5 de julho de 2009

Alquimia


A Alquimia é uma tradição antiga que combina elementos de química, física, astrologia, arte, metalurgia, medicina, misticismo, e religião. Existem três objetivos principais em sua prática.

Um deles é a transmutação dos metais inferiores em ouro, o outro a obtenção do Elixir da Longa Vida, uma panacéia universal, um remédio que curaria todas as doenças e daria vida eterna àqueles que o ingerissem.


Ambos estes objetivos poderiam ser atingidos ao obter a pedra filosofal, uma substância mítica que amplifica os poderes de um alquimista.

Finalmente, o terceiro objetivo era criar vida humana artificial, o homunculus. É reconhecido que, apesar de não ter carácter científico, a alquimia foi uma fase importante na qual se desenvolveram muitos dos procedimentos e conhecimentos que mais tarde foram utilizados pela química.


Alguns estudiosos da alquimia admitem que o Elixir da Longa Vida e a pedra filosofial são temas simbólicos, que provêm de práticas de purificação espiritual, e dessa forma, não poderiam ser consideradas substâncias reais.

Há pesquisadores que identificam o Elixir da Longa Vida como um líquido produzido pelo próprio corpo humano, que teria a propriedade de prolongar indefinidamente a vida daqueles que conseguissem realizar a chamada "Grande Obra", tornando-se assim verdadeiros alquimistas. Existem referências dessa substância desconhecida também na tradição da Yoga.


Alguns, influenciados pelo conhecimento científico moderno, atribuam à alquimia um caráter de "proto-ciência", devemos nos lembrar que ela tem mais de religião que de ciência. Assim, ao contrário da ciência moderna que busca descobrir o novo, a alquimia preocupava-se com os segredos do passado, e em preservar certo conhecimento antigo.

Parte desta confusão de tratar a alquimia como proto-ciência é conseqüência da importância que, nos dias de hoje, se dá à alquimia física (que manipulava substâncias químicas para obter novas substâncias), particularmente como precursora da química.

No entanto, muito do trabalho alquímico relacionado com os metais era apenas uma metáfora para um trabalho espiritual. Torna-se mais clara a razão para ocultar toda e qualquer conotação espiritual deste trabalho, na forma de manipulação de "metais", se nos lembrarmos que na Idade Média qualquer um poderia ser acusado de heresia, satanismo e outras coisas, acabando por ser perseguido pela Inquisição da Igreja Católica.

Como ciência oculta, a alquimia reveste-se de um aspecto desconhecido, oculto, místico e mítico. Muitos dos textos alquímicos, rebuscados e contraditórios, devem ser entendidos sob esta perspectiva, mais interessados em esconder que em revelar.

A própria transmutação dos metais é um exemplo deste aspecto místico da alquimia. Para o alquimista, o universo todo tendia a um estado de perfeição.

Como, tradicionalmente, o ouro era considerado o metal mais nobre, ele representava esta perfeição. Assim, a transmutação dos metais inferiores em ouro representa o desejo do alquimista de auxiliar a natureza em sua obra, levando-a a um estado de maior perfeição.a alquimia vem se esenvolvendo nos tempos modernos.


Portanto, a alquimia é uma arte filosófica, que busca ver o universo de uma outra forma, encontrando nele seu aspecto espiritual e superior!

A alquimia se baseia na "Troca Equivalente", para se criar algo era preciso dar algo de igual valor. O mesmo principio é usado hoje em dia, "Na natureza nada se cria nada se destroi, tudo se transforma."

Alguns opinam que a palavra "alquimia" vem da expressão árabe "al Khen" (الكيمياء ou الخيمياء de raiz grega, "elkimya"), que significa "o país negro", nome dado ao Egito na antiguidade, e que é uma referência ao hermetismo, com o qual a alquimia tem relação. Outros acham que está relacionado com o vocábulo grego "chyma", que se relaciona com a fundição de metais.

Podemos dividir a história da alquimia em dois movimentos independentes: a alquimia chinesa e a alquimia ocidental, esta última desenvolvendo-se ao longo do tempo no Egito, Grécia, Roma, Índia, mundo islâmico, e finalmente de volta para a Europa.

Na China a alquimia estaria associada ao Taoísmo. Também a filosofia védica na Índia ao redor do ano 1000 a.C. apresenta semelhança com as idéias dos alquimistas.

No Egito antigo ela era considerada obra do deus Thoth, também conhecido por Hermes Trismegistus, por isto o termo hermetismo esta associado à alquimia.

Na cidade de Alexandria, no Egito, onde floresceu nos primeiros séculos da era cristã, a alquimia recebeu influência do neoplatonismo, que diz que a matéria, apesar de múltiplas aparências, é formada por uma substância única, sendo esta a justificativa para a possibilidade da transmutação. Assim, o processo alquímico é obtido pela fusão dos quatro elementos fundamentais da antigüidade: fogo, ar, água e terra.


Foi graças às campanhas de Alexandre, o Grande que a alquimia se disseminou em todo o oriente. E foram os muçulmanos que a levaram novamente para a Europa, particularmente para a Espanha ao redor do ano de 950. Assim, este florescimento da alquimia na península Ibérica durante a Idade Média está relacionado com a forte presença da cultura oriental, muçulmana, mas também com a cabala judaica, com a qual a alquimia tem relação.

Durante a Idade Média muitos alquimistas foram julgados pela Inquisição, e condenados à fogueira por alegado pacto com o diabo. Por isto, até os dias de hoje o enxofre, material usado pelos alquimistas, é associado ao demônio.

A história mais recente da alquimia confunde-se com a de ordens herméticas e religiosas, como a Ordem do Templo e os rosacruzes.
(Texto: José Laercio do Egito-FRC)

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