27 de maio de 2012
HORUS, NUIT e ANUBIS
HÓRUS:
Era originalmente o deus do céu, voando sobre o Egito como um falcão para proteger seu pai, o rei Osíris. Quando Horus derrotou o assassino de seu pai, Seth, ele se transformou no rei de todo o Egito, e ele é descrito usando uma coroa com uma parte superior branca para representar o Alto Egito e uma parte vermelha inferior para representar o Baixo Egito. Por esta razão, os governantes do Egito sempre se identificaram com Horus na vida, se transformando na personificação de Osíris quando eles morriam.
Hórus, para os antigos egipicios, é considerado a encarnação de Rá na terra, a manifestação fálico solar no plano material, o princípio do fogo. É um deus gêmeo, possuindo aspecto duplo: um ativo como heru-pa-khrat, ou Hárpocrates parao gregos no período Ptolomaico; e um aspecto ativo, como Ra-heru-Khuit podendo ser escrito também como Ha-roor-Khuit, o seu aspecto marcial.
O princípipo hermético da polaridade está presente na sabedoria iniciatica egípcia, compreendendo a natureza nos seus aspectos ativos/passivos como complemetares.
Harpócrates, o Hórus menino, é o primeiro iniciador e seu sinal, o do Silencio (colocando-se o dedo indicador da mão diretia sobre os lábios), já era um Sinal utilizado nos templo egípios simbolizando a iniciação pelo silêncio, para um contato com Num, as águas primordiais da vida (Nuit), através da quietude interna. Era um Sinal sempre feito nos Templos antes de se iniciar toda toda prática, por mais simples que esta pudesse ser.
O Deus Hórus, senhor do presente Aeon. Horus era adorado em centros de cultos em Behdet, Hirakonpolis e Edfu e o olho de Horus era considerado um amuleto poderoso.
Em Thelema, Hórus é o Deus Falcão, o Senhor da dupla Baqueta de Poder, que destrói os últimos resquícios do antigo Aeon de Osíris. Ra-Roor-Khuit traz em seu interior a criança Heru-pa-khrat, que é a criança do novo aeon, traz o novo aeon dentro de si.
O Olho de Hórus é também chamado de "Olho no Triângulo" e segundo Viviane Crowley, no livro "Cabala - um enfoque feminino", a imagem deste Olho representa Ain Soph, Kether, Chokmah e Binah.
O Ain Soph seria a pupila escura; Kether o círulo em volta da pupila, a íris. Chokmah está em torno disto, dando a forma oval do Olho e Binah é o triângulo (a base para o mundo tridimencional).
Segundo Marisa Castelo Branco, no livro "Do Egito Milenar à Antiguidade", o hieróglifo do Olho de Hórus significa ver, construir, criar, sendo que a palavra em egípicio que o representa é UDJAT e este simboliza um bastão por meio do qual se obtinha o fogo.
A autora disserta também que o símbolo é oriundo do Olho de Rá e, deste modo, o Olho era o signo R (a boca) com o Sol no meio, simbolizando também o verbo criar.
No papiro de Nesiamsu é dito que os homens foram criado das lágrimas de deus.
Assim sendo, a autora justifica que no Olho de Rá ou Olho de Hórus representa as lágrimas do criados, representado pelo hieróglifo QD (uma estaca em construção e também o verbo construir) e simbololiza Osíris que desceu à terra para trazer os primórdios da civilização.
A segunda lágrima é representada pelo hieróglifo de uma espiral das forças construtivas da natureza, simbolizando Hórus.
NUIT:
Na mitologia egípcia, Nuit era a deusa dos céus, ao contrário de muitas outras mitologias, onde o Pai dos Céus é quase sempre uma figura masculina. Nuit é a filha de Shu e Tefnut. Ela era uma do Grupo dos nove.
Rá, o deus do sol entrou em sua boca após o pôr-do-sol no anoitecer e renasceu de sua vulva na manhã seguinte. Ela também engoliu e renasceu as estrelas.
