21 de agosto de 2013

A GRANDE MORADA III



A partir deste texto, iremos transcrevendo trechos de alguns capítulos do livro O Prisma de Lira de autoria de Lyssa Royal e Keith Priest.

Atendendo à legislação dos Estados Unidos da América (United States of America) no que respeita o item direitos autorais, informo que essa compilação está sendo feita nos termos de não comercialização e apenas no sentido de divulgação. Noutro trabalho desta mesma série, o autor publica a tradução do livro na íntegra, sem os comentários pessoais. Estes termos de não comercialização se baseiam no sistema de licenciamento de obras culturais designado pelo nome Creative Commons que pode ser conhecido no link: Creative Commons Attribution 3.0 License

Por outro lado, o texto original foi extraído do seguinte endereço:
http://www.bibliotecapleyades.net/vida_alien/alien_prislira_eng.htm

Os comentários, e o acréscimo de figuras elaboradas pelo autor, são para elucidar, e não para adulterar a obra original. Todos os textos concernentes aos seus comentários estarão inseridos nesta coloração para diferençar do original do referido livro.

O Prisma de Lira
Uma Exploração da Herança Galáctica do Ser Humano

Prefácio
“Oh homens !, o começo não foi a mescla de sangue e respiração com a sustentação de vossas almas, embora vosso corpo terreno esteja formado por essas coisas. Vossa alma procede de outro lugar.” EMPEDOCLES

Desde os dias mais distantes do registro da história da Terra, existe uma emoção, ao mesmo tempo, doce e amarga que surge dentro de nós quando elevamos os olhos à imensidão do céu noturno. Alguns de nós anelamos que chegue o dia em que a raça humana possa viajar para além das estrelas. É isso, realmente, uma esperança futura ou é uma recordação de nosso passado ?

A consciência humana ainda retém mistérios não explorados. E o que nos move a explorar a evolução até seus limites ?
O que nos leva a criar discórdia entre as raças que habitam nosso planeta ?

Talvez estejamos encenando um drama cósmico e perdemos, temporariamente, o script. Sabemos que o que um país faz, ou uma raça, desta Terra, afeta a todos. Essa ideia também pode ser expandida por todo o universo. Pode ser que o que estejamos fazendo aqui afete a inumeráveis civilizações que vivem em outros planetas.

É possível que estejamos tão ligados, assim, uns aos outros ?

A informação apresentada neste livro é uma recompilação de anos de interiorização e raciocinadas deduções e canalizações.

Para isso foram utilizadas referências meticulosamente cruzadas de várias canalizações (sobretudo o material proporcionado pela coautora Lyssa Royal), bem como os trabalhos autorizados de investigação de antroposofia e metafísica.

O leitor pode considerar essas ideias de forma literal ou simbolicamente, já que a história é a mesma. Não há alegação de que isto seja a inegável verdade com respeito ao aparecimento de nossa Família Galáctica* nesta realidade. Se a você lhe parecer bem, use as ideias aqui propostas como um catalisador para seu crescimento. Se não, talvez este material possa ajuda-lo a dar mais um passo na sua própria evolução pessoal.

Uma das ideias mais importantes para acelerar o potencial humano é considerar que todas as verdades sejam parte da manifestação da Verdade Única, seja esta qual for.

Graças a esta aceitação emerge a unificação. Mesmo que não seja mais que isto, deixe que este livro seja divertido e interessante de ler, e que estimule sua imaginação. Está claro que não fará falta que acredite no que propomos, mas sim, farão falta seus desejos de explorar !

Este é um livro de introdução. Está acrescentado um extenso glossário ao final para esclarecer termos pouco familiares que foram utilizados. Cada capítulo representa uma faceta de uma complexa tapeçaria, e de como ela afeta a Terra.

Ao longo de muitos debates, esta informação obteve um formato que apresentará ao leitor uma seleção de personagens. Esta seleção não é completa. Existem inumeráveis membros diferentes, e dramas, que estão se encenando em todo o universo. Os personagens aqui apresentados parecem preencher como os mais importantes com respeito aos maiores dramas humanos.

Ao longo de todo esse material se utilizam certas presunções que são o fundamento para o resto da informação. Uma delas é o conceito da reencarnação e a natureza infinita da consciência. Não é necessário comungar com esse conceito para poder entender este material, porém ele permitirá ao leitor uma visão maior do quadro mais amplo.

Outra suposição apresentada é a ideia de que cada ser tem uma consciência superior. Supõe-se que, independentemente, do nível de existência que qualquer ser tenha escolhido, para um tempo determinado de vida, ele tem em sua consciência (consciente ou inconscientemente) a noção de sua conexão com o Todo, bem como de sua identidade divina.

Esse conceito nos conecta com a ideia de que nós somos unicamente os controladores de nossos destinos. Quer dizer, a evolução está em nossas mãos.

A figura abaixo ilustra o bem maior, isto é, a Consciência. Na série A Criatura isso foi visto mais detalhadamente e a imagem no Mundo Consciencial, que designamos por EU, é a centelha divina, ou a Mônada. O que verdadeiramente somos.

Ao longo de todo este livro se mantém, também, a presunção que o “Todo”, ou a consciência coletiva integrada de nossa Família Galáctica, sempre existiu. Para o propósito de apresentar esta informação fazem falta alguns parâmetros.

Estes parâmetros farão referência, alegoricamente, ao “início” da história como sendo a infusão dimensional que deu origem às várias dimensões, e quando se fala do “final” usaremos o termo integração.

A figura a seguir tenta ilustrar o que os autores chamam de o Todo, ou a consciência coletiva integrada de nossa Família Galáctica. Isto significa que, consciente, ou inconscientemente, todos estamos ligados, unidos, a uma fonte comum da qual originamos. E atentem para o termo Família Galáctica, significando que dessa fonte não se originou somente a nós, civilização da Terra, mas também as demais raças que este livro comentará.

Em muitos casos foram utilizadas rótulos para descrever lugares ou pessoas (como, por exemplo, Sírios, ou sirianos (Habitantes de Sírios). Por regra geral estes rótulos são variáveis e denominam um reino ou uma consciência vibracional e não uma ideia fixa. No caso de Lira, por exemplo, se reconhece, perfeitamente, que as estrelas de que se fala, tenham se convertido, uma ou outra vez, em buracos negros e buracos brancos. Por isso falamos em ideias e não de pontos específicos no espaço e no tempo.

Buracos negros e buracos brancos são centros energéticos existentes no cosmo. São formados pela contração energética (buracos negros) ou pela expansão energética (buracos brancos). Imaginemos como vórtices energéticos. Segundo se supõe ambos podem ser considerados como portais dimensionais, dando passagem de uma dimensão da criação à outra.

Essas ideias têm um peso específico; o que é bastante óbvio, já que se fala disso em nossas lendas que dão importância a outros sistemas estelares. As lendas das tribos - a tribo dos Dogon, ou os textos da Suméria, e os escritos antigos do Egito. Todos eles falam de contatos com seres de outros sistemas estelares. Essas lendas, se supõe que procedem de algum lugar.
Embora sua linguagem e estilo de expressão contemporâneo sejam ligeiramente diferentes, a solidez de seus conteúdos está fora de dúvidas. (Em azul, links para as páginas indicadas).

A informação sobre o passado de nossa raça pode enriquecer nossas vidas aqui na Terra.

Se realmente nos transformarmos, será graças à consciência que tivermos com respeito ao nosso mundo, mas não se trata de utilizar esta consciência para fugir de nossas responsabilidades como cidadãos da Terra e membros da Família Galáctica.

1 – A infusão dimensional

“Com suas chaves celestiais, seus acordes do ar, seus inquietantes fogos, a grande lira eólica de Samiam, elevando-se através das barras dobradas sete vezes, desde a Terra até às estrelas fixas.”
Longfellow sobre Lira em Occultation of Orion

Toda consciência e toda energia estavam, naquele dia, fusionadas – fundidas - num Todo integrado. Esse Todo estava consciente de alguns de seus aspectos, mas num sentir de diferente maneira da que ocorre com a consciência individualizada. No atual estado de evolução da Terra, o Si mesmo é reconhecido primeiro, depois a sociedade, e por fim o Todo, Tudo o que é, o Deus. Ainda se faz uma separação. Essa separação da fonte é uma ilusão. Essa ilusão é um recurso que conduz ao Todo, através de lições e desafios necessários para experimentar coisas e reintegra-lo, a seguir, à Fonte.

Antes desta fragmentação da Fonte, o Todo existia em outra oitava da realidade dimensional.

A partir deste lugar de unificação, o Todo o Que É pensou o que aconteceria se viesse a se fragmentar e esquecer, temporariamente, a existência integrada. A força deste semelhante pensamento, num potencial tão imensurável, deu início à fragmentação.

A ilusão criada, a partir da fragmentação, viria ser o esquecimento desafiador em que a consciência teria que criar (de sua própria natureza divina) uma recordação para voltar a unificar-se.

A figura acima procura ilustrar o que acima se denominou “Fragmentação do Todo” e a consequente infusão dimensional, ou, em outras palavras, o surgimento de outras dimensões espaciais. A palavra infusão, da mesma forma que é usada quando fazemos um chá usando um componente vegetal (chá de camomila, por exemplo) é o processo de separação do componente em suas partes essenciais. Neste caso, a infusão do Todo se trata de Sua fragmentação em partes menores, contudo, e aqui vai um paradoxo, sem que Ele se desfaça de Sua Unidade.

Os autores usam de termos comuns para ilustrar o feito como, por exemplo: “o Todo o Que É pensou o que aconteceria se viesse a se fragmentar e esquecer, temporariamente, a existência integrada”. Ou seja, tal como acontece conosco quando estamos instigados a executar planos novos:
“- O quê será que nos acontecerá se eu fizer isso... ou aquilo... ?”

– Obviamente, em termos metafísicos, não temos a menor condição de imaginar o que o Todo o Que É tenha, ou tem, decidido. Apenas nos é possível sentir, perceber, existir conforme nos concede o cenário de cada momento. Nada além disso.

O que se denominou “a criação” na realidade é esta fragmentação, ou, se quiserem, a infusão dimensional. A curiosidade inicial do Todo, com respeito à existência fragmentada, criou a própria realidade da qual participamos.

Foi necessária uma mudança de perspectiva, de focalização, ou de frequência. Como parte do Todo, os aspectos da Família Galáctica foram, parcialmente, responsáveis na hora de estabelecer o projeto que deveria guiar seu desenvolvimento.
Por isso, dizer que “somos Deuses” tem, de fato, um significado real.

O projeto que foi estabelecido continha muitas ideias diferentes. No princípio, conteve a noção de que a polaridade e a fragmentação seriam a regra. O código do projeto continha a opção do “Livre Arbítrio” para cada um dos fragmentos, ou almas. O desafio consistia em recordar que cada consciência o possuía. Quanto mais se exerce o Livre Arbítrio, mais memória divina se evoca. Enfrentado com a realidade polarizada, o Livre Arbítrio é libertador. Quando uma alma esquece que possui o Livre Arbítrio as lições se tornam mais árduas, mas, ao mesmo tempo, tem maior recompensa.

Outra ideia que está presente no projeto escolhido é que os fragmentos do Todo são completamente responsáveis por suas ações, mesmo quando no estado de amnésia. Sendo conscientes, ou não, cada ação geraria uma resposta por parte do universo. Alguns têm denominado isto de karma; não obstante, é muito mais que um “olho por olho”. No lugar de castigo por uma conduta negativa, existe sempre a opção de ampliar a consciência. Por isso a sabedoria apaga, de algum modo, o karma.

Karma, também chamado de Lei de Causa e Efeito, pode ser entendido como uma balança mensurando os atos praticados. A decorrência disso está implícita nas responsabilidades individuais que é o corolário do livre arbítrio. Todas as pessoas se sentem felizes ao saber que possuem o direito da livre decisão, contudo devem compreender que equilibradamente a esse direito situa-se o dever das responsabilidades correlatas.

Embora possam parecer regras de algum tipo de jogo cruel do cosmo, o resultado já está decidido.

Tendo isto em mente, não é necessariamente o destino o que conta, mas muito mais significativa é a viajem ao longo do caminho. É, literalmente, como o jogo é jogado.

(Texto: Luiz Antonio Brasil - CONTINUA)





17 de agosto de 2013

O LIVRO PERDIDO DE ENKI X



A TERCEIRA TABULETA
A sorte de Nibiru está em minhas mãos; minhas condições deve escutar!

Essas foram as palavras de Alalu, da escura Terra a Nibiru que as transmitiu o Falador. Quando as palavras de Alalu a Anu, o rei, foram-lhe comunicadas, Anu se assombrou; assombraram-se também os conselheiros, os sábios ficaram surpreendidos.

Alalu não está morto? Perguntavam-se entre si. Podia estar vivo em outro mundo? Diziam-se com incredulidade. Não se tinha oculto em Nibiru, tendo ido com o carro até um lugar ignoto?

