2 de agosto de 2013

A CRIATURA XVIII




Nossa alquebrada e desiludida Mônada deixa o quarto degrau. Traz em si profundas feridas que só o tempo, e o trabalho benemerente pela coletividade, conseguirão cicatrizar, apagando, assim, as marcas de um vergonhoso tempo.

Todavia, fazê-lo, por si mesma, neste início situada no quinto degrau, é alguma coisa que não cabe em suas forças. Sente-se mais desanimada do que encorajada. Preferiria, mil vezes, que o cosmo a tragasse, e nele se dissolvesse, do que dar os primeiros passos nessa jornada de reconstrução, que de imediato lhe parece impossível.

O Governo Maior, porém, não descansa e nem descuida de seus tutelados. Diante da indecisa viajora providenciam-lhe estímulos adequados, pois o homem não está destinado à estagnação.

De início, para demovê-lo das acanhadas e medrosas decisões, os estímulos podem ser comparados ao ferrão do carreiro que, com as estocadas, faz o boi puxar a carroça.

Mesmo que esta seja pesada, a dor que o ferrão provoca é maior, não permitindo, por isso, que hajam dúvidas quanto a seguir ou recuar.

O "carreiro" do destino cármico não arrefece suas estocadas, e impõe ao "boi" que este cumpra seu DEVER para com a coletividade de que faz parte. Mesmo que sob lágrimas. E dizem os entendidos que os bois, como os homens, choram. Mas o destino tem de ser cumprido, e nele vemos inserido o ex-poderoso e petulante do quarto degrau.

Agora, sim, começa a compreender a real mecânica da vida. Adaptando-se à nova modalidade, não sem algum trauma, pois a circunstância de qualquer mudança causa apreensões, vai o novato ingressando nesse quinto ciclo. E o faz através das profissões que oferecem maior possibilidade de proximidade fraterna com seus semelhantes.

Exemplos: cientistas voltados ao bem comum da sociedade; médicos(as) e enfermeiros(as) que se desdobram humanitariamente; religiosos, não importando de que seita, que anseiam pelo amparo aos menos favorecidos; professores que não medem esforços para dotar a infância e adolescência de recursos intelectuais enobrecedores, e artistas de índole elevada que através da música, da pintura e da literatura traduzem para o pensamento humano a sensibilidade sublime do pensamento Divino.

Depois de longos estágios nas categorias enumeradas acima, com as feridas da alma devidamente cicatrizadas, se tornam verdadeiros idealistas. Os loucos de Amor ao próximo. Os incompreendidos deste mundo.

Não importa se os homens não os compreendem. Eles assim o são, e o mundo muito deve a todos eles. Quem são ? São aquelas pessoas movidas por incontidas forças de nobreza. Visam apenas legar às almas que as seguem a liberdade universal da qual todas são filhas.

São aquelas pessoas que andam de mãos dadas com seus semelhantes. Os maiores exemplos nesta categoria vamos encontras nas pessoas dos grandes reformadores: Krishina, Buda, Lao-Tsé, Zoroastro, Confúcio, Jesus, Luthero, Kardec.

Também alguns filósofos que por suas humildades souberam interpretar o pensamento cósmico, apequenando-O, sem contudo deformá-lo, para que se fizesse ao alcance humano. Sócrates, por exemplo.

Quando a criatura atinge esse ápice, esse cume, candidata-se a ingressar no campo, ou degrau, em que se encontram as Grandes Entidades zeladoras dos mundos.

Nesse cume, não só o sabe é seu profundo desejo, como também se tornou um doador, um distribuídos da sublime Vontade do Pai.
Aprendeu que só saber por saber nada significa. A Lei das Atrações a que todos estão sujeitos, leva o mestre de encontro aos discípulos, e vice-versa.

Jesus, tão logo se sentiu pronto para iniciar sua tarefa messiânica, como primeira providência saiu a convocar aqueles que viriam a ser seus discípulos, os futuros continuadores de sua obra.

Em razão dessa disposição, a criatura encontra a motivação pelo saber, qual seja: tornar-se seu divulgador. Também uma consequência direta, pois o SABER não pertence a ninguém, específico, ou foi feito para uma só pessoa. Não. Pertence ao Cosmo, e é através dele que a inteligência Suprema se exprime para com todas as Suas Criaturas.

Mesmo os grandes Devas, os Arcangélicos condutores de mundos, os Arquétipos ou os Logos, todos enfim, se inserem na listagem de dependentes do Grande Todo. Aquinhoam, estes, uma parcela inconcebível do conhecimento universal, todavia, não é todo o conhecimento cósmico.

