20 de fevereiro de 2013

A CRIATURA IV

Concluímos o relato que descreveu a hierarquia criadora e administradora de nosso sistema solar.

Sem que jamais houvéssemos imaginado, deparamos com enorme quantidade, e variedade, de criaturas desempenhando as mais diversas tarefas. Todas igualmente importantes, com um só objetivo: expandir no cosmo mais um campo de vida. Desta feita, o campo de nossas vidas.

Uma vez isso feito, compreendido como todo o sistema se estrutura, já podemos avançar um pouco mais sobre essa longa esteira de nosso passado. Já podemos voltar a falar da criatura, esta que é a filha deste conjunto planetário.


A figura nos conta que, sob a direção do 3º Logos, formaram-se os planos 3 ao 7, com seus respectivos sete sub-planos. Esses planos vêm a ser a diferenciação vibratória das correspondentes matérias que os compõem, com o fim precípuo de oferecer às Mônadas campos gradualmente variados onde elas possam adestrar-se.

Uma vez os planos devidamente formados, ocorre a impulsão irresistível num fluxo descendente, até atingir o ponto médio central "A", no plano Físico.

Uma vez os planos devidamente formados, ocorre a impulsão irresistível num fluxo descendente, até atingir o ponto médio central "A", no plano Físico. Essa etapa descendente do arco evolutivo é percorrida de forma inconsciente, sem o poder próprio de escolha.É que até ultrapassar o ponto "A" as Mônadas de consciência ainda não atingiram a posição que as aproxima da maioridade, isto é, que as lança na categoria de individualidades, como veremos mais à frente.

Desta forma, a Mônada, ainda sem poderes de escolha vai sendo impulsionada, sub-plano a sub-plano pelo fluxo irresistível de vida. Faz contato com as substâncias de cada um deles, sente-lhes a maleabilidade de uso, e deles, como que "guarda", em si, uma síntese de cada plano.

Sempre, como dissemos, tudo feito sem saber o por quê, mas, evidentemente, sob os delicados cuidados dos Devas e seus auxiliares operadores.

Esse período pode ser comparado com o seguinte exemplo: A criança nasce e, num viver que a nível humano podemos classificá-lo de inconsciente, ela se deixa levar por dois seres que a guiam e a orientam, os seus pais. De início, toda indefesa vai, contudo, aos poucos, aprendendo a viver nesse "estranho mundo".

Por que estou aqui ? Por que esses dois me levam a lugares que às vezes não quero ir ? Por que tenho de ir à escola ? Que coisas chatas !!!

Reclama a criança, mas os pais, cuidadosos, não se intimidam frente às recusas dela. Se ela não sabe, ainda, porque tudo isso é preciso, eles, os pais, sabem muito bem que para ela bem vivenciar esse "estranho mundo" precisará de tudo que eles possam ensiná-la.

E assim prosseguem com seus zelos. Mas, num dia qualquer, aquela criança atinge a maioridade. Começa o tempo em que ela mesma poderá e deverá tomar as decisões de sua vida. Então, ser-lhe-ão valiosíssimos os exemplos e cuidados que recebeu dos pais e, se souber utilizá-los, os caminhos seguintes lhe serão menos penosos.

De agora em diante as decisões lhe competem. Decisões que até aquele momento pertenciam e estavam sob a tutela dos pais. As atitudes tomadas lhe responderão com a felicidade ou a infelicidade, futuras. Tudo dependerá de qual escolha fizer.

Mas voltemos à nossa Mônada. Atingindo o ponto "A", que vem a ser o máximo de "descida", ou, o mergulho mais profundo na matéria desde que iniciou o grande salto no sub-plano 1 do plano Átmico¸ ponto "A" que corresponde ao reino mineral do plano Físico, inicia-se a percorrer o arco ascendente.

Desta feita, adquirindo, pouco-a-pouco, a consciência do percurso empreendido. Isto é, gradualmente vai-se-lhe acordando a consciência. Tomando consciência do que está a fazer.

Não resta dúvida de que será uma longérrima viagem. Porém, não a fará sozinha. Outros Devas, com especializações diferentes daqueles primeiros que a auxiliaram na "descida", a acompanharão, fazendo-a se aproximar do momento da individualização. "Subindo" a grande escada de Jacó que a elevará aos céus. (Gênesis 28:12).

Para falar desses planos, degraus evolutivos que são, criemos um termo de comparação.

O Jacó bíblico sonhou que estava vendo uma escada cujos pés estavam na Terra e seu topo perdia-se nos céus. Por seus degraus desciam e subiam os anjos. Vejam que o simbolismo do sonho de Jacó é a perfeita descrição desta jornada evolutiva de que estamos tratando.

Todavia, ao falar de uma escada devemos informar que os planos não se acham separados uns dos outros como se fossem as tábuas de uma prateleira, ou os andares de um edifício de vários níveis. Não. Os planos se interpenetram esfericamente. O que os delimita é o grau vibratório da matéria de que cada um é composto.


A figura acima nos descreve que cada plano, dos mais interiores, contém em si, além da matéria que lhe é própria, as matérias dos planos que lhe são externos. Isso pode melhor ser visto na figura a seguir.


Como dissemos, os planos se interpenetram esferoidalmente, e nos parece que a figura 09Edemonstra essa situação.