Convocou-se os comandantes dos carros, os sábios refletiram sobre as palavras transmitidas. As palavras não chegaram de Nibiru; disseram-se desde mais à frente do Bracelete Esculpido, esta foi sua conclusão, e isto lhe reportou ao rei, Anu.

Anu ficou aturdido; refletiu sobre o acontecido. Que lhe enviem palavras de reconhecimento a Alalu, disse aos reunidos.

No Lugar dos Carros Celestiais se deu a ordem, a Alalu palavras foram sortes: Anu, o rei, envia-te suas saudações; sente prazer em saber que te encontra bem; não havia razão para que se fosse de Nibiru, no coração de Anu não há inimizade; Se realmente encontraste o ouro na salvação, que Nibiru se salve!

As palavras de Anu chegaram ao carro de Alalu; Alalu as respondeu com rapidez:
Se seu salvador tiver que ser, para suas vidas salvar, convoquem aos príncipes em assembléia, declarem suprema minha ascendência!
Que os comandantes me convertam em seu líder, que se inclinem ante minhas ordens!

Que o conselho me nomeie rei, para substituir a Anu no trono! Quando as palavras de Alalu se escutaram em Nibiru, grande foi a consternação.

Como se podia depor a Anu? Perguntavam-se os conselheiros. E se não era certo o que contava Alalu? E se era uma artimanha? Onde
ele está? De verdade encontrou ouro? Reuniram aos sábios, pediram oconselho dos doutos e instruídos. O mais ancião deles falou:

Eu fui o professor de Alalu! Disse. Ele tinha escutado com atenção os ensinos do Princípio, da Batalha Celestial tinha aprendido; do monstro aquoso Tiamat e de suas veias douradas adquiriu conhecimentos; se realmente foi mais à frente do Bracelete Esculpido, na Terra, o sétimo planeta,está seu asilo!

Na assembléia, um príncipe tomou a palavra; era um filho de Anu, do ventre de Antu, a esposa de Anu.

Enlil era seu nome, que quer dizer “Senhor do Mandato”. Palavras de cautela estava pronunciando: Alalu não pode falar de condições. As calamidades foram sua obra, e perdeu o trono em combate singular.

Se for certo que encontrou ouro em Tiamat, fazem falta provas disso; haverá suficiente ouro para proteger nossa atmosfera? Como o
traremos até Nibiru através do Bracelete Esculpido? Assim falou Enlil, o filho de Anu; e outras muitas perguntas formulou também. Muitas provas faziam falta, muitas respostas se precisavam, concordaram todos.

Transmitiram a Alalu as palavras da assembléia, uma resposta se exigiu.

Alalu ponderou o mérito das palavras, e acessou a transmitir seus segredos; de sua viagem e seus perigos fez em verdade relato.
Do Provador tirou o cristal de suas vísceras, do Tomador de Amostras tirou seu coração de cristal; Inseriu os cristais no Falador, para transmitir todos os achados.

Agora que se entregaram as provas, me declarem rei, lhes incline ante minhas ordens! Exigiu severamente.

Os sábios se horrorizaram; com Armas de Terror, Alalu causaria mais estragos em Nibiru, com Armas de Terror um atalho tinha aberto através do Bracelete!

No momento Nibiru passa em sua volta por essa região, Alalu está procurando calamidades!

No conselho havia muita consternação; alterar a realeza era, certamente, um assunto grave. Anu não só era rei por ascendência: tinha alcançado o trono em justa lide!

Na assembléia dos príncipes, um filho de Anu se levantou para falar. Era sábio em todas as matérias, entre os sábios lhe reconhecia.
Dos segredos das águas era um professor; E.A, “Aquele Cujo Lar É a Água”, era chamado. De Anu era o Primogênito; com a Damkina, a filha de Alalu, estava casado.

Meu pai por nascimento é Anu, o rei, disse Ea; Alalu, por matrimônio, é meu pai.

Levar a uníssono os dois clãs foi a intenção de meus esponsais; me deixem ser o que traga a unidade neste conflito!

Me deixem ser o emissário de Anu ante Alalu, me deixem ser o que dê suporte aos descobrimentos de Alalu!

Deixem que eu viaje à Terra em um carro, riscarei um atalho através do Bracelete com água, não com fogo. Na Terra, deixem que obtenha das águas o precioso ouro; a Nibiru se enviará de volta.

Que Alalu seja rei na Terra, um veredicto dos sábios esperar: se Nibiru se salvar, que haja uma segunda luta; que esta determine quemgovernará Nibiru! Os príncipes, os conselheiros, os sábios, os comandantes escutaram as palavras de Ea com admiração; estavam
cheias de sabedoria, pois encontravam solução ao conflito.

Que assim seja! Anunciou Anu. Que parta Ea, que fique a prova o ouro.

Lutarei com o Alalu pela segunda vez, que o vencedor seja rei de Nibiru!

Transmitiram ao Alalu as palavras da decisão. Este as ponderou e acessou: Que Ea, meu filho por matrimônio, venha à Terra! Que se obtenha ouro das águas, que fique a prova para a salvação de Nibiru; que uma segunda luta pela realeza se salde entre Anu e eu!
Assim seja! Decretou Anu na assembléia.

Enlil fez uma objeção; a palavra do rei era inalterável. Ea foi ao lugar dos carros, com comandantes e sábios consultou.
Contemplou os perigos da missão, considerou como extrair e trazer o ouro. Estudou com atenção a transmissão de Alalu, e pediu a Alalu mais provas dos resultados. Desenhou uma Tabuleta dos Destinos para a missão. Se a água for a Força, onde poderia-se repor? Onde, no carro, poderemos armazená-la? Como se converterá em Força? Toda uma volta de Nibiru passou com as reflexões, um Shar de Nibiru passou nos preparativos.

Preparou-se o carro celestial maior para a missão, calculou-se seu destino de volta, uma Tabuleta do Destino se fixou com firmeza;
cinqüenta heróis farão falta para a missão, para viajar à Terra e obter o ouro!

Anu deu sua aprovação à viagem; os astrônomos escolheram o momento adequado para começá-lo. No Lugar dos Carros se congregaram as multidões, chegaram para se despedir dos heróis e de seu líder. Levando cascos de Águia, levando cada um, um traje de
Peixe, os heróis entraram no carro de um em um.

O último a embarcar foi Ea; dos congregados se despediu. ajoelhou-se ante seu pai, Anu, para receber a bênção do rei. Meu filho, o
Primogênito: uma comprida viagem empreendeste, para te pôr em perigo por todos nós; que seu êxito desterre de Nibiru a calamidade; vá e volta com vida! Assim fez Anu para pronunciar uma bênção para seu filho, despedindo-se dele.

A mãe de Ea, a quem chamavam Ninul, apertou-o contra seu peito. Por que, depois que foste dado como filho de Anu, ele te dotou com um coração incansável? Vá e volta, percorre sem novidade o perigoso caminho! Disse-lhe ela. Com ternura, Ea beijou a sua esposa, abraçou a Damkina sem palavras.

Enlil estreitou os braços com seu meio-irmão. Que seja bendito, que tenha êxito! Disse-lhe.

Com o coração encolhido, Ea entrou no carro, e deu a ordem de partida.

Vem agora o relato da viagem até o sétimo planeta, e de como se iniciou a lenda do Diospez que veio das águas. Com o coração
encolhido, Ea entrou no carro, e deu a ordem de partida. O assento do comandante estava ocupado por Anzu, não por Ea; Anzu, não Ea,
era o comandante do carro; “Aquele Que Conhece os Céus” significava seu nome; para esta tarefa fora selecionado especialmente.Era um príncipe entre os príncipes, de semente real era sua ascendência. O carro celestial guiou com perícia; o elevou
poderosamente de Nibiru, para o distante Sol o dirigiu.

Dez léguas, cem léguas o carro percorreu, mil léguas o carro viajou. O pequeno Gaga saiu a recebê-los, eles transmitiu aos heróis o bemvindo. Azulada Antu, formosa e encantadora, mostrou-lhe o caminho.

Anzu se sentiu atraído ante sua vista. Examinemos suas águas! Disse Anzu. Ea deu a ordem de continuar sem deter-se; é um planeta sem
retorno, disse energicamente.

Para o celestial An, o terceiro na conta planetária, prosseguiu o carro. A seu lado jazia An, seu exército de luas se formavam redemoinhos. Os raios do Provador revelaram a presença de água; indicou a Ea se era necessário deter-se, Ea disse que se continuasse a viagem, para o Anshar, o maior dos príncipes do céu, se estava dirigindo. Logo puderam sentir o insidioso puxão de Anshar, e admiraram com temor seus anéis de cores.

Com perícia, Anzu guiou o carro, os demolidores perigos habilmente evitou. A gigante Kishar, o maior dos planetas estáveis, foi o seguinte em encontrar-se. A atração de sua rede era entristecedora; com grande habilidade, Anzu desviou o rumo do carro.

Com fúria, Kishar esteve lançando raios ao carro divino, dirigiu seuexército para o intruso. Lentamente, Kishar se afastou, para que o carro se encontrasse com o seguinte inimigo: mais à frente do quinto planeta, o Bracelete Esculpido estava à espreita! Ea ordenou que em seu artefato se fixasse um zumbido, que se preparasse o Propulsor de Água.

Para o exército de rochas giratórias se precipitava o carro, cada uma, como a pedra de uma funda, dirigia-se ferozmente para o carro. A palavra de Ea foi dada; com a força de um milhar de heróis, lançou-se a corrente de água. Uma a uma, as rochas voltaram a cara; estavam deixando um atalho para o carro! Mas, enquanto uma rocha fugia, outra atacava em seu lugar; uma multidão além de toda conta era seu número, um exército procurando vingança pela divisão de Tiamat!

Uma e outra vez, Ea deu as ordens para que o Propulsor de Água mantivesse um zumbido; Uma e outra vez, dirigiram-se correntes de água para o exército de rochas. Uma e outra vez, as rochas voltaram suas caras, deixando um atalho para o carro. E, depois, ao fim, o atalho ficou claro; o carro podia continuar sem danos!

Os heróis elevaram um grito de alegria; e dobrada foi a alegria ante a visão do Sol que agora se revelava. No meio do regozijo, Anzu fez soar o alarme: para riscar o atalho, consumou-se muita água, não havia água suficiente para alimentar as Pedras ígneas do carro durante o resto da viagem!

Na escura profundidade, podiam ver o sexto planeta, estava refletindo os raios do Sol. Há água no Lahmu, estava dizendo. Pode fazer descender o carro sobre ele? Perguntou ao Anzu. Destramente, Anzu dirigiu o carro para o Lahmu; ao chegar ao deus celestial, a seu redor fez circundar o carro. A rede do planeta não é grande, sua atração se pode dirigir com facilidade, disse Anzu.

Lahmu merecia ser contemplado, tinha muitos tons; de branca neve era seu gorro, de branca neve eram suas sandálias. Avermelhado em sua metade, em sua metade lagos e rios reluziam! Habilmente, Anzu fez viajar o carro mais devagar, junto à borda de um
lago o fez descender brandamente. Seguindo as ordens, os heróis estenderam O Que Aspira Água, as vísceras do carro se encheram com as águas do lago. Enquanto o carro se enchia de água, Ea e Anzu examinaram os arredores.

Com o Provador e o Tomador de Amostras, determinaram tudo o que importa: as águas eram boas para beber, havia ar suficiente.
Tudo se registrou nos anais do carro, e se descreveu a necessidade de desviar-se. Reabastecido seu vigor, o carro se remontou, despedindo do benévolo Lahmu.|Mais à frente, o sétimo planeta estava dando sua volta; a Terra e seu companheiro estavam convidando o carro! No assento do comandante, Anzu estava sem palavras; Ea também estava calado.

Diante deles estava seu destino, que continha o ouro da salvação ou a perdição de Nibiru. O carro deve frear-se, ou perecerá na grossa atmosfera da Terra! Declarou Anzu. Faz círculos para frear ao redor do companheiro da Terra, a Lua! Sugeriu-lhe.

Circundaram a Lua; jazia prostrada e cheia de cicatrizes, depois da vitória de Nibiru na Batalha Celestial.Depois de frear assim o carro, Anzu o dirigiu por volta do sétimo planeta. Uma vez, duas vezes fez circundar o carro ao redor do globo da Terra, ainda mais perto da Terra firme o fez descender. Havia tons de neve nas duas terceiras partes do planeta, de um tom escuro era sua
parte meia. Podiam ver os oceanos, podiam ver as Terras Firmes; estavam procurando o sinal da baliza de Alalu.

Onde um oceano tocava terra seca, onde quatro rios eram tragados pelos pântanos, balizava o sinal de Alalu.O carro é muito pesado e grande para os pântanos! Declarou Anzu. A rede de atração da Terra é muito capitalista para descender em terra seca!, anunciou Anzu.

