3 de julho de 2012

TRATADO DAS CAUSAS SEGUNDAS II


Ao décimo sexto lugar 45, depois de Orifiel, ANAEL, Espírito de Vênus, retoma pela terceira vez a direção do Universo, o último dia de janeiro do ano 5315 da fundação dos céus e da terra, o 109 da Natividade do Cristo, para governar durante 354 anos e 4 meses, até o ano do mundo 5669 e 4 meses, que é o ano 463 da Encarnação do Senhor.

Podemos notar que, durante quase todo este período do reino do Anjo de Vênus, a Igreja Cristã se expandiu em meio a perseguições, e termina por prevalecer após a morte de milhares de homens pela fé do Cristo. Finalmente, surgiram no seio da Igreja, numerosas heresias, que (não só) foram sufocadas, com bem das penas, que ao fim de um longo espaço de tempo, no sangue de homens virtuosos. É então que se celebrizaram homens versados em todos os ramos do saber: Teólogos, Astrônomos, Médicos, Oradores, Historiadores, e não somente entre os Gentis, mas assim entre os Cristãos. Os infiéis cessaram enfim de perseguir a Igreja, depois que César Constantin, o Grande, recebeu o batismo o ano do mundo 5539, quando o Anjo de Vênus, Anael, passava o ponto culminante do ciclo de sua dominação. Ele aí teve bem ainda após isto alguns problemas parciais causados pelos ímpios, mas entretanto a Igreja venceu em paz.

Nesta época, o gênero humano que, depois do tempo do rei Ninus, se estava, durante 2.300 anos, miseravelmente extraviado no culto dos ídolos, foi misericordiosamente reconduzido ao conhecimento do Deus único. Diversas artes sutis tiveram crescimento, e, conforme a natureza de Vênus, se desenvolveram e se embelezaram. Porque os costumes dos homens mudaram com o tempo, e as coisas inferiores correspondentes as superiores e recebendo a influência destas últimas. A alma, aliás, é livre, e não é submissa a influência dos astros, a menos que estando muito atada ao corpo ela permita a profanação de seus atributos e se deixa então guiar por ele. Porque os anjos, motores dos orbes, não podem nem destruir, nem alterar nenhuma das coisas estabelecidas pela natureza. Um cometa de uma grandeza extraordinária anuncia a morte de Constantino. A heresia de Arrien perturba a Santa Igreja em muitos lugares. Ao fim deste governo, no tempo do imperador Juliano, a cruz apareceu sobre as vestimentas de linho de certas pessoas.

Na Ásia e na Palestina, as guerras, as pestes e as fomes seguiram as aparições onde no ano 280 do reino deste mesmo ANAEL, o Império Romano começa a declinar, sua capital foi tomada e incendiada pelos Goths, depois que Constantino foi levado a Bizâncio a Capital do Império, ato funesto que foi causa da decadência de toda a monarquia.
Porque no fim do reino de ANAEL, apareceram Radagif, Alaric e Ataulfe, reis dos Goths, em breve seguidos por Gensérie, rei dos Vândalos, e Atila, o rei dos Hunos, que invadiram toda a Europa, despedaçando o Império, assim como nós aprendemos as histórias desses tempos.

Depois de Anael 46, no décimo sétimo lugar, ZACHARIEL, Espírito de Júpiter, retoma pela terceira vez a direção do Universo, o 1º dia de Junho do ano do mundo 5669, que é o ano 463 da Natividade do senhor. Ele reina 354 anos e 4 meses, até o ano do mundo 6.023, que é o ano 817 do senhor. Nestes tempos, numerosos homens se entregaram com ardor ao estudo da filosofia Cristã. Numerosos prodígios se manifestaram: Cometas, tremores de terra, chuvas de sangue.

Merlim nasceu em Calédonia, no começo deste reino, fez predições admiráveis. Arcturus, comumente chamado Arthur, Rei famosíssimo da Bretanha, submeteu os Bárbaros, restitui a paz na Igreja, triunfa em numerosas batalhas, difundindo a fé Cristã, submeteu sob seu cetro a Gaule inteira, a Noruega, a Dacie e muitas províncias. Este foi o mais glorioso príncipe de seu tempo; depois de ter executado muitos feitos, ele desapareceu de repente, e durante alguns anos, os Bretões esperaram seu retorno. Numerosos poetas cantaram suas prodigiosas proezas; sob seu reino, a Inglaterra estava florescente e comandou três vezes dez reinos.

Nestes tempos, as ordens monásticas começaram a se multiplicar na Igreja de Deus. Theodoric, Rei dos Goths Ariens, conquista toda a Itália; ele fez perecer o cônsul dos Beotiens. O Império e a Igreja estavam num problema: Zénon e Anastase, Imperador do Oriente, Theodoric e seus sucessores na Itália, Honorius, Rei dos Vândalos na África, exerceram uma tirania sem igual. É então que Clovis, rei dos Francs de Gaule, recebeu o batismo; ele submete os Goths e impõem a paz, não todavia no mundo inteiro, no tempo de Saint Benoit, no ano quinhentos da era Cristã, para o começo do reino de ZACHARIEL, anjo de Júpiter, cuja influência agradável as mudanças de dinastia e de reinos, o que acontece durante este período, assim como o declara várias vezes os historiadores. O que este anjo não pode fazer por ele mesmo, ele deixa aos cuidados de seu sucessor RAPHAEL, anjo de Mercúrio, que encontra Charlemagne sobre o trono do Francs. Com efeito, durante estes 350 anos, como deve ser os impérios desmoronam: Goths, Vândalos, Burgondes, Lombards, e outros.