Portanto, a exemplo do trabalho multiplicador do bem efetuado por aquelas nobres criaturas, também nós, que nos encontramos nos níveis bem rudimentares da criação, somente somos aquinhoados com parcelas crescentes do SABER quando nos armamos de coragem e vontade de nos tornar seus divulgadores.
Assim feito, nossa Mônada, agora refeita das atitudes infelizes cometidas no quarto degrau, compreende o novo caminho que tem pela frente. Compreende que tudo no cosmo tem seu utilitarismo voltado, exclusivamente, para o coletivo.

Qualquer tentativa de se apossar de uma mínima parcela que seja desse Todo, visando interesse pessoal único, como irreverentemente o fez quando esteve nos degraus terceiro e quarto, arroja a alma em profundo e infernal abismo psíquico, cuja repercussão no mundo físico é a clausura em corpos deficientes, em reencarnações no futuro.

Todavia, a bondade Suprema sempre maior que o desplante da viandante descuidada, concede-lhe infinitas vidas com as quais possa reencontrar seu verdadeiro destino. Assim acontecendo, e transformada, deixa-se mobilizar por essa diamantina Luz, não mais faltando ao DEVER de corresponder ao que a ela é devido. Multiplicar junto aos que lhe vêm depois a propagação dessa mesma Luz.

Lá está, portanto, satisfeitíssima a viajora cósmica, coroada pela luz da fraternidade. Doravante a simbiose mais gratificante que possa aspirar é estar ao lado das Grandes Entidades. É um longo passo a ser dado, e mesmo que, para nós, nos pareça impossível realizar tão sublime ascensão, na verdade, nunca faltam meios de encetar a marcha.

Até mesmo no simples labor de cada dia, quando feito com respeito e amor à causa que se abraça, isso já é o efeito de estar juntando pedrinhas para com elas construir o alicerce que nos dará acesso aos próximos degraus.

De quantas pedrinhas precisaremos ? Não sei responder. Mas, naturalmente, serão tantas quantas forem necessárias. Nem mais e nem menos, proporcionalmente ao esforço do DEVER bem cumprido em cada existência.

A posição no quinto degrau implica naquela parábola do servo vigilante onde Jesus assim diz: "E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou muito mais se lhe pedirá." (Lucas 12:48)

Completamos, com as anotações acima, os comentários dessa escalada na face da Terra. Esclarecemos que apesar de ter usado a simbologia dos degraus para situar as diversas categorias dos seres, isso não significa que aquele que ocupa o quinto degrau seja superior ao situado no segundo degrau, por exemplo.

Na escala cósmica das categorias não existe superior ou inferior, pois cada criatura vivente no planeta, como ficou dito em boletim precedente, em toda e determinada etapa do tempo ocupa EXATAMENTE a posição que lhe é própria, considerando-se o agregado das Leis de Reencarnação, Carma e Dever.

Isto é, por maior ou menor essa criatura posas nos parecer perante a sociedade humana, frente à engrenagem da vida ela é, entretanto, igualmente importante a todas as demais. Os preconceitos da vivência terrestre é que nos induzem à ilusão de que o nascido em palácio seja mais importante que o nascido em casebre.

Porém, assim não o é, e a Reencarnação vem nos provar que hoje podemos ocupar palácios e amanhã poderemos viver em casebres. Tudo absolutamente vinculado à Reencarnação, ao Carma e ao Dever. Reis ou mendigos, somos todos iguais perante às Leis da Criação.

Nesse contexto encontramos no livro MEMÓRIAS DE UM SUICIDA, autoria de Yvonne A. Pereira, páginas 478 e 479, editado pela Federação Espírita Brasileira, algo que expressa muito bem esta nossa análise.

O trecho em questão conta que na personalidade daqueles que estiveram como escravos no Brasil, à época da colonização, muitos eram reencarnações de importantes autoridades que assim o foram ao tempo do império Romano. O império dos Césares. Arrependidos, voltaram como Seres considerados de escória para poderem pesar os desmandos de seus tempos de autoridades.

É importante pensar nisso por que, perguntamos, quem está por detrás da personalidade humano de hoje, conosco convivendo ?
Um segundo conceito que deve fazer parte de nossas reflexões é o relacionado à figura 25A, apostila 25. Vemos em degraus seqüentes as diferentes categorias humanas. Aparentemente um grande caos. Mas só aparentemente, pois o evoluir do próprio planeta, circunstância natural no cosmo, fará com que pela Lei das afinidades, ou atrações, os degraus tendam a se nivelar.

