naquele plano em que seu corpo de manifestação correspondente permitir sua atuação.

Sobre isso falamos no texto anterior, cuja figura repetimos abaixo para fixar a compreensão.


Comparativamente à essa circunstância podemos dizer que no plano Monádico ela está plena de seus poderes: Vontade, Sabedoria e Atividade. Portanto, sensciente de si mesma. Ao passo que, quando sua atenção está mergulhada no viver de algum outro plano, ela passa a um estado de constrangimento.

Melhor dizendo, de restringimento de seus poderes. Em qualquer plano de existência que não o Monádico, ela tem que se adequar às medidas de tempo e espaço próprios daquele plano, como também às limitações que a matéria dali impuser.

De grandiosa e livre, no plano Monádico, ela se converte num Ser iniciante, em tudo insegura e dependente. Toda aquela situação lhe é novidade, e há muito a ser aprendido. Essa situação, porém, não é permanente. De início, inevitavelmente, como a experiência na Terra nos ensina, a matéria irá submeter, ou calar, todos os atributos da Mônada. Sua vontade, sabedoria e atividade, ficarão profundamente anuladas. O burilar nos incontáveis retornos aos planos inferiores é que permitirá à Mônada fazer-se dominadora, também, naquele plano específico.


Podemos usar o ato do momento do nascimento de uma criança como exemplo comparativo para o trecho citado no parágrafo anterior. Ele nos dará uma ideia do que se passa com a Mônada nesse seu descenso à matéria.

A criança, no início da vida está inteiramente sob os cuidados dos pais, como também sob inteiro domínio das sugestões que seu ambiente de existência lhe causar.

Contudo, à medida que vai crescendo e aprendendo dos mecanismos da vida social, religiosa e intelectual, começa a se sobressair e a deixar o antigo jugo das ilusões infantis.

Assim, a cada etapa da existência, vai se tornando um Ser independente.

A Mônada, então, principia seu ciclo evolutivo pela simplicidade e tudo desconhecendo, como ficou demonstrado acima.

Porém, sob os cuidados dos Devas, no perpassar do tempo, e na aplicação de sua vontade, aliada à sabedoria crescente numa constante e ininterrupta atividade, passo-a-passo subjugará a matéria de cada plano.

Esta, semelhantemente, é a situação que, neste nosso plano Físico, vivemos nossa etapa evolutiva. Com o domesticar de nossas tendências, com o afastar de conceitos ultrapassados e vivenciados em antigos regimes religiosos e sociais, principiamos a ter domínio sobre nova forma de experienciar a vida.

Por conseguinte, principiamos a derrubar o ilusório para erguer o realístico.

E por falar em realístico, destacamos que a figura ao lado é a expressão do SER manifestado em planos superiores de matéria. Ali não está representado o corpo, ou os corpos, com que possa manifestar-se. Ali se representa a estrutura de tríplice apoio, ou a Tríade Superior que, no futuro, quando atingir sua maioridade e passar a chamar-se indivíduo, usará amplamente como base psíquica para conduzir sua vida.

Por enquanto, embora na figura tenhamos mostrado uma só Mônada, isto feito para facilitar o entendimento, ela é, contudo, apenas mais uma anônima dentro de uma inimaginável coletividade que, sem ainda possuir o poder de escolha, segue conduzida pelas mãos hábeis dos Devas.

Ainda está longe o dia em que despertará como indivíduo, individualizado, possuindo poderes de escolha. Todavia, embora longe o grande dia do indivíduo, ali já dormita, em germe, o Anjo do amanhã. Por enquanto estabeleceu sua primeira etapa estrutural.

Agora dará início à fase de acesso aos planos mais densos:

Mental Inferior,
Astral
e Físico.

(Texto-Luiz Antonio Brasil)

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