O Imperador Justiniano foi o primeiro que e dota a República de um belo conjunto de leis. Muitos homens eminentes se celebrizaram sob ZACHARIEL. Justiniano edifica a basílica de Santa Sophia em Constantinopla. O Império se divide, fica na desordem e na confusão. Numerosos presságios apareceram nesses tempos, assim o conta a história. Cosdra, rei dos Persas, se apodera de Jerusalém; ele foi mais tarde assassinado por Eraclés. Nesta mesma época, para o ano 600 da Era Cristã, o Árabe Mahomet funda a seita dos Sarracenos que suplanta em breve completamente o império Romano na Ásia.

Dagoberto, Rei da France, vence e extermina os Ingleses, então chamados Saxons.
Devemos notar que, logo depois, a fé Cristã começa a se enfraquecer na Ásia e na África, enquanto que se insinua a seita dos Sarranzins que infesta logo o mundo inteiro, exceto na Europa, onde a ordem de Saint-Benoit divulga a religião cristã. Para o ano 774 do Senhor, a cruz aparece sobre as vestimentas de alguns homens, e pouco depois, o Império Romano foi dividido, uma parte passando as mãos dos Francos, sob Carlomagno. Este príncipe restaura a Igreja, e fez numerosas guerras. O nome de Gaule Ocidental foi dada, após suas vitórias, no território Saxon.

Após Zachariel 47, anjo de Júpiter, no décimo oitavo lugar, RAPHAEL, Espírito de Mercúrio, toma uma terceira vez o governo do Universo, o décimo dia do mês de Novembro de 6023 da fundação do mundo, que é o ano 817 da Natividade do Senhor. Ele governa o universo durante 345 anos e 4 meses, até o ano do mundo 6378, ou 1171 do Senhor. No começo deste período de Mercúrio, o Império Romano passa, como nós já dissemos, as mãos de Carlomagno. Após ele, seu filho Louis reina 25 anos, e após sua morte, seus filhos se combateram uns aos outros, debilitando ainda uma vez o Império. Os Normandos devastaram a Gaule. Duas vezes Roma foi saqueada pelos Serrazins. Sob Luis II, choveu sangue durante três dias. Na Saxe, uma cidade inteira, com todo seus edifícios e seus habitantes, foi tragada num instante em um terrível abismo aberto por um tremor de terra.

Para o ano 910 do Senhor, grandes transtornos surgiram na Itália, ela se desliga do império dos Francs, e elege ela mesmo seus Reis: o primeiro foi Bérenge, (Berengário I), duque de Frioul, ao qual sucederam sete reis em um espaço de aproximadamente cinqüenta anos, até o momento onde o Império passa aos Germains. O primeiro Imperador foi Othon, que empreendeu a reconstrução da Monarquia.

Othon, seu filho, e Othon, seu sobrinho, seus sucessores ao trono imperial, converteram os Hongrois a fé Cristã. Mas Othon III, morreu sem filhos, institui os Eleitores do Império, no ano 1000 da Era Cristã, e ela se conserva até os nossos dias. Os Sarracenos se apoderam uma vez ainda de Jerusalém.

Numerosos presságios foram vistos no céu, no ar, sobre a terra, sobre o mar e nas águas. Com a morte de Othon III, Henri I lhe sucede por escolha dos Príncipes. Ele reina 20 anos funda a Igreja de Bamberg. Nesse mesmo tempo que Kunégonde, sua mulher, morre uma virgem célebre por seus milagres. Após ele, Conrad I foi eleito Imperador, e reina 20 anos. É assim nesta época que Godfroy, conde de Bouillon, arrebata dos infiéis Jerusalém e a Terra Santa.

Antes do fim do reino de RAPHAEL, vemos presságios numerosos, e, pouco tempo depois, a raça Tártara, saindo de suas fronteiras, inflige grandes males ao Império Romano. A fome, a peste, os tremores de terra e outras calamidades desabaram sobre o Império; três Sois e outrotanto de Luas aparecem ao Oriente. No ano 1153 do Senhor, Frederic I, denominado Barberousse, toma o cetro. Ele reina 33 anos a partir de trezentos e trinta e seis anos do governo de RAPHAEL, e executa numerosas coisas admiráveis: ele aumenta as forças do Império e empreende vitoriosamente numerosas guerras. Sob seu reino, os Egiens e os Lithuniens abraçaram o Cristianismo.

No décimo nono período 48, SAMAEL, anjo de Marte, retoma pela terceira vez o governo do universo, o 3º dia de Março do ano do Mundo 6378. Ele reina 354 anos e 4 meses, até o ano do mundo 6732, ou o ano do Senhor 1525. Sob sua dominação, aconteceram numerosas guerras no mundo; milhares de homens pereceram e vários reinos perderam seus limites. O Imperador Frederic I, teve muitas discussões com os Príncipes Romanos; ele manteve contra eles grandes guerras, onde os Romanos pereceram aos milhares. Ele devasta Milão completamente. Liége foi destruída. Jerusalém foi ainda retomada pelos Sarrazins.
O Império dos Tártaros toma então uma grande extensão; isso foi uma verdadeira calamidade para o mundo; e isto dura ainda. Após Frederic, seu filho Henri foi eleito imperador. A morte deste, um cisma entre Philippe e Othon divide o Império e causa grandes perturbações: muitas batalhas seguiram-se nas fronteiras da Alemanha, Argentine, Cologne, Spire em Wurtemberg e em todo reino.