Amerissa! Amerissa nas águas do oceano! Gritou Ea a Anzu. Anzu deu uma volta a mais ao redor do planeta; com muito cuidado, fez
descender o carro para o bordo do oceano. Encheu de ar os pulmões do carro; nas águas amerissou, não se afundou nas profundidades. No Falador se escutou uma voz: Sede bem-vindos à Terra! Estava dizendo Alalu.]]

Pela transmissão de suas palavras, determinou-se a direção de seu paradeiro. Para o lugar dirigiu Anzu o carro, flutuando como um navio se movia sobre as águas. Logo se estreitou o amplo oceano, aparecendo terras secas de ambos os lados como dois guardiões.

Na parte esquerda, elevavam-se colinas pardas; na direita, as montanhas elevavam suas cabeças até o céu. Para o lugar do Alalu se
dirigiu o carro, ia flutuando sobre as águas como um navio. Por diante,a terra seca estava coberta de água, os pântanos substituíam ao oceano. Anzu deu ordens aos heróis, ele ordenou que ficassem com os trajes de peixes. Então, abriu-se uma portinhola do carro, e os heróis descenderam aos pântanos.

Ataram fortes cordas ao carro, com as cordas atiraram do carro. As palavras transmitidas pelo Alalu chegavam com mais força. Rápido! Rápido! Estava dizendo.

Ao fio dos pântanos, uma visão terei que contemplar: reluzindo sob os raios do Sol, havia um carro de Nibiru; era o navio celestial de Alalu! Os heróis aceleraram seus passos, para o carro de Alalu se apressaram. Impaciente, Ea ficou sem traje de peixe; em seu peito, o coração golpeava como um tambor. Saltou ao pântano, com passo apressado se dirigiu para a borda.

Altas eram as águas do pântano, o fundo estava mais fundo do que esperava. Deixou de caminhar para nadar, com braçadas audazes avançou. Enquanto se aproximava da terra seca, pôde ver verdes pradarias. Depois, seus pés tocaram chão firme; ficou de pé e seguiu caminhando.

Diante dele, pôde ver Alalu, de pé, saudando com as mãos vigorosamente. Alcançando a borda, Ea saiu das águas: estava sobre a escura Terra! Alalu chegou correndo até ele; abraçou com força a seu filho por matrimônio. Bem-vindo a um planeta diferente!, disse-lhe Alalu.

Vem agora o relato de como se fundou Eridú na Terra, de como começou a conta dos sete dias. Alalu abraçou a Ea em silêncio, com os olhos cheios de lágrimas de alegria. Ea inclinou sua cabeça ante ele, em sinal de respeito ante seu pai por matrimônio.

Nos pântanos, os heróis seguiam avançando; outros mais ficaram os trajes de peixes, outros mais para a terra seca se apressavam.
Mantenham a flutuação do carro!, ordenou Anzu. Ancorem nas águas, evitem a lama da borda!

Os heróis alcançaram a borda, ante o Alalu se inclinaram. Anzu chegou à borda, o último em sair do carro,inclinou-se ante o Alalu; com ele estreitou os braços Alalu em sinal de bem-vinda. A todos os que tinham chegado, Alalu deu palavras de bem-vindo. A
todos os que estavam reunidos, Ea deu palavras de mandato. Aqui na Terra, eu sou o comandante!, disse-lhes.

Em uma missão a vida ou morte chegamos; em nossas mãos está a sorte de Nibiru! Olhou ao redor, estava procurando um lugar para acampar. Amontoem terra, façam montículos ali!, ordenou Ea para levantar um acampamento.

A um lugar não longínquo estava assinalando, uma cabana de canos erigiu por morada para o Alalu. Logo, dirigiu estas palavras ao Anzu:Transmite estas palavras a Nibiru, ao rei, meu pai Anu, anuncia a feliz chegada!

Não demorou para trocar o tom dos céus, do resplendor ao avermelhado se tornou. Ante seus olhos se revelou uma visão nunca
antes vista: o Sol, como uma esfera vermelha, estava desaparecendo no horizonte! O temor se apoderou dos heróis, temiam uma Grande Calamidade! Alalu, com palavras risonhas, confortou-lhes dizendo: É uma posta de Sol, marca o fim de um dia na Terra. Aproveitem para um breve descanso; uma noite na Terra é mais curta do que possam imaginar. Antes do que possam esperar, o Sol fará sua aparição; será de dia na Terra!

Inesperadamente, chegou a escuridão, e separou os céus da Terra. Os relâmpagos rompiam a escuridão, e a os trovões lhes seguiram as chuvas. Os ventos sopraram sobre as águas, eram tormentas de um deus estranho.

No carro, os heróis ficaram esperando. Para eles, não chegou o descanso; estavam muito agitados. Com os corações acelerados, esperavam a volta do Sol. Sorriram quando apareceram seus raios, contentes e dando-se palmadas nas costas. E anoiteceu e amanheceu, foi seu primeiro dia na Terra. Ao romper o dia, Ea refletiu sobre a situação; devia pensar sobre como separar as
águas das águas. Nomeou ao Engur senhor das águas doces, para que provesse de águas potáveis.

Este foi à lacuna da serpente com o Alalu, para valorizar suas águas doces; A laguna estava abarrotada de serpentes malignas!, disse Engur. Então, Ea contemplou os pântanos, sopesando a abundância de águas de chuva. Ao Enbilulu o pôs ao cargo dos pântanos, lhe indicou que assinalasse os matagais de treliças. Ao Enkimdu se pô-lhe ao cargo da sarjeta e do dique, para que elaborasse uma fronteira frente aos pântanos, para que fizesse um lugar onde reunir as águas que choviam do céu, Assim se separaram as águas de debaixo das águas de acima, separaram-se as águas dos atoleiros das águas doces.

E anoiteceu e amanheceu, foi o segundo dia na Terra. Quando o Sol anunciou a manhã, os heróis já estavam levando a cabo
as tarefas atribuídas. Ea dirigiu seus passos, junto ao Alalu, para o lugar de erva e árvores, para examinar tudo o que cresce no horta, ervas e frutas segundo sua espécie.

Ao Isimud, seu vizir, Ea lhe fez umas perguntas: Que planta é esta? Que planta é aquela?, perguntava-lhe. Isimud, muito instruído, pôde distinguir os mantimentos que crescem bem; arrancou uma fruta para a Ea, é uma planta de mel!, dizia a Ea:
Ele mesmo comeu uma fruta, Ea estava comendo uma fruta!

Do alimento que cresce, diferenciado por sua bondade, Ea pôs ao cargo ao herói Guru. Assim se proveram os heróis de água e mantimentos; não se fartavam. E anoiteceu e amanheceu, foi o terceiro dia na Terra.

O quarto dia cessaram de sopro os ventos, o carro já não se viu perturbado pelas ondas.Que se tragam ferramentas do carro, que se construam moradas no acampamento!, ordenou Ea, pôs a Kulla ao cargo do molde e o tijolo, para que fizesse tijolos de argila; ao Mushdammu lhe indicou que pusesse os alicerces, para levantar moradas habitáveis.

Todo o dia esteve brilhando o Sol, uma grande luz houve durante o dia. Ao anoitecer, Kingu, a lua da Terra, jogou em sua plenitude uma luz pálida sobre a Terra, uma luz menor para governar a noite, para ser contado entre os deuses celestiais.E anoiteceu e amanheceu, foi o quarto dia na Terra. O quinto dia, Ea ordenou ao Ningirsig que fizesse um navio de juncos, para tomar a medida dos pântanos, para analisar a extensão dos atoleiros.

Ulmash, que conhece o que prolifera nas águas, que tem conhecimentos das aves de caça que voam, ao Ulmash levou Ea por
companheiro, para que distinguisse o bom do mau. Das espécies que pululam nas águas, das espécies que oferecem suas asas no céu,
muitas eram desconhecidas para Ulmash; seu número era desconcertante. Boas eram as carpas, entre o mau foram nadando. Ea
convocou a Enbilulu, o senhor dos pântanos; Ea convocou ao Enkimdu, a cargo da sarjeta e o dique; lhes deu palavras, para fazer uma barreira nos pântanos; para fazer um recinto com canos e juncos verdes, e separar ali uns peixes de outros, uma armadilha para carpas, que de uma rede não pudessem escapar, um lugar de cuja armadilha não pudesse escapar nenhum ave que fora boa para comer. Assim, os heróis se proveriam de pescado e de caça, separando as espécies boas.

E anoiteceu e amanheceu, foi o quinto dia na Terra. O sexto dia, Ea teve em conta às criaturas da horta. Ao Enursag lhe atribuiu a tarefa de distinguir o que se arrasta pelo chão do que caminha sobre pés.Enursag se assombrou de suas espécies, de sua ferocidade deu conta.

Ea convocou a Kulla, ao Mushdammu deu ordens urgentes: Para a,noite, as moradas têm que estar terminadas, e rodeadas por uma cerca de amparo! Os heróis puseram mãos à obra, sobre os alicerces ficaram os tijolos com rapidez. Os cobertos se fizeram de cano, e a cerca se levantou com árvores cortadas.

Anzu trouxe do carro um Raio-que-mata, um Falador-Que-TransmitePalavras pôs na morada de Ea; Ao anoitecer, o acampamento estava
terminado! Os heróis se congregaram em seu interior de noite. Ea, Alalu e Anzu consideraram os fatos; tudo o que foi feito era na
verdade bom!

E anoiteceu e amanheceu, o sexto dia.O sétimo dia se reuniram os heróis no acampamento, Ea lhes disse estas palavras: empreendemos uma perigosa viagem, percorremos um perigoso caminho desde Nibiru até o sétimo planeta. À Terra chegamos sem novidade, muitas coisas boas conseguimos,estabelecemos um acampamento.Que este dia seja de descanso; a partir de agora, o sétimo dia será sempre de descanso! Que a partir de agora chame a este lugar Eridú, Lar na Lonjura será seu significado! Que se mantenha uma promessa, que Alalu seja declarado comandante de Eridú!

Os heróis assim reunidos, gritaram ao uníssono os acordos. Palavras de acordo pronunciou Alalu, depois rendeu grande comemoração a Ea.Que dê um segundo nome a Ea, que lhe chame Nudimmud, o Hábil Ferreiro!Ao uníssono, os heróis anunciaram o acordo.

E anoiteceu e amanheceu, o sétimo dia.

Vem agora o relato de como começou a busca de ouro, e de como os planos no Nibiru não proporcionavam a salvação a Nibiru. Depois de estabelecer o acampamento do Eridú e depois de saciar os heróis de alimento, Ea começou a tarefa de obter ouro das águas.
No carro, levantaram-se as Pedras de Fogo, e cobrou vida o Grande Crujidor; desde o carro, estendeu-se O Que Suga Água, inseriu-se nas águas pantanosas. As águas se introduziram em um recipiente de cristais, das águas, os cristais do recipiente extraíram tudo o que tinha que metal. Depois, do recipiente, O Que Cospe cuspiu as águas à laguna dos peixes; assim se recolhiam no recipiente os metais que havia nas águas. O artefato de Ea era engenhoso, na verdade, era um Hábil Ferreiro! Durante seis dias da Terra se introduziram águas pantanosas, cuspiram-se águas pantanosas; no recipiente se recolhiam os metais! O sétimo dia, Ea e Alalu examinaram os metais; de muitas classes eram os metais que havia no recipiente.

Havia ferro, havia muito cobre; o ouro não era abundante. No carro outro recipiente, o engenhoso artefato do Nudimmud, os metais se separaram segundo tipos, levaram-se a borda por classes. Assim trabalharam os heróis durante seis dias; ao sétimo dia descansaram. Durante seis dias, os recipientes de cristal se encheram e se esvaziaram, o sétimo dia se fez conta dos metais.

Havia ferro e havia cobre, e outros metais também; de ouro, acumulou-se o montão menor. De noite, a Lua subia e baixava; a
sua volta, Ea lhe pôs o nome de Mês. Ao começo do Mês, seis dias se mostravam seus raios luminosos, com sua meia coroa se anunciava o sétimo dia; era um dia de descanso. A metade de caminho, a Lua se distinguia por sua plenitude; depois, se detinha para começar a decrescer. Com o curso do Sol, ia aparecendo a volta da Lua, ia revelando seu rosto com a volta da Terra.

Ea estava fascinado com os movimentos da Lua, contemplava sua atração como Kingu ao Ki: A que propósito servia essa atração? Que sinal celeste estava dando? Mês chamou Ea à volta da Lua, deu-lhe o nome de Mês a sua volta. Por um Mês, por dois meses, separaram-se as águas no carro; o Sol, cada seis meses, dava à Terra outra estação; Inverno e Verão as chamou. Houve Inverno e houve Verão; e Ea chamou Ano da Terra a toda a volta. Ao finalizar o Ano se fez conta do ouro acumulado; não havia muito para enviar a Nibiru.