Ela era a deusa da morte, e sua imagem está no lado de dentro da maioria dos sarcófagos. O faraó entrava no corpo dela após a morte e posteriormente era ressuscitado.
Na arte, Nuit é representada como uma mulher sem roupas, cobertas com as estrelas e sustentada por Shu; o oposto a ela (o céu), é o seu marido, Seb (a Terra). Com Seb, ela foi a mãe de Osíris, Ísis, Set, e Néftis.
Alternativas: Nu, Nut
Curiosamente, o francês nuit significa "noite".
No túmulo de Tutankhamon foi encontrado junto a sua múmia um peitoral no qual era invocado a proteção desta deusa: “Nut minha divina mãe, abre tuas asas sobre mim enquanto brilharem nos céus as imorredouras estrelas”.
Nuit é a principal oradora no primeiro capítulo do Livro da Lei e o cumprimento feminino ao deus Hadit. Nuit é o círculo infinitamente vasto cuja circunferância é incomensurável e cujo centro está em toda parte. Hadit é o ponto infinitamente pequeno dentro do núcleo de todas as coisas. A união dos dois é ainda um outro glifo da Grande Obra.
ANUBIS:
É um deus egípcio geralmente retratado como um homem com cabeça de chacal, ou um chacal negro em posição de esfinge (este último geralmente guardando algo ou alguém) Anúbis, o Juiz dos Mortos também conhecido como Anupu, ou Anpu, é o antigo deus egípcio dos mortos e do submundo.
Anúbis é filho de uma união extraconjugal entre Nephtys e Osíris, onde a primeira, esposa do terrível deus Set, faz-se passar por Ísis, a verdadeira esposa de Osíris para poder desfrutar de seu amor incondicional. Temendo a vingança cruel de Seth ao descobrir sobre sua gravidez, Néftis, também mãe de Sebek (o deus com cabeça de crocodilo) esconde o bebê Anúbis em um pântano, onde mais tarde Ísis, sua tia, o encontra e cria longe do alcance maléfico de seu tio Seth.
Anúbis então crescido adquire inúmeras tarefas como deus da morte e do submundo, e todos seus aspectos relacionados, como o julgamento, ritos de passagem e as tarefas de embalsamamento. Mais tarde, com a morte de Osíris por seu tio Seth, após Ísis e Néftis terem reunido os pedaços esquartejados de Osíris Anúbis se voluntaria para trazê-lo de volta a “vida”, através das práticas de mumificação e de seu infinito conhecimento sobre a pós-vida, tendo sido assim criada a primeira múmia do Egito e do mundo.
Após este ato Osíris, que originalmente era um deus da agricultura, por seu status morto-vivo e seu status de divindade maior, “usurpa” então os aspectos de Anúbis, de deus da morte e do submundo.
Anúbis então passa a se dedicar aos outros aspectos relacionados a Morte. Ele passaria a guiar as almas através do submundo, até os salões do julgamento, onde ele também pesaria o coração da alma contra a pena de Maat, a deusa da justiça, do equilíbrio e da verdade, em um tribunal presidido por Osíris, Toth e perante 42 deuses menores, cada um incumbido de julgar uma das 42 confissões que a alma deveria fazer.
Também era o patrono da cidade de Cinópolis, o patrono dos embalsamares e dos conhecimentos obscuros.
Após as invasões Gregas em 332a.c. e Romanas em 31a.c., onde apenas um ano mais tarde o Egito tornaria-se um estado vassalo de Roma, muitos de seus deuses foram "exportados", entre eles Ísis, Toth e Anúbis, que mais tarde, formaria junto com Hermes um híbrido conhecido como Hermanúbis. E as mumificações e necrópoles tornaram-se muito mais populares e espalhadas pelos impérios Grego e Romano, até hoje surpreendendo arqueólogos com seu estilo diferenciado.
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