A ordem dos mendicantes foi instituída nesta época, no quadragésimo ano de SAMAEL, ou cerca disso, o que prova que todas as coisas são providenciais. Na Ásia e na África, os Sarracenos deram numerosos combates aos Cristãos. Constantinopla, foi tomada pelos Alemães, e Baudoin, conde de Flandre, foi elevado a dignidade imperial. Mais de 20.000 infantes da Alemanha, seduzidos pelos discursos mentirosos lhes persuadindo de reconquistar a Terra Santa, foram arrebatadas sobre o mar dos piratas. Um bando de pastores vindos da Espagne, se aproximam de Paris, se apoderaram dos bens da liberdade, a grande jóia do povo; mas quando eles quiseram por a mão sobre estes bens seculares, eles foram massacrados.

O ano 1212 da Era Cristã, Frederico II, foi eleito imperador; ele reina 33 anos, e fez muitas coisas contra a Igreja. Em 1238, um eclipse teve lugar, e os tremores de terra contínuos mataram milhares de pessoas. A Frise foi quase inteiramente submergida e mais de cem mil homens pereceram. Os Tártaros devastaram a Hungria e a Polônia, e conquistaram a Armênia e vários outros países. O ano 1244 da Era Cristã, um Judeu, escavando o solo perto de Toledo, encontra um livro onde estava escrito que o Cristo nasceu da Virgem Maria no terceiro mundo, e que ele sofreu para salvar os homens: imediatamente convertido, ele foi batizado.

O terceiro mundo, isto é o terceiro período do Espírito de Saturno, foi, como nós havíamos precedentemente exposto, o tempo onde o Cristo nasceu de uma Virgem. Os Pontífices Romanos, ao depor Frederico, deixaram o trono imperial vago durante 28 anos, até a eleição de Rodolphe, conde de Habsbourg, que foi escolhido em oposição aos outros príncipes candidatos, que eram: Henri, conde de Scwarzenburg em Thuringe; Guillaume, conde de Hollande; Conrad, filho de Frederico; Alphonse, rei de Castille; e Ricardo, conde de Cornouailles, irmão do rei da Inglaterra. Os maus se multiplicaram sobre a terra.

Nestes tempos, para o ano 1260 do Senhor, pode nascer a Confederação Suíça, pequena nação que tomou com o tempo grande extensão; ela atacou a outras nações graças aos homens belicosos que se ergueram em seu seio, e ampliaram suas fronteiras, o que foi conhecida em toda Alemanha, a nova Republica. O ano 1273 da Era Cristã, a assembléia dos Príncipes escolheram Rodolphe de Habsbourg que reina 18 anos. Homem prudente e sábio em todas as coisas, é dele que descendem todos os duques da Áustria. Os Tártaros invadiram os países cristãos, se apossaram de Constantinopla e da Grécia, causando grandes prejuízos aos Cristãos. Os Sarracenos tomaram várias cidades na Ásia, matando mais de 400 Cristãos. A morte de Rodolphe, Adolphe de Nassau foi eleito Imperador, e reina 6 anos. Albert, filho de Rodolphe, o vence em Worms, e o tendo morto, foi eleito em seu lugar em 1298. Após dez anos de reinado, ele foi morto pelo filho de seu irmão.

A Ordem dos Templários foi destruída sob a injunção do Papa Clemente V. A ilha de Rhodes foi retomada aos Sarracenos após um bloqueio ininterrupto de quatro anos. Após o assassinato de Alberto por seu sobrinho, Henri VIII, conde de Luxemburg, foi nomeado Imperador e reina cinco anos. Após ele, Louis IV, da Baviera, foi Imperador durante 32 anos, a partir de 1315; isto acontecido os Cardeais romanos que lhe haviam dado a coroa.Frederic, duque da Autriche, se objeta mas foi batido. Em seguida Charles IV, rei da Boheme, foi Imperador durante 31 anos; ele eleva a dignidade arcepiscopal o bispado de Prague. Grandes temores de terra se produziram. O mesmo Charles institui de novo os direitos de arrecadação de impostos em favor dos Príncipes Eleitores. Gunther, conde Schwarzenburg, tendo tomado o título de Imperador, fez uma vã oposição ao Imperador Charles. Após sua morte, seu filho Wenceslas reina 22 anos. Iodoque, Marques da Moravia, venceu Sigismundo, filho de Wenceslas, e Wenceslas foi deposto. Leopold, duque de Autrich, foi morto com 8 condes e mais 4.000 Suisses na guerra que ele havia empreitado. É sob Wenceslas, Imperador e Rei da Bohemia, que a seita dos Hussites pode nascer. Após a deposição de Wenceslas, Rupert, conde Paladino do Rhin e duque da Baviera, foi eleito Imperador e reina 10 anos.

