13 de novembro de 2010

OS CORPOS SEGUNDO ANNIE BESANT


O homem (ou Ego, ser pensante e consciente) possui 7 tipos de corpos. Esses são envoltórios que permitem ao homem atuar nas diferentes regiões do Universo. São veículos, instrumentos que o Ser utiliza para atuar nessas regiões e que, por isso, pode variar sua constituição sendo mais ou menos denso de acordo o plano em que irá atuar. São eles:

Sob a denominação de "corpo físico" devem incluir-se os dois princípios inferiores do homem, corpo grosseiro (a parte visível) e o duplo etérico. Ambos funcionam no plano físico; ambos são compostos de matéria física e formados para um período de vida física, e ambos são abandonados pelo homem físico quando morre e desintegram no mundo físico quando o homem segue para o astral.

O corpo físico do homem é composto de matéria em seus sete estados (sólidos, líquidos, gases e as subdivisões do estado elétrico). Qualquer porção desta matéria é suscetível de passar para um destes estados, mas, nas condições normais de temperatura e de pressão, a matéria adota um dos sete estados como condição relativamente permanente. O corpo grosseiro consiste de sólidos, líquidos e gases, e o duplo etérico, das quatro subdivisões do éter, conhecidas respectivamente sob as denominações de Éter I, Éter II, Éter III e Éter IV.

O corpo grosseiro serve para nos manifestarmos no plano tridimensional, chamado comumente plano denso. É claro que este veículo adaptado para esta zona física não sirva para nos manifestarmos em outros planos onde a matéria é mais sutil. Para estas dimensões necessitamos de um veículo apropriado, com as características indispensáveis e acondicionado às leis que regem estas dimensões.

A cada sete anos as partículas que constituem o corpo grosseiro são renovadas e, portanto, há a possibilidade de purificar o corpo através da seleção de alimentos mais puros (que fornecerão partículas mais puras). À medida que aumenta o número de elementos puros, vai-se formando no corpo um exército de defensores que se encarregam de destruir todas as partículas nocivas que o atacam, vindas do exterior, ou que nele penetram sem o seu consentimento. Dessa forma, mais fácil será para o corpo defender-se desses agentes externos (que são visíveis aos olhos físicos ou não) que causam desequilíbrios e doenças.

O duplo etérico é a reprodução exata, partícula por partícula, do corpo visível; é igualmente o intermediário que põe em movimento todas as correntes elétricas e vitais das quais depende a atividade do corpo. É "etérico", por ser constituído por éter, e é "duplo" por ser uma reprodução exata do corpo grosseiro - a sua sombra, por assim dizer.

O duplo etérico compõe-se destas quatro espécies de éter que penetram todos os constituintes sólidos, líquidos e gasosos do corpo grosseiro, rodeando cada partícula com um invólucro etérico e apresentando assim um duplicado exato da forma mais grosseira. É graças ao duplo etérico que a fôrça vital, Prana (ou sopro da vida), percorre os nervos do corpo, permitindo-lhes que transmitam força motriz e sensibilidade às impressões externas. Os poderes do pensamento, do movimento e da sensibilidade não residem na substância nervosa física ou etérica; constituem atividades do Ego, que operam nos seus corpos mais internos, e a sua expressão no plano físico torna-se possível graças ao Prana que percorre os filamentos nervosos e envolve as células nervosas. As funções do duplo etérico consistem em servir de intermediário físico para a manifestação desta energia.

Esses dois corpos, o grosseiro e o etérico, “esperam” o Ego para o momento do seu nascimento/reencarnarção (ou seja, não é trazido com ele como o que acontece com o corpo astral) e não são os criadores do pensamento, mas sim, servem como seus instrumentos. No momento da morte o Ego se separa do corpo grosseiro levando consigo o copo etérico e logo se separa também desse último.

Com a ação geral por intermédio do corpo astral pode existir uma ligação entre o mundo externo e a inteligência do homem, uma ligação entre as impressões recebidas pelos sentidos físicos e a percepção delas pela inteligência. A impressão transforma-se em sensação ao chegar ao corpo astral e só então é percebida pela inteligência. O corpo astral é um veículo pelo qual o Ser pode atuar em seus corpos mais grosseiros e por eles ser afetado.