Mas esse nivelamento tão desejado, pois intuímos que só nele encontraremos a paz e a harmonia sonhadas, será fruto de um trabalho conjunto, desde as forças que chamamos naturais e interiores do planeta, até às nossas, pessoais e conscientes.
É bom não nos iludirmos. A ação compete a todos.
Todavia, o DEVER nenhuma apreensão deve nos causar. Fazendo um pouco a cada dia, no atento cuidado de não esmorecer, estaremos trilhando a rota certa.

Reportando aos antigos registros hindus, estes nos revelam que após o quinto degrau virá a Angelitude.E, sob inspiração dos nossos Mestres, traduzimos a figura abaixo, na qual, além das estações já percorridas, está também representada a próxima.

Tanto quanto nos foi possível fixar a imagem transmitida, dado nossa imperfeição de canalização psíquica, quanto artística, assim a desenhamos como é vista. E a oferecemos nesta, em sincera homenagem aos Mestres que nos inspiraram fazê-la.

Tal qual toda imagem inspirativa, esta também tem sua significação, que é a seguinte: A figura humana ao fundo representa o 1º Logos, que é o criador e diretor do sistema solar.

Ele se encontra por detrás de tudo o que acontece, acompanhando, atentamente, o andar de seus tutelados; a mão esquerda simboliza o 2º Logos, aquele que despertou as Mônadas, o Vivificador. Por isso vemos saindo daquela mão o foco de irradiação da vida que, ao longo do tempo, foi se transformando ao passar pelos diversos reinos: a mão direita representa o 3º Logos, aquele que promoveu todo o transformismo energético, transmutando-o nas infinitas formas de agregados químicos.

Na figura vemos que Ele apoia a longa esteira do caminho por onde transitam as Mônadas em seus corpos de manifestação; a estrada simboliza os Devas e os seus muitos auxiliares, nos trabalhos de conduzir as criaturas ao longo das existências: e as figuras sobre a estrada são as diversas fases que as Mônadas vivenciaram, e vivenciarão, neste planeta. Os reinos mineral, vegetal, animal, elemental, hominal e o próximo, ou o Super Humano.

Aí está, portanto, a visão cósmica, e alegórica, desse fenomenal acontecimento: criação e evolução de um SER, bem como de todo o aparato que o cerca por evos e evos nessa eternidade inimaginável.

Embora possa parecer uma repetição, a figura 28A nos fala de forma mais expressiva do que aquela outra apresentada na apostila 24. Como também demonstra a fase evolutiva sequente, como dissemos, a angelical, ou fase da evolução Super-Humana.
Entretanto, para nessa futura fase a Mônada chegar, um outro transcurso terá de acontecer. Pelo fato seguinte: Conforme ficou visto na apostila 11, figura 11E, a etapa a ser cumprida na fase Super-Humana exige que a Mônada já possua os corpos adequados aquele estágio. Isto é, corpos Causal, Búdhico e Átmico.

Todavia, perguntarão, ela já não os possui ? Não, ainda não os possui, integrais, tal qual deles necessita. Na viagem de vinda, vista nas apostilas 10 e 11, daqueles planos ela só fixou seus respectivos aspectos determinantes: vontade, sabedoria e atividade. Fundamentos para seus futuros veículos de manifestação naqueles planos.

E, a exemplo do que ocorreu com os corpos Mental e Astral que ficavam na dependência das vivências no plano Físico para tomarem consistência e definição de forma, também aqueles corpos superiores se prendem à mesma inter-relação.

Mas, como no transcurso da vida terrena o máximo aperfeiçoamento alcançado foi o do corpo Mental, pertencente à nossa fase de evolução Humana, fica a Mônada, ainda na dependência de ajustes que a dotarão de recursos individuais apropriados à próxima transmutação.

Além disso, passar à fase seguinte também significa uma transposição que, por falta de termo mais adequado, chamaremos de transposição grupal. Não confundir com as Almas Grupais vistas anteriormente.

Melhor explicando. A mudança da fase Humana para a Super-Humana implica numa promoção a que, coletivamente, quase toda a atual humanidade, simultaneamente, deverá ter acesso, e não um indivíduo isoladamente. Foi o que ligeiramente já comentamos.
Explicando ainda melhor: quando, ciclicamente, encerrar-se o período Humano, todas as Mônadas hoje usando os corpos que as servem nos planos Físico, Astral e Mental, e que tenham com sucesso galgado o quinto degrau, passarão à fase seguinte. Repetindo o que já se disse : desse contingente a ser promovido, estarão excluídos apenas os elementos que, por sua relutância, preferiram o lado corrompido de viver.