O ano 1396, os Cristãos declaram a guerra aos Sarrazins, mas sem sucesso, por causa da arrogância dos Franceses. Cem mil homens sucumbiram ou foram conduzidos em cativeiro como Jean, duque de Bourgogne. Houve muitas guerras nesses tempos. Em 1407, Sigismund tornou-se Imperador e reina 27 anos. Ele fez devastar a Boheme, para extirpar a heresia, mas sem grande resultado. O reino da França foi espantosamente devastado pelos Ingleses e os Bourbuignons. A morte de Sigismund, seu genro Albert, duque da Áustria, lhe sucede no ano 1438 da era Cristã e reina dois anos. Este foi um homem excelente e digno do Império. Após ele Frederic III, duque da Áustria, filho de Ernest, foi eleito Imperador pelos Príncipes. Ele reina 56 anos. Este foi um homem de gênio divino e de alma pacífica. Ele sobe ao trono no ano 1440 do Senhor.
Em 1453, Constantinopla foi tomada pelos Turcos, pela traição de um certo Janvens, e breve a Grécia inteira abandona o Cristianismo. Pois, em pouco tempo, vários principados e reinos cristãos foram tomados e devastados pelos Turcos. Nesses tempos graves, numerosas guerras eclodiram entre os Cristãos, na Gaule, na Inglaterra, na Saxônia, na Westphalia, na Prússia, em Flandre, na Suécia, e outros países. É nesta época que a arte da imprensa, admirável invenção, presente divino, foi reencontrada em Mayence, metrópole da Alemanha.

No ano 1456 da Era Cristã, os Turcos massacrados na Hungria pelos fiéis, pereceram em grande número. Uma Admirável peregrinação de infantes veio a Saint-Michel. Houve no reino de Naples tremores de terra que fizeram perecer mais de 40.000 pessoas. Em 1462 do Senhor, Mayence, Metrópole dos Francos, foi tomada e saqueada. Charles, duque de Bourgogne, assalta os Franceses em 1465. Dois anos mais tarde, em 1467, ele destrói Dinan e Laon. Em 1473, ele invadiu a Gueldre, a conquista pela força das armas, assim como o ducado de Lorraine.

Um cometa apareceu no mês de janeiro do ano 1472 do Senhor. O ano seguinte, em 1474, Charles, duque de Bourgogne, coloca bloqueio diante da época, os Turcos se apoderaram de várias vilas Cristãs, de Negrepont em Eubée, do Reino de Bosnie, do Ducado de Spéte, de Achaie, da Mysie e de vários principados do Oriente. Em 1476, se realiza em Wickaushausen, na Franconia, uma grande assembléia de loucos, onde foram formuladas um montão de tolices.

Em 1480, os Turcos assediaram Rhodes com uma possante armada, mas sem sucesso; eles deixaram Rhodes no mesmo ano, e se apossaram de Hydron, onde mais de 12.000 Cristãos pereceram; 22 somente escaparam pela fuga. O ano seguinte, o Sultão dos Turcos, Mahomet, morreu, e seu filho primogênito, Bajazet, lhe sucede no trono, na idade de somente 27 anos. O ano 1486 da Era Cristã, Maximiliano, filho de Frederico, foi sagrado Rei dos Romains em Franckfort, e saudado Imperador em 1508 pelo Papa Jules II. Ele funda a Ordem militar de Saint-Georges contra os heréticos e os Turcos; ele vence os Suíços, submete os Sicambres, e triunfa sobre todos os rebeldes. O Rei da Franca, segundo seu costume, sempre com a pretensão da coroa Imperial, trama com astúcia contra o Império; mas o Todo Poderoso mantém o que foi organizado sob o regime de SAMAEL.

Em 1508, os Venitiens, revoltados contra a autoridade do Imperador, são punidos com o desterro e a morte: a obstinação será punida, a prudente submissão recompensada. Ao fim deste terceiro período de SAMAEL, uma mudança importante, reconduz as coisas a seu primeiro estado, motivou a destruição de numerosos mundos; com efeito, se, pela vontade de Deus, o ponto gama não é reconduzido para o Norte 49, ele sobreviverá uma mudança em qualquer Monarquia ou num grande reino. Uma grande seita religiosa se elevará para substituir os antigos cultos. Está a temer que a Quarta besta não perde uma cabeça 50. Durante o primeiro período de SAMAEL, Marte anuncia o Dilúvio; durante a Segunda, a ruína de Tróia; para o fim da terceira, aura aí a ruptura da Unidade; com efeito, segundo o precedente, podemos inferir o que se seguirá: este terceiro período de Marte não se acabará sem que a profecia se cumpra, e que uma nova religião seja instituída.

Resta, a partir deste presente ano 1508 da era Cristã, 17 anos antes da expiração do reino de SAMAEL; ele aí manifestará os presságios de desgraças, pois, antes do ano 1525 da era Cristã, as cruzes vistas nestes dez próximos anos sobre as vestimentas dos homens auravam suas conseqüências: mas a treze anos daí, pela força do direito, tu cederás o lugar ao ignorante, para, após os acontecimentos necessários, te revelará maior em teu pequeno filho, a meu aviso, a menos que ele não te seja dado de dominar as sombras que te ameaçam.