As águas dos pântanos são insuficientes, que se translade o carro ao profundo do oceano!, assim disse, soltou-se o carro de suas amarras, de volta de onde chegou se voltou. Elevaram-se com muito cuidado os recipientes de cristal, as águas salgadas passaram através deles. Separaram-se os metais por classes; entre eles cintilava o ouro!

Do carro, Ea transmitiu a Nibiru palavra dos acontecimentos; para Anu foi agradável de escutar. Em sua predestinada volta, Nibiru estava voltando para a morada do Sol, em sua volta do Shar, Nibiru estava se aproximando da Terra. Ansiosamente, Anu perguntou pelo ouro. Há suficiente para enviá-lo a Nibiru?, perguntou.

Ai!, não se tinha recolhido suficiente ouro das águas; Que passe outro Shar, que se dobro a quantidade!, Aconselhou Ea a Anu. Seguiu-se obtendo ouro das águas do oceano; o coração de Ea se enchia de apreensão.

Vagaram sobre as grandes montanhas, grandes rios viram nos vales; estepes e bosques se estendiam abaixo deles, milhares de léguas
percorreram.Tomaram nota de vastas terras separadas por oceanos, com o Raio Que Explora penetraram os chãos.

A impaciência crescia em Nibiru. Pode oferecer amparo o ouro?, crescia o clamor. Reúnam o ouro, quando se aproxime Nibiru terão que entregá-lo!, ordenou Anu. Reparem o carro de Alalu, disponham para que volte para Nibiru, para que esteja disposto quando terminar o Shar!, disse assim Anu. Ea obedeceu as palavras de seu pai, o rei; ficou a refletir sobre a reparação do carro de Alalu.

Uma noite em que aterrissaram a câmara celeste junto ao carro, entrou neste com o Abgal, para levar a cabo uma ação secreta na escuridão. As Armas de Terror, as sete, tiraram do carro; levaram-nas a câmara celeste, dentro da câmara celeste esconderam-nas. Ao amanhecer, Ea e Abgal se remontaram no céu com a câmara celeste, com direção a outra terra.

Ali, em um lugar secreto, Ea ocultou as armas; em uma cova, um lugar desconhecido, armazenou-as. Depois, Ea deu ao Anzu palavras de mandato, indicou-lhe que reparasse o carro de Alalu, que o dispusera para voltar para Nibiru, que estivesse preparado para quando terminasse o Shar.

Anzu, muito perito nos assuntos dos carros, colocou mãos à obra; fez que seus propulsores zumbissem de novo, teve muita conta de suas tabuletas; mas não demorou para descobrir a ausência das Armas de Terror! Anzu gritou enfurecido; Ea lhe deu explicação de sua ocultação: É um perigo utilizar estas armas!, disse. Jamais devem ser armadas nem nos céus nem nas Terras Firmes! Sem elas, será perigoso atravessar o Bracelete Esculpido!, disse Anzu. Sem elas, e sem os Propulsores de Água, há perigo de que não resista! Alalu, comandante do Eridú, considerou as palavras de Ea, às palavras de Anzu prestou atenção: As palavras de Ea ficam testemunhadas pelo Conselho de Nibiru!, disse Alalu; Mas, se não retornar o carro, Nibiru estará perdido!

Abgal, que sabe pilotar, adiantou-se audazmente para os líderes. Eu serei o piloto, confrontarei os perigos valorosamente!, disse.Assim se tomou a decisão: Abgal será o piloto, Anzu ficará na Terra!No Nibiru, os astrônomos contemplaram os destinos dos deuses celestiais, escolheram o dia oportuno. Levaram-se cestadas de ouro ao carro de Alalu; Abgal entrou na parte dianteira do carro, ocupou o assento do comandante.

Ea lhe deu uma Tabuleta do Destino de seu próprio carro;Será para ti O-que-mostra-o-caminho, com ela encontrará um caminho
aberto! Abgal levantou as Pedras de Fogo do carro; seu zumbido cativava como a música.Deu vida ao Grande Crujidor do carro, arrojando um resplendor avermelhado.

Ea e Alalu, junto com a multidão de heróis estavam de pé ao redor,estavam-lhe dando a despedida.Depois, com um rugido, o carro se elevou para os céus, aos céus ascendeu!

Ao Nibiru se transmitiram palavras da ascensão; no Nibiru havia muita espera.

(ZECHARIA SITCHIN - continua)

O PLANO ASTRAL



Na extensa literatura sobre Teosofia, este pequeno livro se destaca por certas características especialmente marcadas. É uma tentativa para descrever a Mundo Invisível da mesma maneira que um botânico descreveria algum novo território neste globo, não explorado por qualquer botânico anterior.

A maioria dos livros que tratam de Misticismo e Ocultismo se caracteriza pela falta de uma apresentação científica, tal qual se faz em todo departamento científico. Mais nos dão a significação das coisas do que descrições das coisas em si. Neste pequeno livro o autor aborda o Mundo Invisível do ponto de vista da ciência.

Como tenho certa ligação com este livro, por ter sido o amanuense que o copiou para a impressão, posso descrever como veio a ser escrito. Na época em que foi escrito, em 1894, C. W. Leadbeater era o secretário da Loja de Londres da Sociedade Teosófica, e o seu presidente era o Sr. A. P. Sinnett. A Loja não fazia propaganda pública nem realizava reuniões abertas; porém três ou quatro vezes por ano se efetuava uma reunião na residência do Sr. Sinnett, e cartões de convite eram enviados aos membros da Loja e aos poucos das "classes superiores" que o Sr. Sinnett julgava provavelmente interessados em Teosofia. O Sr. Sinnett desejava que o Sr, Leadbeater (como era então o seu tratamento) fizesse uma palestra na Loja.

Nosso autor escolheu como tema "O Plano Astral". Cabe citar aqui a descrição que ele próprio fez do seu treinamento em clarividência, que o habilitou a fazer uma investigação científica dos fenômenos do Plano Astral. Em seu livro Como Mc Veio a Teosofia, descreve assim o seu treinamento:


Desenvolvimento Inesperado

Deve-se compreender que naquela época eu não possuía nenhuma faculdade clarividente, nem jamais me havia julgado ser um sensitiva. Lembro-me que era minha convicção que a homem devia nascer com alguns poderes psíquicos e um corpo sensitivo antes de poder tomar qualquer iniciativa nessa espécie de desenvolvimento. De sorte que nunca eu havia conjeturado que me fosse possível qualquer progresso desse tipo nesta encarnação, porém nutria a esperança de que se eu trabalhasse tão bem quanto soubesse nesta vida, eu poderia nascer na próxima com veículos mais adequados para essa linha particular de progresso.

No entanto, um dia, quando o Mestre Kuthumi me honrou com uma visita, Ele me perguntou se havia alguma vez tentado uma certa espécie de meditação relacionada com o desenvolvimento do misterioso poder chamado Kundalini. Eu tinha ouvido, certamente, falar desse poder, mas muito pouco sabia a seu respeito, e de qualquer modo o supunha absolutamente fora do alcance para os ocidentais. Todavia, Ele me recomendou fazer alguns esforços em determinadas diretrizes (que me comprometi a não divulgar a ninguém mais a não ser com Sua autorização direta) e me disse que Ele vigiaria esses esforços para ver que nenhum perigo resultasse.

Naturalmente aceitei a sugestão, e trabalhei firmemente, e, penso poder dizer, intensamente, nessa espécie particular de meditação diária. Tenho que admitir que foi um trabalho muito árduo e às vezes distintamente penoso, mas por certo perseverei, e no devido tempo comecei a obter os resultados que tinha sido levado a esperar. Certos canais tinham de ser abertos e certas divisões eliminadas; foi-me dito que quarenta dias era uma boa estimativa da média do tempo requerido, se o esforço fosse realmente enérgico e perseverante. Trabalhei nesse sentido durante quarenta e dois dias, e a mim me parecia estar à beira da vitória final, quando o próprio Mestre interveio e executou o ato final de rutura, que completou o processo e me capacitou daí em diante a usar a vista astral ao mesmo tempo que mantinha plena consciência na corpo físico. Isto eqüivale a dizer que a consciência astral e a memória se tornaram contínuas, quer o corpo físico permanecesse acordado ou adormecido. Foi-me explicado que com meus próprios esforços eu próprio teria conseguido a rutura vinte e quatro horas mais tarde, porém que o Mestre interferiu porque Ele desejava empregar-me imediatamente num certo trabalho.

Treinamento psíquico

Não obstante, não se deve supor nem por um momento que a obtenção deste poder particular fosse a finalidade do treinamento oculto. Ao contrário, apenas provou ser o início de um ano do mais árduo trabalho que jamais eu conhecera. Terá de se compreender que eu vivia ali na sala octogonal, junto à margem do rio, sozinho e durante longas horas diárias, e praticamente protegido de qualquer interrupção, exceto das horas de refeição que mencionei. Diversos Mestres foram bastante magnânimos para visitar-me durante esse período e oferecer-me várias sugestões; mas foi o Mestre Djwal Kul que me proporcionou a maioria das instruções necessárias. Possivelmente Ele foi movido a este ato tão amável por causa de minha estreita associação com ele em minha última existência, quando estudei sob sua orientação na escola pitagórica que ele fundou em Atenas, e mesmo tive a honra de dirigir depois de Sua morte. Não sei como agradecer-lhe tão grande soma de cuidados e incômodas que assumiu em minha educação psíquica. Paciente e repetidamente Ele criava uma vívida forma-pensamento, e me perguntava: "Que está vendo você?" E quando eu a descrevia com toda a minha melhor habilidade, vinha repetidamente o comentário:. "Não, não, você não está vendo certo; você não está vendo tudo; aprofunde-se mais, use a sua vista mental junto com a astral; force um pouco mais para adiante, um pouco mais alto."

Este processo tinha de ser amiúde repetido muitas vezes antes de meu mentor se dar por satisfeito. O discípulo tem de ser testado de todas as várias maneiras e sob todas as condições concebíveis; com efeito, pelo fim da instrução, espíritos da natureza brincalhões são especialmente chamados e ordenados de todas as passíveis maneiras para que se esforcem por confundir ou desnortear o vidente. Inquestionavelmente é um trabalho duro, e a tensão que ele impõe é, suponho, quase tão grande quanto a que um ser humano pode seguramente suportar; mas o resultado obtido é sem a menor dúvida mais do que compensador, pois leva diretamente à união do eu inferior com o Eu superior e produz uma imensa certeza de conhecimentos baseados na experiência que acontecimentos futuros jamais podem abalar

Na ocasião em que a conferência para a Loja de Londres estava sendo preparada, eu residia com o Sr. Leadbeater e freqüentava cursos para exames. Era hábito do Bispo Leadbeater (para dar-lhe o título que ele passou a usar depois de sua consagração como Bispo da Igreja Católica Liberal em 1916), nunca jogar fora os envelopes em que recebia cartas. Abria-os nos lados e utilizava suas faces internas para escrever memorandos. Este hábito ele o conservou até o último ano de sua vida. Depois de dar a conferência segundo as notas, em 21 de novembro de 1894, sua tarefa seguinte foi escrevê-la para publicação, intitulando-a Transaction N.° 24 da Loja de Londres. Começou a escrever um pouco por vez, em retalhos de papel que eram os envelopes abertos. Meu trabalho então consistia em fazer a transcrição dos farrapos de papel para um velho diário de estudantes, tamanho ofício. Por isso o manuscrito está feito em minha caligrafia. O trabalha de escrever levou de três a quatro semanas, pois ele se achava ocupado em vários tipos de atividades para a sua subsistência, e por isso só podia escrever em horas disponíveis.

Quando as provas do impressor dos Anais da Loja de Londres vieram ao Bispo Leadbeater, o manuscrita (que estava em minha caligrafia) foi por certo, devolvido pelo impressor. Este manuscrito mostrava as marcas do compositor e do revisor, ca brancura límpida das páginas desapareceu no processo do manuscrito. Isto não teria importância, pois uma vez impressoo manuscrita, este é atirado na cesta de papéis usados.

Mas eis que aconteceu um desusual e inesperado incidente, que evidentemente aturdiu a Bispo Leadbeater. Uma manhã ele me informou que o Mestre K. H. lhe havia pedido o manuscrito, pois desejava depositá-lo no Museu de Arquivos da Grande Fraternidade Branca. O Mestre explicou que O Plano Astral era uma produção fora do comum e um marco na história intelectual da humanidade. Alegou que até então, mesmo numa civilização tão grande como a dos Atlantes, os sábios das escolas ocultas não haviam abordado os fatos da Natureza segundo o moderno ponto de vista científico, porém de um ângulo diferente. Os instrutores ocultos do passado haviam procurado mais o significado interno dos fatos, o que se poderia chamar o "lado vida" da Natureza, e menos o "lado forma" da Natureza, tal como se caracteriza o método científico da atualidade. Conquanto até então os Adeptos houvessem reunido um vasto cabedal de conhecimentos provindos de civilizações passadas, concernentes aos mistérios da Natureza, tais conhecimentos haviam sido sintetizados não segunda uma detalhada análise científica, mas mediante reações da consciência ao "aspecto vida". Por outro lado, pela primeira vez entre os ocultistas, havia sido feita uma pormenorizada investigação do Plano Astral em conjunto, de maneira similar à que numa selva amazônica teria feito um botânico a fim de classificar suas árvores, plantas e arbustos para escrever uma história botânica.