Outra observação interessante a se referir é que esses ciclos têm, previamente marcadas, suas datas para acontecer. Mesmo porque, seria um desperdício, cosmicamente falando, ficar esperando, indefinidamente, que os elementos, um-a-um, se decidissem por suas melhorias espirituais.

Não, não é assim. Na data aprazada pelos planos do Governo Oculto, um ciclo se encerra e novo se inicia. Os indivíduos que, na data em questão, estiverem devidamente preparados seguirão ao novo e superior estágio. Os demais serão transferidos a regiões siderais cujo ambiente seja adequado à repetição vivencial de conformidade com a atração inferior dos seus sentidos. A Lei de Causa e Efeito assim atua em razão de que, nas não poucas reencarnações, em todas preferiram a vida dissoluta.

Mas já que falamos em datas, pode-se perguntar: quando encerra-se um ciclo e inicia outro ? Dentro de nossa contagem de tempo essa é uma data impossível de ser prevista, simplesmente porque, segundo as mesmas escrituras hindus, cada ciclo se conta em milhões de anos terrestres, o que, por si só, impossibilita saber quando o atual ciclo começou para, com este referencial, se ter a data de seu término.

Sobre esse intervalo de tempo as citadas escrituras, na valiosa interpretação de Helena Petrovna Blavatsky, falam de algo em torno de 617.140.000 anos terrestres para cada ciclo menor. Isso mesmo, um período de tempo inconcebível para a mente humana, mas que é uma fracionésima para o cosmo. E este é considerado um ciclo menor. Além dos ciclos menores existem os maiores... Diante dessas cifras nossa pobre capacidade imaginativa fica perdida no espaço e no tempo.

Para os estudantes mais exigentes, e que qualquer dado menos completo já serve de suspeita quanto à veracidade, quatro indicações podem ser dadas sobre essa questão de ciclos.

A primeira extraída do evangelho de Mateus, capítulo 24 versos 1 ao 36. Nestes, Jesus em seu sermão profético adverte para um período de conturbação social que prenuncia o final do atual ciclo.

Mas quando ele se dará ?, insiste o exigente estudante. Jesus responde: "Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o filho, mas unicamente meu Pai.“

A segunda indicação vamos encontrar no volume III de A Doutrina Secreta, onde, se referindo às grande mutações cíclicas, à página 463, Helena Petrovna Blavatsky assim se expressa: "Quando se dará isso ? Quem Sabe ! Talvez somente os grandes Mestres de Sabedoria; e estes permanecem tão silenciosos sobre o assunto como os nevados picos que se erguem diante deles." E prossegue a inspirada intérprete citando indicações que evidenciarão o tão assustador momento. (Livro editado pela Editora Pensamento)

A terceira indicação, um tanto quanto mais elaborada, e que para chegar à ela nos servimos ainda da monumental obra de Helena Petrovna Blavatsky, é a que se segue abaixo.

Na figura vemos parte do arco descrito pelo Fluxo Irresistível de Vida, no qual viaja a Mônada. O arco está dividido em duas etapas. Semi arco de "X" a "Y", e de "Y" a "Z". As subdivisões indicadas pelos algarismos 1 ao 7 correspondem aos citados ciclos. As figurinhas humanas, em suas diferenciações, significam os transformismos dos corpos de manifestação, em correspondência com cada época.

Na linguagem esotérica das escrituras hindus, cada ciclo dos representados na figura é chamado de sub-raça. A posição em que se encontra a humanidade atual, segundo as mesmas escrituras, é em algum ponto do ciclo 5, próximo à linha de divisão com o ciclo 6. Para nossa exclusiva visualização, digamos que tal ponto de tempo seja a marca "5a" indicada no desenho.

Embora essa terceira indicação apenas informe que ciclos sucedem ciclos, fica ainda imprecisa a data do próximo transcurso. Ou seja, da 5ª para a 6ª sub-raça.

Todavia, uma informação bem concludente, a quarta, vamos encontrar no livro A CAMINHO DA LUZ de autoria do espírito Emmanuel, materializado na Terra pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, o que, por si só, dispensa qualquer apresentação.

O autor, à página 215 da 9ª edição, livro esse editado pela Federação Espírita Brasileira, se referindo aos acontecimentos precursores próximos da grande transição, assim se expressa:

"Vive-se agora, na Terra, um crepúsculo, ao qual sucederá profunda noite; e ao século XX compete a missão do desfecho desses acontecimentos espantosos."