O aperfeiçoamento do corpo astral se baseia na purificação do corpo físico e na purificação e no desenvolvimento do espírito. O corpo astral é especialmente sensível às impressões do pensamento, porque a matéria astral responde mais prontamente aos impulsos do mundo mental do que a matéria física.

Quando consideramos o mundo astral, vemo-lo repleto de formas variáveis; distinguirmos as "formas de pensamento", isto é, formas compostas de essência Elemental e animadas por um pensamento. Veremos também perpassar correntes de pensamento por esta matéria astral; os pensamentos fortes arranjam invólucros de matéria astral e persistem durante muito tempo, como verdadeiras entidades, ao passo que os pensamentos fracos revestem apenas uma forma vaga que em breve se esvai novamente. O mundo astral acha-se, portanto eternamente submetido a mudanças causadas pelos impulsos do pensamento, e o corpo astral do homem, composto dessa mesma matéria, também se apressa a responder à impressão dos pensamentos, vibrando em uníssono com todos os pensamentos que o assaltam, quer dimanem do exterior, das mentes dos outros homens, quer brotem do íntimo da sua própria mente.

Por ser o corpo astral o veículo da consciência kâmica do homem, constitui a sede de todas as paixões, de todos os desejos animais; é o centro dos sentidos, donde, como já dissemos, brotam todas as sensações. Ao contato dos pensamentos, vibra e muda constantemente de cor; se o homem se encoleriza, são dardejados raios vermelhos; se sente apaixonado, as irradiações tingem-se de uma cor-de-rosa suave.

Se os pensamentos do homem são nobres e elevados, necessitam de matéria astral sutil para lhes corresponder; a ação destes pensamentos sobre o corpo astral manifesta-se então pela eliminação das partículas grosseiras e espessas de cada subplano e pela aquisição de elementos mais delicados, purificando assim o corpo astral. Além disso, os pensamentos criados pelo Ser irão influenciar nos pensamentos presentes no ambiente, atraindo aqueles que lhe são semelhantes e repelindo os diferentes. Nossos vícios, nossas tendências e nossas virtudes moldam o corpo astral (o atual), o que influenciará no nosso estado após a morte e no corpo astral do novo nascimento.

À medida que o homem torna-se mais esclarecido sobre a Vida e com o desenvolvimento de trabalhos altruístas, o homem torna-se capaz de atuar em outros planos além do físico, como o plano astral, e de conservar a memória da sua vida nesses planos.


Constitui o veículo especial da consciência no plano mental, mas também trabalha no corpo astral e através dele no físico, produzindo tudo o que chamamos manifestações da inteligência no estado normal de vigília. O corpo mental é o veículo do Ser para todo o seu trabalho de raciocínio. Quando se trata de um homem pouco evoluído, este corpo não pode, durante a vida terrestre, funcionar separadamente como um veículo da consciência no seu próprio plano, e quando este homem exerce as suas faculdades mentais, é necessário que estas se revistam de matéria astral e física, para que ele adquira a consciência da sua atividade.

A matéria de que se compõe o corpo mental é extremamente tênue e sutil (mais até que o próprio éter). Nesta matéria o Ego manifesta-se como inteligência, e no que se lhe segue mais abaixo (o astral), manifesta-se como sensação. À medida que o homem, na série das suas encarnações, se vai desenvolvendo progressivamente, o corpo mental evolui proporcionalmente ao desenvolvimento intelectual (mental cresce, aumenta em volume e em atividade); e a sua organização também se vai tornando mais perfeita e definida, à medida que as qualidades e os atributos da inteligência se tornam mais conspícuos e distintos. Sua forma é oval e penetra, é claro, nos corpos físico e astral, envolvendo-os na sua atmosfera resplandecente, que tende sempre a aumentar com o progressivo desenvolvimento intelectual.

O corpo mental recebe todas as impressões ao mesmo tempo e tem, por assim dizer, a recepção completa de tudo que consegue impressioná-lo. Para tornar isto mais compreensível, talvez seja melhor dizer que, se um estudante treinado entra no plano mental e aí se comunica com outro estudante, o mental fala simultaneamente por meio de cores, sons e formas, de modo que um pensamento completo é transmitido sob a forma duma imagem colorida e musical, em vez de se transmitir só um fragmento por meio de símbolos que denominamos palavras, como aqui fazemos. As vibrações de um único pensamento produzem forma, cor e som.