Por esta razão o livrinho O Plano Astral foi definitivamente um marco, e o Mestre, como guarda dos Arquivos, desejou colocar no Grande Museu o escrito desse plano. Este Museu contém uma cuidadosa seleção de vários objetos de importância histórica para os Mestres e seus discípulos, em conexão com seus estudos superiores, e é especialmente um registro do progresso da humanidade em vários campos de atividade. O Museu contém, por exemplo, globos modelados para mostrar a configuração da Terra em várias épocas. Foi destes globos que o Bispo Leadbeater traçou os mapas que foram publicados em outra transação da Loja de Londres, o do livro Atlantis de W. Scott-Elliot. Entre outros objetos significativos o Museu contém uma peça de Mercúrio sólido, que é um isótopo. Conserva vários textos antigos relativos a religiões extintas e atuais, bem como outros, materiais úteis para uma compreensão da obra da "Vaga de Vida" neste globo, a nossa Terra.

A única ocasião que possa recordar-me em que se poderia descrever o Bispo Leadbeater como "excitado" foi quando recebeu do Mestre este pedido de seu livrinho, pois o manuscrito estava manchado — melhor se poderia descrevê-lo "sujo" — depois do manuseio do impressor. Não obstante, o pedido do Mestre tinha de ser atendido. Surgiu então a questão de como transportar o manuscrito para o Tibete. Todavia, isto não o apoquentou, pois o Bispo Leadbeater possuía certos poderes ocultos que não revelou a outros, embora eu os tenha observado em diversas ocasiões.

O manuscrito teve de ser transportado por desmaterialização, e ser rematerializado no Tibete.

Aconteceu ter eu uma fita de seda amarela de três polegadas de largura, e dobrando o manuscrito em quatro, enrolei-o com a fita, que estiquei para formar uma faixa. Eu me achava excitado, pois havia ali uma notável oportunidade para conseguir prova de um "fenômeno". Se o manuscrito fosse fechado numa caixa e a chave estivesse em meu poder todo o tempo, e depois se verificasse haver desaparecido o manuscrito, eu teria uma prova esplêndida para narrar.

Mas por estranho que pareça, entre os pertences do Bispo Leadbeater e meus daquela época não tínhamos nada propriamente com fecho. Havia uma velha canastra coberta de couro, mas sua fechadura estava quebrada. Tínhamos ainda muitas maletas, mas todas com fechaduras defeituosas, e não havia absolutamente nada com fechadura aproveitável. Existia uma pequena caixa de madeira com uma carapaça de tartaruga embutida, que era uma caixa de trabalhos de sua mãe, mas sua chave se havia perdido há muito tempo.

Nada restava a fazer senão colocar o manuscrito dentro desta caixa e empilhar sobre ela um monte de livros, na falta de coisa melhor. Na manhã seguinte, ao acordar, removendo a pilha de livros e olhando dentro da caixa de trabalhos, o manuscrito não estava mais ali. Meu pesar por perder a oportunidade de demonstrar um fenômeno não se sentiu consolado por me dizerem que eu próprio havia levado astralmente o manuscrito ao Mestre.

Talvez seja interessante transcrever aqui o que escrevi algures deste tema e da impossibilidade de encontrar um exemplo da ação de faculdades superfísicas que a céptica mentalidade cientifica pudesse considerar insofismável:

"Sempre que poderíamos ter dado um exemplo de prova, com referência a fatos ocultos, sem qualquer possível objeção, sempre algo acontecia para frustrar a finalidade da prova. É bem sabido que, nas primórdios do Espiritismo, muitos objetos raros foram transportados de pontos distantes, demonstrando que os espíritos podiam empregar poderes extraordinários. Mas em cada exemplo faltava um elo final na cadeia. De maneira semelhante, nos fenômenos produzidos pêlos Adeptos em conexão com o trabalho de Madame Blavatsky em Simla, teria sido para Eles coisa facílima transportar de Londres para Simla o Times da dia, como certa vez foi sugerido. Mas em todos os casos de fenômenos havia a omissão, por inadvertência ou outra razão qualquer, de algum importante fato comprobatório".

Quando indagamos do Mestre sobre este assunto, fomos informados que Eles propositalmente evitaram qualquer fenômeno que pudesse ser absolutamente "comprovado" em matéria de prava. Era Seu plano que, enquanto a humanidade estivesse no presente estágio, em que a um grande número de mentalidades poderosas falta um adequado desenvolvimento moral, nenhuma oportunidade se dará a estas inteligências inescrupulosas para terem uma confiança completa na existência de poderes ocultos. Enquanto houver cepticismo nesta matéria, a humanidade estará protegida de ser explorada por inescrupulosos. Já sabemos quanto a humanidade tem sido explorada econômica e industrialmente pelas mentalidades egoístas que controlam os recursos da natureza. Quão grande calamidade ocorreria se essas mesmas mentalidades pudessem também utilizar poderes ocultos para a exploração, não é difícil de conceber, mesmo a alguém dotado de pequena imaginação.

O Bispo Leadbeater encontrou a Dr.ª Annie Besant pela primeira vez em 1894. No ano seguinte ela o convidou e a mim para residirmos na Sede Central Teosófica de Londres, 19 Avenue Road, Parque dos Regentes, onde H.P.B. faleceu em 1891. Esta casa era sua, e daí o seu convite a nós. Deste período em diante começou uma muito estreita colaboração entre a Dr.ª Besant e a Bispo Leadbeater, a qual continuou ininterrupta até o fim de suas vidas. Em 1892 ela iniciou uma série chamada "Manuais Teosóficos", consistindo de pequenos livros sumariando ensinamentos teosóficos sobre vários assuntos. Os quatro primeiros, respectivamente, Sete Princípios do Homem, Reencarnação, Karma, Morte, Depois? haviam sido editados quando ela solicitou permissão do Bispo Leadbeater para publicar a Transação da Loja de Londres como um manual da série, o qual apareceu oportunamente como o Manual n.º 5.

Foi em 1895 que ambos fizeram em conjunto investigações sobre a estrutura do Hidrogênio, Oxigênio e Nitrogênio (e um quarto elemento batizado por nós "Occultum", ainda não descoberto). ‘Nesse mesmo ano ambos fizeram extensas investigações da estrutura, condições e habitantes dos Planos Mentais inferior e superior. Tomando por modelo a obra feita pelo Bispo Leadbeater quando investigou o Plana Astral, a Dr.ª Besant e ele examinaram exemplos e mais exemplos de egos em "Devachan", naquele período de sua existência depois da morte no estado de felicidade chamado o Mundo Celeste. Como antes, foi o Bispo Leadbeater quem escreveu as investigações, pois a Dr.ª Besant tinha muitas ocupações; esta foi a origem do Manual Teosófico n.° 6, The Devachanic Plane.

Estas duas obras,O Plano Astral e O Plano Devacânicofow Mental), reúnem uma investigação, de maneira tão objetiva e científica quanto a Dr.’ Besant e o Bispo Leadbeater puderam fazer, e o resultado é uma soma muito preciosa de fatos concernentes ao mundo invisível. Uma acurada análise e estudo destes fatos por qualquer estudante ardoroso, datado de uma mente imparcial e sem preconceitos, não podem deixar de lhe proporcionar o sentimento de que, embora possa ser incapaz de crer nas exposições feitas, há, no entanto, uma característica acerca deles. Ë que parecem ser descrições de objetos e acontecimentos vistos objetivamente, como que por meio dê um microscópio ou telescópio, e não subjetivamente, coma é o caso de um novelista contando os incidentes de uma vívida estória.

Esta é, em resumo, a história da escrita deste pequeno mas precioso manual: O Plano Astral.

Um Exame Geral

Todos nós, embora na maior parte não tenhamos dado por isso, vivemos no seio de um vasto, invisível e populoso mundo. Quando dormimos ou quando no estado de êxtase, os nossos sentidos físicos entram momentaneamente num estado de inação. podemos até certo ponto ter a consciência desse mundo e muitas vezes acontece trazermos, ao despertar, recordações mais ou menos vagas, do que lá vimos e ouvimos. Quando, por ocasião dessa transição a que vulgarmente chamamos morte, o homem se despoja totalmente do corpo físico, é nesse mundo invisível que ele ingressa e lá fica vivendo durante os longos séculos que medeiam entre as suas encarnações nesta existência terrestre. A maior parte destes longos períodos, a sua quase totalidade mesmo, é passada no mundo-céu, ou Devachan. O presente trabalho é dedicado à parte inferior desse mundo invisível, ao estado em que o homem ingressa imediatamente após a morte — o Hades ou mundo inferior dos gregos, o purgatório ou etapa intermédia dos cristãos, e que os alquimistas da Idade Média chamavam "plano astral".

O objeto deste manual é colher e tornar compreensíveis todos os elementos referentes a essa interessantíssima região, elementos que se acham disseminados um pouco arbitrariamente por toda a literatura teosófica, e ao mesmo tempo juntar-lhes casos novos, recentemente chegados ao nosso conhecimento. Quanto a estes, visto que são apenas resultados da investigação de alguns estudiosos, é claro que os apresentamos como tais, sem que exijamos que os considerem como afirmações categóricas e da maior autoridade.

Todavia, tomamos todas as precauções em nosso poder para garantir a sua exatidão, para o que houve o cuidado de apenas se admitirem neste manual os fatos observados e comprovados por, ao menos, dois de nossos observadores mais peritos e treinados, e além disso confirmados por investigadores mais antigos, de experiência evidentemente maior do que a nossa. Nestas condições, é de se esperar que a presente descrição do plano astral, embora necessariamente incompleta, possa, dentro dos limites que lhe impusemos, inspirar absoluta confiança aos nossos leitores. A primeira idéia a fixar nessa descrição é a absoluta realidade do plano astral. O plano astral existe. Mas, é claro, quando falo de realidade, não parto do ponto de vista metafísico que diz nada haver de real, porque tudo é transitório, a não ser o Absoluto não manifestado. A palavra é empregada no seu sentido vulgar, de todos os dias, e quer significar que os objetos e habitantes do mundo astral são reais, precisamente como os nossos corpos, a nossa mobília, casas e monumentos — tão reais como qualquer lugar que estamos habituados a ver e a freqüentar diariamente: Charing Cross, por exemplo, para nos servirmos da expressiva comparação de uma das obras teosóficas mais antigas. Tudo o que existe nesse plano não dura, naturalmente, mais do que os objetos do plano físico, mas, precisamente como estes, não deixa de ser uma realidade cuja existência não temos o direito de ignorar, simplesmente pelo fato de a grande maioria da humanidade não ter por enquanto consciência dela, ou, quando muito, apenas a pressentir vagamente.

Ninguém pode ter uma compreensão nítida das doutrinas da Religião-Sabedoria, se não souber e não compreender conscientemente que no nosso sistema solar existem planos perfeitamente definidos, cada um formado pela sua matéria de diferentes graus de densidade, e que alguns desses planos estão abertos à visita e à observação dos que conseguiram obter os requisitos necessários para isso, exatamente como qualquer país estrangeiro está ao alcance do turista. E ainda que, da observação comparada dos que trabalham nesses planos, se podem inferir provas suficientes da sua existência e da sua natureza,provas em nada menos concludentes do que as subsistentes para provar a existência da Groenlândia ou Spitzberg. E assim como qualquer um pode, se quiser dar-se a esse trabalho e tiver para isso os meios necessários, conhecer pessoalmente a Groenlândia ou Spitzberg, assim também qualquer investigador, se quiser dar-se ao trabalho de adquirir, levando uma certa vida, os requisitos necessários, pode conhecer pessoalmente os planos superiores em questão.

Estes se chamam, por ordem decrescente de densidade da matéria que os forma, respectivamente, físico, astral, mental ou devachânico, búdhico e nirvânico. Acima destes há ainda dois, mas tão além das nossas atuais faculdades de percepção que, por enquanto, não nos ocuparemos deles. A matéria que forma estes planos é absolutamente a mesma; a sua densidade em cada um deles é que difere: é como se houvesse um formado de água-gêlo, outro de água-líquido, outro de água-vapor, etc., e realmente os estados de matéria a que chamamos sólido, líquido e gasoso, não são mais do que as três subdivisões inferiores da matéria pertencentes ao plano físico. É matéria ainda mais rarefeita a que forma os outros, mas, na essência, é a mesma matéria.

