25 de maio de 2010

SERGE RAYNAUD DE LA FERRIÈRE II

Pode-se aduzir, da obra de Ferrière, que a Tradição teve como principais focos de transmissão a Lemúria, a Atlântida, a África, a Ásia e a Europa. Talvez, ao se refletir sobre os meios de expressão escrita dessas quatro etnias, observar-se-á uma transformação que está acorde com uma Lei Geral.

As grandes civilizações dos continentes desaparecidos escreviam de baixo para cima, da mesma forma que elevavam suas orações à(s) Divindade(s); em oposição há o tipo chinês de escrita, ou seja, de cima para baixo; a escrita semítica passando para o sentido horizontal orienta-se da direita para a esquerda; e, por último, há a escrita da esquerda para a direita. Desses modos de expressão progressivos, os três últimos ainda se manifestam. Todavia há vestígios da escrita primitiva que se denomina adâmica ou vattan.

Ferrière transmitiu também, que todo número possui um valor visível e um valor invisível (esotérico). O valor invisível, ou Valor Secreto do Número (VSN), é a soma acumulada, a partir da unidade, até o alcançamento do valor visível do número em questão. Assim, o Valor Secreto de 6 (seis) é 21 (vinte e um), porque: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 = 21.

A fórmula (que é uma variação da fórmula da soma dos termos de uma progressão aritmética) que permite obter o Valor Secreto de um Número é:

VSN = N(N + 1) ÷ 2, na qual N é o valor visível do número.

Nesse sentido, O VALOR SECRETO DO NÚMERO 1 É UM, e, assim, a UNIDADE É. O número 1 é o único número cujos valores, Visível e Secreto, se equivalem. O Valor Secreto de 4 (quatro) é 10 (dez), e assim os quatro elementos (Fogo, Ar, Água e Terra) estão acordes com a TETRACTYS PITAGÓRICA.


Quando se resumiu o pensamento de Pitágoras, afirmou-se que, num sentido, 10 (dez) era considerado como perfeito. Agora, pode-se acrescentar também, que qualquer número pode ser reduzido pela soma dos algarismos que o compõem, que é outra forma simbólico-cabalística de se examinar a questão para um fim específico.

O Valor Secreto de 6 é 21, porque 6(6 + 1) ÷ 2 = 21, ou porque 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 = 21. Mas, 6 também equivale a 3, porque 21 é, por adição, (2 + 1) = 3.

E, ainda, por duas operações distintas há uma equivalência com o número 9 (nove), pois 6 + 3 = 9, e 6 + 21 = 27, e 27 equivale a 9 porque 2 + 7 = 9.

O aprofundamento desse estudo, que já era conhecido da Escola Pitagórica, possibilita a realização de experiências no domínio da quarta dimensão, do hiperespaço e da projeção da consciência. Kabala...! Iniciação...!

Voltando ao número 4, observa-se que seu Valor Secreto é 10, mas por adição é 1, ou seja, equivale à Unidade, e, por isso, foi por Pitágoras considerado perfeito. Por outro lado, se se calcula o Valor Secreto de 10, acha-se 55 (cinqüenta e cinco), que, por adição e posterior redução, é também igual a 1, ou seja:

10(10 + 1) ÷ 2 = 55 —› 5 + 5 = 10 —› 1

E, quanto ao número 22, observa-se que seu Valor Secreto é 253, ou seja, 10, ou ainda, UM.

Por outro lado, 22 —› 4: três quadrados sobre um triângulo —› CRIAÇÃO. PAI, MÃE E FILHO. Pitágoras. TETRACTYS SAGRADA.

Por exemplo, a subdivisão do Zodíaco que possui 36 (trinta e seis) decanatos, seu Valor Secreto é 666 (seiscentos e sessenta e seis). Esse número, segundo consta no Livro da Revelação de São João (XIII, 18), é o número da besta, mas também é, por outro lado, como um símbolo cósmico, o número do homem, e a correlação histérica e irracional com qualquer personagem inimigo de DEUS desaparecem.