"Crepúsculo", palavra que indica o final de um dia. No dizer de Emmanuel, é o final de um ciclo.

"Século XX", exatamente o século que se findou recentemente. Em consequência, e em razão das evidências que os horrores dos acontecimentos sinalizam, tudo indica que a grande transposição já está abalando, irremediavelmente, as estruturas sociais e geológicas do planeta.

Sequente a essa mesma linha de informações, Ramatis, espírito, pela psicografia de Hercílio Maes, em seu livro MENSAGENS DO ASTRAL, editado pela Livraria Freitas Bastos, dedica todo o capítulo I nessa análise de "Os Tempos São Chegados".

Mas não só ele. Encontramos no livro OBRAS PÓSTUMAS, de Allan Kardec, páginas 268 a 272 da 1ª edição da Livraria Allan Kardec Editora, sob o título REGENERAÇÃO DA HUMANIDADE, extensa indicação dos prenúncios desses tempos de transição cíclica.

Entretanto, embora seja um assunto apaixonante, o intuito de nosso estudo não é o de vasculhar as premonições temporais da humanidade, mas analisar sua origem e destinação. Por isso, voltemos à figura acima e complementemos sua descrição.

Seguindo na descrição da figura, informamos que a fase percorrida entre os pontos "X" e "Y", o primeiro semi-arco, foi o período de internamento do raio de vida da Mônada na matéria.

Nesta figura atual, fazemos a demonstração a partir do que se poderia chamar de o início de internamento no reino Humano, desprezando, para simplificar, os estágios ocorridos nos reinos Mineral, Vegetal, Animal e Elemental. E o arco total, de "X" a "Z", representa o Grande ciclo de cada raça.

Outra citação digna de nota é que o ciclo 6 é o ciclo Angelical a que temos nos referido. Nesse ciclo, fazendo uso dos corpos mais nobres, da fase evolutiva super-Humana, e depois das providências de adaptação destes, estão todos eles em condições de funcionalmente se acoplarem aos corpos anteriores, os da fase Humana.

Assim constituído, embora o indivíduo venha de fazer incursões na Terra física, será, contudo, para um contínuo processo messiânico, comum à coletividade humana daquelas futuras eras, no trabalho de, uma vez por todas, implantar aqui a harmonia tão sonhada.

Dada a essas circunstâncias, visualiza-se na figura que a forma fisiológica humana, tal qual a conhecemos, só veio de acontecer do quarto para o quinto ciclo. Daí se pode compreender que para o acesso ao ciclo seguinte a morfologia passará por outra transformação. E nem poderia ser de outra maneira, pois estando mais espiritualizado, o indivíduo plasmará um corpo mais delicado, próprio mesmo àquela fase de superioridade.

É a este mesmo transformismo que se refere Helena Petrovna Blavatsky na continuação de suas interpretações dos antigos escritos hindus, referência que está na página 463 do volume III de A Doutrina Secreta.

Mas a figura ainda nos diz que na fase 1 a Mônada começou a deixar a "Luz", mergulhando seu raio de vida na matéria, aparentemente se dividindo em duas partes. Desse acontecimento surgiu a individualidade e a personalidade. A individualidade sendo o SER imortal, ou o Espírito, e a personalidade, aquela que se mostra através dos corpos manifestantes nos mundos de matéria.

Todavia, e apesar desse desdobramento, a figura demonstra que, a cada novo, ciclo a Mônada se torna mais resplandecente. Vai evoluindo, bem como seus corpos também se modificam tendendo a uma morfologia mais complexa e esteticamente de melhor aparência. Morfologia que se dividiu, ainda, em duas outras. Homem e Mulher, e que num futuro desaparecerão, fundindo-se num Ser andrógino e cheio de Luz.

Transitando por esse evoluir, a Mônada vai rasgando o tempo dos vários estágios e chega, por fim, ao ciclo 7, o máximo a ser atingido neste conjunto de ciclos menores citados em nosso estudo. No próximo passo, após o ciclo 7, como nos referimos acima, retornará à mesma "Luz", sendo um com Ela. "Então os Justos resplandecerão." (Mateus 13:43). Neste ponto "Z", ao ultrapassá-lo, estará se iniciando num outro ciclo menor, de um outro conjunto de ciclos.