A região astral, que vou tentar descrever, forma o segundo destes grandes planos da natureza — o imediatamente superior (ou interior) a este mundo físico, tão conhecido de nós todos, e onde vivemos. Tem-se lhe chamado "o reino da ilusão", não porque em si seja mais ilusório do que o mundo físico, mas porque as impressões que dele trazem os observadores pouco treinados são extremamente vagas e impalpáveis, oferecendo, portanto, pouco crédito, fato devido a duas causas principais: em primeiro lugar, os seus habitantes têm o poder maravilhoso de mudar constantemente de forma com uma enorme rapidez, e de exercer, por assim dizer, uma espécie de magia ocasional sobre aqueles à custa de quem se querem divertir;e em segundo lugar, a faculdade de ver nesse plano é muito diferente da faculdade visual que nos é dada no plano físico. É, além disso, extraordinariamente mais desenvolvida, pois, um objeto é, por assim dizer, visto por todos os lados ao mesmo tempo. Olhando para um sólido com a vista astral, o olhar abrange não só o exterior mas o interior do corpo; compreende-se, portanto, que seja extremamente difícil para um observador com pouca prática ter compreensão nítida do que vê, extrair da imagem confusa, que pela primeira vez se lhe apresenta à vista, a noção verdadeira do seu significado, e, acima de tudo, é-lhe quase impossível traduzir o que realmente vê, servindo-se da pobre linguagem de que usa diariamente.

Um bom exemplo do gênero de erro que se comete com freqüência é a troca dos algarismos de um número visto à luz astral: 139 em vez de 931, por exemplo. É claro que um estudante de ocultismo, dirigido por um Mestre capaz, não cometerá nunca um erro tão grosseiro, a não ser por uma questão de precipitação ou falta de cuidado, visto que os discípulos seguem um curso regular onde aprendem a ver com precisão na luz astral. O Mestre, por vezes um discípulo já mais adiantado, tem o cuidado de apresentar constantemente todas as formas de ilusão possíveis, acompanhadas da pergunta — o que é isto? —, corrigindo todos os erros nas respostas, explicando as razões dos enganos, até que o neófito adquire gradualmente uma certa confiança em si mesmo e passa a haver-se corretamente com os fenômenos do plano astral, com uma certeza infinitamente superior à que é possível ter-se na vida física.

Mas não se trata só de aprender a ver corretamente; é necessário também aprender a transladar o que vê, de um plano para outro. Para isso, treina-se cuidadosamente em transportar a sua consciência do plano físico para o astral ou mental, e vice-versa, para evitar que, antes da aquisição desta faculdade as suas reminiscências se percam ou se adulterem no hiato que separa a fixação de sua consciência nos vários planos. Adquirido este poder de deslocamento e fixação da consciência, o discípulo pode servir-se de todas as faculdades astrais, não só quando mergulhado no sono, ou em êxtase, mas ainda quando se ache perfeitamente acordado e no meio da sua vida física normal.

Há, entre os teosofistas, quem tenha falado com certo desprezo do plano astral, considerando-o menos digno de atenção; mas, a meu ver, laboram em erro. É evidente que o que aspiramos é a vida do espírito, e que seria um verdadeiro desastre ficarmos satisfeitos com a obtenção da consciência astral, desistindo de um desenvolvimento mais elevado. Há, é certo, quem tenha um Karma tal que, por assim dizer, é dispensado do plano astral, podendo logo de princípio começar pelo desenvolvimento das faculdades mentais mais elevadas. Mas não é esse o processo geralmente seguido pêlos Mestres da Sabedoria com os discípulos.

Sempre que é possível, este processo evidentemente é empregado, porque poupa trabalho e tempo, mas, em geral, o progresso aos saltos é-nos interdito pelas nossas faltas ou loucuras passadas. Devemos, portanto, contentar-nos em abrir o nosso caminho passo a passo, lentamente, e visto que é esse plano astral o imediatamente a seguir ao nosso mundo de matéria mais densa, é nele que devemos começar as nossas primeiras experiências superfísicas. E visto isto, é do maior interesse o seu conhecimento para os que começam estes estudos, tanto mais que e da maior importância, uma compreensão clara dos mistérios astrais, não só para se ter uma idéia racional acerca de muitos dos fenômenos das sessões espíritas, das casas em que aparecem as chamadas almas do outro mundo, etc., que de outro modo seriam inexplicáveis, mas também para que com conhecimento de causa nos possamos, precaver contra certos perigos possíveis.

A primeira introdução consciente nesta região notável vem aos homens por várias maneiras. Alguns sentiram na sua vida, uma vez unicamente, uma influência qualquer, vaga e invulgar, que lhes comunicou o grau de sensibilidade suficiente para reconhecerem a presença de um dos seus habitantes; mas como a experiência não se repetiu, vem um dia em que se convencem que foram apenas vítimas de uma alucinação. Outros têm a impressão de que em certos momentos, cada vez mais freqüentes, podem ver e ouvir coisas para as quais os que os cercam são cegos e surdos, e outros ainda — é talvez este o caso mais vulgar — começam a recordar-se, com uma nitidez sucessivamente maior, do que viram e ouviram nesse plano, durante o sono. A visão astral pode obter-se por vários processos, e entre eles, o muito conhecido de fixar longamente um cristal.

É este um dos processos seguidos por muitos que se dedicam isoladamente a estes estudos. Mas os que possuem a inigualável vantagem da direção de um Mestre experimentado, são geralmente transportados a esse plano pela primeira vez, graças à Sua proteção especial que se manifestará até que um certo número de provas convençam o Mestre de que o discípulo está em condições de seguir desacompanhado, isto é, está à prova dos perigos ou terrores que com toda a probabilidade encontrará no seu caminho. Mas seja como for, não resta a menor dúvida de que o primeiro momento em que um homem adquire a consciência, clara e indubitável, de que vive no meio de um vasto mundo repleto de vida exuberante, que a maior parte dos seus semelhantes não pressente, deve marcar na sua existência uma época memorável e de grande influência do seu futuro.

Tão exuberante e tão variada é esta vida do plano astral, que a princípio o neófito se sente perante ela absolutamente estupefato, não sabendo por onde começar o seu estudo. E mesmo para o investigador com maior prática, é extremamente difícil o trabalho da sua classificação e catalogação. Se a um explorador de qualquer região tropical desconhecida fosse exigida, não só uma descrição completa da região explorada, com todos os detalhes rigorosos acerca de suas produções minerais e vegetais, mas ainda por cima se lhe exigisse um tratado dos gêneros e espécies de cada uma das miríades de insetos, aves, mamíferos e répteis característicos da região, ele decerto recuaria apavorado perante a magnitude de tal empresa. Pois bem: esse trabalho seria apenas um pálido reflexo dos embaraços que esperam o investigador psíquico, porque a natureza dos assuntos a estudar é muitíssimo mais complicada, primeiramente pela dificuldade de transportar com exatidão do plano astral para o nosso a memória do que viu, e em segundo lugar, pela impropriedade da linguagem vulgar para a expressão do que se tem de relatar.

Todavia, assim como o explorador no plano físico começaria provavelmente a descrição de uma região por uma espécie de descrição geral do cenário e respectivas características, também nós, ao empreendermos tornar conhecido o plano astral, começaremos este ligeiro esboço por tentar dar uma idéia do cenário que forma o fundo das suas atividades maravilhosas e sempre diferentes. Mas, logo no começo surge-nos uma dificuldade quase insuperável, derivada da extrema complexidade do assunto. Todos aqueles que admiram o poder de ver claramente no plano astral, são unânimes em reconhecer que a tentativa de evocação de uma pintura cheia de vida desse cenário perante olhos inexperientes, eqüivale a querer fazer admirar a um cego, por uma simplesescrição oral, a requintada variedade dos matizes de um pôr de sol; — por mais expressiva, mais detalhada e mais fiel que seja a descrição, nunca se pode obter a certeza de que no espírito do cego se represente com clareza a verdade.

(Livro de C. W. Leadbeater - Continua)

15 de agosto de 2013

O LIVRO PERDIDO DE ENKI XI



A QUARTA TABULETA
Ao Nibiru se transmitiram palavras da ascensão; no Nibiru havia muita espera. Abgal dirigiu o carro com confiança; deu uma volta ao redor do Kingu, a Lua, para ganhar velocidade com a força de sua rede. Mil léguas, dez mil léguas viajou até o Lahmu, para obter com a força de sua rede uma direção para o Nibiru.

Além do Lahmu se formava redemoinhos o Bracelete Esculpido. Com destreza, Abgal fez brilhar os cristais de Ea, para localizar os atalhos abertos.

O olho da sorte lhe olhou favoravelmente!Mais à frente do Bracelete, o carro recebeu os sinais transmitidos desde
o Nibiru; Para casa, para casa era a direção.

Frente a ele, na escuridão, com um tom avermelhado brilhava Nibiru; uma formosa visão!

O carro se dirigia agora por meio dos sinais transmitidos. Três voltas deu ao redor do Nibiru, para frear-se com a força de sua rede. Aproximando-se do planeta, Abgal pôde ver a brecha em sua atmosfera; sentiu que lhe encolhia o coração, pensando no ouro que trazia.

Atravessando a espessura de sua atmosfera, o carro refulgiu, seu calor insuportável; Habilmente, Abgal desdobrou as asas do carro, detendo assim sua descida. Mais à frente estava o lugar dos carros, uma visão da mais atrativa; Brandamente, Abgal fez baixar o carro até um lugar eleito pelos raios. Abriu a portinhola; havia uma multidão reunida!

Anu se adiantou para ele, estreitou-lhe os braços, pronunciou palavras de bem-vinda. Os heróis se precipitaram dentro do carro, tiraram os cestos de ouro.

Levavam os cestos em cima da cabeça, Anu exclamou palavras de vitória ante os reunidos: A salvação está aqui!, disse-lhes. Abgal foi acompanhado até o palácio, lhe escoltou para que descansasse e contasse tudo.

O ouro, uma visão do mais deslumbrante, o levaram aos sábios rapidamente; para convertê-lo no mais fino pó, para lançá-lo para o céu se transportou.

A elaboração levou todo um Shar, outro Shar levaram as provas. Com projéteis se levou o pó até o céu, com raios de cristais se dispersou. Onde houve uma brecha, havia agora sanado! A alegria encheu o palácio, era de esperar a abundância nas terras. Anu transmitiu boas palavras à Terra: O ouro dá a salvação! A extração de ouro deve continuar!

Quando Nibiru chegou às cercanias do Sol, o pó de ouro se viu perturbado por seus raios; diminuiu a cura na atmosfera, a brecha se voltou a fazer grande. Anu ordenou que Abgal voltasse para a Terra; no carro viajaram mais heróis, em suas vísceras, ficaram mais O Que Suga as Águas e Expulsadores; Com eles, ordenou ao Nungal que partisse, para que ajudasse ao Abgal na pilotagem.

Houve grande alegria quando Abgal voltou para o Eridú; houve muita bem-vinda e estreitar de braços! Ea refletiu com atenção sobre as novas obras hidráulicas; havia um sorriso em seu rosto, mas seu coração estava encolhido. Para quando chegou o Shar, Nungal estava preparado para partir no carro; em suas vísceras, o carro só levava umas quantas cestas de ouro. O coração de Ea lhe estava antecipando a decepção no Nibiru!

Ea intercambiou palavras com o Alalu, reconsideraram o que sabiam: se a Terra, a cabeça de Tiamat, foi atalho na Batalha Celestial, onde estava o pescoço, onde estavam as veias de ouro que se cortaram? Por onde se sobressairiam as veias das vísceras da Terra?

Ea viajou sobre montanhas e vales na câmara celeste, examinou com o Explorador as terras separadas pelos oceanos.Uma e outra vez, encontrava-se a mesma indicação: as vísceras da Terra se revelaram onde se rasgou a terra seca da terra seca; onde a massa de terra tomou a forma de um coração, na parte inferior da mesma, as veias douradas das vísceras da Terra seriam abundantes!

Abzu, do Ouro o Lugar de nascimento, nomeou Ea à região. Logo, Ea transmitiu ao Anu palavras de sabedoria: Na verdade, a Terra está cheia de ouro; das veias, não das águas, terá que conseguir o ouro.
Das vísceras da Terra, não de suas águas, tem-se que obter o ouro, de uma região mais à frente do oceano, Abzu será chamada, pode-se conseguir ouro em abundância!

No palácio, houve grande assombro, sábios e conselheiros refletiram sobre as palavras da Ea; que terá que obter ouro, nisso havia unanimidade; como obtê-lo das vísceras da Terra, nisso havia muita discussão. Na assembleia, um príncipe falou;
era Enlil, o meio-irmão Primeiro.

Alalu, logo seu filho por matrimônio, Ea, nas águas puseram todas suas esperanças; asseguravam a salvação pelo ouro das águas, Shar detrás o Shar, todos esperávamos a salvação, agora escutamos coisas diferentes, empreender um trabalho além do imaginável, fazem falta provas das veias douradas, terá que garantir um plano para o êxito!