É importante compreender que a inteligência não pensa uma cor, um som ou uma forma, mas, sim, pensa um pensamento, uma vibração complexa em matéria sutil, e esse pensamento é expresso de todas estas maneiras pelas vibrações produzidas. A matéria do mundo mental emite constantemente vibrações, que dão origem a estas cores, a estes sons, a estas formas; quando um homem funciona no mundo mental independentemente do mundo astral, e do físico, liberta-se das limitações dos seus órgãos dos sentidos, e sente simultaneamente, em todos os pontos do seu ser, as vibrações que no mundo inferior se lhe apresentariam distinta e separadamente.

O corpo mental desenvolve-se graças ao pensamento, são esses os materias que nos servimos para construí-lo. Na realidade construímos o mental quotidianamente pelo exercício das nossas faculdades mentais, pelo desenvolvimento do nosso poder artístico e das nossas emoções elevadas. Se não exercermos as nossas faculdades mentais; se nos contentamos unicamente em ser o receptáculo de pensamentos e nunca o criador deles; se aceitamos constantemente o que de fora nos dão, sem nunca tentarmos formar qualquer coisa no nosso íntimo; se durante a vida só recolhemos os pensamentos dos outros; se o nosso conhecimento acerca dos pensamentos se limita a isso, nesse caso passar-se-ão vidas e vidas sem que o nosso corpo mental se desenvolva. Pois só exercendo a própria inteligência, utilizando as faculdades de um modo produtivo, exercendo-as, trabalhando com elas, exigindo delas um esforço contínuo, só assim é que o corpo mental se desenvolve, só assim é que a evolução verdadeiramente humana pode seguir o seu caminho.

Façamos o seguinte exercício: observe os pensamentos que passam pela sua mente durante o dia, são todos seus ou de outros, que você assumiu como verdade? Eles ficam registrados na sua mente ou simplesmente desaparecem tão de repente como surgiram (são vagos)? Eles “saem” da mesma forma que “entraram” na sua consciência, ou você acrescenta algo mais a eles? O segundo passo é escolher aqueles pensamentos dignos de permanecerem em nossa consciência (os bons pensamentos) e alimentá-los, fortalecê-los de forma que se tornem ainda mais valiosos a fim de enviarmos ao mundo astral na qualidade de agente benfazejo. O resultado de só acolhermos pensamentos bons e úteis e de nos recusarmos a admitir pensamentos maus, será afluírem para a nossa mente apenas bons pensamentos (o corpo mental atuará como imã) ao passo que os maus se abstêm de aparecer. Então, o desenvolvimento e progresso do corpo mental adquirido hoje não são perdidos, mas sim será passado para a próxima vida terrestre.

Assim como o corpo físico, o corpo mental também sofre constantes trocas de partículas/matéria. Sendo assim, é possível que uma pessoa com tendências malévolas transforme-se pelo esforço constante em substituir seus pensamentos ruins por bons. O corpo mental atrairá a matéria de vibração similar desses novos pensamentos cultivados e as partículas dos pensamentos antigos serão gradativamente expelidas. Para isso é importante que estejamos atentos aos nossos pensamentos (para que possamos escolher se devem ou não permanecer na nossa consciência), que sejamos perseverantes nas nossas decisões (afinal mudar não é fácil), que procuremos boas leituras (ensinamentos de elevado cunho moral e espiritual), que exercitemos o pensamento concentrado e seqüencial, e que nos pratiquemos o serviço altruísta.

Com relação ao exposto acima, é interessante perceber como os nossos pensamentos afetam e são afetados pelo meio.

Imaginemos o seguinte, ao elaborarmos pensamentos destrutivos, poluímos a nossa psicosfera de fluidos venenosos e o mesmo fazemos com os endereços de nossos pensamentos, portanto a matéria utilizada para reestruturar o nosso corpo mental seria torpe bem como a de nossos adversários ( o que causaria um envenenamento ainda maior dos pensamentos de nossos algozes), agora invertamos a polaridade do pensamento, desejemos o bem e o triunfo de nossos adversários, tanto estaremos purificando a nossa psicosfera quanto estaremos dando aos nossos inimigos matéria prima para a formação de bons pensamentos e uma consequente mudança de caráter.

Este texto foi retirado do Livro “O Homem e os Seus Corpos, de Annie Besant, que pode ser consultado através do LINK.

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