Para o vigésimo período 51, GABRIEL, anjo da Lua, retoma a direção do mundo, o 4º dia do mês de Junho do ano 6732 da criação, que é o ano 1525 da Era Cristã. Ele governará o Universo durante 354 anos e 4 meses, até o ano do mundo 7086, no oitavo mês, ou 1879 da Natividade do Senhor. Ele cria uma profecia para a série de acontecimentos futuros. Eu não garanto as coisas que escrevo, sapientíssimo César, mas podemos razoavelmente aí crer sem prejuízo para a fé ortodoxa. Existem as pessoas que presumem que os períodos correspondem aos meses Lunares; se tal é vossa opinião, eu aí então concordo, mas ele Faudrait então mudar o que já escrevi 52.

De resto, de mão eu testemunho, da boca eu confesso que em todas as coisas, eu creio e admito o que a Igreja Católica tem aprovado pela autoridade de seus doutores; e eu rechaço todo o resto como vãs e supersticiosas ficções.
Notas

1. Este pequeno tratado é dividido em três setenários sendo ao todo vinte e um períodos, sobre os quais Trittheme descreveu só vinte, correspondendo as vinte primeiras lâminas do Tarot, as vinte primeiras letras do alfabeto hebreu. Está construída como várias outras obras análogas, tais como o Evangelho de São João e seu Apocalipse, e também do mesmo modo que Tableau naturel de Louis-Claude de Saint-Martin, a Lumiér sur le Sentier, etc., o que faz com que nós não devemos lhe atribuir unicamente um sentido temporal, mas ainda um sentido espiritual. O Setenário sendo, como o declarou mui justamente um cabalista moderno, à dupla consciência que o ser toma de forma (MH) e da vida (MI) - que são, segundo a linguagem da mística cristã, a Carne e o Sangue do Demiurgo Jesus Cristo - o triplo setenário do "Tratado das Causas Segundas" descreve a evolução da consciência através dos três mundos. É, por conseguinte, de uma só vez um tratado de Hermetismo e de Astrologia, ciências que são, em todo caso, apenas duas das seis faces da Ciência Única, diferenciadas somente, e pela adaptação, pela terminologia e o método de exposição.

2. ORIFIEL, em hebreu (O R I PH I - E L la - y p y r w ) significa Céus ou Nuvem Negra de Deus. O nome que corresponde a natureza de Saturno, é SHABATHIEL, em hebreu (SH B TH I - EL la - y t b c) diretamente derivado do nome do planeta (SH B TH I - y t b c) e que quer dizer Repouso de Deus. Há um outro ponto de vista, lhe dando assim o nome de Kassiel, em hebreu (K S I - EL la - y c k) que significa Trono de Deus; e ainda muitos outros nomes.

3. É o dia do Equinócio da Primavera, no momento onde o Sol entra na Constelação de Áries; Trittheme disse: o quinto dia do mês de Março, visto que a Lua, que preside aos meses, só foi criada no quarto dia, segundo a narrativa alegórica de Moisés. (Gêneses, I, 16). Segundo uma outra tradição, que considera então a ordem temporal, os cinco dias de diferença com a data atual 20 de março, seriam as cinco (epagomenes). Cada raça humana tendo uma evolução de vinte e cinco mil novecentos e vinte anos, mais um dia, devido a transposição dos pólos.

4. É este Espírito de Deus - Ruach Elohim - que preside ao caos, no Gênese, 1,2: os elementos estão em luta nas trevas.

5. Este primeiro período corresponde a primeira lâmina do Tarot, nomeado O Mago; assim como a primeira letra do alfabeto hebreu, a Aleph a, o ático, a hipótese necessária e razoável a qual se choca o espírito humano, quando ele busca remontar a origem das coisas; esta letra representa o Infinito, o Ain-Soph dos Cabalistas, designado por Moisés sob o nome de Thehom, o Abismo primordial, a origem de todo o possível; é o Parabrahm ou Impessoal dos hindus; o Zerwané-alkéréme ou Tempo-sem-limites de Zoroastro e de Parsis; o Osiris Negro, ou Deus não manifestado dos antigos mistérios egípcios; o Ceugant dos Druidas; é assim o Um em sí, o Primeiro dos Alexandrinos; o Bythos dos Gnósticos; o Unground de Boehme; o ser puro de Hégel. É, nos diz Eliphas Levi, "O Ser em sua concepção a mais abstrata e a mais geral". Das Sete Ciências sagradas correspondem aos sete primeiros princípios, a Alquimia propriamente dita, que estuda o espírito dormente no plano mineral, corresponde a este período.

6. A Gênese, em seu sentido exotérico, declara, ao contrário, muito explicitamente, que nossos primeiros pais gozavam de uma grande felicidade no Gan-Eden. E seria útil que o leitor consultasse a este respeito as primeiras páginas do Etat Social de Fabre D'Olivet, que lhe fornecerão importantes luzes.