Exemplifiquemos, usando o gráfico abaixo: Interpenetrando o plano físico da Terra, ou o sétimo, estão todos os demais.; ao passo que com relação ao plano Mental, o quinto, interpenetrando-o só se acham os planos Búdhico, Átmico e Monádico. Como o gráfico demonstra, no plano Mental não se encontram matérias dos planos Astral e Físico.


Isto significa que quando o indivíduo muda de plano ele não sobe ou desce; simplesmente muda de roupa, ou corpo, passando a usar a vestimenta adequada ao outro plano que imediatamente nele se encontrará.

Isto se dá quando ocorre alteração no nível de consciência, como acontece aos médiuns, cuja percepção passa por variações, ou quando da morte física em que o indivíduo passa ao plano Astral e, por conseguinte, a usar o seu corpo Astral. Após o desenlace deste o passo seguinte será transferir-se ao plano Mental, usando o corpo Mental. E assim, sucessivamente.

Mas aqui são necessários dois esclarecimentos:
1 - Apesar dos planos exteriores interpenetrarem os planos interiores, eles não se misturam, em razão das diferenças de densidades de suas respectivas matérias.

2 - A seguinte pergunta pode estar sendo formulada silenciosamente por vocês: Se o plano Físico é interpenetrado por matérias de todos os demais planos, por que não as vemos?

- Respondendo: estamos usando a palavra "matéria" nos referindo à composição de cada plano, e de fato assim o é. Todavia, a matéria de que é composto o plano Astral é mais sutil que a matéria do plano Físico.

Isto é, a matéria do plano Astral, é pura energia se comparada à matéria do plano Físico, embora que para os astralinos seja, mesmo, matéria tangível. Logo, nossos cinco sentidos, de contato com nosso mundo, não registram tal presença. Somente em estados alterados de consciência se tem a percepção de que um "mundo paralelo" habita o mesmo espaço que o nosso.

Da mesma forma podemos dizer com relação aos planos Mental e Astral. Os indivíduos que ocupam o plano Astral não percebem a matéria do plano Mental, embora a matéria deste esteja interpenetrando o plano Astral. Pela mesma razão de que a matéria do plano Mental, para o Astral, é pura energia, numa escala que escapa à percepção dos astralinos.

Mas figuremos um outro exemplo para que se possa melhor compreender essa questão de energias se interpenetrando.

Vamos comparar os planos de existência com as ondas hertzianas de rádio. Na figura abaixo temos a representação de um aparelho de rádio. As ondas se propagam no mesmo espaço, ondas "A", "B" e "C", mas não se misturam e nem interferem umas com as outras. As energias dessas ondas estão aqui, por todo nosso ambiente, mas não as percebemos porque nossa sensibilidade psíquica não registra, consciencialmente, a vibração das mesmas. Consciencialmente, porque inconscientemente, nós as registramos.


Mas isso é outro assunto. Prossigamos.

O que individualiza cada onda é a diferença da quantidade de oscilações por segundo de tempo. Embora elas não se misturando, quando desejamos ouvir uma determinada emissora, necessitamos de um aparelho selecionador de ondas. A esse aparelho chamamos de receptor de rádio. Este, por seus dispositivos eletrônicos, irá distinguir, dentre os milhares de ondas que se cruzam e se propaga na atmosfera da Terra, aquela que nos interessa.

Na figura vemos as ondas "A", "B" e "C" igualmente tocando a antena do rádio. O ponteiro indicador de seleção, aponta para a onda "B". O alto-falante reproduz o conteúdo da onda "B". As demais ondas, como visto, também alcançam o aparelho, e permeiam o mesmo ambiente, mas este as ignora. O dispositivo de escolha, ou sintonia, na posição em que se encontra permite somente perceber a onda "B".

A figura a seguir nos ajudará a compreender essa questão de percepção ambiental relativa aos estados alterados de consciência.

Similarmente às ondas de rádio, exemplificadas, nesta figura temos os planos vivenciais "A", "B" e "C", que se interpenetram. E correspondendo ao receptor de rádio temos o EU, o Ser total, em sua forma ainda indefinida para nós. Abaixo do Eu vemos três vestimentas, ou corpos, que são os pontos de referência para a escolha do plano desejado. Feita a seleção, que na figura aponta para a roupagem "B", o Eu passa imediatamente a sentir o plano correspondente, isto é, o plano "B".

Uma vez assim definido, os demais planos ficam imperceptíveis aos seus sentidos. Sabe que todos eles ali estão, estudantes de vida, porém, não consegue senti-los, ou vivenciá-los. Portanto, neste exemplo, o Eu estará se manifestando através do corpo "B" no plano "B".

Estas são as moradas do espírito. Em cada fase de sua evolução, e dentro dos ciclos que envolvem a humanidade a que pertença, ele habitará este ou aquele plano, este ou aquele mundo. Mudando de corpos, que significa mudar de planos, ele "sobe", degrau a degrau a imensa escada evolutiva, sonhada por Jacó.

Agora que já conhecemos a hierarquia diretora da vida em nosso sistema, que já temos o sistema devidamente compreendido em todos os seus planos e sub-planos, só nos falta conhecer o personagem nascente que ocupará esses limites. Uma centelha que se tornará uma estrela. Sigamos com esse aventureiro, que somos nós mesmos, desde os primeiros passos, em sua fascinante viagem, como veremos no próximo texto.

(Texto: Luiz Antonio Brasil)

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