O exemplo serve para reforçar o entendimento de que nada no Universo (ainda que sempre necessária enquanto coisa em manifestação) é absoluto, com exceção do próprio Absoluto, que é o que sempre foi, é e será. O Absoluto é o que é. Mas, cada ente pode caminhar nessa direção. Sob outra especulação, parece ter ficado evidente que os números nem sempre representam aquilo que aparentam.

Chama-se atenção, novamente, para o número 666. Por adição e redução é equivalente a 9. Seu valor visível (36) simboliza a manifestação espiritual em conexão com idéias de divisão (3 + 6 = 9).

O hierograma de ADÃO encerra, conforme afirmou Papus, os mais profundos arcanos do Universo, e dele se podem extrair informações altamente clarificadoras. Em hebreu é escrito com as letras mem, dalet e alef, ou seja, MDA.

A soma das letras componentes do hierograma é 45 (40 + 4 + 1 = 45), que por adição é igual a 9 (4 + 5 = 9).

Ao se adicionar a unidade específica à cifra analítica de ADÃO (nove), obtém-se 10 (dez); a análise encerra-se na síntese e o ciclo é conduzido ao seu ponto de partida.

Dez (10) é a cifra correspondente ao IOD ETERNO, princípio e fim de tudo. Há, ainda, que ser observado que o Valor Secreto de 9 é 45 (quarenta e cinco), que por adição é 9.

Já lilith tem a soma de suas letras igual a 480 (quatrocentos e oitenta), ou seja, 30 + 10 + 30 + 10 + 400 = 480. A adição gera o 12, e a redução conduz ao 3.

Tudo isto é simbólico; mas este simbolismo não se encerra em si mesmo, pois oculta Leis perenes do(s) Universo(s).

Para Ferrière, se os homens deles se servirem de maneira altruística, generosa e fraterna produzirão o bem, imagem e semelhança do BEM.

Ultimando a revisitação do pensamento de Ferrière, reproduz-se um QUADRADO HIPERMÁGICO, que por conservar sua operação mágica nas colunas, nas linhas, nas diagonais, bem como com a soma de qualquer quadrado contido no próprio quadro (soma igual a trinta e quatro) é denominado diabólico.


Os quadros (ou quadrados) mágicos sempre foram utilizados para ocultar Leis Herméticas, cujos valores são secretos. As agremiações fraternais e as Ordens Iniciáticas proporcionam aos seus confrades e membros o estudo da matemática secreta desde os graus iniciais. Diversos quadros (ou quadrados) mágicos podem ser elaborados para os mais variados fins.

O Quadrado Diabólico ainda permite, sem alteração de suas propriedades, que uma coluna que se ache à direita seja deslocada para a esquerda, e que uma linha que esteja em baixo seja transportada para cima, e vice-versa.

Observa-se, ainda, que a soma total dos números deste quadrado é 136 (cento e trinta e seis), Valor Secreto do número 16 (dezesseis). E há 86 (oitenta e seis) maneiras de se obter o número 34 no Quadrado Diabólico acima reproduzido. Um exame mais aprofundado de todos estes números proporcionará revelações interessantíssimas.

Observe-se, ainda, que a adição de 86 produz o número 14 (duplo 7), e que sua redução mostra o 5 – o PENTÁCULO. O próprio número 136 se reduz à UNIDADE.

É conhecido, no âmbito da Tradição, que um dos sistemas básicos para representar os números, era (e é) a através da correlação entre letras e números. A inscrição FRANCORVM TVRBIS SICVLVS FERT FVNERA VESPER exemplifica essa asserção.

Ao se retirarem as letras equivalentes aos algarismos romanos e somá-las na ordem numeral decrescente, aparece o número MCCLVVVVVVII, ou seja, 1282 (mil duzentos e oitenta e dois), que foi a data das Vésperas Sicilianas.

A explicação que se segue (muito provavelmente retirada do Dictionnaire de L'Académie Française, 6ª edição, 1835, página 1:318) é de David Ferriz Olivares, alto oficial da Ordem de Aquarius: "Matança geral dos franceses que ocorreu na Sicília em 1282, sob o governo de Carlos de Anjou, irmão de São Luís. Na segunda-feira de Páscoa, no momento em que todos os sinos tocavam as Vésperas, os sicilianos rebelaram-se e mataram todos os franceses que se encontravam na Ilha."