7. ANAEL, em hebreu (A N - E L ou A N I - E L la - y n a ou la - n a) significa "Acolhe-me Senhor", grito da monada em delírio da objetividade, que equivale ao nome divino, (E H I H h y h a), Ehieh, que traduzimos ordinariamente por "Eu Sou", mas significa exatamente "Eu Serei", para indicar a posse afirmativa do ser. A tradição grega narra que "o Amor deslinda o caos", a ANAEL é o Anjo do Amor, é assim o príncipe da luz Astral, criado no primeiro dia, quando Deus exclamou: "Faça-se a Luz ...". São João diz no Cap. I de seu Evangelho: "E a Luz resplandece nas trevas". Anael preside igualmente ao reino vegetal, o que faz que a ciência que lhe corresponde, é a botânica oculta, a medicina hermética, que estuda os segredos e as virtudes curativas das plantas e suas aplicações. Do XV e ao XVII século, a Entidade reitora do Espírito-Humano manifesta um circulo exterior, conhecido sob o nome de Fraternidade Rosa-Cruz, que estudava principalmente a botânica oculta. E em nossos dias, um centro iniciático, a G. D., pretende derivar desta famosa Fraternidade.

8. Estas seis palavras indicam o processo de ação dos Princípios Reitores, sua força vai aumentando progressivamente do início de seu reino até o meio, depois vai em seguida diminuindo até o fim de sua revolução - ou antes, isto assim nos parece...

9. O 24 de junho, é o Solstício de verão, São João, que se refere a Segunda lâmina do Tarot, a Papisa, que representa uma mulher sentada, símbolo da estabilidade, assim como está escrito no Gênese (1.,9): "Que as potencialidades esparsas na imensidade convergem para um lugar único, e a estabilidade aparecerá". A primeira lâmina do Tarot representa um homem em pé, a Segunda uma mulher sentada, segundo as palavras do Zohar; "Deus marcha para sentar-se, e ele se assenta para marchar de novo". Esta lâmina corresponde a letra Beth b, a Segunda do alfabeto hebreu, que é o primeiro número, isto é, a Unidade manifestada, oposta a Unidade em sí, que é o Ain-Soph.

10. Trittheme faz alusão aqui de uma maneira velada a sentença do Apocalipse (XIII.,18): "Que aquele que possui a Inteligência, calcule ..."

11. Eles se afastaram por meio da emanação, assim que a luz se enfraqueceu em proporção da sua distância do centro que a produziu. É, sobre um outro plano, a transição da constituição do universo á sua evolução, que na realidade é uma involução. É filosoficamente, a ruptura da Unidade, perdendo a noção de Deus.

12. ZACHARIEL, em hebreu (Z K R I - E L la - y r k x), quer dizer Lembrança de Deus, se chama assim Zadkiel, em hebreu (TZ D Q I - E L la - y q d x), isto é Justiça de Deus, para nos informar que o homem, durante este período é submisso a uma lei rigorosa a qual ele não pode escapar; ZACHARI-EL indica que a noção viva da Divindade se muda, por conseqüência da degradação, em uma simples reminiscência.

13. Este período corresponde a terceira lâmina do Tarot, a Imperatriz, e a letra Guimel g do alfabeto hebraico, símbolo da primeira exterioridade (aparência). Na vida fisiológica, é o ato do amor que une o Pai e a Mãe, o terceiro lado do triângulo que junta os dois outros.

14. RAPHAEL, em hebreu (R PH - E L la - p r) significa "Deus curandeiro", é o senhor do patriarca Isaac.

15. Este quarto período corresponde a letra Daleth d do alfabeto hebraico, símbolo do "Primeiro Ser", e a lâmina do Tarot, que leva o nome de "O Imperador", a pedra cúbica. É assim, a realização dos atos, dirigida pela ciência da verdade, o amor da justiça e a força da vontade. Na vida humana, é a emissão dos fluidos seminais.

16. Aqui se acha obscuramente enunciada a lei da perfeitabilidade dos seres, fatal até o homem, livre em seguida, tese que Darwin e Haeckel foram simplesmente renovando.

17. SAMAEL, em hebreu (S M - E L la - m c), significa "Doutrina superior", é conta a tradição, o gênio de Esau. Segundo a Midrash Petirath Mosheh, foi ele que enlevou a alma de Moisés.

18. Este quinto período corresponde a letra He h do alfabeto hebraico, símbolo da "Mulher" e da vida; é a lâmina Quinta do Tarot, "O Papa". Na vida humana, é o movimento próprio dos fluidos seminais dentro da matriz.

19. Dentro de um senso não temporal, o dilúvio consiste em uma sorte de dissolução que sofrem os seres criados, no curso de sua involução, o que faz pensar a Saint-Martin que o quinário é um número de uma perigosa e má natureza. Em realidade, filosoficamente falando, é o Lethe superior, onde as monadas, durante sua descida, tomando o esquecimento total da noção divina. Tanto que o indivíduo está submisso aos renascimentos e as reencarnações, ele deve beber esta água que dissolve, ou antes, afasta a memória do passado, das agonias de uma Segunda morte que fez dizer o apóstolo, falando do que é nascido para a imortalidade: "E a intumescência das grandes águas não se aproximou mais dele".

20. Isto já foi explicado na nota 8.

21. GABRIEL em hebreu (G B R I - E L la - y r b g) significa "força de Deus", Segundo a Midrash Aba Gorion, Gabriel é o anjo que alimentou Abraham em uma caverna. É assim o gênio de Joseph.

22. Este sexto período corresponde a letra Vav } do alfabeto hebraico, símbolo do "Trabalho". É a relação de causo e do efeito, é assim o instante da junção do espermatozóide e do óvulo. O Tarot nomeia a sexta lâmina "O Enamorado".

23. Com efeito, durante o reino de Samael, uma expansão desordenada se produziu, enquanto que o resultado desta colossal dilatação da vida universal e passiva só se fez no período seguinte.