Assim disse Enlil à assembleia; muitos estiveram de acordo com suas palavras. Que vá Enlil à Terra!, disse Anu. Que obtenha provas, que ponha em marcha um plano!

Suas palavras serão tidas em conta, suas palavras serão ordens! A assembleia deu seu consentimento, aprovou a missão do Enlil.
Com o Alalgar, seu lugar-tenente, Enlil partiu para a Terra; Alalgar era seu piloto. A cada um lhes proveu com uma câmara celeste. transmitiram-se à Terra as palavras do Anu, o rei, palavras de decisões: Enlil estará ao mando da missão, sua palavra será ordem! Quando Enlil chegou à Terra, Ea estreitou os braços calidamente com seu meio irmão, Ea deu a boa-vinda ao Enlil como irmão. Ante o Alalu, Enlil fez uma reverência, Alalu lhe deu a boa-vinda com débeis palavras.

Os heróis proferiram palavras de cálida boa-vinda ao Enlil; muito esperavam de seu mandato.

Enlil ordenou que se ensamblassem as câmaras celestes, em uma câmara celeste, remontou-se no céu; Alalgar, seu lugar-tenente, ia de piloto com ele. Ea, em outra câmara celeste pilotada pelo Abgal, mostrou-lhes o caminho para o Abzu.

Inspecionaram as terras secas, dos oceanos tomaram cuidadosa nota. Desde mar Superior até o Mar Inferior, exploraram as terras, de tudo o que havia acima e abaixo tomaram nota. Fizeram provas do chão em o Abzu. Na verdade, havia ouro; com muita terra e rochas estava misturado, não estava refinado como nas águas, estava oculto em uma mescla.

Voltaram para o Eridú; refletiram sobre o que tinham encontrado. Terá que empreender novos trabalhos no Eridú, não pode seguir sozinha na Terra!, assim disse Enlil; descreveu um grande plano, estava propondo uma grande missão: trazer mais heróis, fundar mais assentamentos, para obter o ouro das vísceras da Terra, para separar o ouro da mescla, e transportá-lo em naves celestes e carros, para levar a cabo trabalhos em lugares de aterrissagem.

Quem estará ao mando dos assentamentos, quem estará ao mando do Abzu?, assim perguntou Ea ao Enlil. Quem tomará o mando para a
ampliação do Eridú, quem fiscalizará os assentamentos?, assim dizia Alalu. Quem tomará o mando das naves celestes e do lugar de
aterrissagem?, assim inquiriu Anzu. Que venha Anu à Terra, que ele tome as decisões!, assim disse Enlil em resposta.

Vem agora o relato de como Anu veio à Terra, de como se tornaram sortes entre a Ea e Enlil, de como deu a Ea o título de Enki, de como lutou Alalu pela segunda vez com o Anu. Em um carro celestial viajou Anu à Terra; seguiu a rota junto aos planetas.

Nungal, o piloto, deu uma volta ao redor do Lahmu; Anu o observou atentamente. A Lua, que em outro tempo foi Kingu, circundaram e admiraram.

Por ventura, não se poderá encontrar ouro aí?, perguntava-se Anu em seu coração. Nas águas, junto aos pântanos, amerissou seu carro; para a chegada, Ea preparou embarcações de juncos, para que Anu chegasse navegando.

Acima se abatiam as câmaras celestes, estavam-lhe oferecendo uma boa-vinda real. Na primeira embarcação, ia o mesmo Ea, foi o primeiro em receber ao rei, seu pai.Ante o Anu se inclinou, depois Anu o abraçou. Meu filho, meu Primogênito!, exclamou Anu.

Na praça do Eridú, os heróis estavam formados, dando uma boavinda régia na Terra a seu rei. Frente a eles estava Enlil, seu comandante. Este se inclinou ante a Anu, o rei; Anu o abraçou contra seu peito. Alalu também estava ali, de pé, não estava seguro do que fazer. Anu lhe ofereceu a saudação. Estreitemos os braços, como camaradas! Disse ao Alalu.

Duvidando, Alalu se adiantou, com o Anu estreitou os braços! preparouse uma comida para o Anu; de noite, Anu retirou-se a uma cabana de cano que lhe tinha construído No dia seguinte, o sétimo pela conta começada por Ea, era dia de descanso. Era um dia de palmadas nas costas e celebração, como correspondia a chegada de um rei.

Ao dia seguinte, Ea e Enlil apresentaram seus achados ante o Anu,discutiram com ele o que se feito e o que terei que fazer. Deixem que veja as terras por mim mesmo!, disse-lhes Anu. Todos eles se elevaram nas câmaras celestes, observaram as terras de mar a mar. Voaram até o Abzu, aterrissaram em seu chão, onde se ocultava o ouro.

A extração de ouro será difícil!, disse Anu. É necessário obter ouro; terá que consegui-lo, por muito profundo que se encontre! Que Ea e Enlil desenhem ferramentas para este propósito, e que lhes atribuam trabalho aos heróis, que averiguem como separar o ouro da terra e as rochas, como enviar ouro puro ao Nibiru! Que se construa um lugar de aterrissagem, que se atribuam mais heróis aos trabalhos na Terra!

Assim disse Anu a seus dois filhos; em seu coração, estava pensando em estações de passagem nos céus.

Essas foram as ordens do Anu; Ea e Enlil inclinaram a cabeça as aceitando.
Houve anoiteceres e amanheceres; e ao Eridú voltaram todos. No Eridú tiveram um conselho, para atribuir trabalhos e deveres. Ea, que tinha baseado Eridú, foi o primeiro em pronunciar-se: eu fundei Eridú; que se estabeleçam outros assentamentos nesta região, que se conheça pelo nome de Edin, Morada dos Retos. Deixe para mim o comando de Edin, que se encarregue Enlil da extração do ouro!

Enlil se enfureceu com estas palavras: O plano é improcedente!, disse a Anu.Do mando e de trabalhos a realizar, eu sou o melhor; de naves celestes, eu tenho os conhecimentos. Da Terra e seus segredos, meu meio-irmão, Ea, é conhecedor; ele descobriu o Abzu, que ele seja o senhor do Abzu!

Anu escutou com atenção as iradas palavras; os irmãos eram de novo meio-irmãos, o Primogênito e o Herdeiro Legal disputavam com
palavras como armas. Ea era o Primogênito, nascido de Anu com uma concubina. Enlil, nascido depois, foi concebido por Antu, a esposa de Anu. Era meio-irmã de Anu, fazendo, portanto, Enlil Herdeiro Legal, impondo-se assim ao Primogênito para a sucessão.
Anu estava temendo um conflito que pusesse em perigo a obtenção do ouro; um dos irmãos devia retornar ao Nibiru, a sucessão devia ser excluída de qualquer consideração, assim se dizia Anu a si mesmo. E em voz alta fez uma surpreendente sugestão aos dois:

A gente voltará para Nibiru para sentar-se no trono, a gente mandará no Edin, a gente será o senhor do Abzu, entre os três, eu com vós, determinaremo-lo a sortes!

Os irmãos ficaram calados, aquelas audazes palavras os pegou de surpresa. Joguemo-lo a sortes!, disse Anu. Que a decisão venha da mão do fado!

Os três, o pai e os dois filhos, uniram as mãos.Jogaram sortes, as tarefas se dividiram por sortes:

Anu para que volte para Nibiru, para seguir sendo seu soberano no trono; o Edin tocou a Enlil, para ser o Senhor do Mandato, como seu nome indicava. Para fundar mais assentamentos, para fazer-se carregamento das naves celestes e de seus heróis, para ser o líder de todas as terras até que encontrassem a barreira dos mares. A Ea lhe concederam como domínio os mares e os oceanos, para que governasse as terras sob a barreira das águas, para ser o senhor do Abzu, para com engenho procurar o ouro.

Enlil esteve de acordo com as sortes, aceitou com uma inclinação a mão do fado. Os olhos da Ea se encheram de lágrimas, não queria separar-se do Eridú nem do Edin. Que Ea conserve para sempre seu lar do Eridú!, disse Anu ao Enlil. Que se recorde sempre que foi o primeiro em amerissar, que se conheça a Ea como o senhor da Terra; Enki,Senhor da Terra, seja seu título! Enlil aceitou com uma inclinação as palavras de seu pai; a seu irmão disse assim: Enki, Senhor da Terra, será a partir de agora seu título; eu serei conhecido como Senhor do Mandato.

Anu, Enki e Enlil anunciaram as decisões aos heróis em assembléia. As tarefas estão atribuídas, o êxito está à vista!, disse-lhes Anu. Agora posso me despedir de vós, posso voltar para o Nibiru com o coração tranqüilo!

Alalu se adiantou para o Anu. esqueceu-se um assunto importante!, gritou. O senhorio da Terra foi atribuído a mim; essa foi a promessa quando anunciei ao Nibiru o achado do ouro!

Tampouco renunciei às minhas pretensões sobre o trono do Nibiru, e é uma grave abominação que Anu o compartilhe tudo com seus filhos! Assim desafiou Alalu ao Anu e a suas decisões.

Ao princípio, Anu ficou sem palavras; depois, enfurecido, respondeu:

Que nossa disputa se dita em uma segunda luta, briguemos aqui,façamo-lo agora!

Com desprezo, Alalu tirou a roupa; do mesmo modo, Anu se despiu. Nus, os dois membros da realeza começaram a lutar, foi uma poderosa luta.

Alalu fincou o joelho, ao chão Alalu caiu; Anu pisou com seu pé o peito do Alalu, declarando assim a vitória na luta.Pela luta se tomou a decisão; eu sou o rei, Alalu não voltará para o Nibiru!

Assim estava falando Anu quando tirou o pé do cansado Alalu. Como um raio, Alalu se levantou do chão. Derrubou Anu pelas pernas.
Abriu a boca e, rapidamente, arrancou-lhe de um bocado sua dignidade ao Anu, Alalu se tragou a dignidade do Anu!

Em dolorosa agonia, Anu lançou um alarido aos céus; não estou acostumado a cair ferido. Enki se precipitou sobre o cansado Anu, Enlil tomou cativo Alalu.

Os heróis levaram Anu à sua cabana, palavras de maldição pronunciou ele contra Alalu. Que se faça justiça!, gritou Enlil a seu lugartenente. Com sua arma-raio, que Alalu seja morto! Não! Não!, gritou encarnizadamente Enki. A justiça está dentro dele, em suas vísceras entrou o veneno! Levaram Alalu a uma cabana de canos, ataram suas mãos e seus pés como a um prisioneiro.

Vem agora o relato do julgamento do Alalu, e dos sucessos que aconteceram depois na Terra e no Lahmu. Em sua cabana de cano, Anu estava ferido; na cabana de cano, Enki lhe aplicava a cura. Em sua cabana de cano, Alalu estava sentado, cuspia saliva de sua
boca; em suas vísceras, a dignidade de Anu era como uma carga, suas vísceras se impregnaram com o sêmen do Anu; como uma fêmea no
parto, o ventre lhe estava inchando.

Ao terceiro dia, as dores de Anu remeteram; seu orgulho estava enormemente ferido. Quero voltar para Nibiru!, disse Anu a seus dois filhos. Mas antes se tem que fazer um julgamento de Alalu; deve ser imposta uma sentença adequada ao crime!

Segundo as leis do Nibiru, faziam falta sete juizes, presidiria o de maior fila deles. Na praça do Eridú, os heróis se reuniram em assembléia para presenciar o julgamento de Alalu. Para os Sete Que Julgam ficaram sete assentos; para o Anu,presidindo, preparou-se o assento mais alto.

A sua direita se sentou Enki; Enlil se sentou à esquerda de Anu. À direita de Enki se sentaram Anzu e Nungal; Abgal e Alalgar se
sentaram à esquerda do Enlil. Ante estes Sete Que Julgam foi levado Alalu; sem desatar suas mãos e seus pés. Enlil foi o primeiro em falar: Em justiça, levou-se a cabo uma luta, Alalu perdeu a realeza ante Anu! O que diz você, Alalu?,perguntou-lhe Enki.

Em justiça, levou-se a cabo uma luta, a realeza perdi!, disse Alalu. Tendo sido vencido, Alalu perpetrou um abominável crime, a
dignidade de Anu mordeu e se tragou! Assim fez Enlil a acusação do crime. A morte é o castigo!, disse Enlil. O que diz você, Alalu?, perguntou-lhe Enki a seu pai por matrimônio. Houve silêncio; Alalu não respondeu à pergunta.

Todos presenciamos o crime!, disse Alalgar. A sentença deve ser conforme a isso! Se houver palavras que queira pronunciar, as diga antes do julgamento!, disse Enki ao Alalu. No silêncio, Alalu começou a falar lentamente: No Nibiru fui rei, por direito de sucessão estive reinando. Anu foi meu copeiro. Aos príncipes pôs em pé, a uma luta desafiou; durante nove voltas fui rei no Nibiru, a minha semente pertencia a realeza. O mesmo Anu se sentou em meu trono, e para escapar da morte fiz um perigosa viagem até a distante Terra.