O que pretendeu ocultar São João no Livro da Revelação, Capítulo XI, Versículos 2 e 3 com os números 42 (quarenta e dois) e 1260 (mil duzentos e sessenta)?

42 meses equivalem a três anos e meio. Se considerarmos o mês como tendo trinta dias, 42 e 1260 se equivalem. São João, ou quem escreveu o Evangelho Joanita, certamente, não escolheu esses números ao léu, muito menos os colocou no Apocalipse irresponsavelmente.

Não se pode esquecer de que o calendário egípcio (usado no Egito Antigo) era formado por 12 meses de 30 dias e 5 dias epagômenos que o completavam. E 360 ÷ 12 = 30! E 360 ÷ 30 = 12!

Neste particular, os múltiplos e submúltiplos de 360 (que representa a décima parte de saros, ou seja, 3600 anos, ou 720 lustros) estão acordes com as antigas cronologias hinduístas e caldéias, segundo o sistema sexagesimal imbricado.

Adverte-se que 360 x 72 = 25920.
E da operação 25920 ÷ 1260 obtêm-se 20,57 142857...
E da operação 25920 ÷ 42 obtém-se 617, 142857...
Já 360 ÷ 42 é igual a 8,57 142857...
E ao se proceder à divisão de 360 por 1260 obtém-se 0, 2857 142857.
Há ainda a considerar as divisões de 72 por 42 e por 1260.

Observa-se que o repetidor 142857 aparece em todas essas operações, como aparecerá em outras divisões envolvendo múltiplos e submúltiplos desses números. SETE. E 42 ÷ 7 = 6 e 1260 ÷ 7 = 180!... 6 : 12 : : 180 : 360...

Outros números também aparecem no Apocalipse Joanino, e devem ser pesquisados e entendidos à luz de conhecimentos que não se limitem exclusivamente aos dogmas de qualquer religião instituída. Para decifrá-los é preciso ter acesso à chave que abre o cofre sacrossanto da Kabbalah.

Por isso, adverte-se, é preciso aprender, por exemplo, a meditar sobre o injustamente estigmatizado número 666. Sob um aspecto, simboliza a ignorância; sob outro, o OURO iniciático da SABEDORIA OCULTA. Tôdolos são aspectos pontuais de um mesmo TODO.

Papus nos remete a reflexões numérico-cabalísticas interessantes, referentes, por exemplo, a dois Quadrados mágicos que podem ser elaborados com os 9 (nove) primeiros algarismos.

O quadro da esquerda representa o Quadrado Mágico de Saturno;
O quadro da direita integra uma figura sintética, da qual fazem parte o triângulo e o círculo.
Os dois quadros são de terceira ordem, e suas constantes específicas são iguais a 15 (quinze).



Segundo a Tradição, o Anjo associado ao planeta Saturno é Cassiel, e seu dia é o Sábado. Seu perfume é o Enxofre.

Quinze é o Valor Secreto de 5. O valor total de cada um dos dois quadrados é 45, que, por sua vez, é o Valor Secreto de 9. Há, ainda, as letras e, outrossim, outros quadrados.

Ao findar o necessário período negativo que caracterizou a Era Zodiacal de Peixes e se iniciar o ciclo positivo de Aquarius, uma mathesis universalis (já em germinação) iluminará os caminhos do ser, que perceberá que não se basta a si próprio (e, em certo aspecto, se basta a si próprio) e que não está (mas, de certa forma, está) sozinho no Universo. O sono de dois mil anos está acabando, e os primeiros espreguiçamentos de um refúlgido despertar já se fazem observar.

No tempo próprio, o casamento místico-alquímico do Prometido e da Prometida haverá incontestavelmente de se realizar. Então, que a LUZ (ROUA ELOHIM AOUR) se faça em cada personalidade-alma vivente. AUM MANI PADME HUM.

A Prometida é, em última instância, o Mestre-Deus Interno que habita em todos os seres do Universo.
(Baseado em texto de Rodolfo D. Pizzinga-FRC)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por sua atenção!
Paz Profunda!