24. MICHAEL, em hebreu, (M I - K - E L la - k - y m), significa "Quem é como Deus?". É o mesmo grito do Arcanjo combatendo o dragão, o famoso "Quis ut Deus?" Proferido pela primeira consciência do ser no mais inferior dos três mundos. MICHAEL se protege contra os golpes do demônio tendo, na mão esquerda, o "Escudo de David", mais conhecido sob o nome de "Selo de Salomão", enquanto que ele o transpassa com sua lança, símbolo da unidade.

25. Este sétimo período se refere a letra Zain z do alfabeto hebraico, que significa "O Ovo fechado". A cabeça do espermatozóide, desprendida do resto, e encerrado no óvulo, como Nóe dentro da Arca, indica o triunfo do real sobre o possível. A gestação vai começar no seio da matéria, para a submetê-la e elaborá-la mais tarde. No Tarot, a curiosa lâmina que corresponde ao nome "O Carro De Hermes".

26. Este oitavo período que é o primeiro do segundo setenário, corresponde a letra Heth j do alfabeto hebraico, "O duplo stauros". Ele marca uma época decisiva na vida humana. O feto passa pela cor cabeça de corvo dos alquimistas; o individuo vive uma existência puramente relativa, suportando, no seio, todas as influências que agem sobre sua mãe. O Tarot nomeia esta lâmina "A Justiça".

27. O mistério da Torre de Babel se torna em grande parte elucidada no Capítulo da Luz do Egito intitulado "O Satélite Sombrio" ao qual nós remetemos o leitor. Segundo a mística cristã, é a esfera do Anticristo. É a massa de sombra comprimida entre a dupla espiral descendente e ascendente que se forma então da queda edênica fora da esfera da eternidade.

28. Estes são os primeiros movimentos do ser embrionário que se faz sentir.

29. Este nono período corresponde a letra Teth f do alfabeto hebraico. É o grande número mágico, símbolo da hierarquia. Ele representa a placenta na gestação. A lâmina correspondente do Tarot é O Eremita, cujos mistérios são mais especialmente estudados no "Martinismo", sociedade iniciática renovada depois de tempos, por Martinez de Pasqually, e continuada até hoje pelo doutor Papus.

30. Este décimo período corresponde a letra Iod y do alfabeto hebraico, símbolo do princípio racional das coisas sobrenaturais; na vida humana, é o instante do nascimento. Do ponto de vista filosófico, é o centro de manifestação.

31. Isto se refere a lâmina do Tarot, denominada "Roda da Fortuna".

32. Héber é o patriarca dos Hebreus e dos Arabes, assim o demonstrou Fabre d´Olivet.

33. Tais foram mais tarde o homúnculo de Paracelso e o Andróide de Alberto, o Grande.

34. Vêr, "Le mystére do Progrés", por Alexandre, Saint-Yves. Paris, Didier, 1878, in-12.

35. Conf. Jamblique, "De Mysteris Egyptiorum", ch. V: Evocations.

36. Este décimo primeiro período se refere a letra Caph k, do alfabeto hebraico. Símbolo da idade da razão. É o momento onde a criança sai do ventre de sua mãe, é ainda ligado a ela pelo cordão umbilical. No Tarot, esta lâmina se chama "A Força", e simboliza o universal poder de assimilação. É o fruto filho da fortuna que amadurece e se destaca da árvore.

37. Este décimo segundo período se reporta a letra Lamed l do alfabeto hebraico, que designa a realização. Ela corresponde ao "Enforcado" do Tarot, símbolo da Grande Obra; este homem pendurado com a cabeça para baixo indica segundo Trittheme, a derrubada de Tróia. É a chave da primeira palavra do Gênese. (B R E SH I TH t y c h r b) que podemos ler assim o que mostra a figura.

38. Este décimo terceiro período corresponde a letra Mem m do alfabeto hebraico, símbolo da Transmutação. O grão semeado na terra apodrece para renascer. Aí reside todo mistério da Franco-maçonaria: seu triângulo, ao invés de significar uma trindade viva, simboliza o ternário em si.

As três famosas letras L.P.D. que são traduzidas no mundo profano por "Liberdade de passar", que os maçons não iniciados crêem significar "Liberdade de pensar", ou "Liberdade, Dever, Poder", que Eliphas Levi traduziu assim "Liberdade, Destino, Providência", significando realmente e tradicionalmente: LIBRATION, DESTRUCTION, PRODUCTION, palavras que podemos ler em latin, e os colocando cada um no vértice de um triângulo equilátero direito.

A palavra LIBRATIO, situada no vértice superior, é composta de oito letras, e a cifra árabe 8 designa, por sua figura, o infinito. Ele corresponde a Brahma.

A palavra PRODUCTIO, composta de nove letras, se coloca no ângulo da direita; em cifra árabe é o infinito que sai dele. Mesmo para produzir Vishnú, assim o indica sua forma: uma espiral que nasce de um círculo.

Enfim a palavra DESTRUCTIO, colocada a esquerda, e composta de dez letras, símbolo da "seité" do individuo, e não de sua aniquilação, como fazendo a fazer crer os que perderam o esoterismo do Brahmanismo, e fez de Shiva um deus destruidor. Isto prova a origem indiana da Franco-maçonaria.