Eu, Alalu, descobri em um planeta estranho a salvação de Nibiru! Me prometeu que voltaria para o Nibiru, para me repor em justiça no trono! Depois, veio Ea à Terra; que, por compromisso, foi designado o seguinte para reinar no Nibiru. Depois, veio Enlil, reivindicando para si a sucessão de Anu. Depois, veio Anu, a sortes enganou a Ea; Enki, o Senhor da Terra, foi proclamado, para ser o senhor da Terra, não de Nibiru. Depois, concedeu ao Enlil o mando, ao distante Abzu foi relegado Enki.

De tudo isto se doía meu coração, o peito me ardia de vergonha e fúria; depois, Anu pôs seu pé sobre meu peito, sobre meu doído coração estava pisando! No silêncio, Anu levantou a voz: Pela semente real e pela lei, em justa luta ganhei o trono.Minha dignidade mordeu e tragou, para interromper minha linhagem!

Enlil falou: O acusado admitiu o crime, que se dite sentença, que o castigo seja a morte! A Morte!, disse Alalgar. Morte!, disse Abgal. Morte!, disse Nungal. Por si mesmo chegará a morte ao Alalu, o que tragou em suas vísceras lhe trará a morte!, disse Enki.
Que Alalu esteja na prisão para o resto de seus dias na Terra!, disse Anzu.

Anu refletia nas palavras deles; sentia-se afligido pela ira e a compaixão a um tempo. Morrer no exílio, que essa seja a sentença!, disse Anu.

Surpreendidos, os juízes se olharam uns aos outros. Não entendiam o que Anu estava dizendo. Nem na Terra nem no Nibiru será o exílio!, disse Anu.No trajeto, está o planeta Lahmu, dotado com águas e atmosfera.Enki, sendo Ea, deteve-se ali; a respeito dele estive pensando para uma estação de passagem.

A força de sua rede é menor que a da Terra, uma vantagem que terá que considerar sabiamente.Alalu será levado no carro celestial, quando eu partir da Terra, ele fará a viagem comigo. Daremos voltas ao redor do planeta Lahmu, proporcionaremos a Alalu uma câmara celeste, para que nela descenda ao planeta Lahmu.Só em um planeta estranho, exilado estará, Para que conte por si mesmo seus dias até seu último dia!

Assim pronunciou Anu as palavras da sentença, com toda solenidade. Por unanimidade se impôs esta sentença sobre o Alalu, em
presença dos heróis se anunciou. Que Nungal seja meu piloto até o Nibiru, para que de ali dirija de novo a outros carros levando heróis para a Terra. Que Anzu se una à viagem, para que se faça cargo da descida ao Lahmu! Assim pronunciou suas ordens Anu.

Para o dia seguinte se dispôs a partida; todos os que tinham que partir foram levados em embarcações até o carro. Tem que preparar um lugar para aterrissagens em terra firme!, disse-lhe Anu a Enlil. Terá que fazer planos sobre como utilizar Lahmu como estação de passo!

Teve despedidas, tão alegres como tristes. Anu embarcou no carro coxeando, Alalu entrou no carro com as mãos atadas.Depois, o carro se remontou nos céus, e a visita real terminou. Deram uma volta ao redor da Lua; Anu estava encantado com sua visão.
Viajaram para o avermelhado Lahmu, duas vezes o circundaram. Descenderam para o estranho planeta, viram montanhas tão altas como
o céu e gretas na superfície.

Observaram o sítio onde uma vez aterrissou o carro de Ea; estava à beira de um lago. Freados pela força da rede do Lahmu, dispuseram no carro a câmara celeste.Então, Anzu, seu piloto, disse ao Anu umas palavras inesperadas:

Descenderei com o Alalu ao chão firme de Lahmu, não quero voltar para o carro com a câmara celeste! Ficarei com o Alalu no planeta estranho; protegerei-o até que morra. Quando morrer pelo veneno em suas vísceras, enterrarei-o como se merece um rei!
Quanto a mim, farei meu nome.

Anzu, dirão, frente a tudo, foi companheiro de um rei no exílio, viu coisas que outros não viram, em um planeta estranho se enfrentou a coisas desconhecidas!

Anzu, até o final dos tempos dirão, tem cansado como um herói! Havia lágrimas nos olhos do Alalu, havia assombro no coração do Anu. Seu desejo será honrado, disse Anu ao Anzu. Desde este momento, faço-te uma promessa, levantando a mão eu te faço este juramento:

Na próxima viagem, um carro circundará Lahmu, sua nave celeste descenderá até ti. Se te encontrar com vida, será proclamado senhor do Lahmu; quando se funde no Lahmu uma estação de passagem, você será seu comandante! Anzu inclinou a cabeça. Assim seja!, disse ao Anu. Alalu e Anzu se acomodaram na câmara celeste, com cascos de águias e trajes de peixes foram providos, lhes subministraram mantimentos e ferramentas.

A nave celeste partiu do carro, do carro se observou sua descida.Depois, desapareceu da vista, e o carro prosseguiu para o Nibiru.Durante nove Shars foi Alalu rei do Nibiru, durante oito Shars comandou no Eridú.

No nono Shar, sua sorte foi morrer no exílio no Lahmu. Vem agora o relato da volta de Anu ao Nibiru, e de como foi enterrado
Alalu no Lahmu, de como construiu Enlil o Lugar de Aterrissagem na Terra. Houve uma alegre boa-vinda para o Anu no Nibiru.
Anu deu conta do acontecido no conselho e ante os príncipes; não procurava deles nem piedade nem vingança.

Deu instruções a todos para que se discutissem os trabalhos que terei que fazer. Esboçou para os reunidos uma visão de grande alcance: Estabelecer estações de passagem entre o Nibiru e a Terra, reunir a toda a família do Sol em um grande reino! Terei que desenhar a primeira no Lahmu, também terei que considerar nos planos à Lua; levantar estações em outros planetas ou em suas
hostes circundantes, uma cadeia, uma caravana constante de carros de fornecimento e salvaguarda, trazer sem interrupções ouro desde a Terra ao Nibiru, possivelmente, inclusive, também se pudesse encontrar ouro em algum outro lugar! Os conselheiros, os príncipes, os sábios tomaram em consideração os planos do Anu, todos viam nos planos uma promessa de salvação para o Nibiru. Os sábios e os comandantes aperfeiçoaram os conhecimentos dos deuses celestiais, aos carros e as naves celestes lhes acrescentou uma nova classe, as naves espaciais.

Selecionaram-se heróis para os trabalhos, para os trabalhos havia muito que aprender. Lhes transmitiram os planos a Enki e a Enlil, lhes disse que acelerassem os preparativos na Terra. Houve muita discussão na Terra sobre o que tinha acontecido e sobre o que se requeria fazer. Enki assinalou ao Alalgar para que fora o Supervisor do Eridú, e dirigiu seus próprios passos para o Abzu; depois, determinou onde obter ouro das vísceras da Terra. Calculou quantos heróis necessitava para os trabalhos, considerou que ferramentas se necessitavam.

Enki desenhou um Agrietador de Terra, pediu que se elaborasse em Nibiru, com ele faria um corte na Terra, chegaria à suas vísceras através de túneis; também desenhou O-que-parte e O-que-tritura, para que os forjassem em Nibiru para o Abzu.

Aos sábios de Nibiru lhes pediu que refletissem sobre outros assuntos.Fez uma relação de necessidades, dos assuntos de saúde e bem-estar dos heróis. Os heróis estavam se vendo afetados pelas rápidas voltas da Terra, os rápidos ciclos dia-noite da Terra lhes causavam vertigens.

A atmosfera, embora boa, tinha carências em alguns costumes, e era muito abundante em outras; os heróis se queixavam da uniformidade das comidas. Enlil, o comandante, via-se afetado pelo calor do Sol na Terra, desejava frescura e sombra. Enquanto no Abzu Enki fazia seus preparativos, Enlil fiscalizava em sua nave celeste os trabalhos no Edin. Tomou conta de montanhas e rios, tomou medidas de vales e planícies.

Estava procurando onde estabelecer um Lugar de Aterrissagem, um lugar para as naves espaciais. Enlil, afetado pelo calor do Sol, estava procurando um lugar fresco e sombrio. As montanhas cobertas de neve da parte norte do Edin eram de seu agrado; ali, em um bosque de cedros, estavam as árvores mais altas que jamais tinha visto.

Ali, em um vale entre montanhas, aplainou a superfície com raios de força. Os heróis extraíram das ladeiras grandes pedras para as esculpir.Transportaram-nas e as colocaram para sustentar a plataforma com as naves celestes.

Enlil viu com satisfação a obra, realmente, era uma obra incrível, uma estrutura imperecível! Uma morada para ele, no topo da montanha, era seu desejo. Das altas árvores no bosque de cedros se prepararam largas vigas, decretou que delas se construiria uma morada para si mesmo:nomeou-a a Morada do Topo Norte.

No Nibiru, preparou-se um novo carro celestial para elevar-se nas alturas, transportaram-se novas classes de naves espaciais, naves celestes, e a que Enki tinha desenhado. Um grupo de reserva com cinquenta partiu desde o Nibiru; entre eles havia mulheres escolhidas. Estavam comandadas por Ninmah, Dama Elevada; estavam treinadas em auxílios e cura.

Ninmah, Dama Elevada, era filha de Anu; era meio-irmã, não irmã de tudo, de Enki e Enlil.Era muito instruída em auxílio e cura, sobressaía-se no tratamento das enfermidades.Prestou muita atenção às queixas da Terra, estava preparando uma cura!

Nungal, o piloto, seguiu o rumo de carros prévios, registrado nas Tabuletas dos Destinos. Sem novidade, chegaram ao deus celestial Lahmu; circundaram o planeta, lentamente descenderam à sua superfície.

Um grupo de heróis seguiu uma débil transmissão; Ninmah ia com eles. Encontraram Anzu à beira de um lago; eram de seu casco os sinais de transmissão. Anzu não se movia, estava prostrado, jazia morto.Ninmah tocou seu rosto, prestou atenção a seu coração.
Tirou o Pulsador de sua bolsa; dirigiu-o sobre o batimento do coração de Anzu. Tirou o Emissor de sua bolsa, dirigiu sobre o corpo de Anzu as emissões doadoras de vida de seus cristais.

Sessenta vezes dirigiu Ninmah o Pulsador, sessenta vezes dirigiu o Emissor; na sexagésima ocasião, Anzu abriu os olhos, moveu os lábios. Com muito cuidado, Ninmah derramou Água de Vida sobre seu rosto, umedeceu seus lábios com ela. Brandamente, pôs em sua boca Alimento de Vida; Então, ocorreu o milagre: Anzu se elevou de entre os mortos! Mais tarde, perguntaram-lhe sobre o Alalu; Anzu lhes contou a morte de Alalu. Levou-os até uma grande rocha, sobressaía-me da planície para o céu. Ali lhes contou o que havia acontecido: Pouco depois da aterrissagem, Alalu começou a gritar de dor. De sua boca,suas vísceras cuspia; com tremendas dores pereceu do outro lado do muro! Assim lhes disse Anzu. Levou-os até uma grande rocha, que se elevava como uma montanha da planície para o céu.

Na grande rocha encontrei uma cova, dentro dela ocultei o cadáver de Alalu, cobri sua entrada com pedras. Assim disse-lhes Anzu. Eles o seguiram até a rocha, tiraram as pedras, entraram na cova. Dentro encontraram o que restava de Alalu; que uma vez fora rei de Nibiru jazia agora em uma cova, era uma pilha de ossos!

Pela primeira vez em nossos anais, um rei não morreu em Nibiru, não tinha sido enterrado em Nibiru! Assim disse Ninmah. Que descanse em paz por toda a eternidade!, disse. Voltaram a cobrir a entrada da cova com pedras; sobre a grande montanha rochosa, esculpiram com raios a imagem de Alalu. Mostravam-lhe levando um capacete de águia; deixaram o rosto descoberto.

Que a imagem de Alalu olhe para sempre para Nibiru que governou, para a Terra cujo ouro descobriu! Assim falou Ninmah, Dama Elevada, em nome de seu pai Anu.

Quanto a ti, Anzu, Anu, o rei, manterá a promessa que te fez! Permanecerão aqui, contigo, vinte homens, para que comecem a construir a estação de passagem; as naves espaciais da Terra entregarão aqui o mineral de ouro, carros celestiais transportarão
depois, daqui, o ouro até Nibiru. Centenas de homens farão sua morada no Lahmu, você, Anzu, será seu comandante!

Assim disse ao Anzu a Grande Dama, em nome de seu pai Anu. Minha vida te pertence, Grande Dama!, disse Anzu. Minha gratidão a
Anu não terá limites! O carro partiu do planeta Lahmu; continuou sua viagem para a Terra.

(Livro de Zecharia Sitchin - Continua)