Os homens e mulheres, sobreviventes de Atlântida, levaram consigo conhecimentos importantes sobre as Leis do Universo e, com o passar do tempo, transmitiam tais ensinamentos, oralmente, para pessoas selecionadas.
Há 1500 a.C., surgiram no Egito grupos seletos para investigar os mistérios da vida, do ser humano e do Universo. Eram formados por pessoas livres de sectarismos. Só aspirantes sinceros à sabedoria, e os que satisfaziam certos testes, eram considerados dignos de serem iniciados neste conhecimento. Desses grupos surgiram as Escolas de Mistérios, que ao longo dos séculos evoluíram para grandes centros de ensino, atraindo estudantes de todo o mundo conhecido.
O Faraó Tutmés III (1500 a 1447 a.C.) organizou a primeira Fraternidade de Iniciados baseada em princípios perpetuados hoje pela Ordem Rosacruz, AMORC.
Mais tarde, o Faraó Amenhotep IV ou Akhenaton foi iniciado a essa Fraternidade. Ele foi tão inspirado pelos ensinamentos esotéricos que deu um sentido completamente novo à religião, à filosofia e à arte do Egito.
Séculos depois, filósofos como Tales, Pitágoras, Sólon, Platão, Plotino e outros viajaram para o Egito e foram iniciados nas Escolas de Mistérios. Trouxeram, então, aquele avançado saber e sabedoria ao mundo ocidental.
Os Essênios eram um grupo formado por detentores dos ensinamentos secretos e viviam em cavernas, zona árida e quente próxima ao Mar Morto, na Palestina, anos antes de Cristo até o final do primeiro século.
O Essenismo é transcrito pela primeira vez por Filon e Flávio Josefo, onde citavam uma ordem que havia se afastado do judaísmo tradicional por motivos desconhecidos, pois seus costumes se diferenciam em determinados pontos.
Sabemos que a regra do silencio é comum a todos os cultos de Mistérios, até os dias atuais. A prática dos cultos não se divulga senão ao circulo fechado de pessoas (Iniciados) que neles participa. Na antiguidade, seus ensinamentos eram passados oralmente e ao longo dos séculos, as Escolas de mistério acrescentaram uma dimensão de iniciações ao conhecimento que transmitiam.
Usavam a espiga de milho como símbolo destas Escolas, a ‘espiga de trigo colhida em silêncio’, representando o trigo que morre no inverno para renascer na primavera, como um regresso à vida pela morte (pela mudança de atitude que fez), sendo que depois da morte fisica o Iniciado viveria integrado na existência celeste-divina-eterna que comprovou em vida ao passar pelos Mistérios.
Estas escolas dedicam-se à evolução da pessoa humana como ser espiritual e a fazer-lhe ‘ver’ por determinadas práticas que o importante não é a pessoa se ‘ligar’ ao mundo fisico e viver em função dele, mas que existe uma realidade espiritual para além deste mundo, para onde a alma deve ser dirigida, e para que isto ocorra, o iniciado deve ‘trabalhar’ para sua evolução espiritual, praticando incessantemente vários ensinamentos oferecidos. O buscador destes ensinamentos é um ‘místico’ e sua adesão a uma Escola Secreta não implica com religião.
As Ordens Iniciáticas caracterizam-se por três manifestações: A Tradição, a Iniciação e o Sigilo.
Durante o ritual iniciático, o que conta é a ‘Visão’ que se tem, própria de cada iniciado, segundo sua evolução.
A Iniciação assegura a transmissão da Tradição. Ela é a um só tempo um início para aquele que entra na Senda e um retorno à origem, ao princípio, graças ao influxo espiritual que passa do Iniciador para o Iniciado e o transmuta num discípulo da Luz. Este processo tem várias exigências: a presença do candidato, a transmissão dos símbolos e de uma força espiritual durante a Iniciação e, na continuidade, o trabalho interior do Iniciado, que tem a missão de fazer germinar a semente que recebeu.
Haveria duas fases na iniciação aos Mistérios, a fase dos Pequenos Mistérios e a fase dos Grandes Mistérios, chamada também de Epoptia ou Iniciação Perfeita. Ambas consistem, não em teorias intelectuais mas profundas experiências marcantes.
A iniciação representa a morte para a vida antiga e o nascimento para uma nova vida, que é no fundo uma nova maneira de encarar, de perspectivar a vida.
Na antiguidade, antes dos Pequenos Mistérios havia uma purificação corporal com lavagens rituais, determinado tipo de jejum, e eventualmente um período de abstinência sexual.
Nos Grandes Mistérios, que se praticavam um ano após, o neófito passava ‘por labirintos confusos, desvios penosos, marchas perturbadoras e sem fim, com tremores, angústia e suores frios’, tudo isto às escuras até finalmente ‘ver uma Luz pura e maravilhosa’, a Epoptia que coroa essa noite de trevas.
Existiria uma dupla impressão, terror inicial e serenidade final, simbolizando a vida física e a vitória, o encontro com a Luz.
Ser místico é viver profundamente a realidade divina dentro de si. Tal vivência é transformadora, porque a união com o divino faz com que o homem materializado pelas ilusões do mundo se transforma em homem espiritual.
Qualquer que seja a sua fé, o místico é sempre um ser que se harmoniza com uma ordem superior: o Uno, o Absoluto, o Tao, sem a necessidade, para tanto, da intermediação de uma organização religiosa ou de um sacerdote. O conhecimento que ele busca não é intelectual, nem doutrinário-formal, senão intuitivo-experimental.
Trata-se de um saber que é, ao mesmo tempo, um vivenciar – um contato com a Realidade Superior, pelo qual o homem descobre e atinge a sua essência, desfazendo-se das impurezas do eu inferior.
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