Os Franco-maçons modernos, ao interverter a ordem das duas últimas letras, estavam proferindo uma espantosa heresia, pois eles fizeram nascer a vida da morte. Podemos ler, aliás, com proveito, em seu sentido interior, o tratado de Aristote sobre "a Produção e a Destruição das coisas."

39. Este décimo quarto período se refere a letra Num n do alfabeto hebraico, que segundo Eliphas Levi, significa exatamente "As misturas: os mistos."É a perpetuidade do movimento e a lei de reversibilidade. É assim a haste que surge do solo, a primeira infância. A décima Quarta lâmina do Tarot se chama a "Temperança"; ela representa o anjo da Sabedoria oculta tendo em cada mão um frasco de onde jorram de um ao outro as duas essências cuja união constitui o Elixir da Vida.

40. Este XV período corresponde a letra Samech s do alfabeto hebraico, símbolo da "Fatalidade". O Tarot nomeia esta lâmina "O Diabo"; todos os mistérios da predestinação se unem aí, e a lei do choque de retorno aí é representada de uma maneira velada, ela é verdadeira. É o prólogo do "Crepúsculo dos Deuses".

41. Nós não temos necessidade de insistir sobre todo este parágrafo, o menos velado de todo livro. Contudo, nós recomendamos vivamente a leitura da "Tetralogia" de Richard Wagner, cuja meditação seria falha de lançar vivas luzes sobre este parágrafo e o seguinte.

42. É em 1881, que o Sol por conseqüência de seu movimento retrógrado passa da constelação de Peixes, para a de Aquário, e não em 1897, como querem fazer crer os universitários. 1881 é assim uma cifra mística.

43. Roma em hebreu, "A Elevada R M O, substitui a "Cidade da Paz". Roma é a Cidade Eterna; tendo aí chegado pelas 32 vias da Sabedoria; e tendo aí entrada pelas cinqüenta portas, as da inteligência; e não existe outra via; é porque é dito que "todos os caminhos levam a Roma".

44. A libertação.

45. Este XVI período corresponde a letra Ain u do alfabeto hebraico, símbolo da "destruição por antagonismo". É o eterno combate entre Ormutz, o Rei da Luz, e Arihman, que recomeça sob um outro plano. Ormutz o leva como indica Trittheme certas linhas mais adiante. A monada se desembaraça com dificuldade da ganga da matéria; a libertação é lenta, mas segura. Do mesmo modo jato de água eleva-se necessariamente até o terço da altura primitiva da queda, assim a monada desorbitada e lançada segundo uma espiral inscrita em uma parábola retorna fatalmente através dos três reinos inferiores que constituem o ciclo da fatalidade, assim como está escrito (Êxodo, VI ,3): "Eu me manifestei a Abraham, Issac e Jacob sob o nome de El-Shaddai (Deus fatídico - o Wotan dos Druidas -), mas eles não conheceram o tetragrama (a lei de libertação).

46. Este XVII período correspondente a letra Phe p do alfabeto hebraico, símbolo da "Fecundidade" e da "Encarnação". A lâmina correspondente do Tarot se chama "A Estrela". É o sinal do quinto principio no homem, a intuição, o Filho.
47. Este XVIII período corresponde a letra Tzade x do alfabeto hebraico, símbolo do "ocultismo", e a lâmina do Tarot nomeada a "Lua". O inimigo se vê vencido, tenta um último assalto, assim como está escrito: "Vigiais e orais, afim de que vós não entreis na tentação".

48. Este XIX período corresponde a letra Qoph q do alfabeto hebraico, símbolo da "Cidade Santa". O Tarot nomeia esta lâmina "O Sol". É a descida da Jerusalém celeste, a transição da vida terrestre a vida superior.

49. Aí está expresso o mistério da precessão dos equinócios.

50. Alusão ao Apocalipse.

51. Este período corresponde a letra Resh r do alfabeto hebraico, símbolo de AZRAEL, o anjo dos Vales Futuros. É ele que deve dissolver com sua espada Satélite Sombrio, de quem não restará mais nada, de hoje em diante: o mal aura para jamais desaparecer, para fazer lugar ao bem e a vida eterna. Assim o Tarot nomeia com certa razão esta lâmina: "O Juizo Final", ou a última purificação pelo fogo, executada pelos rigorosos Seraphins. A Segunda morte livrará definitivamente Psychée dos liames da matéria.

52. Esta frase é uma indicação precisa sobre a maneira de interpretar este livro, denominado por Trittheme uma Cronologia Mística. Ele está construindo segundo a tradição masculina essênica, e não outra. Os detalhes, logo pouco numerosos ao início da obra (e esta se concebe facilmente), aumentando em uma proporção gradual ao passo do desenvolvimento dos princípios expostos. Por estas notas, nós estamos persuadidos de dever seguir uma ordem inversa, a fim de deixar uma maior latitude aos buscadores. As duas últimas lâminas do Tarot, o Shin c, símbolo da "Matéria abandonada", e o Thau t que representa a "Ciência universal", não são pontos descritos, porque sua ação, no lugar de se limitar no Tempo, se eleva até a eternidade, o Shin c sendo o caminho que religa os Três mundos da esfera resplandecente de Atziluth, cujo Thau t é o coroamento supremo, o limiar mesmo do Absoluto.
(Jean Trittheme)

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