26 de maio de 2010
O ZOHAR
O Zohar é fonte de inspiração e sabedoria para os iniciados que ousam adentrar aos segredos da kabbalah. Seus principais focos são a teosofia - a interação das sefirot e seus mistérios, a conduta humana e o destino dos buscadores das verdades eternas neste mundo bem como no mundo não material.
Ao penetrar na superfície literal da Torá, O Livro do Esplendor revela as profundezas místicas de suas histórias, leis e segredos. Transforma a narrativa bíblica em uma "biografia do Criador". Toda a Torá é lida como permutações de Nomes Divinos. Cada uma de suas palavras ou de suas mitzvot simbolizam algum aspecto das sefirot - que apresentam as maneiras pelas quais O Criador interage com Sua Obras.
O Zohar revela que o real significado da Torá reside em sua parte oculta, chamada de nistar e em seus segredos místicos. De um lado, o Zohar se aprofunda nos maravilhosos mistérios da alma e do Criador; do outro, aborda assuntos como o poder do mal.
Alicerçado principalmente na Torá, o Zohar é uma obra imensa, dividida em três trabalhos principais que são, por sua vez, subdivididos em outros segmentos. Trata-se principalmente de uma exegese, uma dissertação de homilias, e suas idéias emergem através de comentários e discursos.
Nele estão as interpretações místicas e os comentários das sidrot , as leituras semanais da Torá. A obra não se restringe aos Cinco Livros de Moisés; também aborda outros livros da Torá, inclusive o Cântico dos Cânticos, o Livro de Ruth e as Lamentações.
O Sepher haBahir também chamado de Midrash do Rabi Nehuniah ben Hakana é, juntamente com o Sepher Yetzirah que o precedeu e o Sepher haZohar que o sucedeu, um dos trabalhos clássicos da Cabala. Seu nome vem do primeiro versículo citado no seu próprio texto: (Jó, 37-21) "E agora não se vê luz, o céu é luminoso (bahir)".
O Bahir (impresso pela primeira vez em Amsterdã no ano de 1651) foi o texto mais importante da Cabala Clássica, até a publicação do Zohar em 1295. E este último estende-se em muitas oportunidades sobre comentários e conceitos encontrados inicialmente no Bahir.
A parte final, de número cinco, trata da alma, iniciando-se com um discurso sobre a reencarnação e seu relacionamento com a justiça Divina (194). O conceito da alma é relatado por Raba e Rav Zeira, dentro do contexto da criação da vida através das artes místicas (196). O Bahir trata dos conceitos de alma feminina e masculina, com uma análise do Tamar (197) e uma explicação de porque Eva foi a pessoa a ser tentada.
O Bahir, não emprega o termo Cabala (Kabbalah), que conforme a lenda foi utilizado por Isaac o Cego, posteriormente, mas sim Maaseh Mercavah ou "Mistérios da Carruagem" numa referência à visão de Ezequiel, e diz que: sondar estes mistérios é tão aceitável quanto a oração (68), mas, adverte ser impossível fazê-lo sem errar (150).
Assim como o Talmud, o Zohar cobre todas as manifestações do espírito judaico. Porém, enquanto o primeiro é essencialmente uma obra sobre a Lei Judaica, com pitadas de misticismo, o segundo é principalmente um trabalho místico que aborda e elabora sobre algumas leis do Torá.
O Zohar descreve a realidade esotérica subjacente à experiência cotidiana. Nele, temas e histórias, tópicos legais e assuntos litúrgicos são vistos e expostos através de uma interpretação mística. Mas apesar de transcrito, ainda não havia chegado a hora de ser divulgado o seu conteúdo. Segundo a tradição, seus manuscritos originais ficaram escondidos durante mil anos e foram descobertos apenas no século XIII. Durante as décadas de 1270 e 1280, estes manuscritos ficaram restritos a círculos cabalistas. Finalmente, chegaram às mãos de um místico judeu espanhol, Rabi Moshé de Leon (1238-1305), que os editou e publicou na década de 1290.
Por que teria essa obra magna permanecida escondida por tanto tempo? O próprio "Livro do Esplendor" revela a razão ao afirmar que sua sabedoria e luz seriam reveladas como preparação para a Redenção Final, que deveria ocorrer 1.200 anos após a destruição do Templo Sagrado. E é exatamente o que aconteceu! O Grande Templo de Jerusalém foi destruído no ano 70 d.C., o que significa que, segundo as previsões do Zohar, se conteúdo deveria ser revelado no ano de 1.270.
Chamada também Há'Zohar há-Kadosh, O Sagrado Zohar, esta obra é envolta por uma aura de suprema santidade. Sua natureza misericordiosa e seu conteúdo inacessível só acrescentaram reverência ao respeito que provoca entre judeus e não-judeus.
O Zohar é a suprema autoridade no campo do misticismo, é a face mística da Revelação Divina manifestada por meio da Torá.
Em termos de santidade, o Zohar foi posto em um nível maior do que o Talmud, pois enquanto as leis deste último representam o corpo da Torá, os mistérios do Zohar representam sua alma. Mas o "Livro do Esplendor" nunca se opõe à autoridade do Talmud nem às suas leis. Assim como alma e corpo dão interdependentes; apenas quando unidos e em harmonia podem proporcionar uma vida significativa. Da mesma forma, o Zohar e o Talmud não podem cumprir sua missão, nem sobreviver de forma separada e sem uma mútua interligação.
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