Embora na figura não tenhamos expressado datas, pois, como já dissemos, estas nos são impossíveis de conceber, proporciona-nos, ela, uma ideia de como caminhou e caminha a Mônada nestas plagas engendradas pelos Criadores.

Apesar disso um esclarecimento adicional se faz necessário.

Conforme está inscrito na figura, os sete ciclos representados demonstrando o aperfeiçoamento transformativo dos corpos, são, por sua vez, apenas uma fase cíclica menor dentro de outra fase cíclica maior.

Que se insere numa ainda maior... e assim sucessivamente.

Parece inverossímil essa afirmação ? Mas não é. O que acontece é que "Os limites de vossa atual consciência não vos permitem entretanto SENTIR que sois uma roda da imensa engrenagem, uma célula eterna e indestrutível, que concorre com seu trabalho para o FUNCIONAMENTO DO GRANDE ORGANISMO." (Esta citação é do livro A Grande Síntese, páginas 100 e 101, autoria de Pietro Ubaldi, e editado pela Livraria Allan Kardec Editora) (Grifos do original).

Pois é, estes sete ciclos nos quais nos encontramos, apesar de sua inimaginável extensão no tempo, é apenas um pequenino "pedaço", insignificante podemos dizer, do Enorme Bolo Cósmico.

Foi assim que, de casca em casca, rompidas, naquelas fases das almas Grupais, a Mônada foi descobrindo e se inserindo em atividades mais complexas.

Também agora, continuamente, haveremos de ir rompendo as "cascas" preconceituais que tanto nos sufocam, se quisermos avançar em direção a contextos vivenciais ainda mais complexos, porém, harmônicos e inteiramente conexos com o Cosmo.

"Aos Justos a Luz", disse Jesus.

Apesar desse prenúncio, verdadeiro coroamento confortador em sua jornada, a viagem, todavia, não terminou. Como nos dizem as duas figuras acima, o Infinito continua Infinito. E, se na apostila 01 identificamos o Infinito como sendo a fronteira final, na verdade, depois desta análise, cabe aqui um reparo.

Não é uma fronteira, mas um contínuo Vir-a-Ser, conforme nos ensinam os inspiradores de A Grande Síntese, a incomum e grandiosa obra de Pietro Ubaldi.

E muito, muito ainda haverá que passar por ciclos, até que se possa responder, razoavelmente, àquela criança ao nosso lado que, também na apostila 01, se referindo às estrelas perguntava:

Que habilidosos dedos colocaram, um-a-um, aqueles pontinhos lá em cima ? Ainda não podemos respondê-la, contudo, sabemos, agora, quem é essa criança. Somos nós mesmos, quando, respeitosamente nos interessamos pelas coisas de nosso Pai.

O UNIVERSO !


Aqui encerramos esta análise na qual enfeixamos um período cósmico de nós mesmos. O que contamos, com nossos escritos, é que há, por detrás do que podemos ver, um Grande Plano dirigindo a tudo e a todos. Nossa felicidade estará na proporção de compreendê-lo e aceitá-lo. Em suma, encontrar-se harmonizado sob o trinômio: Encarnação, Carma e Dever !
Embora muito resumida, essa troca de informações contou desse plano e da pouco compreendida entidade cósmica, a Criatura. Embora, repetimos, muito resumida, desejamos que nossa descrição abra ilimitados horizontes para aqueles que nos lerem.

Não foi outro nosso propósito. Fazê-los sair de dentro da "casca" que os encerra para se esparramarem pelo infinito afora. Além disso, como advertimos no início deste nosso trabalho, apesar de nosso atrevimento em fazê-lo, talvez nossas interpretações não viessem a corresponder fielmente às fontes das quais originou.

Creditem, repetimos, essa falha á nossa reconhecida incapacidade literária, ao nosso pobre vocabulário, ao nosso despreparo gramatical e a nossas insuficiências de desenhista. Todavia, o impulso de fazê-lo se tornava irrefreável. Por isso, mesmo como imperfeito instrumento de interpretação, deixamos que a pena, sob inspiração, corresse, e de seu giro, o resultado já se encontra em suas mãos. Serão, por isso, bem-vindas, as suas avaliações e opiniões.

De tudo, porém, muitas perguntas ainda nos ficaram e, para respondê-las seguiremos num outro tema em busca das seguintes definições:

- Por que a criatura se perdeu no Dédalo da vida humana ? b) - Perdida e arrasada, como reconstruí-la ?

O Tema para essa próxima análise chamar-se-á ‘Reconstrução’.

F I M

(Baseado em trabalho de Luiz Antonio Brasil)

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